Em tempos de ampliação da transparência no setor público, a mentira e a enrolação tem pernas cada vez mais curtas. Isso ficou muito evidente em uma reportagem exibida nesta quinta-feira (23) pela RPC (afiliada da Rede Globo) no seu telejornal Meio Dia Paraná. Para não passar vergonha como o chefe, o secretário de Saúde de Cascavel, Miroslau Bailak, teve que categoricamente desmentir a versão que era sustentada pelo prefeito Leonaldo Paranhos desde o início da greve do setor da enfermagem na última terça-feira (21).
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No dia em que a greve começou, a Prefeitura emitiu uma nota dizendo que a responsabilidade do pagamento do piso é do governo federal, e que este “ainda não repassou ao Município os recursos para complementar a folha”. A reportagem da RPC consultou o Ministério da Saúde e constatou que a informação não era verdadeira, constatando que duas parcelas do recurso já haviam sido destinadas ao Município, uma em 22 de agosto e outra em 31 de outubro, totalizando cerca de R$ 575 mil.
Ao pedir explicações, o secretário de Saúde se viu obrigado a confirmar a informação apurada pela reportagem da emissora e, automaticamente, desmentir a versão do prefeito. Mas, Bailak ainda tentou defender o chefe, dizendo que ele não sabia do repasse e que este só havia ocorrido agora, no dia 19 de novembro, ironicamente, um domingo.
Nova nota, terceira versão
Diante do clima que se criou, gerando uma revolta ainda maior entre os profissionais da enfermagem e o iminente desgaste perante toda a sociedade, no final da tarde a Prefeitura distribuiu um novo comunicado, com uma terceira versão.
Reconheceu que o Governo Federal já fez dois repasses de recursos e que estes teriam ocorrido nos dias 3 e 14 de novembro, diferente da informação do Ministério da Saúde e também divergente com a informação dada pelo secretário Miroslau.
A nota também diz que “os recursos serão utilizados no complemento da folha de pagamento dos profissionais da categoria”.

Aberto ao diálogo?
Ao contrário do que sustenta o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, a Prefeitura alega que sempre esteve aberta ao diálogo com a categoria, mas que o prefeito Leonaldo Paranhos só aceita participar de um encontro com a classe, se a greve for suspensa.
Apesar de reconhecer veladamente que o prefeito tentou enrolar a categoria, a nota da Prefeitura mantém o tom de ameaça aos profissionais de Saúde, apontando prejuízo ao serviços à comunidade devido à falta de profissionais nas unidades. Ainda sustenta de que irá descontar os dias não trabalhados.
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