Alta demanda provoca falta de materiais de construção

Fábricas reduziram sua capacidade por um tempo e o consumo aumentou durante a pandemia

Quem circula por Cascavel já deve ter percebido que, diferentemente da crise vista por vários setores, a construção civil está a todo vapor. Residências, comércios e claro, os inúmeros edifícios que estão sendo construídos impulsionam o mercado e, com isso, trazem aquecimento nas vendas.

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Mas, em paralelo a procura dos insumos, como cimento, areia e tijolos, a falta de muitos deles, ou a espera para ‘chegar’ tem causado problemas à quem resolveu aproveitar para construir. É o caso da Danielle Sant Anna Knappmann que, para conseguir comprar tijolos para sua obra, precisou pesquisar muito – e não foi só por conta do preço.  “Estou construindo algumas kitnetes para locação e precisava de uns 300 tijolos para fazer o portão, o padrão de luz, coisa simples. Liguei em pelo menos cinco lojas, nas mais variadas regiões da cidade e não encontrava”.

Segundo ela, uma pessoa indicou uma outra loja e ela enviou uma mensagem via whatsApp. “Como eles não me respondiam e eu precisava com uma certa urgência, resolvi ligar. Fui super bem atendida mas consegui os últimos que eles tinham. Eu pedi pela manhã e a tarde me entregaram, paguei na entrega, tudo muito prático. Já em outras lojas precisei ir até lá, paguei e demorei cerca de uma semana para receber o produto, depois de ligar pedindo o produto inúmeras vezes”.

O preço também assustou a empresária. “Em seis meses o preço dobrou. Hoje um milheiro de tijolo, por exemplo, está R$ 980. O cimento, que comprei por R$ 23 comprei hoje por R$ 31 na mesma loja, a mesma marca. O único setor que realmente não viu crise foi esse, com as lojas sempre cheias”.

Conforme dados da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), o setor de construção percebeu, desde abril – quando do início mais intenso da pandemia do novo coronavírus, um aumento de cerca de 50% nos últimos meses, o que não acontecia há anos.

Uma das explicações citadas pela Associação é o fato de que muitas pessoas estão aproveitando o Auxílio Emergencial para fazer pequenas obras e reformas e, com isso, aquecendo o mercado.

De acordo com o gerente de uma loja de materiais de construção em Cascavel, Douglas Soares, as vendas não pararam nem um dia. “O setor da construção teve esse ano um aquecimento que há alguns anos não tínhamos. E não somente em itens como tijolo, cimento, areia. Muitas pessoas estão aproveitando a permanência maior em casa para pinturas, trocar pisos, reformar espaços”.

Prova desse aquecimento, conforme Douglas, é que, mesmo quando houve o lockdown, a maioria das lojas estava trabalhando. “As vendas mudaram. Muitas foram feitas pelo celular, muitas com a porta fechada. O consumo não parou e nós não podemos deixar nossos clientes na mão. Não falo somente das pequenas vendas, mas as próprias construtoras que tem prazos. Elas não podem simplesmente parar e ficar esperando o produto”.

Questionado em relação ao motivo da falta de produto, Douglas cita que ela está diretamente ligada à alta procura. “É a lei da oferta e da procura. As fábricas não aumentaram sua produção, pelo contrário. Muitas ficaram fechadas ou ainda reduziram sua capacidade por um tempo e o consumo aumentou. Quem consegue comprar encontra dificuldade para a entrega e paga também um preço maior do que o aplicado no início do ano, por exemplo”.

 

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