Cenários político e econômico devem continuar desafiando investidores brasileiros em 2025

A economia brasileira em 2024 foi marcada por instabilidades, com crescimentos em alguns setores e retrações em outros. Nos últimos doze meses, o país registrou mínimas históricas no desemprego, porém, as medidas de contenção de gastos não animaram o mercado e a desconfiança nas políticas fiscais do atual governo refletiu em uma forte desvalorização do real, que causou recentemente uma alta histórica no valor do dólar. Em 2024, a inflação oficial do Brasil ficou acima do limite máximo da meta estipulada pelo governo, fechando o ano em 4,83%, ante aos 4,62% em 2023.

Segundo Rodrigo Gualtero, especialista em investimentos, o grande problema da economia brasileira não é apenas a inflação, mas, sim, a narrativa equivocada sobre o que realmente causa a inflação. “O que se vende ao público é que a inflação é simplesmente o aumento dos preços, quando na verdade a inflação é a expansão monetária. Quem gera esse crescimento é o próprio governo, quando expande descontroladamente a base monetária.  Se há mais dinheiro circulando sem um crescimento proporcional na produção, o valor do dinheiro cai e os preços sobem”. Segundo o especialista, o resultado dessa instabilidade econômica é um clima hostil para quem quer crescer e gerar riqueza.

Essa instabilidade reflete, por exemplo, no índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa, que fechou em 2024 em queda de 10,36%, o pior desempenho desde 2021, quando caiu 11,93%. Só em dezembro de 2024, a diminuição foi de 4,28%.

Gualtero explica que os números refletem um ambiente que afasta investimentos, reduz a inovação e faz com que grandes talentos e capital fujam do Brasil, trazendo impactos negativos como a desvalorização recente do real.

Para 2025, o especialista aponta que, para os investidores, o ambiente econômico exige proteção patrimonial contra a desvalorização monetária. “Neste início de ano, os melhores investimentos serão aqueles que garantirem proteção contra a impressão desenfreada de dinheiro e a  nterferência estatal no mercado, como por exemplo a dolarização do patrimônio, com ETFs globais, ouro e bonds americanos; empresas que geram receitas em dólar, especialmente exportadoras e techs globais; Fundos de infraestrutura e crédito privado, que podem capturar boas oportunidades no Brasil e investimentos em inovação e inteligência artificial, setores que continuarão crescendo mesmo em cenários de turbulência”, adiciona Rodrigo.

Porém, Gualtero entende que momentos de instabilidade como esse podem ser boas oportunidades para quem quer começar a investir de maneira mais ampla. “O momento ideal para entrar no mercado é quando há pânico e desvalorização momentânea. Quem investe quando “todo mundo está comprando” geralmente entra atrasado. Por isso, é muito importante acompanhar as flutuações do mercado e entender o momento certo de comprar ou vender. A instabilidade, em alguns casos, também pode gerar boas oportunidades”.

Fonte: Assessoria

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