Um levantamento realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sediado em São José dos Campos (SP), revelou que mais de 800 pessoas morreram atingidas por raios no Brasil na última década. Entre 2013 e 2022, foram registradas exatamente 835 mortes, com os estados do Pará (88 mortes) e Amazonas (78 mortes) liderando o trágico ranking.
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Dr. Osmar Pinto Júnior, coordenador do Elat, destacou três fatores principais que contribuem para esses números alarmantes: a densidade de raios na região, a população local e o nível de consciência e informação sobre os riscos dos raios. A pesquisa encontrou uma correlação inversa entre o número de mortes e o Produto Interno Bruto (PIB) dos estados, indicando que regiões com menor PIB tendem a ter mais vítimas.
Os dados indicam que as principais vítimas são pessoas em áreas rurais abertas (27%) e aquelas em contato com objetos ligados à rede elétrica ou telefônica dentro de casa (24%). O estudo anual mostra uma variação no número de mortes, sendo o ano de 2022 o que registrou o menor número de vítimas.
Apesar da redução no número de mortes em 2022, o Brasil continua sendo um dos países com o maior índice de mortalidade por raios no mundo, ocupando a segunda posição na América Latina, atrás apenas do México, e a sétima globalmente. O número de mortes no Brasil é significativamente maior do que em países como a República Democrática do Congo e os Estados Unidos.
O aumento no número de raios no Brasil, que registra cerca de 78 milhões de descargas elétricas por ano, é atribuído principalmente às mudanças climáticas. Osmar Júnior aponta que as ondas de calor e fenômenos como El Niño têm contribuído para o aumento da incidência de tempestades e, consequentemente, de raios.
Além dos impactos humanos, o estudo do Elat também apontou as consequências para o gado, com 3.262 mortes de cabeças de gado causadas por raios na última década. Mato Grosso lidera o ranking com 477 casos, seguido por São Paulo (416) e Mato Grosso do Sul (338).

Fonte: Gloo
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