Qual a análise da sabatina de Ciro Gomes no Jornal Nacional? Foi bem, foi mal?

Ciro Gomes e os jornalistas Willian Bonner e Renata Vasconcellos, no Jornal Nacional | Foto: Reprodução TV Globo

Realizada nesta terça-feira (23), a sabatina com Ciro Gomes (PDT) no JN elevou a audiência do Jornal Nacional na comparação com a terça anterior (16) na Grande São Paulo, mas ficou abaixo do patamar alcançado na véspera pela entrevista com Jair Bolsonaro (PL).

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Na entrevista, conduzida pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, Ciro Gomes voltou a prometer que não tentará a reeleição à presidência caso saia vitorioso da corrida eleitoral deste ano. Ciro defendeu a adoção de um “plebiscito programático” para solucionar problemas políticos como a falta de apoio no Congresso. “É uma tentativa de liberar o Brasil de uma crise que corrompeu a Presidência.”

Para ele, é preciso “denunciar” as ações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL). Nos 40 minutos de entrevista, Ciro criticou ambas as gestões presidenciais.

Ele também prometeu criar uma “lei antiganância”, por meio da qual o cidadão que pagar o equivalente a duas vezes sua dívida teria seu débito saldado.

Também afirmou que pretende taxar grandes fortunas para custear “a sobrevivência digna” dos mais pobres. O modelo seria custeado a partir da tributação de pessoas com patrimônios superiores a R$ 20 milhões.

A TV Globo publicou a conversa com Ciro Gomes na íntegra no site do JN: assista aqui.

Ciro Gomes no Jornal Nacional
| Foto: Reprodução TV Globo

Aliados vibrantes

A participação do candidato a presidente Ciro Gomes no Jornal Nacional foi recebida com euforia por sua equipe de campanha.

O ex-ministro chegou a figurar no primeiro lugar mundial dos temas mais comentados no Twitter, com quase 170 mil tuítes.

Com 7% na última pesquisa Datafolha, o candidato conta com o início da campanha de TV para subir nas pesquisas e ter chance de chegar ao segundo turno.

O pedetista aposta em propostas chamativas, como a ideia de estabelecer uma renda mínima de R$ 1.000 e a taxação das grandes fortunas.

A análise dos articulistas

Assim como ontem, após a entrevista de Jair Bolsonaro, o Preto no Branco reuniu os comentários de articulistas que acompanham o dia a dia da política nacional. Confira:

Carlos Andreazza (O Globo): “Ciro não governa faz tempo. Isso dava imprevisibilidade à entrevista. Na prática, isso (também) fez a diferença. A favor. A grande vantagem de não ter um governo para defender; o que, somado ao tom com que navegou, levaria o barco tranquilamente até o cais. Teve a vantagem, mas não era banal que a explorasse bem. Explorou.”

Claudio Dantas (O Antagonista): “Ciro Gomes se saiu muito bem na sabatina do Jornal Nacional, onde foi tratado por William Bonner e Renata Vasconcellos com a simpatia de um programa matinal de auditório. O pedetista é um craque na retórica e teve a oportunidade de ostentá-la em horário nobre, envelopando uma série de propostas populistas — a maioria já conhecida do grande público.”

Vera Magalhães (O Globo): “Ciro humilde pedindo uma chance pro eleitor. Se saiu bem e ainda pediu perdão pelos poucos segundos que estourou. Não podia ter sido melhor, dentro da realidade dele, essa performance. Resta saber se num cenário tão cristalizado isso rende voto.”

Bernardo Mello Franco (CBN): “Ciro foi ao JN com dois objetivos claros: suavizar a própria imagem e divulgar sua campanha nas redes. O primeiro objetivo foi alcançado: o público assistiu a 40 minutos de Cirinho Paz e Amor. Resta saber se o seu horário eleitoral paralelo vai dar ibope.”

Miriam Leitão (O Globo): “O candidato do PDT, Ciro Gomes, aproveitou bem os 40 minutos do Jornal Nacional, sendo propositivo, gentil e pedindo votos no final, com humildade. A grande questão com Ciro Gomes é o excesso. Ele promete mudar tudo ao mesmo tempo, como se os complexos problemas brasileiros fossem simples.”

Tony Goes (Folha): “Relaxado, seguro e até simpático, o candidato ofereceu um contraste total com Bolsonaro, que exalava tensão e foi ríspido diversas vezes. O clima foi muito mais ameno do que o da noite anterior, até porque não há muito o que se cobrar de Ciro.”

Merval Pereira (O Globo): “Ciro aproveitou bem os 40 minutos de exposição do JN para se mostrar uma alternativa viável à polarização Lula x Bolsonaro. Pode ter entrado na cogitação de muitos indecisos. A campanha pela televisão pode melhorar sua situação.”

Robson Bonin (Veja): “Diferentemente de Jair Bolsonaro, que falou pouco e ouviu perguntas longas, Gomes teve tempo e conseguiu usar muito bem o espaço para vender algumas de suas propostas. Bateu bastante em algo importante nesta eleição: o drama da fome. O linguajar prolixo, marcado por jargões e a fala rápida atrapalharam, mas ele marcou posição em questões interessantes ao eleitorado.”

Ana Flávia Pilar (O Globo): “As buscas pelas palavras “difíceis” usadas pelo candidato Ciro Gomes (PDT) durante entrevista no Jornal Nacional aumentaram repentinamente momentos após as falas do candidato. Foi o caso de termos incomuns como “vassalagem”, que Ciro usou para descrever a sua relação de subordinação ao povo brasileiro, e “enforcement”, tratada como sinônimo de “fazer a lei pegar”.”

Rafael Cortez (Estadão): “A sabatina do pedetista no Jornal Nacional de saída mostrou a particularidade do discurso pedetista vis a vis os demais postulantes: a centralidade assumida pelo discurso programático no apelo ao eleitorado. Quando questionado sobre o desafio da união do país em um cenário de radicalização da elite, Ciro destacou o peso do projeto para o unir o Brasil.”

Ciro Gomes
| Foto: Reprodução TV Globo

Entrevistas continuam

Bolsonaro foi o primeiro a ser entrevistado pelo Jornal Nacional, entre os candidatos mais bem colocados postulantes à Presidência da República.

Ao longo da semana, ainda serão recebidos os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva, do PT (25, quinta) e Simone Tebet, do PMDB (26, sexta).

Debate no domingo

Os devem se encontrar também no domingo (28), no debate do pool que reúne TV Bandeirantes, Folha, UOL e TV Cultura. A expectativa é que a audiência seja semelhante, ou até maior, somando-se a ampliação da transmissão no mundo digital.

 

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