Nos dias que Cascavel parece caminhar para o pico de casos do novo coronavírus a Prefeitura resolve liberar o transporte coletivo na cidade.
Não ficou claro se a decisão foi baseada em análises técnicas e científicas ou se aconteceu pura e simplesmente pela pressão das empresas que exploram o transporte coletivo na cidade.
Independente disso parece evidente que a liberação do transporte acontece no pior momento. Mesmo com regras rígidas e várias restrições impostas, é notório que liberar o transporte coletivo não é a mesma coisa como autorizar uma loja voltar a atender.
O retorno do transporte é obvio que reflete também num aumento abrupto da circulação de pessoas na cidade. E a conta é simples: quanto mais gente circulando, maior será também a provável circulação do vírus. Além disso, existem evidências de que o ar viciado dentro dos ônibus aumenta muito o risco de contaminação.
Tudo isso acontece num momento em que os índices apontam um acrescimento acentuado no número de casos confirmados de covid-19 na cidade, aliada a uma época de queda das temperaturas, o que também facilita a disseminação de doenças respiratórias.
E há também os efeitos indiretos. Com o transporte coletivo disponível logo virá a pressão para o retorno das aulas, porque os pais, especialmente das famílias mais carentes, não estarão mais em casa e não onde deixar os filhos.
A liberação deverá originar pelo menos duas consequências. Uma é a epidemiológica, que será um aumento no número de casos e na velocidade de transmissão do vírus. Mas, haverá também uma consequência social, que é a quantidade de crianças e adolescentes sozinhos em casa.
No entanto, os ônibus voltaram a rodar e muitas pessoas estão buscando o serviço. Então vai a recomendação para que se protejam ao usar o transporte. Os cuidados já amplamente noticiados, como o uso de máscaras, a higiene das mãos e a distância de outras pessoas não previnem somente o coronavírus, mas também outras doenças.
Fonte: Fonte não encontrada
Deixe um comentário