Matheus Henry Przygocki, egresso do curso de Física da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), hoje é doutorando na Universidade de Auburn, nos Estados Unidos, e participa de uma missão da Nasa. Sua pesquisa investiga a reconexão magnética, um fenômeno essencial para entender como o Sol interage com a Terra e dá origem a eventos como as auroras boreais. O projeto busca desvendar as origens do vento solar e os impactos que ele provoca no planeta.
A pesquisa integra a missão Tracers (Tandem Reconnection and Cusp Electrodynamics Reconnaissance Satellites), da Nasa. Em português, Satélites de Reconexão Tandem e Eletrodinâmica de Cúspide. Trata-se de uma missão orbital planejada para estudar as origens do vento solar e como ele afeta a Terra. O lançamento do projeto está previsto para o próximo ano.
A pesquisa de Matheus não trata de astronomia ou cosmologia no sentido tradicional. Ele não usa telescópios para fazer medidas e estudar o universo. Em vez disso, utiliza dados obtidos por satélites. “Minha pesquisa, na área de física espacial, é sobre reconexão magnética, um processo que ocorre devido à interação com o vento solar. O Sol emite pulsos de plasma, um gás extremamente quente, em direção ao planeta. Como a Terra possui um campo magnético, esse campo atua desviando e interagindo com esse fluxo de partículas solares”, explica.
Segundo o pesquisador, quando o vento solar atinge a Terra, ele pode ser bastante intenso em determinadas condições. Nessas situações específicas, acontece um fenômeno chamado reconexão magnética, em que as linhas invisíveis do campo magnético da Terra se rompem e, em vez de se ligarem aos polos norte e sul, passam a se conectar com o próprio vento solar. É justamente esse movimento que dá origem a um dos fenômenos naturais mais impressionantes.
“O que vemos, então, é a aurora boreal, um show de luzes que são partículas carregadas, super energizadas, que correm em direção aos polos”, aponta o doutorando.
Além da beleza natural das auroras, a pesquisa tem implicações diretas para a sociedade. Eventos de reconexão, quando intensos, podem gerar campos elétricos que danificam redes elétricas e equipamentos. “Em uma sociedade altamente dependente da eletricidade como a nossa, entender e prever esse tipo de fenômeno é essencial para mitigar riscos. Há registros de casos em que tempestades magnéticas causaram danos em telégrafos no século XIX, por exemplo. Hoje o impacto seria ainda maior”, destaca o pesquisador.
De acordo com Matheus, estudar esse fenômeno é fundamental para compreender melhor suas causas e identificar os sinais que podem ser observados e interpretados.
TRAJETÓRIA– Matheus concluiu a licenciatura em Física em 2019 e já no ano seguinte iniciou o mestrado na Universidade de São Paulo (USP). Há pouco mais de dois anos foi para os Estados Unidos para cursar o doutorado. A oportunidade surgiu após uma conversa com professores do Departamento de Física da Unicentro, em um momento em que ele cogitava abandonar a carreira acadêmica. Foi por meio de contatos e apoio da própria universidade que ele chegou ao orientador atual e conquistou a vaga no programa de pós-graduação.
“O Departamento de Física da Unicentro tem um ambiente quase familiar. Os professores conhecem os alunos pelo nome e param tudo para ajudar quando surge uma dúvida. Isso fez toda a diferença na minha trajetória”, relembra. Para ele, o envolvimento e a qualificação dos docentes foram determinantes.
“O maior presente que a Unicentro me deu foi essa relação com o ensino. Isso não só me fez amar ainda mais a Física, mas também despertou em mim o desejo de saber mais, de crescer e, de certa forma, de deixar meus professores orgulhosos. Mais do que isso, me inspirou a querer ser como eles. Um dia, quero ser esse tipo de professor, capaz de fazer um aluno perceber o quanto ama o que está estudando. Quero transmitir a mesma paixão que os meus professores despertaram em mim”, destaca.
Hoje, além do conhecimento científico, Matheus leva da experiência internacional um novo olhar sobre o Brasil e sobre o valor do ensino público.
“Sair da bolha cultural em que estamos inseridos é extremamente valioso. A diversidade é, sem dúvida, o principal aprendizado que levarei para a vida. Profissionalmente, minha área ainda conta com pouca atuação no Brasil, que não possui uma estrutura de pesquisa espacial tão robusta. Basicamente, Europa, Estados Unidos e China são os principais polos desse tipo de trabalho. Mas o choque cultural me fez valorizar ainda mais o Brasil. Apesar dos problemas, é um país onde as pessoas são acolhedoras, algo de que eu não sabia que sentiria tanta falta”, finaliza.
A Sanepar marcou presença no diálogo setorial sobre resíduos sólidos urbanos – experiências exitosas e os mecanismos de cobrança, realizado no 33º Congresso da Associação de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), que aconteceu em São Paulo e foi encerrado nesta quarta-feira (28). Diretores e profissionais da companhia também participaram de painéis que discutiram o licenciamento ambiental simplificado e o planejamento financeiro para agilizar a universalização do saneamento no País.
Júlio Gonchoroski, diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, destacou que os desafios são grandes na área de licenciamento e outorga. Segundo ele, a mobilidade da legislação precisa alcançar o setor de saneamento, porque a demora impede ou dificulta a universalização dos serviços no país.
As mudanças climáticas e os eventos extremos reduzem os rios, afetando a captação de água ou o lançamento dos efluentes tratados. Por conta disso as empresas buscam melhorar a qualidade dos efluentes para lançar de volta ao rio. No entanto, segundo ele, não haverá avanços enquanto o setor de saneamento for considerado poluidor.
“O Brasil há cinco anos aprovou o marco de saneamento. E entre os desafios para atingirmos esses 90% de tratamento de esgoto e 100% de abastecimento de água estão as licenças ambientais. Diferentes em cada estado, em cada região, as licenças ambientais têm se mostrado um desafio ainda maior do que o grande desafio da universalização”, disse.
“Com a nova discussão das licenças a nível federal, que está acontecendo no congresso, e da legislação, que foi aprovada no Paraná, é o momento de discutirmos seriamente o saneamento. Não como uma atividade poluidora, como ele é tratado, mas sim como um instrumento de qualidade de vida, de saúde pública e desenvolvimento para as pessoas”, completou Gonchoroski.
PARCERIA COM MUNICÍPIOS– O diretor de Inovação e Novos Negócios, Anatalício Risden Júnior, apresentou o modelo de arrecadação da Sanepar na gestão de resíduos sólidos urbanos. A companhia realiza o reaproveitamento dos resíduos recebidos, como por exemplo na ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Belém, onde é feita a biodigestão de resíduos orgânicos e tratamento do lodo de esgoto, gerando, inclusive, energia limpa.
Como forma de cobrança, em parceria com os municípios que optaram pelo serviço, foi aplicado um valor na fatura de água, o que também auxilia no aumento da receita. “Para a população, isso se reverte em melhorias da qualidade de vida e do meio ambiente”, disse Risden.
“A Sanepar tem condições de atender todas as cidades na destinação correta dos resíduos, mas isso depende de uma articulação com os municípios. A Companhia tem buscado fortalecer esse diálogo com as prefeituras, em busca de exercer essa visão da empresa que está em seu DNA e em seu compromisso com o meio ambiente e a saúde dos paranaenses”, afirmou.
FINANCIAMENTO– Como financiar o setor para atender os que não possuem serviço de saneamento foi o foco da participação do assessor da Diretoria da Presidência da Sanepar, Marcus Venicio Cavassin, no último dia do evento. Ele compartilhou as estratégias da Companhia.
Ainda que a cobertura de esgoto pela empresa ultrapasse 80%, muitos municípios, sobretudo em regiões rurais, não têm este serviço. Cavassin destaca que, para implantar saneamento básico nessas localidades, é necessário enfrentar fatores que dificultam o financiamento, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo, as questões geográficas para a implantação de infraestrutura mais complexa, além da baixa capacidade de pagamento.
Para administrar de forma efetiva a universalização e levar o serviço, o assessor explicou que a Sanepar, por meio da divisão do Paraná em microrregiões, mudou a forma de cobrança de tarifa e uniformizou os prazos. “O foco é priorizar diretamente os municípios que ainda não têm esgotamento sanitário, garantindo mais investimentos para essas regiões. Como são muitos investimentos e os prazos eram pequenos, aumentamos e uniformizamos os prazos das obras, o que nos dá maior elasticidade para cumprir as metas”, explicou.
A transformação do Mercado do Produtor da Ceasa Curitiba, que está em obras desde março, já é visível. Esta é a maior reforma desde a fundação do Mercado do Produtor, há 25 anos, com investimento de R$ 7,75 milhões.
O telhado está praticamente concluído: 90% da cobertura já foi substituída, com novas calhas instaladas para garantir eficiência e segurança. Enquanto o teto se renova, o solo também passa por mudanças. As equipes já iniciaram as obras nas tubulações, com a instalação de novas redes de esgoto e de coleta de águas pluviais — inclusive uma rede específica para armazenar água da chuva em cisternas, que será usada na limpeza do local. Uma solução prática, sustentável e inteligente. A reforma inclui ainda a recuperação asfáltica de toda a área do Mercado do Produtor.
Também está prevista, ainda para este ano, a conclusão das obras de construção de cinco novos banheiros na unidade de Curitiba. Três deles já estão em fase mais adiantada. Todos seguirão o modelo green roof — com cobertura verde, jardinagem e tecnologia para captação de água. Esse sistema, além de esteticamente agradável, oferece melhor isolamento térmico e um aproveitamento mais eficiente da água da chuva.
“Ela vai ser uma cobertura verde, com camadas de grama, jardinagem, que evitam infiltração interna. Essas camadas terão um declive que permite coletar essa água e direcioná-la para a cisterna. Então, além de termos uma solução verde e térmica, também reduzimos o gasto com água na limpeza. Pode parecer pouco, mas é assim que começa uma mudança”, destaca Rafael Gomes da Silva, gerente da Divisão de Infraestrutura e Engenharia, da Ceasa Paraná.
Os novos banheiros foram uma demanda identificada a partir de uma pesquisa com permissionários, produtores, usuários e colaboradores. A escuta ativa gerou um projeto que une conforto, funcionalidade e responsabilidade ambiental. Além dos três banheiros que estão em fase avançada de construção, outros dois serão erguidos no Mercado do Produtor.
Em paralelo, outras unidades também serão contempladas com reformas: dois banheiros em estilo green roof serão construídos na unidade de Londrina, além de um ecoponto, e outro banheiro está previsto para a unidade de Foz do Iguaçu. A previsão de entrega para o conjunto das obras é dezembro.
MERCADO DO PRODUTOR– O Mercado do Produtor é uma área coberta destinadas a pequenos produtores rurais paranaenses e suas organizações para comercializarem suas próprias produções sobre veículos, sem a interferência de intermediários. É um elo na cadeia de comercialização hortigranjeira, pois auxilia os produtores nas operações comerciais, estimulando melhores arranjos para o processo de comercialização.
Para comercializar no Mercado do Produtor, a Ceasa exige a realização de cadastro, com a apresentação de documentação pessoal como: carteira de identidade, Título de Eleitor, CPF e dos documentos da terra (Registro de Imóveis, Talão do INCRA/CCIR/ET, Notas Fiscais de aquisição de insumos e contratos de arrendamento). Na Ceasa de Curitiba são cerca de 1,8 mil produtores cadastrados, com frequência diária de cerca de 350.
Os interessados em participar do 38º Prêmio Paranaense de Ciência e Tecnologia têm até 7 de julho para se inscrever. Voltada a professores, estudantes de graduação, jornalistas e inventores independentes, a premiação é promovida pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Neste ano, o prêmio contempla projetos das áreas de Ciências da Saúde e Ciências Exatas e da Terra.
As inscrições são gratuitas e feitas online, com o envio da documentação conforme estabelece o edital . A cerimônia de anúncio dos vencedores ocorre até 30 de novembro. Com mais de três décadas de história, a iniciativa já reconheceu centenas de pesquisadores, estudantes e profissionais da comunicação.
Segundo o diretor de Ciência e Tecnologia da Seti, Marcos Aurelio Pelegrina, a iniciativa tem como objetivo fortalecer a produção científica e tecnológica paranaense, além de aproximar a ciência da realidade da população.
“Essa ação reforça o compromisso do governo estadual em fomentar um ecossistema de ciência, tecnologia e inovação, reconhecendo o trabalho desenvolvido por profissionais que contribuem com soluções que impactam positivamente a sociedade e a economia do Estado”, afirma.
PREMIAÇÃO– Ao todo, serão premiados até dez trabalhos, com valores líquidos entre R$ 12.146,00 e R$ 36.438,00, dependendo da categoria. Os recursos são do Fundo Paraná de fomento científico, que apoia iniciativas inovadoras e sustentáveis no Estado.
As categorias contempladas são: Professor (pesquisador ou extensionista) – R$ 36.438,00; Estudante de graduação – R$ 12.146,00; Jornalismo Científico – R$ 14.575,00; Inventor Independente – R$ 14.575,00.
AVALIAÇÃO– A homologação das inscrições ocorre entre 8 de julho e 8 de agosto, e a avaliação dos trabalhos será no período de 11 de agosto a 11 de setembro. Os projetos serão analisados por uma comissão julgadora composta por especialistas de outros estados, garantindo imparcialidade e critérios técnicos rigorosos.
As quase 80 mil novas vagas com carteira assinada abertas no Paraná entre janeiro e abril de 2025 estão bem distribuídas entre os municípios, apontam os dados mais recentes do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na quarta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Das 399 cidades paranaenses, 326 tiveram saldo positivo de postos de trabalho formais até agora no ano, o equivalente a quase 82% das localidades.
O desempenho estadual foi puxado principalmente por Curitiba, cidade mais populosa. Na Capital, o saldo anual está positivo em 17.802 vagas – resultado de 208.289 admissões e 190.487 demissões nos quatro primeiros meses de 2025. Com 11.597 novos empregos, o setor de serviços lidera as contratações em Curitiba, seguido pela Construção Civil (2.465 vagas), Comércio (1.946) e Indústria (1.734).
As outras altas mais expressivas no Paraná no mercado de trabalho formal estão distribuídas entre cidades polo do interior e a Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
Londrina, segunda cidade mais populosa do Estado, aparece na vice-liderança com um saldo de 4.765 novas vagas. A exemplo da Capital, o resultado também é puxado pelas empresas prestadoras de serviços, com 3.032 vagas, com destaque também para aquelas ligadas à construção civil (828 vagas) e à produção industrial (606).
O terceiro maior volume de empregos foi registrado em Maringá, com 4.096 admissões a mais do que desligamentos no período. Serviços (1.951 vagas), Indústria (787), Comércio (783) e Construção Civil (564) foram os setores que mais contrataram entre janeiro e abril na cidade.
A região Oeste também aparece com bom desempenho na abertura de novas vagas, com destaque para Cascavel (3.643), Toledo (3.242) e Foz do Iguaçu (1.297). Já na RMC, os melhores desempenhos em 2025 até o momento foram registrados em São José dos Pinhais (3.313), Araucária (1.861), Pinhais (1.479) e Colombo (1.297).
“O Paraná é um grande celeiro de empregos porque temos um grande ambiente de negócios, formação qualificada e programas de aperfeiçoamento profissional. Nossas Agências do Trabalhador, por exemplo, são as que mais empregam do País. Também fazemos mutirões para auxiliar esse contato entre empresas e quem está buscando emprego. Estamos num bom momento e queremos continuar nesse ritmo”, salientou o secretário de Trabalho, Qualificação e Renda, Do Carmo.
OUTROS DADOS– Os dados do Caged também permitem fazer uma análise sobre a variação proporcional no número de empregos gerados. Chamado de variação relativa, o indicador leva em conta o peso do saldo de empregos em relação ao estoque de vagas, que é o número total de pessoas empregadas com carteira assinada no município.
Neste quesito, quem liderou o saldo proporcional de empregos foi Doutor Ulysses, na RMC, com 83 novas vagas abertas no ano, o que representa uma variação relativa de 52%. Outros crescimentos expressivos ocorreram em Ivatuba, na região Noroeste, com saldo de 142 vagas (22%), Itambaracá, na região Norte, com 104 (19%), e Flor da Serra do Sul, no Sudoeste, com 87 (16%).
Em quatro cidades paranaense, o saldo permanece zerado em 2025: São Jorge do Patrocínio, Moreira Sales, Miraselva e Godoy Moreira. O índice não significa que não houve contratações nestas localidades, mas apenas que o volume delas foi igual ao de desligamentos entre janeiro e abril.
Em apenas 69 cidades, cerca de 17,3% do total, houve retração no volume total de vagas. Apesar disso, em 63 delas os desligamentos superaram as contratações em menos de 100 pessoas, o que representa um impacto pouco significativo no resultado geral do Paraná.
ABRIL– O ano de 2025 também marca o melhor resultado para um mês de abril no Paraná desde que o Ministério do Trabalho e Emprego adotou uma nova metodologia para contabilização do Caged, em 2020. No último mês, mais 18.606 pessoas passaram a trabalhar com carteira assinada no Estado, superando a melhor marca da série histórica, que havia sido alcançada em 2024.
Novamente, o resultado mensal é puxado por Curitiba, com 2.540 vagas abertas, mas neste caso a vice-liderança é ocupada por São José dos Pinhais, com saldo de 1.327 vagas. Londrina (1.195), Cascavel (1.123) e Maringá (889) completam o top 5 estadual.
Em termos proporcionais, as cinco maiores variações positivas no Estado em abril foram registradas em Itambaracá (13%), Amaporã (10%), Rio Branco do Ivaí (7%), São Pedro do Iguaçu (6%) e Cambará (5,9%).
O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) informa que a PRC-466 será interditada na próxima segunda-feira (02/06) na altura do km 253+050, dentro do trecho com obra de duplicação em andamento, entre Guarapuava e o distrito de Palmeirinha, região Centro-Sul.
O bloqueio total do tráfego de veículos vai iniciar às 14h e tem previsão de liberação às 18h, sendo necessário para a detonação de rochas. Após o acionamento dos explosivos haverá a limpeza do material espalhado e avaliação da pista existente antes de ser liberado o trânsito.
As rochas estão localizadas no traçado da nova pista sendo pavimentada, com necessidade de desmonte para avançar com os trabalhos.
Usuários devem evitar aglomerações e não se aproximar dos locais de detonação, respeitando a sinalização provisória no trecho.
OBRA– A duplicação da PRC-466 entre Guarapuava e Palmeirinha, com extensão de 11,52 quilômetros, prevê uma nova pista de pavimento rígido de concreto, restauração da pista atual também com pavimento de concreto, uma nova ponte sobre o Rio Coutinho, sistema de drenagem de águas, sinalização e dispositivos de segurança, iluminação rodoviária, entre outras melhorias.
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou nesta quarta-feira (28) os editais dos lotes 4 e 5 das rodovias federais e estaduais do Paraná, os dois últimos trechos do Programa de Concessões Rodoviárias do Estado, que foi divido em seis lotes e soma cerca de 3,3 mil quilômetros de estradas federais e estaduais. Os últimos dois lotes têm extensão de 1.058 quilômetros e investimentos previstos de R$ 29,8 bilhões, entre obras e custos operacionais.
Eles abrangem estradas das regiões do Vale do Ivaí, Norte, Noroeste, Oeste e Centro-Oeste e, além do Paraná, também vai beneficiar o tráfego de veículos vindos do Paraguai, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Os documentos foram enviados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para análise do TCU em novembro do ano passado.
Em seu voto, o relator, ministro Walton Alencar Rodrigues, aprovou os editais com solicitações de alterações à ANTT, principalmente em relação ao Modelo Econômico-Financeiro (MEF) do Lote 4. Agora, a ANTT vai trabalhar nesses aspectos e publicar os editais. A previsão da agência é que o leilão na B3 aconteça no terceiro trimestre de 2025.
Em linhas gerais, a concessão terá as mesmas regras das demais disputas do pacote de rodovias do Paraná, pela menor tarifa-base por quilômetro rodado, sem outorga para os governos federal e estadual.
OBRAS– O lote 4 tem 627,52 quilômetros de extensão e abrange três rodovias federais (BR-272, BR-369 e BR-376) e oito estaduais (PR-182, PR-272, PR-317, PR-323, PR-444, PR-862, PR-897 e PR-986). O trecho passa pelas regiões Oeste, Noroeste e Norte do Paraná, conectando tanto a fronteira com o Paraguai, em Guaíra, até a divisa com São Paulo, em Nova Londrina.
Os investimentos previstos chegam a R$ 18,2 bilhões, sendo R$ 10,9 bilhões em obras. O projeto contempla uma série de melhorias e ampliações na infraestrutura viária, incluindo 239 quilômetros de duplicações, 87 quilômetros de faixas adicionais e 59 quilômetros destinados à implantação de contornos. Também estão previstos 39,4 quilômetros de vias marginais e 34 quilômetros de ciclovias, além de 39 passarelas, oito passa-faunas, pontos de ônibus e outras melhorias.
Complementando o projeto de concessões, o lote 5 abrange 430,7 quilômetros das rodovias BR-158, BR-163, BR-369, BR-467 e PR-317. As estradas cruzam as regiões Oeste e Noroeste, também facilitando a ligação entre o Paraguai e o Mato Grosso do Sul com o Paraná.
Serão R$ 11,6 milhões em investimentos, dos quais R$ 6,5 bilhões estão previstos para tirar do papel 238 de duplicações, 20 quilômetros de vias marginais e 3,7 quilômetros destinados à implantação de contornos, além de 12 quilômetros de rodovias, três passagens de faunas, cinco passarelas e outros dispositivos.
PACOTE DE CONCESSÕES– As concessões têm um prazo de 30 anos a partir da chamada Data de Assunção, que é a assinatura do Termo de Arrolamento e Transferência de Bens após o início dos contratos. No total, serão 3,3 mil quilômetros de estradas concedidas à iniciativa privada, sendo 1,1 mil quilômetros destas de rodovias estaduais. Os investimentos devem ultrapassar R$ 60 bilhões durante as três décadas de contrato.
Os contratos dos dois primeiros lotes estão em vigência desde janeiro de 2024. O lote 1 é operado pelo Grupo Pátria, que arrematou o trecho em um leilão em agosto de 2023. A concessionária deverá investir R$ 7,9 bilhões em obras de melhorias e manutenção em trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427.
O lote 2, por sua vez, foi leiloado em setembro de 2023 e teve como vencedor o Grupo EPR, o mesmo que irá gerir o lote 6. O investimento nele será de R$ 10,8 bilhões, com obras nas rodovias BR-153, BR-277, BR-369, PR-092, PR-151, PR-239, PR-407, PR-408, PR-411, PR-508, PR-804 e PR-855.
Já os contratos com as concessionárias que operam os lotes 3 e 6 passaram a valer em abril deste ano. Com cerca de 570 quilômetros de extensão, o Lote 3 será gerido pelo Grupo Motiva (antiga CCR S.A). Ele integra o chamado Corredor Norte, que conecta o Interior do Paraná ao Porto de Paranaguá, além de integrar o Estado com Santa Catarina e São Paulo.
Arrematado pelo Grupo EPR, o lote 6 é o maior projeto rodoviário do pacote de concessões rodoviárias paranaense. Ele deve receber R$ 20,2 bilhões para obras de duplicações em 70% dos trechos das rodovias, além de faixas adicionais, vias marginais e contornos ao longo de 662,1 quilômetros, passando por trechos das BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483.
“Hoje estou me sentindo realizada como diretora”. A frase é de Ana Cristina Stocco, que há 31 anos trabalha no Colégio Estadual Costa Viana, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ana Cristina viu a rotina de trabalho mudar muito em 2025, e para melhor, quando o colégio passou a integrar o programa Parceiro da Escola, iniciativa do Governo do Estado, viabilizada pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR).
Desde janeiro, a gestão administrativa da escola é realizada em parceria com o grupo educacional Apogeu, responsável por ações de melhoria e manutenção, compra de insumos e contratação de funcionários. A direção escolar, enquanto isso, dedica-se inteiramente ao trabalho pedagógico.
“Tenho uma rotina de trabalho que envolve visitas nas salas de aula, acompanhamento dos professores, verifico as frequências, recebo os pais, coisas que antes eu não conseguia fazer”, diz. “Agora, a direção tem um contato mais estreito com a comunidade e mais tempo para o acompanhamento pedagógico. São minúcias que parecem não ter importância, mas que têm um peso muito grande”.
Quem caminha pelos corredores da escola também percebe os benefícios. A pintura das paredes e a restauração do piso das salas de aula foram algumas das primeiras melhorias realizadas em 2025. A construção de um bicicletário, para garantir a organização e a segurança das bicicletas dos estudantes foi outra ação comemorada pela comunidade escolar – ao menos 40 alunos do colégio utilizam a bicicleta como meio de transporte diário para frequentar as aulas.
A gestão administrativa ainda viabilizou a aquisição de fornos de microondas, bebedouros e utensílios para a preparação da merenda. Além disso, toda a rede elétrica da cozinha foi trocada.
“Hoje, conseguimos fazer coisas que antes não conseguíamos. Investimentos que não conseguimos fazer nos anos passado e retrasado e que a parceira chegou e já fez, até porque nossa comunicação com eles tem sido muito boa. A parceira não se envolve na parte pedagógica, mas indiretamente, auxilia muito no trabalho e melhora muito o nosso dia a dia”, acrescenta.
INVESTIMENTOS E APROVAÇÃO– Desde o início de 2025, o programa Parceiro da Escola está presente em 82 das mais de 2 mil escolas estaduais do Paraná. Nos primeiros cinco meses de atuação, as três empresas parceiras (além do Apogeu, Tom Educação e Impulso) já investiram cerca de R$ 6,7 milhões em reformas e reparos nos ambientes escolares – entre eles, revitalização de quadras esportivas e laboratórios, instalação de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado e manutenção de banheiros e salas de aula.
A eficiência da gestão, a autonomia pedagógica das escolas e a garantia da gratuidade da educação estão entre os fatores mais celebrados por professores, funcionários, estudantes e responsáveis.
“Os dados e relatos que recebemos mostram como as 82 escolas têm se beneficiado da parceria com as empresas gestoras. O objetivo do programa é exatamente tornar mais eficiente a gestão de ações de melhoria, manutenções diárias e contratação de funcionários – afazeres que, antes, eram responsabilidade apenas do diretor. Agora, sobra tempo para as direções escolares cuidarem daquilo que mais interessa: a parte pedagógica e a oferta de uma educação pública, gratuita e de qualidade”, destacou o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda.
A construção de um bicicletário para garantir a organização e a segurança das bicicletas dos estudantes é uma das conquistas do Colégio Estadual Costa Viana. Foto: Hugo Silveira/SEED-PR
MAIS OPORTUNIDADES– Apesar de não interferir na autonomia pedagógica do colégio, as melhorias estruturais proporcionadas pelo Parceiro da Escola refletem positivamente no aprendizado dos estudantes. Mais do que novos equipamentos e salas reformadas, as parcerias têm facilitado a realização de excursões, aulas de campo e participação em competições esportivas por estudantes da rede pública.
No Colégio Estadual Costa Viana, o impacto foi percebido pelos alunos logo na primeira semana de aula. “Nós ficamos apreensivos sobre como ficaria o nosso colégio com essa nova parceria. Mas, no primeiro dia, já tinha professores novos, funcionários novos. Também tivemos mais oportunidades de fazer passeios, atividades de campo, então ficamos muito animados”, aponta Katarina Bueno, de 16 anos, que estuda no colégio há seis. “Está sendo bom para todo mundo. Para mim, essa está sendo a melhor época do Costa Viana”.
Estudante do 2º ano do Ensino Médio Técnico em Formação de Docentes, a jovem também celebrou uma outra melhoria: a construção de uma brinquedoteca, que será usada durante os estágios dos futuros professores. Na nova sala, que está sendo equipada, alunos poderão aprender a planejar aulas e atividades lúdicas para crianças, um requisito para a certificação do curso técnico.
“Ficamos muito felizes, porque é um espaço onde vamos nos sentir mais à vontade. A coordenação liberou para podermos arrumar do nosso jeitinho, e estamos até com um projeto de trazer uma turminha de educação infantil quando a sala estiver pronta. Ali, vai ter muita ludicidade, e vamos poder exercer as nossas atividades do estágio muito melhor do que na sala da coordenação”, celebra.
O Colégio Estadual Costa Viana também oferta cursos técnicos em Administração e Gastronomia, bem como turmas regulares dos anos finais do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. Ao todo, mais de 2 mil alunos estão matriculados na escola, que ocupa área superior a 9 mil metros quadrados na região central de São José dos Pinhais.
Além de ser uma das maiores instituições de ensino da Região Metropolitana de Curitiba, o colégio também está entre as mais tradicionais – fundado em 1947, soma quase 80 anos de história. Também por isso, estava entre as escolas estaduais com maior necessidade de melhorias estruturais.
“Antes, se você passava aqui na frente, era bem cinza o colégio. Agora, está novo, pintado com as cores do Costa Viana, que são o branco e o azul. Eles também estão reformando algumas salas de aula e a cozinha, estão dando uma cara nova pro colégio. Está ficando bonito”, afirma Eryk da Cunha, 16.
Aluno do 2º ano do Ensino Médio e atleta de jiu-jitsu, o jovem também destacou a importância e a qualidade da alimentação escolar. “Eu que sou atleta, sou meio chato com a comida, porque qualquer coisa quebra a dieta. Mas, eles estão servindo certinho a parte das proteínas, carboidratos, salada, frutas… é minha parte favorita”, brinca.
Conforme a direção escolar, a contratação de professores substitutos, a extinção das aulas vagas e a realização de atividades de campo também têm aumentado o engajamento dos estudantes. “No primeiro dia de aula, 100% dos professores estavam contratados e dentro de sala. Então, não tem mais aula vaga, e isso é uma motivação maravilhosa pros nossos alunos. Eles sabem que vêm para a escola e vão ter aula”, acrescenta Ana Cristina Stocco.
A restauração dos alambrados da quadra esportiva e a aquisição de novas impressoras também estão entre as melhorias já concluídas em 2025. Até o final do ano, a direção escolar projeta a realização de mais ações em parceria com a gestão administrativa – entre elas, a reforma completa do laboratório de química, a compra de computadores e a ampliação do refeitório.
“Ainda tem muita coisa a se fazer, porque a escola é gigantesca, muito antiga e a estrutura estava realmente defasada. Até por isso, foi uma das escolhidas para o programa. Mas, hoje, consigo ter a certeza de que, daqui a três ou quatro anos, a escola vai estar impecável”, projeta a diretora.
No Interior, um dos destaques do programa é um “passaporte” que vale um notebook. Foto: Seed
IMPACTO NO INTERIOR– No Interior, escolas estaduais também passam por melhorias decorrentes do Parceiro da Escola. Em Londrina, no Norte, o Colégio Estadual Nossa Senhora de Lourdes tem recebido investimentos em infraestrutura, como compra e instalação de novos ventiladores, por meio da parceria com o grupo educacional Tom Educação.
Além disso, o programa também trouxe novas oportunidades para os estudantes. O projeto “Rota do Saeb”, por exemplo, foi viabilizado pela parceria. A ação consiste em um incentivo ao atingimento de metas como frequência escolar e participação em avaliações de preparação para a prova do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2025.
Os alunos participantes recebem um “passaporte”, que vai sendo atualizado conforme a realização das atividades e o cumprimento das metas. Ao final do ano, o estudante que tiver mais carimbos no documento será premiado com um notebook.
“É uma iniciativa que transforma o aprendizado do nosso estudante. A cada conquista, seja a nota de um simulado, a participação nos recursos educacionais digitais ou a frequência escolar, o aluno vai ganhando milhas. Foi um projeto pensado e planejado pela nossa pedagógica, mas só está sendo possível graças ao subsídio da nossa parceira”, frisa a diretora do colégio, Vanessa Moreira.
PARCEIRO DA ESCOLA– O programa Parceiro da Escola foi criado por lei estadual e a seleção das escolas ocorreu em dezembro de 2024. A atuação das empresas parceiras ocorre em áreas como limpeza, segurança, fornecimento de materiais e suporte administrativo. Países líderes em educação, como Canadá, Coreia do Sul, Reino Unido e Espanha, adotam parcerias na administração escolar, modelo que agora começa a ser aplicado em escala maior no Paraná.
No total, 82 escolas de 34 municípios contam com o apoio da iniciativa privada para obras de manutenção e reparo da infraestrutura, serviços administrativos, gestão de funcionários terceirizados para limpeza e segurança.
As unidades do Parceiro da Escola estão localizadas em Andirá, Cambé, Campo Magro, Curitiba, Londrina, Matelândia, Nova Aurora, Palmeira, Assis Chateaubriand, Almirante Tamandaré, Apucarana, Arapongas, Bocaiúva do Sul, Campo Largo, Cascavel, Castro, Colombo, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Ibiporã, Jaguariaíva, Maringá, Matinhos, Medianeira, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Pinhais, Piraí do Sul, Ponta Grossa, Pontal do Paraná, São José dos Pinhais, Sarandi e Toledo.
O Museu Paranaense de Ciências Forenses (MPCF), da Polícia Científica do Paraná, em parceria com a Companhia Vigor Mortis, apresenta nesta sexta-feira (30) mais uma edição do Cineclube Necrotério. Esta é a 4ª sessão, que já contou com a participação de 120 pessoas.
O filme a ser exibido nesta nova edição será “Trilogia do Terror”, dirigido por John Carpenter e Tobe Hooper. O evento é gratuito, com vagas limitadas, a entrada será por ordem de chegada, e os ingressos começarão a ser distribuídos a partir das 19h.
O projeto tem como objetivo ampliar o diálogo do espaço sobre cinema e outras formas de cultura. O Cineclube Necrotério acontece uma vez por mês e apresenta clássicos do cinema, dando continuidade à parceria feita em 2024, que levou ao antigo necrotério o Festival de Cinema Djanho e a peça de teatro “A maldição dos 27 anos”.
“Abrir o Museu e o espaço do antigo necrotério para eventos culturais tem sido uma experiência única. Continuar essa parceria estabelecida no ano passado com a Cia Vigor Mortis é uma satisfação”, diz Fabíola Machado, diretora do museu.
O diretor da Companhia Vigor Mortis, Paulo Biscaia, também destaca a iniciativa. “Estamos fazendo sessões mensais de filmes de horror e a participação do público tem sido muito boa. As pessoas não vêm apenas para conhecer o local, mas para viver a experiência de assistir um filme dentro do antigo necrotério. Após a exibição, muitos querem ficar para conversar sobre o que assistiram e aproveitar a atmosfera que conseguimos criar, ressignificando o espaço e transformando ele em um lugar de cultura e de trocas”, afirma.
Serviço:
Sessão do Cineclube Necrotério
“Trilogia do Terror” – direção de John Carpenter e Tobe Hooper
Data: sexta-feira (30 de maio)
Horário: 20h
Distribuição de ingressos: a patir das 19 horas
Local: no Museu Paranaense de Ciências Forenses – Antigo Necrotério
Em uma ação inédita no País, o Governo do Paraná vai regularizar simultaneamente 300 imóveis públicos estaduais espalhados por diferentes regiões do Estado. O projeto é fruto de um amplo diagnóstico realizado pelo Departamento de Patrimônio do Estado, vinculado à Secretaria da Administração e da Previdência (SEAP), que mapeou imóveis e desenvolveu uma metodologia que permite a execução em bloco das regularizações. Até então, era necessário realizar a regularização de um imóvel por vez, com abertura de licitações individuais, além de todo o processo de regularização que envolve uma série de etapas burocráticas.
A base para o projeto foi construída entre 2018 e 2022, quando o Governo do Estado realizou um trabalho detalhado para identificar quais imóveis estaduais ainda não possuíam regularização fundiária. Foi uma força-tarefa: cada imóvel foi localizado, analisado e classificado com informações como área, situação de ocupação, estado documental e destinação potencial. Além disso, a SEAP conseguiu precificar todas as etapas necessárias nos processos de regularização, o que permitiu, pela primeira vez, a realização de uma única licitação para contratação da empresa que ficará responsável pelos trabalhos de regularização em bloco.
O levantamento resultou em um banco de dados com 1.477 imóveis com necessidade de regularização. Os 300 primeiros foram selecionados como projeto-piloto.
O investimento total será de R$ 2,7 milhões, financiados pelo Banco Mundial por meio do programa Paraná Eficiente. O novo modelo vai gerar uma economia de 41%, uma vez que realizar processos de regularização individuais custa em média R$ 15,2 mil (por processo). Caso realizado individualmente, as 300 regularizações ultrapassariam os R$ 4,5 milhões. A economia com a nova metodologia será de mais de R$ 1,8 milhão.
O montante inclui todas as despesas necessárias à execução da regularização em massa, inclusive tributos, encargos sociais, trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais incidentes, taxa de administração, frete, seguro, etc. A empresa vencedora da licitação para a execução do projeto foi a Hiparc Geotecnologia, Projetos e Aerolevantamentos Ltda. O processo foi homologado e o contrato deve ser assinado nas próximas semanas.
“Regularizar um imóvel público é um processo complexo, com diversas etapas técnicas, legais e cartoriais. O que fizemos foi transformar esse desafio em uma oportunidade: criamos um método que organiza, precifica e viabiliza a execução em massa, o que representa agilidade, economia e governança sobre o patrimônio estadual”, explica o secretário da Administração, Luizão Goulart.
Segundo ele, o diagnóstico prévio realizado pelo governo estadual trouxe uma visão completa e realista da situação. “Com ela, conseguimos fazer um planejamento técnico, jurídico e financeiro que torna possível essa ação coordenada. Isso jamais teria sido viável sem um diagnóstico bem feito”, reforça o secretário.
A maior parte dos imóveis fica na região Norte do Estado, onde 102 imóveis serão regularizados. No Noroeste são 51 imóveis e em Curitiba e Região Metropolitana, 45. Os demais estão espalhados pela região oeste, sudoeste e central.
ECONOMIA E RAPIDEZ – Antes da criação da nova metodologia, o Estado só conseguia contratar empresas para regularizar um imóvel por vez. Isso tornava o processo lento e oneroso. Cada imóvel levava, em média, de 10 meses a 2 anos para ser regularizado – sem contar o tempo de preparação da licitação, que pode chegar a outros dez meses.
Agora, com o novo modelo, será possível concluir a regularização de 300 imóveis em 36 meses. O cronograma prevê o pagamento por etapas, à medida em que os serviços forem sendo entregues pela empresa contratada, incluindo todos os custos técnicos, legais, tributários e operacionais.
“É uma virada de chave. Esse projeto vai nos permitir dar destinação correta a imóveis hoje ociosos, que poderão ser utilizados em projetos sociais, doados a municípios ou vendidos em leilões, gerando receita para o Estado”, detalha o secretário Luizão Goulart.
COMPLEXIDADE – A ausência de regularização de imóveis públicos não é exclusividade do Paraná. Trata-se de uma realidade comum também em municípios, outros estados e na União. Isso porque muitos desses imóveis foram incorporados ao patrimônio público em épocas em que não havia uma legislação clara sobre como proceder o registro de propriedade.
Até meados do século XX, por exemplo, a transferência de imóveis era registrada manualmente por meio das chamadas Transcrições das Transmissões – documentos imprecisos e, muitas vezes, com descrições vagas sobre localização e metragem.
Em muitos casos, os registros eram mantidos pela própria Igreja Católica, sem padronização ou validação jurídica atual. O resultado: imóveis com documentação antiga, incompleta ou desatualizada, que impedem, por exemplo, reformas e até mesmo a doação ou venda do imóvel.
“O processo inclui desde levantamentos topográficos modernos com uso de drones, até o contato direto com vizinhos e confrontantes para a obtenção de anuência, passando por trâmites junto a cartórios, órgãos públicos e georreferenciamento”, detalha o chefe do departamento de Patrimônio do Estado, Felipe Carvalho.