Selvino Simch, de 81 anos, chegou ao bairro Canadá em 1987. Nascido no Rio Grande do Sul, o aposentado mudou-se para o Paraná, se instalou em São Miguel do Iguaçu e na sequência veio com a família para Cascavel, cidade que conquistou o coração do “Seu Selvino”, como é conhecido pelos vizinhos. Ativo na comunidade, o idoso foi um dos primeiros presidentes do bairro, colaborando com grandes conquistas como água encanada, energia elétrica e asfalto.
AS PRINCIPAIS NOTÍCIAS PELO WHATS: ENTRE NO GRUPO. TAMBÉM ESTAMOS NO TELEGRAM: ENTRE AQUI. SIGA-NOS NO GOOGLE NEWS
“Era uma época difícil, faltava tudo! Muitas ruas abertas, porém sem infraestrutura nenhuma. Os lotes estavam sendo vendidos, mas ninguém construía por não ter água encanada e energia. Nem todos conseguiram vertentes nos terrenos para construção de poços, então foi uma luta muito grande para conseguir a água. Em 1988, a instalação veio de forma parcial, após isso a população procurou a associação para conseguir puxar a rede de água até as demais residências”, conta Selvino.
“O asfalto chegou 10 anos depois, quando conseguimos a pavimentação das principais ruas, como a Marechal Cândido Rondon. Na época da construção do pavimento, algumas das ruas foram projetadas com largura menor para economia de metros quadrados da massa asfáltica. Isso é algo do passado, mas que está gerando os problemas atuais com o fluxo, que não é mais suportado pelas vias, por serem menores que as demais”, aponta o aposentado, que está há quase 37 anos no Canadá.
Selvino recorda do trabalho intenso das lideranças. “A associação não parava um minuto. Fazíamos o que podíamos para ajudar a resolver os problemas. Chegamos, inclusive, a fazer parte da UCAM, que era a União Cascavelense das Associações de Moradores. Conforme o bairro foi crescendo, fomos dividindo o trabalho para melhorar ainda mais o atendimento. Até hoje temos questões para resolver. Dos anos 2000 para cá foi quando conseguimos ter, mais ou menos, tudo nos eixos, mas sempre tem o que melhorar”, diz.


“Precisamos de adequação das vias”
Em um rápido passeio pelas ruas do Canadá é visível o crescimento do bairro por meio das diversas construções em andamento, com destaque a grandes conjuntos de edifícios. “A cidade está crescendo muito e o nosso bairro, por ser bem próximo ao Centro, está em destaque. Os terrenos são bem valorizados, estamos recebendo construções maiores com grandes investimentos, vemos que tem muito futuro. As vias terão que ser adequadas para comportar o trânsito que está por vir. Já existem dificuldades, principalmente a Rondon, que antes só ligava o Canadá ao Centro, já hoje recebe o fluxo da PRC-467, umas das entradas da cidade”, diz o ex-presidente do bairro. Selvino Simch comenta sobre outra importante rua. “A Visconde de Guarapuava está ficando cada vez mais difícil. Em alguns horários é quase impossível de andar”.

“Minha vida é aqui”
José Luiz Giansante é empresário, iniciou a trajetória no bairro em 1992. Em Cascavel construiu a família, passou por desafios e conquistou o próprio negócio. “A minha vida é aqui. Não troco a cidade e o Canadá por nada, nunca nem cogitei. É um bairro tranquilo, com segurança e os vizinhos são ótimos”.
O profissional da área de assistência técnica elenca as necessidades da comunidade. “Precisamos que todos os pontos de ônibus sejam substituídos, alguns ainda estão só com as placas e os demais com a estrutura velha. A população está cobrando a prefeitura, pois precisamos desta melhoria no bairro”, comenta.
Outro destaque é o excesso de lixo e entulho na rua Lagoa Vermelha, marginal da PRC-467. “Esse é um problema que persiste há muito tempo. As pessoas jogam o lixo, outros veem isso e jogam também e assim vai indo o descaso. Ninguém recolhe o entulho e o volume não para de aumentar”. A preocupação é com possíveis focos de Dengue, em razão da água parada em recipientes e outros objetos descartados de forma irregular.
“O mato alto, ao lado da escola municipal também preocupa. A falta de roçada está até atrapalhando o fluxo dos estudantes, pois o mato avança a calçada e obriga os pedestres a seguirem pelo asfalto”, explica. “Indo para a questão da mobilidade, a esquina da rua Lajeado com Marechal Rondon é um ponto crítico, com muitos acidentes. A Transitar precisa melhorar a sinalização, tem pontos com visibilidade ruim. Além disso, muitas vias necessitam de reestruturação, como é o caso da Cacequi, para suportar todo o trânsito que está por vir”.

O amor pelo bairro também foi relatado pelos moradores do Santos Dumont.
Dr. Lauri Silva: “O nosso grande problema, hoje, é a mobilidade urbana”
O advogado, Dr. Lauri Silva (Solidariedade), está há 20 anos em Cascavel. No bairro Canadá o vereador chegou há sete anos e elogia a comunidade. “É maravilhoso morar aqui. Um local excelente, com uma população unida e querida. Gosto muito do Canadá”, diz. “Na minha visão, hoje, o Canadá é o bairro mais seguro de Cascavel, fruto do trabalho conjunto entre o Município e os moradores”, afirma. “O Canadá é um bairro muito bem localizado. Na área da Saúde mesmo a população é bem atendida, pois a unidade do Canadá e a do Cancelli são próximas, facilitando para a população”, comenta.
“O nosso grande problema é, sem dúvidas, a mobilidade urbana. São mais de 10 loteamentos no Canadá, que compõem o bairro até o outro lado da rodovia PRC-467. Precisamos resolver este problema urgentemente, penso que alargando a Marechal Rondon, obra que em breve será feita, com um custo estimado de R$ 5 milhões, possa colaborar com a resolução do caso. Vou me empenhar para conseguir os recursos, pois o Canadá é um bairro residencial, mas que está caminhando para ser polo comercial. Temos uma parte do Canadá com crescimento exponencial, com obras de grandes edifícios. Ruas precisam ser abertas para dar fluidez ao trânsito”, detalha.
“A presença de um vereador no bairro ajuda muito a comunidade, pois estabelece um contato direto. Aqui no Canadá a prefeitura vem mantendo, mas ainda sem grandes investimentos, então precisamos de apoio para que as nossas necessidades sejam atendidas”, diz o empresário José Luiz Giansante. “O próximo prefeito espero que continue seguindo os projetos e colaborando com a sociedade. Estamos perto das eleições municipais, o desejo da população é que o trabalho tenha continuidade”, comenta. “A missão do próximo prefeito, seja quem for, é melhorar o trânsito do Canadá, que não suporta mais a demanda”, solicita o aposentado Selvino Simch.

Presidente não atende equipe
Nesta reportagem não contamos com as declarações do atual presidente do bairro Canadá, pois o líder comunitário foi procurado pelo Preto no Branco, mas não respondeu aos contatos.
Transitar novamente não responde Preto no Branco
A Transitar (Autarquia Municipal de Mobilidade, Trânsito e Cidadania) mais uma vez não atende aos pedidos do Preto no Branco e deixa a população sem respostas. A reportagem solicitou informações sobre as possibilidades de adequação do trânsito no Canadá, que não foram encaminhadas até o fechamento desta edição. A Secretaria de Obras também não respondeu a nenhum dos questionamentos, que eram relacionados a malha asfáltica, iluminação pública e instalação dos novos pontos de ônibus no bairro.
Em relação ao mato alto ao lado da Escola Municipal Teotônio Vilela, a Secretaria de Meio Ambiente informou que o campo de futebol e a academia ao ar livre são de responsabilidade da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer. Já sobre a marginal da PRC-467, a pasta comunicou que em vistoria no local, não encontrou entulho e lixo. A secretaria ainda repassou que não existem projetos de parques, pistas de caminhada ou algo do tipo no Canadá.
Na área de segurança pública, a Guarda Municipal contabilizou 38 atendimentos no bairro, de 08 de janeiro a 10 de dezembro deste ano. Foram 27 ocorrências via 153, três por ordem de serviço e oito via patrulhamento.

Fonte: Silvio Matos
Deixe um comentário