Todos os dias, mais de 800 vagas estão disponíveis na Agência do Trabalhador em Cascavel. E, a cada mês, o Município bate recordes nas contratações. Para falar um pouco sobre a geração de empregos e o mercado de trabalho, o Preto no Branco conversou com Marlene Crivelari, gerente da Agência. Ela fala sobre a dificuldade de preencher vagas disponíveis, estágios, jovem e menor aprendiz e procura por auxílio desemprego.
PRINCIPAIS NOTÍCIAS PELO WHATS: ENTRE NO GRUPO. TAMBÉM ESTAMOS NO TELEGRAM: ENTRE AQUI.
Preto no Branco – Qual o papel da Agência do Trabalhador em Cascavel?
Marlene Crivelari – A Agência tem o papel de intermediar as oportunidades entre os empresários e quem está buscando trabalho. Se não tivermos o empresário disponibilizando as vagas, não teremos candidatos para encaminhar. Então não haveria necessidade da agência.
Preto no Branco – Quem está desempregado, e quer trabalhar, como deve proceder?
Marlene – É muito fácil: basta vir até a Agência do Trabalhador, fazer o cadastro, ver qual é a função que trabalhou e vamos disponibilizar as vagas que temos no nosso sistema. Outra coisa: antes de sair de casa o candidato tem que saber o que está buscando. A partir do momento que você sabe o que quer, vai chegar na agência e com isso vamos procurar algo que venha suprir a necessidade com mais facilidade.
Preto no Branco – As empresas estão optando por quem já tem experiência ou isso está mudando?
Marlene – Nossos empresários estão mudando um pouquinho a visão daquela contratação engessada. Eles estão sendo mais flexíveis e isso soma para uma boa contratação. Nosso entendimento é que o candidato fique atento a essa negociação para que tenha uma facilidade melhor de ser inserido no mercado de trabalho. Temos as vagas, os empresários estão dando oportunidade e o candidato precisa ser flexível na hora da contratação.
Preto no Branco – Há uma média diária de 800 vagas na Agência. Qual é a dificuldade para serem preenchidas?
Marlene – Emprego tem, mas há desempregados porque muitos não querem ser inseridos no mercado de trabalho. Muitos candidatos não querem cumprir o horário de trabalho, tanto das 8h às 12h, das 13h às 18h, trabalhar ao sábado, domingo ou à noite. Existem também outras situações. E uma delas é o auxílio. Mas se eu tiver certa idade, vamos primeiro procurar uma vaga no mercado de trabalho e isso nós temos. Nós já chegamos a ter mil vagas disponíveis. Precisa do auxílio? Ok. Mas também vá atrás de uma oportunidade de trabalho. É mais importante ter o salário certinho. O auxílio é temporário, é uma muleta nesse momento.
Preto no Branco – Essa dificuldade de contratação para horários diferentes acaba prejudicando a abertura de novos empreendimentos?
Marlene – Cascavel já tem um potencial de termos algumas empresas trabalhando 24 horas, tirando frigoríficos e algumas outras. Tem condições, mas não sobe esse degrau a mais por falta de candidatos no mercado de trabalho. Temos mercado e outras empresas que já eram para terem sido inauguradas, mas as obras atrasaram de construção civil por falta de mão de obra. Agora a empresa tá quase pronta, mas não tem candidatos para abrir as portas.
Preto no Branco – A Agência do Trabalhador tem como um dos focos o primeiro emprego. Como está esse trabalho?
Marlene – Já tivemos aqui, há alguns meses, até 180 vagas para o jovem aprendiz e o menor aprendiz de 18 a 24 anos incompleto. Desse total, conseguimos colocar no mercado de trabalho somente 25 jovens; sobraram mais de 100 vagas. Também temos vagas de estágio para ser contratado, que também é o primeiro emprego. São quatro vagas para estágio que estão disponíveis há mais de seis meses e até agora não conseguimos preencher.
Preto no Branco – Então fazer um estágio hoje é muito importante para quem ainda nunca trabalhou?
Marlene – Faço um apelo aos pais: cobrem dos seus filhos para que eles entrem no mercado de trabalho, porque hoje muitas empresas estão contratando. Muitos empresários na hora da seleção perguntam se o candidato já trabalhou de estágio. Mesmo para um concurso. Hoje muitos estão exigindo que já tenha feito um estágio para ser contratado. Ele pode até passar na prova, mas se ele não tem no seu currículo que já tenha trabalhado de estágio, não será contratado.
Preto no Branco – Cooperativas e construção civil ainda são os principais setores que abrem vagas, ou novas áreas também aumentaram o número de vagas?
Marlene – Temos outras empresas também que estão dando a oportunidade, mas estamos num momento de muita dificuldade para contratação independente em mercados, restaurantes, frigoríficos e outros que hoje trabalham até certas horas da noite.
Preto no Branco – Tem como identificar aquelas pessoas que trabalham um tempo, pedem a conta ou forçam a demissão, recebe o seguro desemprego, depois voltam no mesmo ciclo?
Marlene – Isso ainda acontece muito, mas ainda bem que houve mudanças no seguro desemprego. Muitos ficam pulando de emprego exatamente para poder receber o seguro e ficar mais tranquilo. Só que ele está dando um tiro no pé. Cada situação é uma situação. Quando você vai pra uma segunda, uma terceira entrevista o recrutador já vai analisar. Se ficou pouco tempo em cada empresa, não é viável contratar. Você está carimbado e terá uma dificuldade maior para conseguir ser contratado novamente.
Fonte: Fonte não encontrada