O prédio está lá, nos altos da Avenida Tancredo Neves, pronto e imponente. Porém, dentro dele nenhum equipamento. Essa é a realidade da Ala de Queimados do Hospital Universitário de Cascavel.
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Pleiteada pela população há pelo menos nove anos, quando um adolescente de 17 anos teve 70% do corpo queimado em uma explosão em um posto de combustíveis, por enquanto não há nenhuma previsão de quando a ala atenderá pacientes.
Essa é uma afirmação do próprio diretor geral do HU (Hospital Universitário), Rafael Muniz de Oliveira. Segundo ele, para que a Ala de Queimados de Cascavel saia efetivamente do papel e passe a ocupar o espaço projetado e construído há pelo menos três anos, são necessários mais de R$ 6 milhões de investimentos em equipamentos e a contratação de mais funcionários. “A Ala de Queimados foi um pedido da comunidade, entendido pelo então governador Beto Richa, que durante seus oito anos de administração fez os procedimentos necessários para a construção, mas que por enquanto não temos previsão de funcionamento. O motivo é que o Estado não tem previsão orçamentária para tal e, além disso, para que o setor funcione são necessários pelo menos mais 150 funcionários”.
Questionado a respeito da necessidade efetiva da ala, o diretor cita que regionalmente falando a demanda, felizmente, ainda é pouca. “Claro que casos específicos como de um paciente que teve 95% do corpo queimado e veio para o HU, se tivesse a Ala de Queimados ele já teria recebido atendimento especializado. Não podemos afirmar que sobreviveria, mas certamente o atendimento poderia ser diferenciado”.
Conforme Rafael, a Ala de Queimados em Cascavel serviria como um suporte para os atendimentos do Estado. “Assim como acontece hoje com Londrina e Curitiba, a implantação e funcionamento em Cascavel auxiliaria não só os casos da nossa região, que compreende cerca de 2 milhões de habitantes, mas todo o Paraná”.
DEPÓSITO
Depois de muita espera para a construção, o prédio para abrigar a Ala de Queimados está fechado. A entrada serve hoje como recepção do ambulatório mas, todas as salas, leitos e inclusive o centro cirúrgico, estão sem uso.
A reportagem do Preto no Branco entrou no espaço e encontrou lá dentro somente macas usadas, com problemas e colchonetes. Além delas, pelo menos seis macas novas, adquiridas recentemente e com problemas, estão paradas no local.
De acordo com a assessoria de imprensa do Hospital Universitário, a direção analisa o que será feito com as macas velhas e colchonetes. A ideia é ver as que ainda podem ser utilizadas e as que não podem sejam doadas. Já as macas novas e que estão com problemas, a assessoria disse que elas ainda estão na garantia e que aguardam um posicionamento do fabricante para troca dos equipamentos.

Homem com 95% do corpo queimado morre no HU
Esta semana mais um caso de pessoa que teve o corpo queimado trouxe a tona um problema enfrentado pelos quase 2 milhões de habitantes da região Oeste. O caso, um homem de 40 anos que teve 95% do corpo queimado na noite de domingo (8), após atear fogo no apartamento que morava, no Loteamento Gralha Azul.
Antônio Gilmar Marques da Silva possuía transtornos psicológicos e, em um momento de crise, ateou fogo no local em que morava e, para fugir das chamas, saiu nu na rua e foi espancado pela população que estava do lado de fora do residencial.
Com 95% do corpo queimado, ele foi encaminhado em estado grave ao Hospital Universitário e de lá só saiu direto para o IML (Instituto Médico Legal).
Naquele momento, centenas de pessoas questionaram sobre uma possível transferência dele para uma Ala de Queimados, mas porque não estava estável, teve que ficar no pronto-socorro do HU até terça-feira (10) quando faleceu.
Ala poderá abrigar Hospital de Campanha
Com toda estrutura pronta, porém ociosa, a Ala de Queimados do Hospital Universitário de Cascavel deve abrigar, nos próximos dias, o Hospital de Campanha para atender a demanda crescente de pacientes com sintomas de dengue que precisam de um local adequado para a observação médica, além de montar uma estrutura que possa ser ponto de apoio em um possível surto de coronavírus.
A utilização da ala foi apontada pelo secretário de saúde, Thiago Daross Stefanello, que comandou uma reunião por meio do COE (Centro de Operações em Emergências) que debateu a implantação de um hospital de campanha.
O secretário enfatizou que o município propõe agora uma articulação junto com o Governo do Estado, HU e Consamu para custear a mão de obra necessária. A prefeitura já possui os mobiliários necessários e insumos para equipar a estrutura provisória.
A proposta é que se tenha quatro médicos durante o dia, das 7h às 19 horas para as consultas, e depois das 19h às 7 horas, dois médicos para acompanhamento dos pacientes em observação.
O “hospital de campanha”, depois de definido o quadro temporário de colaboradores e os insumos necessários, deve levar em torno de 15 a 20 dias para entrar em funcionamento.
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