Entenda como a poeira gerada pelos grãos de milho cria ‘atmosfera explosiva’ em silos

A explosão aconteceu na quarta-feira

Uma explosão devastadora em um silo de armazenagem de milho na cidade de Palotina, causou a morte de oito pessoas e deixou mais de uma dezena de feridos, além de uma pessoa que continua desaparecida, sob tolenadas de milho. O acidente ocorreu na quarta-feira (26) e chamou a atenção para os riscos envolvidos no armazenamento de grãos, especialmente relacionados a incêndios e explosões.

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O professor Enrique Munaretti, especialista em Engenharia de Explosivos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e diretor da Associação Internacional de Engenharia de Explosivos (ISEE), explicou que esse tipo de tragédia não é incomum no mundo todo, destacando que a explosão em silos pode ocorrer quando certos fatores se combinam.

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“Para que uma explosão aconteça, é necessário ter oxigênio, combustível e energia de ativação, que pode ser uma faísca, uma fagulha ou até mesmo um simples atrito. As pessoas muitas vezes ignoram que até mesmo uma correia transportadora em um silo pode ser uma fonte de ignição com potencial explosivo”, alertou o professor.

A investigação sobre as causas exatas do acidente em Palotina ainda está em andamento, mas Munaretti levanta algumas possibilidades, como falhas na manutenção que poderiam gerar calor ou faíscas, problemas em rolamentos, superaquecimento de motores ou correias desalinhadas, que podem servir como energia de ativação para uma explosão.

A explosão afetou vários setores da armazenagem

O aumento da concentração de pó de grãos, especialmente quando são transportados dentro dos silos, também contribui para criar uma atmosfera explosiva. O professor destaca que esses silos geralmente operam sob rígidas normas de segurança, mas durante períodos de alta produção, como agora, podem ser contratados funcionários terceirizados que talvez não estejam familiarizados com essas regras.

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Apesar disso, Munaretti ressalta que o Brasil costuma ser eficiente na criação e aplicação de normas de segurança e controle. Ele enfatiza a importância de monitorar o nível de combustível que os grãos estão dispersando, pois, por exemplo, o milho fermentado pode liberar calor e ter um cheiro mais azedo, indicando um risco potencial de explosão. Detectores apropriados podem auxiliar na prevenção desses acidentes.

As autoridades locais estão trabalhando para esclarecer as circunstâncias que levaram à explosão e tomar medidas para evitar que tragédias como essa ocorram no futuro.

 

Fonte: Estadão

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