Em novo encontro com a OCDE, Paraná mostra avanços na implementação da Agenda 2030

Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

A Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE) iniciou nesta terça-feira (25) uma nova rodada de entrevistas com o Governo do Paraná para conhecer as ações em andamento que contribuem para o cumprimento local da Agenda 2030. Ela é intermediada pela Superintendência Geral de Desenvolvimento Econômico e Social (SGDES). A proposta de desenvolvimento da ONU é composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e guiam as boas práticas dos países até 2030.

Neste primeiro dia, foram apresentados projetos bem sucedidos da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), da Portos do Paraná e do Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto (CAEAA). Até o final da semana serão detalhadas ações da Controladoria-Geral do Estado e de parceiros-chave, como a Defensoria Pública, o Grupo O Boticário e a Itaipu Binacional/Parque Tecnológico Itaipu.

O Paraná é único estado brasileiro a fazer parte desse estudo da OCDE, chamado Uma Abordagem Territorial para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável . Junto com ele participam, desde 2019, outras nove regiões e cidades de diferentes países. Nesses quase quatro anos já foi concluída a primeira fase do programa, que resultou em um relatório que destacou pontos fortes do Estado, exemplo global de sustentabilidade, e recomendou a adoção de novas estratégias no nível subnacional.

De acordo com a OCDE, os destaques paranaenses são a qualidade do ar, a preservação da água e a proteção costeira. Neste último item, por exemplo, o Estado supera a média de 20% da OCDE. Em relação ao Brasil, o Paraná tem 51% das áreas costeiras protegidas, enquanto o País tem 36%.

Outros pontos positivos do Paraná em comparação a outros estados estão na educação, no mercado de trabalho e em indicadores econômicos, com uma performance que supera em mais de 70% a média brasileira. O primeiro relatório sobre o Paraná destacou, ainda, que energia sustentável, proteção ambiental e redução de desigualdades são alguns aspectos que fazem do Estado um exemplo mundial na incorporação dos ODS.

“Esta nova rodada de entrevistas complementa a missão iniciada em março, quando foram realizadas entrevistas com outras áreas do governo e diversos parceiros”, disse o coordenador do programa Uma Abordagem Territorial para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da OCDE, Stefano Marta. “É importante ter a perspectiva de como cada área trabalha os ODS e entender como podem contribuir para implementar as recomendações da OCDE”.

Segundo a superintendente-geral de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado, Keli Guimarães, responsável pelo programa, os ODS são uma bandeira que o Estado adotou de maneira série. “Queremos melhorar a qualidade de vida dos paranaenses. A Agenda 2030 é tão ampla, com objetivos escritos por 193 países, que serve como um guia. É uma grande plataforma de políticas públicas que pode ser aplicada em diferentes regiões e de diferentes maneiras, mas com um objetivo em comum, que é um futuro mais inclusivo e ambientalmente correto”, complementou.

ÁREAS DO ESTADO – O secretário de Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Everton Luiz da Costa Souza, detalhou novos projetos em andamento, como o Selo Clima, com o qual o Governo do Estado reconhece empresas e entidades que atuam alinhadas com a preservação de recursos naturais; o projeto Sinais da Natureza, que desenvolve ações de prevenção, adaptação e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas; e o Paraná Mais Verde, que já distribuiu 8 milhões de mudas de árvores nativas para recuperação ambiental.

Outra iniciativa importante destacada pelo secretário é o projeto para inventariação de estoque e de sequestro de carbono em áreas de proteção integral do Estado. O programa será aplicado nas outras 38 Unidades de Conservação. O piloto está sendo realizado no Parque Estadual Rio da Onça. O inventário mede o carbono da massa vegetal, acima e abaixo do solo e, com base nisso, é feita a projeção de sequestro de carbono. A certificação é feita pelo Tecpar.

“Nosso Governo faz uma gestão ambiental completa, com fiscalização, licenciamento de empreendimentos, gestão das águas, do território e das Unidades de Conservação. Também conectamos o investidor privado a esse conceito de cuidado ambiental e com a sustentabilidade”, acrescentou.

A Portos do Paraná apresentou à OCDE seus programas de educação e de recuperação ambiental, de promoção do turismo aliado à preservação e de estudos de novas fontes de energia sustentável. O diretor de Meio Ambiente, João Paulo Santana, destacou o trabalho realizado de restauração de 40 hectares de área permanente de preservação em Guaratuba, no Litoral do Estado. “Os portos paranaenses contam com mais de 20 programas permanentes para o desenvolvimento sustentável”, disse.

Segundo ele, são cerca de R$ 5 milhões mensais investidos para preservar a biodiversidade e o equilíbrio ecológico da região litorânea. A forte atuação na área fez com os portos de Paranaguá e de Antonina ficassem em primeiro lugar entre os portos públicos brasileiros no Índice de Desenvolvimento Ambiental da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), em 2021.

COLÉGIO AGRÍCOLA– Embora com ações em menor escala, o Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto, localizado em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, mostrou projetos bastante elogiados pelo representante da OCDE. Seus 272 alunos vivem, na prática, a sustentabilidade e a preservação ambiental. O colégio é uma amostra em menor escala das políticas implementadas pela Secretaria de Estado da Educação e do Esporte.

Lixo orgânico, por exemplo, é um termo que não existe. “Fazemos a compostagem de resíduos do refeitório e dos resíduos dos animais e o material é usado como adubo na horta. Os produtos colhidos, por sua vez, são consumidos no refeitório. O que não é consumido aqui é doado”, contou a coordenadora do projeto, Elaine Klucinec.

Os alunos também já fizeram a reforma de mais de 84 nascentes, o que permitiu melhorar o consumo da água. “Nossos alunos, em sua grande maioria, são de famílias de pequenos produtores. No colégio, eles põem a mão na massa, aplicando a sustentabilidade e a preservação no dia a dia, e levam o que aprenderam para suas casas e famílias”, ressaltou o diretor Glauco Aurélio Torino.

EXPANSÃO– Para implementar os objetivos da Agenda 2030, o Estado criou a Estratégia Paraná de Olho nos ODS, que tem como foco o planejamento, a execução e o monitoramento de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável. O foco é implementar os ODS em todas as regiões do Estado de maneira organizada e naturalizada.

O Paraná, por meio da SGDES e do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Cedes), usa os ODS como guia para melhorar as áreas da saúde, educação e segurança, além de diminuir a desigualdade social entre diferentes partes do território. Eles são parte dos investimentos em equipamentos urbanos, rodovias e projetos da agricultura.

Fonte: Secom Paraná

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