Agricultor é preso em flagrante por feminicídio após matar esposa a pauladas em Quedas do Iguaçu

As polícias Civil e Militar do Paraná prenderam em flagrante um agricultor de 50 anos acusado de assassinar sua esposa, S. A. S. S., de 41 anos, estudante de enfermagem, a pauladas. O crime ocorreu na manhã da última sexta-feira(06), na residência do casal, localizada na área rural de Quedas do Iguaçu, na Linha Novo Horizonte. Casados há 22 anos, o agricultor teria matado a mulher entre 8h30 e 9h20.

Inicialmente, o homem acionou o SAMU e a Polícia Militar, alegando que a residência havia sido alvo de um assalto, no qual dois homens encapuzados teriam matado sua esposa, levando apenas um celular, R$ 700 e uma arma de pressão. No entanto, ao chegar ao local, as equipes da Polícia Civil e Militar encontraram diversas contradições no relato do agricultor. Ele apresentava-se ileso, enquanto a mulher havia sofrido extrema violência, com afundamento craniano e desfiguração do rosto, causados por dezenas de golpes de tábua.

Questionado sobre as inconsistências, o suspeito ofereceu explicações evasivas, ora mencionando dívidas com agiotas, ora atribuindo o crime a um sobrinho, vizinho da propriedade. Ambas as hipóteses foram descartadas após investigações. Ele também admitiu ter lavado as mãos após encontrar a esposa morta, o que levantou suspeitas de alteração da cena do crime. Marcas de sangue espirradas em sua camiseta e uma esponja suja de sangue foram encontradas, sugerindo que ele estava próximo à vítima no momento da morte, em desacordo com sua versão de que estaria no chiqueiro da propriedade durante o suposto assalto.

Além disso, o corpo do agricultor apresentava arranhões, indicando que a esposa tentou se defender antes de morrer. Durante a investigação, a polícia encontrou o notebook da vítima com o WhatsApp espelhado, revelando que S. mantinha um relacionamento extraconjugal. A descoberta dessa relação pelo marido, na manhã do crime, pode ter sido o estopim do feminicídio.

O homem com quem S. se relacionava foi à delegacia espontaneamente após rumores sobre o crime e confirmou que a vítima parou de responder às suas mensagens no horário aproximado do assassinato. Outro ponto que contrariou o relato do agricultor foi o fato de o celular da vítima, supostamente roubado, ainda estar próximo à residência, conectado ao Wi-Fi, sem sinais de ter sido levado pelos supostos assaltantes.

Com base nas evidências, o agricultor foi preso por homicídio qualificado, feminicídio e fraude processual. Ele permaneceu em silêncio durante o interrogatório. A perícia e o Instituto Médico-Legal estiveram no local, e a prisão em flagrante foi homologada pela Justiça, que decretou sua prisão preventiva devido à gravidade do crime e às provas coletadas.