Cascavel completa nesta quinta-feira, 14 de novembro, 73 anos de emancipação. Foi nessa data, em 1951, que o município foi criado pela lei estadual nº 790, desmembrando-se de Foz do Iguaçu.
De uma vila com apenas 404 habitantes em 1951, o município cresceu para uma metrópole vibrante com mais de 360 mil habitantes, consolidando-se como um dos maiores pólos econômicos do Paraná.
Mas, a história desta localidade começou a ser contada muito antes, ainda nos anos seguintes ao descobrimento do Brasil. Um tempo em que esta região era habitada pelos índios caingangues e que passou a ser ocupada por espanhóis com a fundação da Ciudad Real del Guairá.
Uma nova ocupação iniciou a partir de 1730, com o tropeirismo, mas o povoamento da área do atual município começou efetivamente no final da década de 1910, por colonos caboclos e descendentes de imigrantes eslavos, no auge do ciclo da erva-mate.
A vila começou a tomar formas em 28 de março de 1928, quando José Silvério de Oliveira, o Nhô Jeca, arrendou as terras do colono Antônio José Elias nas quais se encontrava a Encruzilhada dos Gomes, localizada no entroncamento de várias trilhas abertas por ervateiros, tropeiros e militares, onde montou seu armazém. Seu espírito empreendedor foi fundamental para a chegada de novas pessoas, que traziam ideias e investimentos.
Na década de 1930, com o ciclo da erva-mate já extinto, iniciou-se o ciclo da madeira, que atraiu grande número de famílias de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, em especial, colonos poloneses, alemães e italianos, que juntos formaram a base populacional da cidade.
Em 1934, foi criado o distrito policial de Cascavel. Posteriormente, instalou-se o distrito judiciário e o distrito administrativo, todos integrantes do município de Foz do Iguaçu.
A vila foi oficializada pela prefeitura de Foz do Iguaçu em 1936, já com a denominação de Cascavel. Entretanto, o prelado daquela cidade, monsenhor Guilherme Maria Thiletzek, rebatizou-a como Aparecida dos Portos, nome que não vingou entre a população.
Em 20 de outubro de 1938, já com a denominação definitiva de Cascavel, a localidade foi alçada à condição de sede de distrito administrativo, nos termos da Lei n.° 7.573.
A emancipação finalmente ocorreu em 14 de dezembro de 1951, juntamente com a cidade vizinha Toledo.
Encerrado o ciclo da madeira, no final da década de 1970, Cascavel iniciou a fase de industrialização da cidade, concomitantemente com o aumento da atividade agropecuária, notadamente soja e milho.
Cascavel possui uma topografia privilegiada, fato que facilitou seu desenvolvimento e permitiu a construção de ruas e avenidas largas e bairros bem distribuídos.
Hoje, Cascavel é conhecida como a Capital do Oeste Paranaense, por ser o pólo econômico da região e um dos maiores municípios do Paraná.
Transformações na paisagem
Com o avanço da urbanização, a cidade enfrenta desafios para equilibrar o crescimento econômico e a preservação ambiental. Cascavel conta com diversas áreas verdes, como o Lago Municipal no Parque Ecológico Paulo Gorski, a maior reserva ecológica urbana do sul do Brasil.
O crescimento acelerado trouxe mudanças significativas na paisagem urbana, com a transformação de áreas rurais em bairros e empreendimentos comerciais. A construção civil avançou com lançamentos específicos para diferentes perfis de moradores, impulsionando o mercado imobiliário e gerando empregos.
Prédios de até 40 andares reconfiguraram o cenário, revelando uma Cascavel moderna e preparada para novos desafios de uma metrópole em ascensão.
Educação como alicerce do futuro
Cascavel se consolida como um centro educacional, com instituições que atraem estudantes de toda a região, oferecendo formação em áreas como medicina, engenharia e tecnologia. Este pólo universitário promove a inovação e o empreendedorismo, fortalecendo a economia local e retendo talentos.
A expansão das universidades gerou um novo dinamismo econômico, com impacto direto no mercado imobiliário e na criação de comércios e serviços para atender à crescente demanda.
A trajetória de Cascavel é marcada pela perseverança e inovação, mas os desafios futuros requerem planejamento e responsabilidade compartilhada. Comemorar os 73 anos de história é também refletir sobre o que se espera para os próximos anos: uma cidade que acolha, cresce e inspira novas gerações.



Foto de Xico Tebaldi retrata o protesto dos agricultores com a política agrícola do governo federal, com um tratoraço na Avenida Brasil em julho de 1983.

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