Agentes denunciam: PEC é comandada pelo PCC

Penitenciária Estadual de Cascavel já foi palco de duas grandes rebeliões.

Três anos após a segunda rebelião da PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel), a reportagem do Preto no Branco recebeu a denúncia de alguns agentes penitenciários que atuam na unidade prisional relatando o domínio da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) na Penitenciária.

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Conforme os agentes, que por questões de segurança preferem manter o anonimato, os presos falam ‘aos quatro cantos’ que ‘O PCC manda na PEC’. “Desde que eu assumi como agente na PEC, há mais de 10 anos, tento evitar ao máximo o avanço da criminalidade lá dentro. Infelizmente, isso não está sendo possível”, comenta um dos servidores.

Segundo ele, já foi repreendido várias vezes pela direção. “Não posso afirmar que há conivência, não posso dizer que a direção está do lado dos presos, mas o que tenho visto é uma frouxidão para com as normas que aprendi aqui dentro. Preso tem que obedecer, não pode enfrentar agentes”.

Outro servidor comenta inclusive o caso de um colega que, ao repreender um preso, foi ridicularizado. “O agente estava passando no corredor com uma 12 e um dos detentos chamados de confiança olhou diretamente nos olhos com ar de deboche. O meu colega pediu pra ele abaixar a cabeça e ele riu e disse que ali dentro quem comanda tudo é o PCC”.

Questionados em relação ao comportamento dos detentos durante a pandemia, quando visitas físicas foram suspensas, o agentes foram unânimes em dizer que pouca coisa mudou. “Eles gritam, quando são repreendidos, que enquanto o PCC comandar a cadeia ela não vai virar. E eu acredito que pode ser realmente isso que faz com que os ânimos estejam mais calmos na unidade”, cita um deles.

Outro ponto citado por eles seria a ‘mordomia’ que alguns detentos – os chamados “chefões” lá dentro, possuem. “Mesmo com todos os problemas que a unidade tem, com o excesso de presos, uns têm mais vantagens que outros. As sacolas são mais recheadas, eles conseguem drogas, cigarros. Isso não é permitido, a lei não permite isso, mas existe conivência e entra com a maior facilidade”.

O Depen

A reportagem do Preto no Branco entrou em contato com a assessoria de imprensa do Depen (Departamento Penitenciário do Estado) em Curitiba questionando a denúncia dos agentes.

Em nota o Departamento disse que até o momento não recebeu nenhuma denúncia formal a respeito dos fatos descritos.

“Caso isso ocorra, a denúncia será devidamente apurada pelo órgão”.

O Preto no Branco questionou ainda qual seria a capacidade e a lotação atual da unidade e, segundo a assessoria, informações sobre lotação não são divulgadas, por motivo de segurança. “No entanto, esclarecemos que a penitenciária não se encontra superlotada”.

Outro ponto indagado pela reportagem é como está a entrega das chamadas ‘sacolas’ e as visitas na PEC. Segundo o Depen, em relação à alimentação (sacolas) entregue aos presos, existe uma portaria do Depen que descreve as regras a serem adotadas para a ação.

“Ela está sendo obedecida conforme as diretrizes estabelecidas, considerando os cuidados para evitar a proliferação da Covid-19”.

Sobre as visitas, a assessoria informou que elas estão ocorrendo de forma virtual, conforme determina portaria do Depen, desde o início da pandemia.

Crime na cadeia

Na quarta-feira (02) a Denarc (Divisão Estadual de Narcóticos) realizou uma operação cumprindo mandados de prisão em Cascavel e em Curitiba. Dentre os mandados dois foram dentro da PEC (Penitenciária Estadual de Cascavel).

Segundo a Polícia Civil lá, de dentro da unidade, presos articulavam ações da quadrilha em outros pontos da cidade e da região. 

Com relação a ação, o Preto no Branco conversou com um dos agentes que denunciou a ação do PCC na penitenciária. Segundo ele, celular é algo comum.

“Assim como em qualquer órgão, seja ele público ou privado, na PEC também existem funcionários corruptos. Eles acabam deixando passar ilícitos e, em raríssimas vistorias – que por conta da pandemia e da superlotação da unidade não são rotina, é muito fácil esconder um telefone celular”.

Em nota à imprensa, o Depen (Departamento Penitenciário do Paraná) disse que colaborou com a polícia no cumprimento dos mandados, mas que nenhum aparelho de celular foi encontrado.

Fonte: Fonte não encontrada

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