A estratificação de dados que deu origem à proposta enviada ao Tribunal de Contas da União (TCU) que resultará no edital do lote 6 do pedágio no Paraná, o primeiro no novo modelo de concessões que vai a leilão envolvendo rodovias do oeste e sudoeste do estado, revela o raio-X de como será a formatação da concessão.
AS PRINCIPAIS NOTÍCIAS PELO WHATS: ENTRE NO GRUPO. TAMBÉM ESTAMOS NO TELEGRAM: ENTRE AQUI. SIGA-NOS NO GOOGLE NEWS
Segundo o ministro dos Transportes, Renan Filho, o edital deve ser publicado entre o fim deste semestre e início do próximo. O leilão na Bolsa de Valores ocorrerá em data ainda a ser definida, de outubro a dezembro deste ano.
O lote 6 terá 602 quilômetros, no modelo antigo do Anel de Integração eram pouco menos de 350 quilômetros. A nova estruturação terá 10 praças de pedágio, 7 na BR-277 e 3 na BR-163 sentido sudoeste (veja relação e valores abaixo).
A empresa ou consócio que vencer a licitação terá de fazer investimentos de R$ 12,9 bilhões, o maior entre todos os lotes, além de outros R$ 7,4 bilhões de custo operacional em um contrato de 30 anos.
O pedágio neste trecho vai envolver diretamente 31 municípios e a perspectiva, segundo documento do Ministério dos Transportes obtido pelo Preto no Branco, com um custo de R$ 0,16 por quilômetro rodado em pista simples e de R$ 0,23 nas duplicadas com degrau tarifário de 40%. As antigas praças serão responsáveis por 65% da receita da nova concessão enquanto as 3 novas os demais 35%.
BR-277 terá pistas duplas até Prudentópolis; edital prevê 445 km de duplicações totais
Entre os principais investimentos no trecho estão: 445 km de duplicações e 14 km de contornos e obras complementares. Haverá ainda 113 km de marginais, 127 novos dispositivos, interseções e interconexões, 41 passarelas para pedestres, 37 km de ciclovias, uma área de escape e 3 pontos de parada para caminhoneiros. Estas ampliações ficarão concentradas do 3º ao 9º ano do pedágio, ou seja, se o contrato for assinado em 2025, as obras de duplicação iniciam em 2028 e devem ser concluídos até 2034.O destaque vai para a BR-277 que terá pista dupla, no trecho em questão, de Foz do Iguaçu a Prudentópolis, considerando que de Foz a Matelândia a rodovia já está duplicada.
O que a concessionária fará nos dois primeiros anos?
Segundo estipulação da Agencia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o primeiro ano do contrato será apenas para adequar as rodovias, eliminar problemas que possam oferecer riscos ao tráfego e a recomposição de sinalização. Do 2º ao 5º ano será realizada a recomposição da rodovia, assim como a manutenção estruturada. Vale lembrar que no 4º ano iniciam as obras estruturantes mais pesadas, como duplicação.
Onde serão investidos os R$ 12,9 bi de capex
Do total de investimentos que a nova concessionária terá de fazer no chamado capex, R$ 290 milhões devem ser aplicados no 1º ano com obras iniciais; R$ 4,4 bilhões em manutenção aos longo dos 30 anos, R$ 790 milhões do 2º ao 5º ano em obras de recuperação e R$ 6,2 bilhões na expansão e melhoria da capacidade do 3º ao 9º ano.
Equipamentos e sistemas vão custar R$ 825 milhões, outros R$ 180 milhões vão para desapropriações e R$ 220 milhões para edificações de apoio.
Dos investimentos para custo operacional, a maior fatia vai para operação do contrato (R$ 2,3 bi) seguida pela conservação (R$ 2 bi).
As obras previstas para o lote 6
Dos 445 km de duplicação previstos no edital constam: a PR-277, PR-158, PR-280 no ano 3; duplicações da BR-163, BR-277, PR-280 no ano 4; duplicações da BR-277 PR-280, PR-483 Contorno de Marmeleiro e Contorno de Lindoeste no ano 5; duplicações da BR-277, PR-182, PR-280 no ano 6, duplicação da PR-277, PR-182, PR-483 e faixa adicional da BR-277 no ano 7; duplicação na BR-277, faixa adicional da BR-277 no ano 8 e duplicação da PR-277 e PR-182 no ano 9.
Nestas obras, o maior trecho em duplicação será o da BR-277 com 321,4 km fechando o cinturão Foz do Iguaçu (já duplicado até Matelândia) a Prudentópolis (pequenos trechos já duplicados no decorrer do caminho).
O segundo maior trecho a ser duplicado é o da PR-182, no sudoeste, com 69 km de pistas duplas.
A BR-277 vai ganhar 73,5 km de vias marginais de um total de 112 km previstos em edital. Em 38 km a BR-277 vai precisar passa por correção de traçados. A BR-163, no sentido oeste e sudoeste que vai integrar o lote 6 do pedágio contará com apenas 6,64 km de duplicações.
Duplicações ano a ano
No ano 3 da administração do novo pedágio, quando iniciam as obras de duplicação, estão previstos 33,9 km de pistas duplas. No ano 4 serão 73,8 km, outros 29,6 km no ano 5 que também contará com a construção de 13,7 km de contornos. No ano 6 serão mais 82,8 km de duplicações e 72,68 km no ano 7. No ano 8 serão 97,7 km de duplicações e 54,7 no ano 9.
Valores estimados do pedágio e onde ficarão as praças
Com exceção das 7 praças que já existiam na BR-277 de Foz do Iguaçu a Prudentópolis, o lote 6 contará com 3 novas praças: uma em Lindoeste, uma em Ampere e uma em pato Branco.
Os valores básicos das tarifas, que podem alterar de acordo com o desconto oferecido pela concessionária, serão na BR-277 de: R$ 14,33 em Prudentópolis; R$ 13,02 em Candói; R$ 12,96 em Laranjeiras do Sul; R$ 12,88 em Cascavel; R$ 12,93 em Céu Azul; R$ 14,85 em São Miguel do Iguaçu.
Nas três praças novas na BR-163 os valores estimados são de: R$ 16,13 em Lindoeste; R$ 11,43 em Ampére e R$ 9,38 em Pato Branco.A região oeste ainda contará com outro lote de pedágio, o de número 5 que vai a leilão somente em 2025. Este trecho vai de Arapongas, no norte, a Cascavel, de Toledo e Guaíra, no oeste, em trechos das rodovias BR-158, BR-163, BR-369, BR-467 e PR-317, com extensão total de 429,85 km. O lote 5 também vai contemplar a nova praça de pedágio entre Cascavel e Toledo.
Fonte: Juliet Manfrin
Deixe um comentário