A Câmara dos Deputados instalou nesta quarta-feira (17) a CPI do MST com oposicionistas no comando, visando investigar supostas irregularidades no Movimento dos Sem Terra. O tenente-coronel Luciano Zucco (Republicanos-RS) foi eleito presidente da Comissão, enquanto Kim Kataguiri (União-SP), Delegado Fábio Costa (PP-AL) e Evair de Mello (PP-ES) ocuparam as vice-presidências. A relatoria ficou a cargo de Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo de Jair Bolsonaro.
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A nomeação de Salles causou protestos entre governistas, com Sâmia Bomfim (PSOL-SP) argumentando que ele deveria ser considerado suspeito devido a investigações relacionadas a crimes ambientais e sua proximidade com empresários que se opõem ao MST. O pedido de impedimento do ex-ministro, feito por Bomfim, foi negado por Zucco. Durante as acusações da governista, Salles permaneceu sorrindo.
O PT indicou oito deputados para enfrentar a bancada ruralista e a oposição na CPI do MST. Entre os indicados está a própria presidente do partido, Gleisi Hoffmann. Líder do partido na Câmara, Zeca Dirceu, afirmou que o governo Lula não teme os trabalhos da comissão e que ela servirá de vitrine para os sem-terra.
Preocupação
Desde o anúncio feito pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a CPI do MST despertou preocupação tanto no governo quanto nos parlamentares do Partido dos Trabalhadores. O receio de possíveis desgastes aumentou com a escolha de Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente, como relator e o Coronel Zucco ocupar a presidência da comissão.
As invasões realizadas pelo MST durante o “abril vermelho”, que incluíram a ocupação de uma área da Embrapa em Pernambuco, causaram insatisfação no Palácio do Planalto. O principal temor reside na possibilidade de o relator criar uma narrativa para criminalizar o movimento. As ocupações recentes do MST têm gerado uma mobilização negativa contra o governo Lula nas redes sociais.
Por outro lado, os sem-terra tentaram recorrer à Justiça para impedir a instauração da CPI, alegando falta de objeto específico. Argumentaram que o requerimento solicita a investigação do próprio movimento, e não de uma ação específica praticada por ele.
Fonte: O Gloo
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