Conheça Jocimar Silva, o primeiro chanceler das Artes do Paraná

O título de “chanceler” concedido pela Sociedade Brasileira de Artes é uma distinção honorífica que reconhece indivíduos por suas contribuições notáveis às artes e à cultura no Brasil. Embora o termo “chanceler” seja tradicionalmente associado ao Ministro das Relações Exteriores no contexto diplomático, nesse contexto específico, ele simboliza uma posição de destaque e liderança no cenário artístico nacional. Trata-se de uma honraria reservada a um grupo seleto de personalidades que se destacaram significativamente em suas áreas de atuação artística e em Cascavel vive o primeiro paranaense a receber o título: conheça Jocimar Silva, o primeiro chanceler reconhecido pela SBA no Paraná. Ele também é comendador, chanceler internacional, Imortal da Paz, Doutor Honoris Causa, professor de canto, maestro e formador de talentos. 

Preto no Branco: Uma história não se conta em poucas linhas, ainda mais como a sua que viajou o mundo para se apresentar ou aprender. Mas como você definiria sua trajetória na música em poucas palavras?

Jocimar Silva: Uma travessia feita de fé, paixão e persistência. A música me encontrou, me curou e me conduziu. É o chão onde piso e o ar que respiro.

Preto no Branco: Você é um chanceler, quase uma ordem máxima no setor. Como isso foi possível?

Jocimar Silva: Foi possível porque eu nunca parei de acreditar no que faço. Nunca fiz esperando aplausos ou títulos. Quando você faz com verdade, o reconhecimento vem — às vezes de onde você menos espera.

Preto no Branco: Você já foi regido, já regeu, já foi premiado… Em 2025, o que ainda lhe tira o fôlego na música?

Jocimar Silva: Ver alguém se descobrir através da própria voz ainda me emociona como se fosse a primeira vez. Ver gente simples se transformando pela música… isso me tira o chão.

Preto no Branco: Lá em 1990, um “mocinho” foi salvo por um maestro. Se encontrasse aquele Jocimar de 13 anos hoje, o que diria a ele no mesmo local aonde foi “descoberto” para a música?

Jocimar Silva: Eu o abraçaria bem forte e diria: “Vai doer às vezes, mas vai valer a pena. Você vai cantar para muita gente, mas nunca se esqueça do primeiro palco: o seu coração.”

Preto no Branco: De todos os corais e grupos que você formou, qual foi aquele que mais te desafia até hoje — e por quê?

Jocimar Silva: Todos me desafiam de formas diferentes. Mas o Elas Cantam é especial — são histórias de vida cantando juntas. A sensibilidade desse grupo me obriga a ser mais humano do que maestro.

Preto no Branco: Você é pioneiro, inovador. Tem uma intensa vida acadêmica e de dedicação aos estudos. Foi criador do I Tre Amici, os três tenores do oeste, treinou algumas das vozes mais belas do Brasil, comanda a Noite de Gala em Cascavel, já disse ter um sonho de fazer uma ópera no município. Como é possível colocar isso tudo em prática?

Jocimar Silva: É possível porque eu não carrego tudo sozinho. Tem muita gente boa comigo. E quando você ama o que faz, você dá um jeito. Deus sempre abre uma porta quando a causa é boa.

Preto no Branco: Você foi o primeiro paranaense a receber a faixa de chanceler pela Sociedade Brasileira de Artes. O que esse título mudou no modo como os outros te veem e como você se vê?

Jocimar Silva: As pessoas passaram a me ver com mais respeito. Mas eu continuo sendo o mesmo: o professor que pega no pé, que se emociona com um agudo bem colocado, que ama ver o outro crescer.

Preto no Branco: Você sempre fala sobre técnica, disciplina e paixão. Em tempos de inteligência artificial até na música, qual dessas três continua sendo insubstituível?

Jocimar Silva: Paixão, sem dúvida. A máquina pode afinar, pode até imitar… mas não sente. E é no sentir que mora a música de verdade.

Preto no Branco: Já montou corais em igrejas, escolas, usinas e até operetas. Em 2025, seu maior sonho musical é montar o quê — e com quem?

Jocimar Silva: Quero realizar o sonho da ópera em Cascavel. Com talentos daqui, pessoas que vi nascer musicalmente. Seria um presente para a cidade e para mim.

Preto no Branco: Como é lidar com o desafio de ensinar arte e sensibilidade em tempos tão acelerados e barulhentos? A música ainda é refúgio?

Jocimar Silva: Sempre será. Mesmo num mundo barulhento, a música nos ensina a escutar. E mais que isso: ensina a sentir. Ainda é o melhor lugar para se esconder e, ao mesmo tempo, se encontrar.

Preto no Branco: Qual é o segredo para formar artistas com asas sem perder as raízes?

Jocimar Silva: Ensinar que a técnica é a ponte, mas a essência está nas origens. Eu mostro pra eles que podem voar o mundo inteiro — mas nunca devem esquecer de onde veio o primeiro aplauso.

Preto no Branco: Por fim: se a vida fosse uma ópera, em qual ato você está — e qual seria o nome da sua ária favorita nesse momento?

Jocimar Silva: Acho que estou no terceiro ato, mas com fôlego de primeiro. E a ária seria algo como “Cantarei até o fim”. Porque enquanto tiver voz — minha ou dos meus alunos — eu estarei no palco da vida.

 

Fonte: Fonte não encontrada

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *