“Cascavel tem um crescimento muito grande, maior que Curitiba”

A entrevista desta semana fala sobre “Construção Civil”, um setor que pouco foi afetado pela pandemia nesses últimos dois anos e meio. O Preto no Branco conversou com o Jadir Saraiva de Rezende, diretor da construtora Saraiva de Rezende, que falou sobre crise, crescimento do setor mesmo na pandemia, aumentos nos custos e projetos para o futuro.

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Preto no Branco – Diferente de outros setores a construção civil não parou durante a pandemia. Vários outros setores sofreram e muitos entraram com pedido de falência, demitiram ou diminuíram o número de funcionários. Com todo este cenário dá para comemorar o momento?

Jadir Saraiva de Rezende – Dá para se comemorar sim, graças a Deus. A construção civil gera muitos empregos. Nós estimamos que para cada funcionário que tem dentro da obra, tem mais quatro fora trabalhando para mandar o material. Então é uma cadeia muito grande de empregos e graças a Deus os políticos que estão aí, deixaram de lado a construção civil e nós pudemos trabalhar à vontade, geramos muito emprego e vamos continuar gerando ainda muito emprego. Então esta estabilidade na construção civil foi muito boa para a população e para o Brasil.

PB – Mudou o perfil das pessoas que estão investindo no setor?

Jadir – O pessoal percebeu que poderia mudar a qualidade de vida nesse momento da pandemia. As pessoas viram que podiam morar num apartamento, numa casa um pouco melhor e todos acreditam que subiram um degrau mudando de apartamento, mudando de casa ou mudando de condomínio. Então foi muito interessante para a construção civil, porque a força motriz, essa troca de imóvel, essa demanda foi crescendo. Aquelas pessoas que tinham uma poupança guardada, um recurso que não estava sendo utilizado, aproveitaram para aplicar e melhorar a qualidade de vida delas, mesmo na pandemia.

PB – É nítido que o setor é um dos que mais cresce em Cascavel. É só andar pela Avenida Brasil e algumas ruas mais próximas do centro para perceber a grande quantidade de prédios que estão sendo construídos. Esse aquecimento no setor deve continuar?

Jadir – Cascavel tem um crescimento muito grande, maior que Curitiba. O crescimento de Cascavel é, se não me engano, 1.7 por cento ao ano. É um crescimento muito bom. Com todas essas construções que a gente vê no dia a dia é porque o setor está aquecido e deve continuar assim. As pessoas continuam com essa visão de que pode melhorar a qualidade de vida e perceberam que podem ter uma casa melhor para morar.

PB – Vivemos numa região essencialmente agrícola com pequenos, médios, grandes produtores e grandes cooperativas. Agronegócio e construção civil são dois setores que giram a roda da economia, mas dependem um do outro? Ou seja, se a colheita for boa os investimentos na construção civil também aumentam?

Jadir – Não é tão grande a dependência, mas existe sim e é importante que todos vão bem né? Infelizmente nós tivemos essa seca aí no final do ano passado e judiou muito da agricultura, mas agora neste momento o clima está ajudando e eu acredito que vai ser recorde de colheita da safrinha de milho e vai ser fantástico para todos se Deus quiser.

PB – Durante esses dois anos e meio a construção civil não parou, mas em compensação houve um aumento no custo do material de construção. Como o setor conseguiu superar esse obstáculo e continuar investindo e gerando empregos?

Jadir – No início da pandemia houve uma crise no setor de material de construção com a falta de produtos, o preço alto, a falta de pessoal, houve muita especulação e a gente fica triste com isso. O aço que a gente pagava R$ 3,50 R$ 4 o quilo antes da pandemia, chegamos a pagar R$ 11 na pandemia e na construção não pode faltar material na obra, pois para o serviço, atrasa a entrega e gera muitos outros problemas. O aço agora voltou aos preços, digamos normais. Hoje nós estamos comprando a quase R$ 5 o quilo. O que sentimos é que, como o preço do aço está se acomodando, o do tijolo que estava com preço defasado, também deve se acomodar. O preço do milheiro deu um salto de R$ 550/600 no início da pandemia para R$ 1.100/1.200, e agora com a estabilidade deve voltar a patamares mais acessíveis.

PB – E as linhas de crédito, para investimento na compra de terrenos, casas ou apartamentos, são acessíveis?

Jadir – Temos ai facilidade para aquisição de terrenos, com os bancos oferecendo financiamentos em até é 30 anos para pagar, com taxas boas. Mesmo com a Taxa Selic, que está aí a 11.75% ao ano, no banco se consegue a cerca de 9% ao ano. Os bancos estão pensando a longo prazo 10, 20, 30 anos, então tem linhas interessantíssimas para financiamentos. A construção civil é um bom investimento para quem tem um dinheirinho aí sobrando, como também a compra do apartamento por exemplo, na planta, onde temos uma lucratividade interessante, já que a partir do momento que o imóvel fica pronto já valoriza. É isso que está acontecendo. No lançamento, ele valoriza acima da Selic é de 11% ou 12% ao ano.

PB – Extensão da Avenida Brasil vai puxar os investimentos para a região oeste da cidade?

Jadir – A extensão da Avenida Brasil até o Contorno Oeste, vai abrir um novo leque de opções para aquele lado da cidade. A gente vai de um lado ao outro da cidade sem necessitar passar pelas rodovias. Tem uma área grande ali, são muitos alqueires para investimento e eu acredito que a cidade vai puxar para lá.

PB – Como estão os projetos da empresa para novos empreendimentos?

Jadir – A construtora nasceu em 1997 e esse ano vai completar 25 anos, estamos animados com perspectiva de novos projetos. Temos duas obras em execução aqui em Cascavel e com mais duas em fase de lançamento. Estamos trabalhando também em Campo Grande no Mato Grosso do Sul, com uma obra grande e já pensando em projetos para cidades maiores. Cascavel é uma cidade que cresce assustadoramente rápido, é uma coisa maluca e todo bom produto tem espaço em qualquer lugar, seja em São Paulo, Curitiba onde for. Se fizer um bom produto melhor do que já tem, ele tem espaço com certeza. Temos que trabalhar, o trabalho é uma benção de Deus.

PB – No setor político que você acha que pode acontecer daqui para frente?

Jadir – Sou uma pessoa otimista e parece que é o melhor momento que estamos vivendo na política. Está melhorando muito, muitos deputados estão saindo dos seus partidos e estão indo para apoiar o Bolsonaro que já tem o maior partido do Brasil. Então está se fortalecendo essa área de produção, de crescimento e de seriedade nas coisas. Então estou muito contente com isso.

PB – Medidas tomadas por este e outros governos auxiliaram no crescimento da Construção Civil?

Jadir – Não, na verdade a construção civil, nos últimos governos pelo que me lembro, não implantaram medidas que influenciaram diretamente no setor. O que esperamos dos governos é que não atrapalhe. Muita coisa está indo bem então é só não atrapalhar que está ótimo, deixe a gente trabalhar.

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