Esta semana começou pesada com o abalo forte no mercado financeiro mundial e a Bolsa de Valores brasileira caindo 12,17% na segunda-feira (índice Ibovespa). Inclusive foi necessário acionar o mecanismo de Circuit Breaker, que é quando a bolsa para de funcionar por 30 minutos para acalmar os ânimos dos investidores e evitar uma queda ainda mais brusca.
Podemos considerar que foi uma queda histórica, pois a última maior que essa aconteceu há 22 anos, devido à moratória da Rússia. Desta vez tivemos dois eventos somados, o coronavírus que se espalha pelo mundo e a concorrência do mercado de petróleo.
Para nós, investidores pessoa física, ficam algumas lições:
1) O mercado financeiro é movido por expectativas. Ainda não tivemos na prática o impacto efetivo da redução do crescimento da economia mundial que será gerado pela diminuição do consumo e das atividades produtivas devido ao coronavírus, mas temos a expectativa de que acontecerá e isso já assusta os investidores. Essa previsão faz com que muitos deles tirem dinheiro da bolsa e optem por ativos mais seguros como ouro e dólar. Outro fato: foi só a Arábia Saudita “anunciar” os descontos no preço do petróleo e o aumento da produção, seguida pela Rússia, que o mercado financeiro desabou.
2) Atuar no mercado de capitais requer controle emocional. Não existe limite de queda para o valor de um ativo. Um dia você compra ações da PetroRio, por exemplo, e no outro dia o valor cai 36%. É importante não se desesperar e efetivar a venda com prejuízo alto. Às vezes compensa ficar com o ativo e aguardar a sua recuperação, mesmo que parcial. Precisa ter coração forte para ver o seu patrimônio diminuir de um dia para o outro e você não poder interferir diretamente nisso.
3) É necessário conhecer os mecanismos de defesa. Nem sempre você saberá o momento de vender as ações para evitar grandes perdas, mas é importante utilizar a ferramenta de stop loss, que é o agendamento da venda das ações caso elas atinjam determinado valor mínimo que você definiu como um nível aceitável de perda. Mesmo assim, nem sempre esse mecanismo será acionado, por isso você precisa do item anterior: controle emocional.
4) A queda na bolsa de valores não muda os fundamentos das empresas. Temporariamente elas perdem valor de mercado, até mesmo diante do desaquecimento da economia doméstica e global. Porém, o coronavírus não altera a transparência e a qualidade da gestão das empresas listadas na bolsa. Elas continuam com bons fundamentos. Além do mais, quedas bruscas já aconteceram e foram superadas, com as empresas recuperando o seu valor de mercado e até ampliando.
5) Depois da tempestade vem a bonança. O mundo não acaba devido à queda vertiginosa da bolsa. Não foi a primeira vez e nem será a última. O mercado tende a se ajustar. O analista Filipe Villegas, assim como outros, acredita que a incerteza do mercado já tenha sido precificada nos ativos de maior risco. Ele quer dizer que possivelmente os preços das ações já chegaram no seu nível mínimo e, portanto, tendem a não cair mais (ou não tanto). Significa que, na visão dele, já é possível iniciar a compra de ativos e vislumbrar um horizonte de oportunidades de ganhos com as suas futuras valorizações. Então, analise bem as suas escolhas e boas compras!
Sucesso a todos!
*A autora é jornalista e investidora.
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