Com 351 casos confirmados de coronavírus em Cascavel até esta quinta-feira (29) e aumentando a cada dia, a previsão para a liberação total do isolamento social no município parece cada dia mais distante. Pelas redes sociais, há alguns dias, o prefeito Leonaldo Paranhos citou inclusive a possibilidade de fechar o comércio novamente o que gerou muitos comentários e medo nos comerciantes que há meses veem o prejuízo bater à porta.
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Com restrições há mais de 60 dias, principalmente nos locais onde há maior concentração de pessoas e ainda, os estabelecimentos que trabalham também a noite, estão precisando realmente ‘se virar nos 30’ para pagar as contas. Dentre eles um destaque especial aos restaurantes que, além de precisar reduzir a capacidade pela metade, viu os custos aumentarem e o número de clientes diminuir.
A proprietária de um restaurante, Cláudia Olynik, disse que no dia em que o prefeito decretou o fechamento do comércio, em março, o pânico foi total. “Pensamos: o que vamos fazer? Compromissos a honrar, despesas, funcionários. Passado um pouco, paramos para pensar e as ideias foram clareando”.
Segundo ela, o restaurante faz acompanhamento de dieta prescritas por nutricionistas de alguns clientes, a maioria por prescrição médica, e isso com certeza não mudaria, mas não era suficiente. “Foi aí que começamos a nos reinventar. Como temos uma relação de amizade com os clientes e a grande maioria deles estão conosco há 20 anos, fui para o WhatsApp começamos a oferecer o serviço delivery, abrindo mão da cobrança de taxas de entrega. E não é que deu certo. Graças à Deus. Hoje temos boa parte da clientela antiga e alguns novos”.
E é o delivery das marmitas que também tem salvado o restaurante da Maria Leoni Pereira. De acordo com ela, com a redução no atendimento a 50% da capacidade, eles precisaram dispensar uma funcionária. “Como nosso ramo de trabalho é restaurante, decidimos focar mais nas marmitas. Nesse formato temos o delivery ou mesmo balcão, onde o cliente busca sua comida preparada com muito cuidado, como fizemos sempre”.
Maria cita também que o tradicional buffet continua funcionando. “Os clientes podem almoçar na praça de alimentação, como faziam antes. Porém adotamos todas as medidas necessárias para evitar a proliferação do coronavírus, como o distanciamento, a redução na capacidade de atendimento, o uso de álcool em gel, máscaras”.
Em outro estabelecimento, na área central de Cascavel, as sócias Samara Anzolin Cechin e Maria Jussara Antunes de Morais e viram o movimento despencar. “Ficamos 20 dias de portas fechadas, sem arrecadação e honrando integralmente fornecedores e colaboradores; e mesmo depois da retomada do comércio, o fluxo de clientes não chegou a 30%, o que não é suficiente para manter a empresa. Além disso, seguimos as normas para enfrentamento do covid-19, gerando novos investimentos, ou seja, mais gastos”, disse Samara.
De acordo com Jussara, para tentar sobreviver nesse período, as empresárias também aderiram ao delivery. “A princípio passamos por um processo de readequação, tendo que reduzir variedade e quantidade de produtos sem perder a qualidade em nosso buffet. Também contamos com a parceria da equipe de colaboradores, reorganizando folgas e suspendendo contratos com parte da equipe. Isso tudo, nos levando a adotar novas formas de atendimento, como o delivery e Ifood”.
Conveniências sofrem ainda mais
Se por um lado os restaurantes estão trabalhando com capacidade reduzida e enviando marmitas para minimizar os impactos da crise, as lojas de conveniências, que tem seu maior movimento à noite e nos finais de semana, amargam um prejuízo sem precedentes.
Algumas lojas tradicionais em Cascavel já fecharam as portas e, a falta de horizonte em quando poderão efetivamente voltar a trabalhar, aumentam a possibilidade disso se estender a outras.
O empresário Renato Agostinetto, proprietário de uma loja de conveniências em plena Avenida Brasil, cita que essa falta de perspectiva tem gerado uma preocupação muito maior. “Com a restrição de horário e dias de funcionamento meu movimento caiu 65%, já fizemos vários cortes de custo fixo, entre eles demissão de 90% do quadro de funcionários. O que mais nos traz preocupação é que as autoridades não sinalizam uma perspectiva de reabertura ou melhor flexibilização no horário de funcionamento, visto que para o comércio em geral o horário esta normalizado e para o pessoal que depende da noite ainda não tem prazo para normalização, com isso você não consegue nem criar um plano de retomada”.
Segundo ele, no seu setor, onde o público é circulante, a reinvenção é algo um pouco mais complicado. “Estamos investindo mais no delivery, mas a baixa procura e o custo elevado das plataformas de entrega não é muito rentável”.
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