Alécio Espinola: “2019 foi um ano sem escândalo e sem corrupção na Câmara. Esse é o ritmo para 2020”

Alécio Espínola, presidente da Câmara de Cascavel. Foto: Jadir Zimmermann

Líder comunitário, jornalista e radialista, Alécio Espinola (PSC) foi eleito vereador de Cascavel em 2016, somando 1.635 votos. A sua ligação próxima com o prefeito Leonaldo Paranhos logo o levou à condição de líder do governo na Câmara. O trabalho na liderança consolidou seu nome para a presidência da Casa no biênio 2019-20, sendo eleito por unanimidade. Nesta entrevista ele fala um pouco da sua trajetória política, dos desafios da presidência da Câmara e do futuro político.

PRETO NO BRANCO: O novo ano legislativo começou na última segunda-feira. Qual a perspectiva para este que é o último ano da atual legislatura?

ALÉCIO ESPINOLA: A expectativa é a mesma de 2019, quando assumi a presidência. Finalizar 2020 com a Câmara sem escândalo e sem corrupção. Vivemos um novo tempo. Tempo de servirmos à sociedade com responsabilidade. O ano 2020, apesar de ser um ano eleitoral, teremos um foco muito grande nas políticas públicas para o desenvolvimento de Cascavel. Ano passado teve uma produção muito grande e 2020 não pode ser diferente. 

PB – O senhor falou que 2019 foi um ano sem escândalos, mas, nem por isso deixou de ser turbulento, inclusive com a cassação de um vereador. A primeira cassação da história de Cascavel. Como estão as coisas hoje? Mais calmas?

ALÉCIO – O ano passado tivemos a cassação de um vereador, cujo processo começou no ano anterior. Foi cassado inclusive com o voto deste presidente, mostrando toda a transparência. Fizemos o dever de casa e de lá pra cá tivemos uma Câmara extremamente tranquila. A briga, o debate no parlamento, faz parte. Precisa ter esse debate acirrado em torno dos projetos. Não podemos dar mal exemplo. Nós temos dado um excelente exemplo. Devolvemos no final do ano 8 milhões e 800 mil reais para a prefeitura, fruto da economia e da transparência.

PB – O senhor destaca que devolveu mais de 8 milhões para a prefeitura. Na gestão passada da Câmara se falou muito da necessidade de construção de um anexo no prédio da Câmara, para o setor administrativo. Os recursos devolvidos poderiam ter sido usados para essa obra. Esse projeto foi descartado?

ALÉCIO – Enquanto eu for presidente da Câmara eu não vou construir anexo. Nós temos um prédio novo, construído em 2000, onde todos estão trabalhando tranquilamente. Aliás, eu proibi aqui na Câmara comprar mesas grandes, enormes. São só mesas pequenas e eficientes para o trabalho. Eu acredito que não há necessidade de gastar 3, 4, 5 milhões num prédio anexo. Com esse dinheiro fazemos um posto de saúde, um CMEI. E foi isso que fizemos, devolvendo o dinheiro no ano passado. E isso só foi possível por que a grande maioria dos vereadores votou favoravelmente em plenário pela devolução. 

PB – O valor devolvido no ano passado representou em torno de 32% do orçamento da Câmara. Essa economicidade registrada em 2019 vai se repetir agora em 2020? 

ALÉCIO – O orçamento do prédio anexo é previsto para os 4 anos. Então esse ano novamente faremos a lei para devolver 3 milhões e meio que está no orçamento para o anexo. Vamos continuar sim com a eficiência, transparência e zelo com o dinheiro público. Temos uma cidade que está crescendo numa velocidade incrível. Temos um Executivo preocupado com o desenvolvimento de Cascavel e nós não podemos atrapalhar com esse desenvolvimento. Nós temos que colaborar com isso.

PB – Um dos temas que deve entrar na pauta no decorrer deste ano é a reforma tributária do Município de Cascavel. Isso já está andando? Quando deve entrar nas discussões aqui no Legislativo?

ALÉCIO – Até agora não recebemos nada. Creio que neste mês de fevereiro deva vir para a discussão esse grande debate que vai tomar boa parte do nosso tempo e da pauta da Câmara. Creio que logo após o Show Rural inicie esta discussão.

PB – Por duas oportunidades o senhor assumiu o comando do Poder Executivo, a última agora no mês de janeiro. Como tem sido essa experiência?

ALÉCIO – É algo muito forte na minha vida. Me preparei para disputar uma eleição. Disputei em 2012, me faltaram 20 votos. Em 2016 disputei novamente e me elegi. Mas, nunca imaginava ser presidente desta Casa e muito menos prefeito da cidade. Assumi já duas vezes, que somam 30 dias. É uma cidade que eu amo e escolhi para viver e eu precisava dar uma resposta positiva. É uma experiência totalmente diferente, pois o Executivo demanda muito mais, te carrega muito mais. São muitas as necessidades, os problemas do município, mas fizemos tudo com muita responsabilidade e dedicação.

PB – Agora especificamente sobre eleições. O senhor cumpre seu primeiro mandato de vereador, mas seguidamente faz as vezes de vice-prefeito em função do afastamento do Jorge Lange. Isso abre a perspectiva de Alécio eventualmente ser candidato a vice-prefeito em outubro?

ALÉCIO – Vou dizer o que falei há alguns anos, quando disputei a presidência do meu bairro. O que eu queria era cuidar das ruas do bairro, que não tinham asfalto, e fazer uma limpeza geral no bairro. Conseguimos isso e agradeço sempre ao prefeito Lísias, que levou o asfalto para terminar as ruas do Paulo Godoy. Eu dei sequência na Associação de Moradores, até que um dia um irmão meu que me incentivou a disputar uma eleição. Disputei a eleição de 2012. Perdi a eleição e, depois, em 2016, me elegi e logo fui convidado pelo prefeito Paranhos para ser o líder do governo. Foi um grande desafio, mas foi muito interessante, pois enquanto líder eu exercia a paciência, exercia amizade. Mesmo um vereador criticando o prefeito, criticando a base, eu tinha condições de dialogar. Isso me preparou, eu gosto disso, e me levou à presidência da Casa com o voto dos 20 vereadores. Aquilo que me dão, eu faço com zelo e responsabilidade. O futuro, a Deus pertence. Eu tenho procurado a cada dia, me preparar, ouvir o que a população precisa e ser um político correto e decente. 

PB – Como o seu partido, o PSC, está se preparando para as eleições? Uma vez que este ano não poderá mais ter coligações para vereador.

ALÉCIO – Vereadores do PSC sou eu, o vereador Misael e o vereador Carlinhos. Vamos discutir com o prefeito Paranhos, vamos ter a nossa chapa. Os vereadores aqui da Casa eu já convidei todos para participar do PSC. Nosso sonho é fazer uma chapa grande e eleger o maior número possível de vereadores. Claro, agora temos que sentar com o vereador Misael e o vereador Carlinhos pra ver se concordam para nós fazermos esse grande partido para disputar as eleições.

PB – Na condição de líder político, presidente do Poder Legislativo, na sua opinião, qual será o principal tema que será levado ao debate eleitoral que se aproxima? 

ALÉCIO – Penso que temos muitos assuntos para debater. Uma grande discussão seria o Trevo Cataratas se até lá as obras não estiverem em andamento as obras que vêm sendo ditas pelo prefeito Paranhos e pelo governador. Outro tema importante que virá ao debate é o grande crescimento da cidade e a necessidade que temos todos os dias de termos mais indústrias para gerar novos empregos e renda, para termos uma cidade consolidada.

Veja a entrevista em vídeo:

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