PF investiga quadrilhas que sequestram e extorquem turistas de compras no Paraguai

Golpes a turistas de compras estão cada vez mais comuns e quadrilhas cada vez mais agressivas Crédito: Divulgação

Estão sendo encaminhadas à Polícia Federal em Foz do Iguaçu os inquéritos instaurados pela Justiça Estadual que apuram casos de brasileiros sequestrados e extorquidos ao fazer compras no Paraguai, sobretudo em Cidade do Leste.

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A situação que vem se potencializando nos últimos meses será apurada pela PF já que existem fortes indícios de envolvimento de brasileiros nas quadrilhas.

Segundo o delegado Marco Smith, responsável pela DPF em Foz do Iguaçu, será dada sequência aos inquéritos já em andamento não necessitando novas instaurações, a menos que surjam novos casos. As evidências mostram que isso deva ocorrer. 

Somente do início do ano passado até agora são mais de 50 registros, considerando apenas os que foram prestar queixa. “Certamente temos muitas outras pessoas que ficaram com medo e não denunciaram, mas é extremamente importante que nos tragam os casos para identificarmos os criminosos”, contou o delegado.

A prática não é necessariamente nova, mas muitas vítimas têm relatado às forças de segurança uma maior agressividade dos marginais. Em um caso recente, aonde uma família com crianças foi capturada pelos marginais, os bandidos ficaram com armas apontadas contra a cabeça dos pais o tempo todo. “Além disso, eles fazem cenas de humilhação mesmo, fizeram a gente tirar a roupa, insistindo cada vez mais por PIX e mais dinheiro, dizendo que iriam nos matar se não déssemos mais dinheiro ou se denunciássemos”, contou uma das vítimas.

De modo geral, alertam as autoridades em segurança, os principais alvos de fato são famílias com crianças e, sobretudo, pessoas que demonstram conhecem pouco da rotina da fronteira.

Como são os sequestros

Pelas investigações em curso é possível identificar ao menos três modos de operação das quadrilhas. A primeira delas é pela interceptação dos turistas ainda do lado brasileiro, antes de atravessar a Ponte Internacional da Amizade. As pessoas se apresentam como facilitadoras para levar os compristas até as lojas de interesse. Muitos, inclusive, se dispõem a ir no carro das vítimas.

Em um segundo modelo, os criminosos interceptam suas vítimas na rua, assim que chegam a Cidade do Leste. Nestes casos, a regra costumeiramente é, saber o que as vítimas estão buscando que eles têm indicações de locais mais baratos ou mais vantajosos.

Um terceiro modelo e que tem se tornado cada vez mais comum é pessoas interceptadas dentro dos estabelecimentos. “Eu estava em uma loja comprando perfumes e me ofereceram em outro local mais barato, com descontos. Fui e no momento que cheguei vi que se tratava de um local vazio, me trancaram numa sala e aí começou o terror”, conta uma vítima.

Enclausurados em salas escuras e pequenas, as torturas as vezes podem levar horas. As armas estão sempre por perto. “Saímos com muito medo, pegamos o carro e sumimos de lá sem denunciar. Perdemos R$ 10 mil e demos graças a Deus por estarmos vivos”, completou.

Várias quadrilhas em operação

Segundo o delegado Marco Smith, há indícios de serem várias quadrilhas agindo da mesma forma. As suspeitas de envolvimento de brasileiros se reforçam porque, além de as vítimas serem coagidas, muitas vezes, em português, todas as quadrilhas pedem PIX para liberar as vítimas. “E não existe PIX no Paraguai, só no Brasil, então investigamos se os brasileiros estão envolvidos diretamente nos sequestros ou se emprestam o nome e o CPF para criar uma conta no Brasil para onde esse dinheiro é mandado”, considerou o delegado.

Canais de denúncia 

Com o aparecimento de novos casos, alguns canais de denúncia são oferecidos às vítimas. A primeira delas é a de procurar pela Polícia Turística do Paraguai, cuja estrutura está situada ao lado da Ponte da Amizade. Há profissionais de plantão inclusive nos fins de semana.

No caso de um brasileiro ficar com receio de enunciar no Paraguai, pede-se que ao atravessar de volta a fronteira procure a base da PF na Ponte da Amizade. A recomendação ainda é guardar o máximo de informações possíveis, como por exemplo, o local para onde foi levado, em nome de quem foi o PIX e características dos criminosos.  “Tudo contribui para a apuração dos fatos e ajuda na identificação”, destacou.

Recomendações 

As forças de segurança têm alertado aos turistas para algumas situações bem específicas evitando assim cair nestes golpes.

O principal deles é não falar com estranhos sobretudos que oferecem condições imperdíveis de compras; a segunda orientação é buscar sempre estabelecimentos com credibilidade, principalmente shoppings ou lojas tradicionais de perfumarias e eletrônicos.

Ao indicar a intenção de compra para alguém que se apresenta como um facilitador, jamais acompanhar a pessoa e, ao perceber qualquer indício de extorsão, acionar a polícia turística imediatamente. Outra orientação importante é evitar o estacionamento na rua ou em locais ermos ou de difícil acesso. O recomendável é sempre optar por estacionamentos grandes, principalmente em shoppings de referência.

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