A entrevista desta semana é com o Genésio Pegoraro, empresário do ramo de supermercados, que foi reeleito por aclamação presidente da Associação Comercial e Industrial de Cascavel.
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Genésio fala de seus desafios à frente da entidade, campanhas e bandeiras, projetos empresariais, concessão de rodovias e da onda de insegurança que tomou conta dos comerciantes de Cascavel.
Preto no Branco – Como foi seu primeiro mandato e o que projeta para este ano?
Genésio Pegoraro – Foi um ano de aprendizado, um ano muito difícil, mas dentro do possível procuramos atender as demandas dos nossos associados. Estou muito feliz com essa recondução ao cargo e quero destacar a importância de não haver bate chapa. Entendemos que como entidade isso só nos fortalece, mas ao mesmo tempo entendo também que aumenta muito nossa responsabilidade e comprometimento. Esperamos neste ano uma retomada total. Já estamos com o cronograma praticamente pronto e para 2022 teremos muitos eventos e muitas campanhas.
Preto no Branco – Como é conciliar a vida do empresário Genésio com a vida do Presidente de uma das entidades mais importantes do Paraná?
Genésio – Não é fácil, você tem que se colocar a disposição, tem que saber dosar isso. Quero destacar que foi fundamental o apoio da família e dos sócios que entenderam esse momento também de poder dar essa contribuição para a sociedade.
Preto no Branco – Na vida empresarial, quais os projetos o Grupo Irani para o futuro?
Genésio – Estamos atentos a esse nosso segmento e existe um projeto já para o segundo semestre de construir uma nova loja em Cascavel. Eu sempre falo que se a gente pensar que já está bom acaba indo pra trás então, sempre tem que achar que precisa melhorar e estar evoluindo.
Preto no Branco – Uma das maiores bandeiras da Acic é sem dúvidas a duplicação total da BR-277, isso ainda é um sonho?
Genésio – As bandeiras seja ela pequena ou grande a Acic tem que estar presente. E a duplicação é uma grande bandeira da entidade. A BR-277 já deveria estar completamente duplicada, isso é fato!
Preto no Branco – Falta vontade política para resolução destes problemas como duplicação, pedágios, concessão?
Genésio – Se você fizer hoje uma apresentação de obras que deviam estar todas concluídas em 2021, a metade não foi finalizada. E daí pagamos a conta, não temos obras, como que fica? Então para nós que representamos o setor produtivo e estamos trabalhando, pagando impostos, gerando empregos, buscando o melhor, as vezes realmente nos entristece. Nós como entidade estamos fazendo pressão, com bastante observação e bastante acompanhamento e ainda assim é muito difícil. Imagina se ficássemos quietos então, como seria?
Preto no Branco – Obras no entorno de Cascavel são muito necessárias para dar segurança à população que precisa se deslocar dos bairros para o centro da cidade e tem que atravessar pelos menos duas rodovias movimentadas. O que a Acic vem fazendo com relação a esses problemas?
Genésio – A marginal da BR-277 que temos hoje, principalmente entre os trevos Cataratas e Guarujá é muito mal desenhada, ou projetada e sem estrutura. As dificuldades são enormes. É um problema com segurança, que não se resolve. A Acic já vem há tempos fazendo apelos para melhorias. São milhares de trabalhadores que utilizam aquele trecho diariamente, sem o mínimo de segurança e nós não vemos nada sendo feito para resolver essa situação.
Preto no Branco – Ano passado houve uma grande movimentação em torno da nova concessão dos pedágios, esse ano não se vê muito engajamento nas discussões. É por ser ano político?
Genésio – As entidades da região oeste foram as que mais contribuíram nessa questão do pedágio. Nós gostaríamos que fosse feito um desenho diferente, que o processo estivesse andando de uma forma mais rápida, mas infelizmente estamos num ano político e realmente as coisas não saem do jeito que gostaríamos.
Preto no Branco – Sobre o custo do pedágio para os usuários, com essa demora deve haver reajuste sem mesmo tem entrado em funcionamento?
Genésio – A concessão nem terminou e outra preocupação é com o custo do pedágio para os usuários. Se você pegar o começo das discussões no ano passado e esse ano, até fechar todo o processo de licitação, nós já vamos ter uma inflação em torno de 16% á 20%. Quer dizer, aqueles preços que foram conversados lá no inicio já não existem mais. Aquele preço que se falava de praça de pedágio entre Cascavel e Toledo de R$ 3 a R$ 5, daqui a pouco não se fala mais. Vai sobrar para os usuários novamente. Essa demora na conclusão é ruim, sem contar os desgastes que as nossas estradas já estão sofrendo. Quem anda de Cascavel a Curitiba já percebe que em vários trechos estão com buracos na pista, falta de segurança e falta de atendimento aos usuários.
Preto no Branco – Estamos vivendo nas últimas semanas uma onde de violência, principalmente no comércio de Cascavel com furtos, assaltos à mão armada em plena luz do dia, destruição de fachadas de lojas para furtos entre outros. O que a Acic vem fazendo com relação a isso?
Genésio – Falar em segurança publica em Cascavel infelizmente é muito complicado. Cascavel ganha prêmios atrás de prêmios e é uma cidade que tem muito potencial de crescimento. Agora, temos que reconhecer aqui que se falar de segurança publica, nós estamos numa das piores situações já vividas em Cascavel. A falta de segurança, principalmente nos bairros, está insustentável. Os comerciantes estão fechando suas lojas antes do anoitecer. Não fica uma hora a mais porque estão correndo o risco. Já debatemos em reuniões aqui na Acic, vamos conversar também com a administração municipal para que se busque uma solução. Nós temos bairros bastante populosos em Cascavel que estão se transformando em barris de pólvora. Essa é a grande realidade. Se nós não tomarmos uma medida urgente as coisas podem sair do controle. Segurança é um problema muito sério em Cascavel que nós precisamos resolver. Precisamos estar juntos para contribuir, buscar alternativa para resolvermos ou, se não der, pelo menos amenizar a situação.
Preto no Branco – De que maneira pode se resolver esse problema?
Genésio – Nos últimos meses nós perdemos 15 policiais efetivos que não foram repostos. Então o que é que se faz? A cidade cresce, população cresce e o efetivo policial diminui e não é reposto, mas precisamos buscar uma solução. Por exemplo: a UPS da região norte está lá porque o Núcleo da Acic, junto com a comunidade e as autoridades, mas principalmente com a ajuda dos empresários daquela região lutaram pela instalação. Senão ela não estaria. Então quando você tem um projeto legal que atenda os anseios da população ,que traga segurança para as pessoas até o setor privado pode contribuir, mas precisa ter um desenho, precisa ter objetivo e se buscar alternativas.
Confira a entrevista em vídeo.
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