Categoria: Cultura

  • Radialista da região faz sucesso com clipe de música gauchesca

    Radialista da região faz sucesso com clipe de música gauchesca

    O radialista de Marechal Cândido Rondon, César Reck, lançou no último fim de semana o clipe da música “Saudade”. Com milhares de visualizações nas redes sociais, o projeto foi possível graças ao apoio de amigos e participações especiais. A canção fala sobre duas crianças que cresceram no campo e foram separadas pela vida, mas mantêm a saudade como laço emocional.

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    O cenário do clipe apresenta paisagens naturais do interior de Marechal Cândido Rondon e conta com a participação de atores locais. Segundo César, a letra foi inspirada em pessoas que sentem falta de algo ou alguém e querem manter viva a memória de um tempo que não volta mais. “Quem nunca sentiu saudade? É um sentimento que mantém acesas muitas lembranças”, disse ele.

    O próximo passo é impulsionar o clipe nas plataformas digitais, especialmente para o público que aprecia a música gaúcha e os valores do tradicionalismo. Segundo César, o projeto foi um sonho realizado graças ao incentivo de pessoas envolvidas na organização e execução, e espera que a mensagem de “Saudade” alcance corações além das fronteiras locais. Veja o clipe:

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Prorrogação de inscrições: artistas ganham mais tempo para brilhar

    Prorrogação de inscrições: artistas ganham mais tempo para brilhar

    Os artistas e fazedores de cultura de Cascavel têm uma oportunidade inédita para se destacar na cena cultural de Cascavel. O prazo final para inscrições dos Editais na Lei Paulo Gustavo foi prorrogado até o dia 18 de outubro, oferecendo mais tempo para transformar suas ideias em realidade com o apoio financeiro total de R$ 2,6 milhões.

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    Desde o dia 31 de agosto, as inscrições estão abertas, e a Secretaria Municipal de Cultura não mediu esforços para garantir que todos os interessados tenham a oportunidade de participar. A equipe da Secretaria de Cultura continuará disponível para esclarecer dúvidas e fornecer orientações, tanto presencialmente no Centro Cultural Gilberto Mayer quanto através de um canal exclusivo no WhatsApp, pelo número 45 98812-2826, dedicado ao atendimento da Lei Paulo Gustavo.

    Esta é uma chance única para os talentosos fazedores de Cultura de Cascavel contribuírem para o enriquecimento da cena cultural da cidade. Não deixe para a última hora. Submeta o seu projeto e faça parte da transformação cultural que marcará Cascavel. Inscreva-se agora pelo site oficial da Lei Paulo Gustavo em Cascavel, acessando o Menu “Inserir Projetos” em www.lpgcascavel.com.br.

    Fonte: Assessoria

  • O padre-prefeito

    O padre-prefeito

    Em 1951, três líderes da comunidade cascavelense – Helberto Schwarz, Álvaro Lemos e Ernesto Farina –, foram a Laranjeiras do Sul pedir ao bispo Manoel Koenner (https://x.gd/UhVyd) a criação da Paróquia de Cascavel e a designação de um padre para conduzi-la. Obtendo a anuência de Koenner, começaram imediatamente os preparativos para a criação da nova Paróquia, já sonhando com uma futura catedral.

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    Por essa época, a família Biazus, que colonizava Matelândia, pediu ao padre Domingos Fiorina, superior dos padres missionários de Nossa Senhora Consoladora, em Erechim (RS), que enviasse um padre para assistir espiritualmente aos colonos. No início de 1952, Fiorina designou para a missão o padre italiano Luiz Luíse, já com ampla experiência em cidades do interior. 

    Nascido em Martellago (Veneza) em maio de 1913, filho de agricultores, Luíse se formou em 1938 na Congregação dos Padres Missionários de Nossa Senhora Consolata (Consoladora), de Turim.

    Ordenado sacerdote ainda em 1938, Luíse permaneceu por alguns anos em missões pastorais na Europa antes de ser enviado às regiões pioneiras colonizadas por imigrantes do Norte italiano na América do Sul.

    Cascavel não despertou atenção

    Chegando ao Brasil em 1º de dezembro de 1946, Luíz Luíse assumiu a Paróquia de Aparecida em São Manoel (SP). Em 1949 foi transferido ao Norte do Rio Grande do Sul, em Erechim, de onde viria ao desconhecido Oeste paranaense já demonstrando grande espírito de liderança comunitária.

    Orientado para conhecer Matelândia e em seguida se apresentar ao bispo de Laranjeiras do Sul, d. Manoel Koenner, Luíse voou até Foz do Iguaçu, pois em Cascavel não havia campo de pouso para aviões de carreira.

    Viajando de Foz do Iguaçu a Matelândia por automóvel, conheceu a Rota Oeste e depois passou brevemente pela pequena cidade de Cascavel, à qual sequer prestou atenção, a caminho de Laranjeiras do Sul, onde se entrevistaria com o bispo. 

    “Dom Manoel aceitou a presença do missionário de Nossa Senhora Consoladora na sua prelazia, mas determinou que padre Luiz fosse trabalhar em Cascavel, atendendo a insistentes pedidos da comunidade local” (Alceu A. Sperança, Cascavel, A História).

    Eleição marcada para a Prefeitura  

    De volta a Erechim para reportar suas observações, Luíse embarcou novamente em 3 de maio de 1952 para Foz do Iguaçu, de onde partiu para Cascavel no dia seguinte, conduzido pelo madeireiro Florêncio Galafassi, em cuja residência o religioso se hospedou até completar as instalações paroquiais.

    Como vigário da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, Luíse a instalou no local em que hoje se encontra a Igreja de Santo Antônio, local histórico da primeira capela da vila.

    No rural Cascavel Velho, a matriarca Laurentina Lopes Schiels, muito religiosa, tinha desde os anos 1920 uma capela também frequentada pelos vizinhos até a família se transferir para a sede urbana, na década seguinte. 

    Com o Município criado em novembro de 1951, Cascavel ainda era sede distrital quando Luíse chegou à cidade, em maio de 1952. Entre a pequena população urbana e o enorme interior do distrito, o assunto mais comentado era a campanha eleitoral. 

    A eleição estava marcada para o dia 9 de novembro de 1952. Assim, entre maio de 1952, ao chegar, até a eleição para a escolha do primeiro prefeito, padre Luiz assumiu a liderança na cidade.

    Divergência: onde construir a catedral?

    Instalando a Paróquia de Nossa Senhora Aparecida em reunião solene com a comunidade em 1º de junho de 1952, o padre se surpreendeu com o tamanho do Município que estava para se emancipar de Foz do Iguaçu. 

    “O novo Município era grande como um território. Como pequenos populados tinha Capela São João, Capela São Pedro, Colônia Esperança, Sapucaia, São Domingos, Centralito, Serraria Piquiri, Cafelândia, Iguaçuzinho, Roda de Carro, Memória, Santa Tereza, Bela Vista [Céu Azul], Melissa e Santa Cruz” (padre Luiz Luíse, depoimento ao livro Cascavel, a História).

    A reunião solene de instalação da Paróquia se transformou em debate acalorado sobre se a Igreja Matriz de Nossa Senhora Aparecida seria construída no Patrimônio Velho, a cidade existente na época, ou em área doada para esse fim pelo Departamento Geográfico de Terras e Colonização, órgão do Governo do Estado, situada no ainda desabitado Patrimônio Novo.

    Os pioneiros queriam a futura catedral no Patrimônio Velho, onde morava quase toda a população urbana, mas o padre insistiu que a nova igreja fosse edificada no Patrimônio Novo, de acordo com a planta do governo estadual.

    Um arranjo político e imobiliário 

    O Estado não enviou a verba necessária para a instalação do Município e com isso o primeiro prefeito precisaria vender os lotes do Patrimônio Novo para viabilizar as atividades municipais.

    Ter a igreja nova no Patrimônio Novo facilitaria a venda dos imóveis, puxando a ampliação da cidade para o Leste.

    Contrariando as lideranças tradicionais da cidade, o padre insistiu nisso. Havendo o impasse, formou-se uma comissão composta por Adelino Cattani, Ernesto Farina e Helberto Schwarz para seguir a Laranjeiras do Sul, sede da Prelazia (bispado), para consultar o bispo. 

    Manoel Koenner pesou os prós e contras, determinando que o novo templo fosse construído de acordo com a planta do Estado, que acrescentava o Patrimônio Novo ao perímetro urbano da cidade, a Leste da Rua Moysés Lupion (atual Rua Sete de Setembro).

    Decisão tomada, o movimento para a edificação da nova igreja foi liderado por Florêncio Galafassi, Victorino Sartori, Helberto Schwarz e Itasyr Luchesa, entre outros. A Industrial Madeireira do Paraná cedeu o material de construção.

    Luíse deu estrutura a Cafelândia

    Enquanto a comissão cascavelense tratava com o bispo, padre Luiz conhecia o interior do novo Município, rezando missas nas comunidades do interior. 

    Em 20 de junho de 1952 ele rezava a primeira missa no povoado de Caixão, futura Cafelândia do Oeste, que ele também iria comandar. Ali promoveu seus grandes feitos: enfrentar a corrupção instalada no Banco do Brasil e criar o cooperativismo na região. 

    Por conta dessa conquista, Cascavel foi o único Município brasileiro a ter duas cooperativas: a pioneira cooperativa Consolata (Copacol), de Cafelândia, desde 1963, e a Coopavel, iniciada no contexto do Projeto Iguaçu de Cooperativismo, sete anos depois.  

    Sempre apoiado por Florêncio Galafassi, o primeiro grande feito do religioso como “prefeito” tampão em Cascavel foi coordenar o movimento para a conquista de uma linha regular de aviação.

    Começou em setembro de 1952, dois meses antes da eleição do primeiro prefeito, quando houve uma perseguição policial motorizada pela BR-35, então em obras, que viria a ser a futura BR-277.

    Sofrimento de bandidos motivou aeroporto 

    Um grupo de contrabandistas foragidos de Foz do Iguaçu dirigia-se apressadamente para Cascavel, caçado pela Polícia Militar, e o caminhão em que fugiam tombou, com vários feridos. 

    Diante do sofrimento dos bandidos, alguns em estado grave, sem recursos suficientes para o médico Wilson Joffre atender a todos, o padre perguntou por que Cascavel ainda não tinha um aeroporto com linhas regulares, para facilitar os negócios na região e ter a opção rápida de transporte aos doentes graves.

    “Naquela noite, não dormi, mas fiquei pensando sobre o caso e como formular um plano para conseguir o serviço aéreo civil. (…) Com a Diretoria de Tráfego Aéreo da Real estudei o plano de voos que ligassem Cascavel a São Paulo. Foi determinado que Cascavel fosse servida com quatro voos por semana” (padre Luiz Luíse).

    A linha regular de aviação, cujo voo inaugural se deu em 11 de janeiro de 1953, era feita por um avião Douglas DC-3, “com seus dois motores radiais que expeliam fogo e fumaça quando eram acionados” (Elcio Zanato, Cascavel, A Grande Conquista).

    Quem será o primeiro prefeito?

    Um mês antes da primeira eleição municipal, em 10 de outubro de 1952, o padre Luiz levou a estátua de Nossa Senhora Aparecida em procissão até a atual localização da Catedral de Nossa Senhora Aparecida e ali declarou fundada “a nova cidade de Cascavel”.

    Ele considerava “nova cidade” o Patrimônio Novo, cujos lotes o primeiro prefeito iria vender para custear os serviços municipais. Em 9 de novembro de 1952, finalmente, Cascavel elegeria o prefeito e a igreja localizada no Patrimônio Novo facilitaria à Prefeitura vender terrenos para custear os serviços municipais. 

    A campanha eleitoral se desenvolveu em clima de grande emoção. O farmacêutico Tarquínio Joslin Santos tinha visível maioria na cidade, onde era mais fácil votar, e o agropecuarista Neves Formighieri se destacava no interior. Parecia uma eleição já resolvida em favor do estimadíssimo farmacêutico.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Cônsul da Polônia visita Matelândia para homenagear patrono da ornitologia paranaense

    Cônsul da Polônia visita Matelândia para homenagear patrono da ornitologia paranaense

    Esta segunda-feira (18) será marcada por um evento histórico importante na cidade de Matelândia, com a visita da cônsul geral da Polônia em Curitiba, Marta Olkowska. A cônsul chega na região às 14h15 pelo aeroporto de Foz do Iguaçu O primeiro item em sua agenda é uma visita ao túmulo de Tadeusz Chrostowski, situado dentro do Parque Nacional do Iguaçu, em Matelândia. Este cientista, considerado o patrono da ornitologia paranaense, dedicou sua vida ao estudo das aves antes da sua morte em 1923, na localidade de Pinheirinho (então, Foz do Iguaçu), durante a terceira expedição ornitológica que fazia no Paraná.

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    A cônsul será acompanhada por Maurício Dezordi, professor e historiador, que também está coordenando o projeto de reestruturação do monumento dedicado a Chrostowski, erguido inicialmente em 1933. O antigo monumento, uma iniciativa da comunidade polonesa no Paraná, atualmente está em ruínas, mas com o financiamento do consulado polonês e o apoio de várias instituições e voluntários locais, há planos robustos para sua renovação. Além disso, a cônsul também terá encontros programados com autoridades do Parque Nacional do Iguaçu e da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu.

    Centenário da morte

    Esta visita ocorre em um ano simbólico, marcando o centenário da morte do pesquisador. O novo “Memorial Tadeuz Chrostowski – Patrono da Ornitologia Paranaense” será edificado no exato local onde repousavam os restos mortais de Chrostowski. Dezordi, que localizou o sítio do túmulo entre 2020 e 2021 com base em relatos e no diário do cientista, lidera a construção do memorial, que utilizará elementos originais da estrutura anterior, incluindo pedaços da lápide original e pedras que ainda restam no local.

     pedaços da lápide original e pedras que ainda restam no local
     Pedaços da lápide original e pedras que ainda restam no local serão reaproveitados no novo memorial

    O biógrafo de Chrostowski e pesquisador de ornitologia, Fernando Straube, ressalta a importância deste evento não apenas para o estado do Paraná, mas para a história global. “É um momento histórico de reconhecimento, respeito e ação pela memória de uma pessoa que dedicou tanto à nossa ciência”, afirmou. Straube reconhece a contribuição significativa de Chrostowski ao campo da ornitologia, particularmente através de sua extensa coletânea baseada em viagens realizadas entre 1910 e 1911, uma obra pioneira focada exclusivamente na avifauna do Paraná.

    Chrostowski, que nasceu em 25 de outubro de 1878, em Kamionka, Polônia, é lembrado por seu compromisso incansável com a pesquisa da avifauna paranaense. Suas expedições científicas ao Paraná, ocorridas entre 1910 e 1923, forneceram uma riqueza de conhecimento inestimável no campo da ornitologia. 

    A previsão é que o novo memorial seja erguido até novembro deste ano.

    Placa marca a construção do novo memorial
    Placa marca a construção do novo memorial

     

    Fonte: Assessoria

  • Írio Manganelli, um marinheiro em terra firme

    Írio Manganelli, um marinheiro em terra firme

    Um dos mais importantes marcos da formação da chamada Rota Oeste foi a vinda dos primeiros colonos de Criciúma (SC), em 1952, para o interior do Município de Foz do Iguaçu. Transcorreram dois anos entre o projeto, iniciado em 1950, e a execução, curso no qual se destacou a capacidade organizativa de Írio Manganelli.

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    Nascido lá mesmo, em Criciúma, em 1922, Manganelli só não conseguiu dar o nome da cidade natal ao novo lugar porque tensas batalhas pela terra fariam prevalecer a conciliação sugerida pela medalha que Silvino Dal Bó ganhou da avó italiana, com a efígie de Santa Terezinha.

    Marinheiro desde os 14 anos, Írio trabalhava no navio Cruzador Bahia I, que veio a naufragar logo depois que ele deixou o serviço na embarcação. Chamado para combater na II Guerra Mundial, por quase dois anos serviu em um navio da VI Esquadra Americana como operador de radar.

    Professor de Inglês, jogador de futebol e basquete, foi chamado a trabalhar no projeto de uma empresa colonizadora de Veranópolis (RS) que tinha Silvino Dal Bó à frente (https://x.gd/BC7mq). 

    Nas funções de agrimensor, Írio foi encarregado pela medição de 5,5 mil alqueires pertencentes à Colonizadora Criciúma, dando assim início à formação de Santa Terezinha de Itaipu.

    A cidade começou a partir de 1º de maio de 1952, após a vinda das primeiras famílias trazidas pela Colonizadora Criciúma, determinando a abertura da picada que Írio Manganelli batizou com a data, origem da Rua 1º de Maio.

    Um eficiente organizador

    A medição de terras foi apenas uma das diversas tarefas que Manganelli veio a cumprir. Além de dar feição à colônia no aspecto geral, empenhou-se em criar a infraestrutura econômica e social necessária para facilitar a vida e os negócios das famílias que chegavam.

    De imediato elas pediam escola para os filhos, recreação para os jovens e igreja para seus cultos. Conhecendo cada um que chegava, nas eleições de 1960 Írio se elegeu o vereador mais votado no Município de Foz do Iguaçu.

    Lá, sua capacidade logo prevaleceu, levando-o à presidência da Câmara em 1962, período em que contribuiu para iniciar o asfaltamento da Avenida Brasil e viabilizar a Usina Elétrica do Ocoí, quando Itaipu sequer era um sonho.

    Ter um de seus fundadores no comando do Município de Foz do Iguaçu era o ponto alto de uma comunidade que se impôs em meio a muitas dificuldades. 

    A área havia sido requerida por Miguel Matte em 1925, declarando o interesse em explorar a produção de erva-mate e madeira, mas o título de posse só saiu depois da Revolução de 1930. 

    Sem meios para cumprir as obrigações exigidas, em 1949 a área foi vendida ao paulista Lourenço da Silva, que dividiu a grande propriedade em lotes menores para revenda.

    Um desses retalhos, de 6,5 mil alqueires “compreendidos entre as terras da Colônia Militar de Foz do Iguaçu até a Gleba Santa Maria e da Linha Telegráfica, Estrada Velha, até a Gleba Passo Cuê”, teve a escritura pública lavrada em Mafra (SC), mais tarde transcrita pela Colonizadora Criciúma no Registro de Imóveis de Foz do Iguaçu como área de 15.730.000 m².

    Área com posseiros desde a Colônia Militar

    A Colonizadora Criciúma dividiu a propriedade em lotes de 40 alqueires. A fórmula da venda era similar à de outros projetos: uma entrada para confirmar o interesse real em utilizar a área e o restante parcelado.

    Motivadas, começavam a chegar em caravanas as famílias Dotto, Acordi, Smânia e Manente, dentre outras. Antes deles, entretanto, posseiros autorizados pela Colônia Militar do Iguaçu já haviam iniciado propriedades na região, sobretudo a partir de 1934, como os eslavos Teófilo Kukul e Adão Kultz, cada qual em uma das margens do Rio São João, autorizados pela Prefeitura.

    Importantes pioneiros anteriores à chegada dos colonos de Criciúma foram ainda Bernardino Jorge Velho, famílias Arenhart e Peters, Evaldo Wandscheer, Francisco Scherloski, João Alves Amaral, João Ansoategui, Leonardo Pavlak, Luciano Jakuboski, Ludovico Kalicheski, Raymond Robert de Blasset e Leonardo Wichoski.

    A família Wichoski, aliás, é uma das mais representativas da odisseia que foi a formação colonial do Oeste, destacando-se também como um dos esteios iniciais da comunidade de Cascavel.

    Paz com os índios da região 

    O carroceiro Leonardo e a esposa Helena Eufrásia Wichoski, recém-casados, vieram em 1928 de Itaiópolis (SC) para a região de Cascavel, cidade que ainda não existia, trazendo os filhos Vítor, Rosa, Maria e Justina.

    Com seu carroção puxado por burros, Leonardo fazia o transporte dos produtos coloniais das famílias Elias/Schiels e agregados que desde 1922 já estavam instaladas em propriedade rural no Cascavel Velho. 

    A família Wichoski tem ainda o mérito significativo de ter iniciado a primeira serraria cascavelense. Funcionando junto ao pequeno salto do Rio Cascavel e movida a roda d’água, já serrava madeira logo após a Revolução de 1930.

    De tanto percorrer o Oeste com seu carroção, Leonardo estudava oportunidades e uma das melhores lhe apareceu em 1939, quando requereu a posse de 200 alqueires junto à nascente do atual Rio Guabiroba, onde se estabeleceu e nasceram os filhos Matilde, Ilda, Regino, Terezinha e Adão. 

    Leonardo protagonizou ali, ao lado de outros 60 colonos que vieram logo em seguida, uma cena típica do velho Oeste norte-americano. Havia dezenas de índios na região da atual Santa Terezinha de Itaipu quando ele começou a ocupar a área. 

    “Naquela época, era só entrar no mato adentro e ocupar a terra”, contou ele ao jornal Nosso Tempo, de Foz do Iguaçu. “Isto aqui era terra da União por ser faixa de fronteira. Muitos colonos fizeram o mesmo. Eu escolhi este lugar. Desmatei, preparei a terra e comecei a plantar”.

    Ao contrário do velho “far west” dos EUA, porém, nem foi atacado nem atacou os índios. Seus dissabores viriam bem depois, com a colonização empresarial, que veio acompanhada pelo jaguncismo. 

    Jagunços eram os cobradores

    Com a família trabalhando a terra, Leonardo continuava eventualmente a fazer transporte de mercadorias e materiais de construção, servindo às obras do Hotel Cassino, Hotel das Cataratas e a Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, por exemplo.

    Quando a Colonizadora Criciúma começou a aplicar seu projeto de minifúndios, em 1952, fixando para cada posseiro 5 ou 10 alqueires para cada família, conforme a área que já haviam desmatado, com possibilidade de outro tanto a preços e condições de pagamento mais favoráveis, Wichoski e outros posseiros mais antigos não concordaram (Sebastião Francisco da Silva, Na trilha dos pioneiros). 

    “O processo colonizador dessa área envolveu tanto as companhias colonizadoras, como os jagunços, posseiros, colonos e grileiros que, em muitos casos, utilizaram-se da violência física ou moral para se apossarem da terra ou defenderem suas propriedades, ou o que consideravam serem os seus domínios” (Angelo Priori et alia, História do Paraná: séculos XIX e XX).

    Quando os jagunços entraram em cena, agindo como cobradores da colonizadora, muitos pequenos posseiros se assustaram. “Um dia vieram uns fiscais. Queriam cobrar a renda da ocupação da terra, pois nós éramos considerados posseiros. Começou uma demanda. A colonizadora chegou querendo tirar a gente da terra. Vieram os empregados com espingardas 12, prontos para matar os bandidos, como eles diziam (…) Havia 60 posseiros. A Criciúma botou para fora da terra 59. Só sobrou eu” (Leonardo Wichoski, depoimento ao jornal Nosso Tempo).

    20% do que tinham 

    Os Wichoski, muita briga depois, conseguiram manter 40 alqueires dos 200 que haviam requerido em 1939. Alguns filhos ficaram na propriedade, outros mudaram para a sede, Foz do Iguaçu. 

    O filho Vítor preferiu morar em Cascavel e Matilde acompanhou o marido ao Paraguai. A mãe Helena morreu em 1981 e o pai Leonardo dez anos depois, sem jamais esquecer o que sofreu sob a pressão dos jagunços armados.

    Em Santa Catarina, houve a tentativa do governo Esperidião Amin de resgatar como herói a figura do jagunço, por meio do Projeto de Identidade Catarinense, tomando como referência a resistência dos fanáticos religiosos e monarquistas do interior catarinense à força militar paranaense no caso do Contestado. 

    No entanto, a negatividade do termo – a palavra “jagunço” tradicionalmente designa pessoas que portam armas ostensivamente – levou o projeto ao esquecimento. Justamente por isso, o reconhecimento de arbitrariedades cometidas por jagunços da Colonizadora Criciúma impediu que o nome dela permanecesse também como o nome da vila e da cidade que prosperaram depois, em tempos pacíficos. 

    Assim, já em 1959, na criação do distrito, prevaleceu a piedosa medalhinha da família Dal Bó com a efígie de Santa Terezinha. Exatamente o nome da filha mais nova de Leonardo, nascida ali mesmo nos tempos do jaguncismo, quando o lugar ainda era conhecido como “Vila Criciúma”. 

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Orquestra Sinfônica de Cascavel celebra 20 anos com concerto de aniversário

    Orquestra Sinfônica de Cascavel celebra 20 anos com concerto de aniversário

    Uma história de duas décadas merece uma comemoração em grande estilo. A Orquestra Sinfônica de Cascavel celebra 20 anos de atividades e para festejar esse aniversário tem que ser no palco. Por isso, anote na agenda, porque neste domingo (17), haverá o concerto especial, às 20h, no Teatro Municipal Sefrin Filho. 

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    Os ingressos ainda estão disponíveis, por meio do site https://parallela.art.br/evento/orquestra-20-anos. Será um grande evento com repertório que passará por músicas que a orquestra tocou ao longo desses anos, como as trilhas sonoras de filmes, música popular, erudita, criando um verdadeiro espetáculo para o público. 

    No palco, serão 90 artistas, incluindo 40 músicos da Orquestra, e os convidados: Canticum Vocal, Camerata Allegro e Unibloco. 

    Para a maestrina Giordana Galvan Lube, olhar essa jornada de 20 anos é emocionante. “São raros, raríssimos municípios brasileiros que têm uma orquestra. Mais raro ainda quando essa orquestra é voluntária, é quase uma coisa inédita no país. É realmente um grupo de músicos que vem há 20 anos com mudanças de pessoas, acrescentando sempre novos músicos, que vem trabalhando pela música, em prol da música, de fazer a arte, de ter isso na sua vida. Mais do que profissão”, comenta. 

    Atualmente, a Orquestra conta com 40 músicos que ensaiam semanalmente.

     

    Fonte: Assessoria

  • Duas novas exposições são abertas ao público no Teatro Municipal de Cascavel

    Duas novas exposições são abertas ao público no Teatro Municipal de Cascavel

    Uma revolução cultural se desenha em Cascavel com novas ações e políticas públicas voltadas ao setor que têm atraído o público aos espaços culturais da cidade. Desde a noite de ontem, duas novas exposições abriram no Teatro Municipal Sefrin Filho, sendo as novas opções para o público. Uma apresentação de taiko (tambor japonês) marcou a abertura da exposição.

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    O prefeito Leonaldo Paranhos visitou as duas exposições na noite de ontem.

    Em mais uma parceria com o Museu Oscar Niemeyer (MON), foi aberta a exposição “Ásia: a mão do povo”, com mais de 160 obras em exibição. A mostra é um recorte inédito da rica coleção de arte asiática que faz parte do acervo do MON. A exposição tem como curador Fausto Godoy e ficará à disposição do público na extensão do MON, no Teatro Sefrin Filho.

    Outra exposição é da artista visual Karina Amadori, que tem o título provocante de “Caminhos da Desmemória”, e traz uma experiência única que mergulha nas profundezas da feminilidade, natureza e psicanálise.

    O secretário de Comunicação e Cultura, Jefferson Lobo, destaca que são dois trabalhos importantes à disposição do público. Ele ressalta que o trabalho da artista Karina Amadori traduz a representação e expressão do povo paranaense através das araucárias. “Ela traduz através da natureza, a força da natureza, a força dessas árvores que formam um grande exército e a feminilidade, a sensibilidade e sutileza da mulher, porém, com muita força”, observa. “O Fausto, um embaixador que já correu o mundo, 40 anos servindo ao Brasil, em países asiáticos principalmente, e que nos traz uma coleção fantástica”, completa.

    O secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, que representou o governador Carlos Massa Ratinho Junior na abertura das exposições, lembrou que o Paraná tem descentralizado a cultura.

    “Nós temos museus importantes, como o Museu Paranaense, o Museu de Arte Contemporânea, o próprio Museu Oscar Niemeyer, que é um emblema no estado, mas temos um grande acervo que precisa transitar para dar acesso a outras regiões e poder ter esse contato direto com tantas coleções”, diz.

    Jader Alves, diretor Cultural do MON, destaca a parceria entre o Estado e o Município de Cascavel no setor cultural. Ele lembrou que o sucesso da exposição África, em parceria com o Museu Oscar Niemeyer, foi fundamental para trazer a nova mostra.

    “A visitação da exposição África foi fenomenal, os números realmente são incríveis, o que nos motivou a continuar a parceria e fechar agora esse novo ciclo com a vinda da exposição asiática. Essa é apenas a segunda de várias que a gente pode planejar”, enfatiza.

    Felipe Casagrande, coordenador da Câmara de Turismo do Codesc, destaca que o setor cultural é uma importante ferramenta que fomenta a economia.

    “A cultura, assim como o turismo, tem uma ramificação muito grande, tanto um quanto outro, são interligados. Tudo o que tem a ver com o turismo respinga nos outros meios da economia, uma engrenagem que não tem como se dissociar uma da outra”, diz.

    Fausto Godoy

    Nascido em Bauru (SP), Fausto Godoy é bacharel em Direito, cursou doutorado em Direito Internacional Público na Universidade de Paris, cursou História da Arte na École du Louvre e possui diploma de Língua e Civilização Francesa pela Universidade de Paris-Sorbonne. Ingressou na carreira diplomática em 1976 e serviu nas embaixadas do Brasil em países da Europa, América do Sul, América do Norte e Ásia, onde iniciou a coleção de obras de arte que totalizam cerca de três mil peças e que foram doadas ao Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba.

    “Morei durante 16 anos em 11 países da Ásia, então essa coleção é fruto dessa vivência e a razão dessa vivência é a obrigação que eu sinto diante de mim mesmo e perante a sociedade de trazer um pouquinho da Ásia para o Brasil para ilustrar um pouco à população brasileira sobre o continente que eu reputo mais importante do Século XXI”, explica.

    Karina Amadori

    Uma artista dedicada à sua visão singular, Karina Amadori, utiliza a seda natural do Paraná para criar obras que desencadeiam reflexões profundas, entrelaçando metáforas sobre mulheres e araucárias. Na exposição, os visitantes encontrarão 18 desenhos impressionantes de araucárias, cada um impresso em sublimação em peças de voal de seda, com 1,75 metros de altura.

    “Essa exposição que está sendo trazida para Cascavel é individual, mas dialoga com a Exposição Ásia, que está no terceiro piso do teatro”, diz.

    Fonte: Assessoria

  • Museu de Arte de Cascavel traz exposição impactante “Caminhos da Desmemória”

    Museu de Arte de Cascavel traz exposição impactante “Caminhos da Desmemória”

    A Secretaria Municipal de Cultura, por meio do Museu de Arte – MAC, estão prestes a deslumbrar os amantes da arte com uma exposição imperdível, que promete deixar sua marca na história cultural da cidade. Sob o título provocante “Caminhos da Desmemória”, a artista visual Karina Amadori traz uma experiência única que mergulha nas profundezas da feminilidade, natureza e psicanálise.

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    A exposição, que será inaugurada na próxima quarta-feira (13), é uma jornada sensorial que mescla desenhos e instalações, levando o público a explorar as complexas narrativas conceituais que unem a floresta ombrófila mista, com suas araucárias características do sul do Brasil, e a essência feminina. A entrada é gratuita.

    Karina Amadori, uma artista dedicada à sua visão singular, utiliza a seda natural do Paraná para criar obras que desencadeiam reflexões profundas, entrelaçando metáforas sobre mulheres e araucárias. Em suas palavras, “eu comecei a estudar as árvores e a perceber que as espécies fêmeas tinham suas especificidades nos galhos, nas folhas, na maneira como se erguem, como quem protege seu fruto, como uma mulher que guarda uma vida”.

    Na exposição, os visitantes encontrarão 18 desenhos impressionantes de araucárias, cada um impresso em sublimação em peças de voal de seda, com 1,75 metros de altura. A leveza dos tecidos permite uma interação única, onde as pessoas podem percorrer a instalação e imergir nas obras. Cada desenho das araucárias, feito com três tons de grafite, foi criado a partir de imagens enviadas por amigos e conhecidos da artista.

    Para Karina Amadori, não existe separação entre a natureza e a mulher: “Tanto uma quanto a outra são potências tão presentes em nossas vidas, porém, nem sempre compreendidas. Meu processo de criação caminha por todos esses lugares e, no fim, sempre se encontram”, explica a artista.

    Além dos desenhos, a exposição apresenta 13 obras de grafite sobre papel que revelam detalhes da floresta ombrófila mista. São retratos das araucárias fêmeas, cujas singularidades evocam um “corpo livre que se reencontra reflorestando”, como um tributo à memória das mulheres que, em um passado recente, foram cortadas e agora renascem como um espectro do que poderiam ser.

    O impacto emocional da exposição é aprofundado com os textos escritos pela psicanalista Juliana Radaelli, que discorre sobre as experiências traumáticas transformadas em obras de arte. “A artista torna o seu traumático em algo sublime, fazendo a passagem do peso do abalo ser impressa na leveza da seda”, elogia Radelli.

    Prepare-se para uma viagem única pelos “Caminhos da Desmemória” no Museu de Arte de Cascavel, onde a fusão entre arte, feminilidade, natureza e psicanálise se entrelaçam de maneira excepcional. Esta exposição é uma oportunidade imperdível para enriquecer sua compreensão da arte contemporânea e da riqueza cultural da região. Não perca!

    Sobre Karina Amadori

    Karina Amadori nasceu em Pato Branco – interior do Paraná. A região está presente no conceito de suas obras.

    Formada em terapia ocupacional, foi a partir da relação com a anatomia do corpo humano que a artista criou gosto pela arte e começou os primeiros esboços em desenhos e esculturas. Atualmente, a pesquisa artística está diretamente ligada à produção do bicho da seda, criando objetos escultóricos e instalações feitas usando a seda e seus derivados como matéria-prima.

    Além dos desafios da maternidade, Karina Amadori já vivenciou experiências dolorosas como a perda de uma filha aos nove meses de gestação. Esta bagagem pessoal e as diferentes formas de viver o feminino, com tristezas e alegrias, lhe deram um novo olhar sobre o papel da mulher no mundo.

    Além da relação entre arte e natureza, retratada também em suas obras que exprimem no papel a floresta ombrófila mista, através das araucárias, típica do sul do país, suas obras também dialogam com a essência feminina, trazendo delicadeza, mas também força ao trabalho artístico.

    Fonte: Assessoria

  • Coronel Lapa, o xerife do Oeste

    Coronel Lapa, o xerife do Oeste

    A ênfase dada pelo governo do Estado ao Oeste e Sudoeste para retomar o controle sobre as regiões perdidas durante a vigência do frustrado Território Federal do Iguaçu foi marcante, mas o êxodo de filhos de imigrantes ao Oeste do Paraná não destoava de outras ações. 

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    A chegada de imigrantes na década de 1950 às regiões tradicionais do Estado foi tão importante e está igualmente ligada à força original do agro paranaense.  

    Em Palmeira, a partir de 1951, instalaram-se os alemães menonitas, ocupando-se de atividades agropastoris e industriais. Chegavam também aos campos de Guarapuava refugiados da região do Danúbio. 

    Principalmente alemães, cerca de 350 pessoas fundam as colônias germânico-iugoslavas de Entre Rios: Jordãozinho, Cachoeira, Vitória, Samambaia e Socorro. 

    Esses novos grupos de imigrantes que acorrem ao Paraná na década de 1950 participam de movimentos planejados, assistidos por entidades internacionais. “Sua fixação foi bem dirigida e financiada, diferente da imigração pioneira no século anterior” (Ruy Christovam Wachowicz).

    O custeio de alojamento, alimentação e a localização de emigrantes europeus nessas novas colônias é bancado pelo poder público e os resultados são gratificantes, com uma crescente e diversificada produção rural.

    O início da lenda

    O fluxo migratório às regiões tradicionais se beneficiou do fim do desgastante (e sangrento) episódio da Guerra de Porecatu, o primeiro e raro movimento de luta pela posse da terra em que os posseiros venceram. No Oeste, entretanto, não havia tantas facilidades.   

    Na região da Fazenda Britânia, cuja colonização começou em 1946, não havia situações de conflito, ao contrário do Norte do Distrito de Cascavel, onde ocorriam atritos entre posseiros e iniciativas empresariais de colonização. 

    Para evitar que o episódio de Porecatu se repetisse, em 1952 o tenente João Rodrigues da Silva Lapa foi designado pelo governo estadual para aplacar os conflitos entre jagunços e posseiros no interior.

    Instalando-se em Cascavel, ele atuou por dois meses e fez inúmeras detenções de elementos armados. Com uma trajetória única na estrutura paranaense de segurança pública, a história de João Lapa foi recortada tanto pela ultrapassagem da ditadura Vargas como pelo início da ditadura civil-militar de 1º de abril de 1964.

    Bolsos vazios, mas muita vontade

    Nascido na Lapa em junho de 1910, aos 17 anos João decidiu ir a Curitiba procurar emprego em uma indústria de vidrarias na Rua Aquidaban (atual Rua Emiliano Perneta), mas a fábrica fechou.

    Sem dinheiro nem vontade de voltar à roça, abordou um soldado e lhe perguntou se poderia ser aceito na Força Militar. Diante da resposta positiva, carregou sua mala até o Quartel do Comando Geral da Força Militar, onde soube que o requerimento para o ingresso voluntário custava 5 mil réis. 

    “João não tinha em sua carteira o suficiente. Depois de mais uma decepção, saiu do Quartel cabisbaixo e parou numa pequena venda de produtos em frente ao prédio que acabara de sair. O dono da venda percebeu pelo semblante do jovem que algo tinha dado errado. Numa breve conversa, o comerciante emprestou o dinheiro necessário para João ingressar na Força” (Renato Marchetti, O Desbravador dos Sertões Paranaenses).

    Ele foi simplesmente João Rodrigues da Silva até 1928, ao iniciar a carreira na Polícia Militar. Como havia na corporação um soldado homônimo, para ser diferenciado teve a cidade natal incorporada ao sobrenome.

    Metralhadoras e olho ferido

    Designado para atuar na Companhia de Metralhadoras Pesadas, João passou a cabo em 1929 e foi elogiado por participar na Revolução de 1930 “pelo seu valor, disciplina, coragem e abnegação com que se portou na defesa da sagrada causa revolucionária, concorrendo para a conquista da vitória das tropas libertadoras” (Polícia Militar do Paraná, Pasta de Assentamentos Funcionais).

    Na Revolução Constitucionalista de 1932 “tomou parte em violentos combates, saindo num deles gravemente ferido, demonstrando coragem e prontidão nas missões que lhe foram confiadas”.

    O ferimento, no olho direito, ocorreu em 18 de setembro de 1932 no interior de São Paulo, próximo ao Rio das Almas, “proveniente de fragmento de um cartucho de guerra que explodiu fora da câmara de sua metralhadora, durante um incidente de tiro”.

    Antes de vir a Cascavel em caráter emergencial ele já havia sido delegado de polícia em Pitanga e Tomazina (1945), Congoinhas (1946), Guarapuava (1946), Piraí do Sul (1948) e Campo Mourão (1949).

    Ação correta, mas improdutiva 

    Promovido a segundo tenente antes de ser designado para atuar pela primeira vez em Cascavel, João Lapa foi promovido a capitão por conta da tarefa cumprida no Oeste. 

    A situação que o então tenente Lapa encontrou em sua primeira designação para pacificar a região do Rio Piquiri, ao Norte e Nordeste do Distrito de Cascavel, era já de um consolidado reconhecimento dos posseiros como agricultores familiares dedicados a uma produção diversificada, mas os temidos jagunços foram mantidos pelas colonizadoras.

    Uma década depois que Lapa voltou a Curitiba, a situação havia piorado no Oeste. Ele descobriu que o problema dos posseiros não era um caso de polícia, mas de Justiça. O desdobramento do conflito dominial entre União e Estado perdurava e assim o trabalho de João Lapa foi requerido mais uma vez em 1961.

    Ficando evidente a cumplicidade de policiais do Estado com o jaguncismo, a lenda do xerife João Lapa se fez quando prendeu a polícia inteira, como será resenhado em futura publicação.   

    Sem qualquer relação com Cascavel, “as origens dos conflitos de terras em todo o Oeste devem-se à má colonização das terras públicas, por sinal as melhores do Brasil, incentivando a vinda de grileiros profissionais que para conseguirem apoderar-se de vastas áreas contratavam elementos que se diziam pistoleiros” (Ezuel Portes, advogado de posseiros).

    Olho por olho

    Os jagunços oestinos, para Portes, “na realidade, não passavam de pessoas humildes, chefes de família, que na falta de outro emprego, aceitavam a incumbência de portar uma arma ostensivamente e passar por perigosos pistoleiros. Na realidade, alguns, muito poucos, eram sanguinários e cruéis, matando quase sempre à traição”.

    Em 1955 João Lapa foi promovido a major, em 1958 a tenente-coronel e a coronel depois da segunda missão cumprida em Cascavel, no início dos anos 1960. 

    Passou maus momentos depois do golpe que derrubou o presidente constitucional João Goulart, em 1964, mas sua história na Polícia Militar, sobretudo o reconhecimento em Cascavel pela ousadia de 1961, assegurou a João Lapa uma posição entre os heróis da corporação. 

    A grande infelicidade de Lapa se deu justamente em 1964, quando o ex-deputado Walter Pecoits foi preso, torturado e teve um olho vazado na carceragem policial localizada onde hoje se encontra o complexo cultural de museu, teatro e feira, na Rua Duque de Caxias. 

    Em 1932, Lapa quase tivera um olho vazado em um acidente com munição explosiva e 32 anos depois alguém perdia um olho sob seu comando. O chefe policial aprendeu, assim, que a ação policial não resolve os problemas sociais. Só age em cima das piores consequências dos problemas não solucionados.

    Hospital S/A

    Por conta das aventuras na mata para abrir caminhos e cortar madeira, as picadas de cobra eram os acidentes mais corriqueiros nos tempos da colonização. 

    Os atritos entre posseiros e jagunços, com feridos a bala, eram menos comuns, mas tiveram as ocorrências aumentadas logo depois que João Lapa retornou a Curitiba para cumprir novas missões. 

    É assim que em março de 1952 vai começar a construção do primeiro hospital de Cascavel, por iniciativa do médico Wilson Joffre Soares dos Santos, irmão do advogado Ney Wadson dos Santos, conhecido defensor de posseiros da região, associado ao também célebre advogado Ezuel Portes.  

    Wilson e Ney nasceram em Piraquara (PR), filhos de Manoel Soares e Cecília Pereira dos Santos, mãe que perderam muito cedo, enviados pelo pai a estudar em Ponta Grossa.

    Os dois desempenharam papéis importantes na história da região Oeste, Wilson como o primeiro médico radicado em Cascavel e Ney como advogado dos posseiros esbulhados na região. 

    Wilson Joffre atendia os pacientes de Cascavel em um quarto do Hotel Bartnik e os de Toledo no Hospital São Paulo, criado em 1950 pelo médico Ernesto Dall’Oglio. 

    Em março de 1952, Joffre apresentou em reunião no Tuiuti Esporte Clube a proposta de construir um hospital em Cascavel, sob sua direção, financiado por ações adquiridas pelas famílias dos madeireiros e comerciantes da cidade.

    De Santa Casa para Nossa Senhora

    Com madeira doada principalmente pela serraria São Domingos, por decisão de Florêncio Galafassi, a construção começou de imediato, na esquina das ruas São Paulo e Sete de Setembro. 

    O Hospital Nossa Senhora Aparecida, que veio puxar toda a atual estrutura médico-hospitalar de Cascavel, tornando a cidade um centro de excelência no setor de saúde, foi construído quando a “cidade” não passava de uma vila, sede de um distrito remoto pertencente ao então vastíssimo Município de Foz do Iguaçu.

     A obra foi levantada em sete meses, ainda em 1952, e em setembro aconteceu a inauguração da clínica, funcionando inicialmente com o nome de Santa Casa de Misericórdia. Para agradar ao padre Luiz Luíse, Joffre resolveu homenagear a padroeira da cidade e mudou o nome da casa de saúde para “Hospital Nossa Senhora Aparecida”.

    Joffre devolveu todo o dinheiro aplicado pelas famílias no hospital. Primeiro na forma de atendimento gratuito aos familiares dos acionistas. Depois, comprando as ações, uma por uma, até se tornar o único proprietário do hospital.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Cascavel lança a programação do 33º Festival de Dança

    Cascavel lança a programação do 33º Festival de Dança

    A cidade de Cascavel está prestes a se transformar no epicentro da dança, com o lançamento da programação do tão aguardado 33º Festival de Dança de Cascavel. A Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, revelou detalhes empolgantes sobre o evento que promete celebrar a arte em movimento como nunca antes.

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    Marcado para acontecer de 29 de setembro a 6 de outubro de 2023, o festival trará uma série de atrações imperdíveis para os amantes da dança. O Teatro Municipal Sefrin Filho será o palco principal dessas performances, enquanto diversos locais pela cidade receberão apresentações no palco aberto, de acordo com o cronograma baseado nas inscrições, que foram encerradas no dia 31 de agosto.

    A abertura oficial do festival, programada para 30 de setembro, contará com uma apresentação especial do Balé Teatro Guaíra, intitulada “Lendas Brasileiras”, que, além de inédito fora do Teatro Guaíra, em Curitiba, promete ser uma uma experiência única para toda a população cascavelense. Os ingressos para esta apresentação de tirar o fôlego estarão disponíveis gratuitamente pelo site www.parallela.art.br a partir de 25 de setembro.

    Durante os dias que se seguirão, o festival abraçará diversas categorias de dança, incluindo Ballet Clássico, Dança Contemporânea, Jazz Dance, Danças Urbanas, Estilo Livre e K-POP. Além disso, o evento celebrará a diversidade e a criatividade dos bailarinos participantes, considerando trabalhos em diferentes subgêneros, como Solos, Duos, Trios e Conjuntos.

    O ponto alto do festival será a emocionante noite de encerramento agendada para 6 de outubro, quem além da tão aguardada cerimônia de premiação, apresentará os espetáculos “Suíte de Dom Quixote” e “Memória de Brinquedo” com a prestigiosa Curitiba Cia de Dança. Os ingressos para este evento estarão disponíveis, sempre de forma gratuita, no site www.parallela.art.br a partir de 25 de setembro.

    Com três décadas de história, o Festival de Dança de Cascavel continua a inspirar e encantar, fornecendo uma plataforma para os talentosos artistas da dança mostrarem seu trabalho. Este evento anual é um reflexo do compromisso da cidade com a cultura e as artes, proporcionando aos cidadãos e visitantes uma experiência única que celebra a expressão artística e o movimento. Portanto, marque seus calendários e prepare-se para uma semana inesquecível de dança e emoção no 33º Festival de Dança de Cascavel.

    Programação todas as noites

    – Pré-Abertura (29/09): O espetáculo “Lendas Brasileiras” do Balé Teatro Guaíra promete encantar a rede municipal de ensino de Cascavel com sessões às 10h e 15h no Teatro Municipal Sefrin Filho.

    – Abertura Oficial (30/09): A abertura oficial será um espetáculo gratuito do Balé Teatro Guaíra para toda a população às 19h30 no Teatro Municipal Sefrin Filho. Os ingressos estarão disponíveis a partir de 25/09 no site www.parallela.art.br

    – Palco Aberto (1º/10): A Feira do Teatro será palco para lindas apresentações de dança de bailarinos de toda a cidade e região.

    – Lendas Brasileiras (1º/10): Lendas Brasileiras em mais uma apresentação do Balé Teatro Guaíra, desta vez às 16h, no palco do Teatro Municipal Sefrin Filho, com ingressos gratuitos disponíveis no mesmo site.

    – Mostra Avaliativa Categoria Infantil (02/10): As crianças exibem seu talento a partir das 18h30, no Teatro Municipal Sefrin Filho, com entrada gratuita sem necessidade de ingresso.

    – Mostra Avaliativa e Mostra Competitiva Categoria Júnior (02/10): A categoria Júnior exibe seu talento a partir das 20h, no Teatro Municipal Sefrin Filho, com entrada gratuita sem necessidade de ingresso.

    – Mostra Gospel de Dança (02/10): Uma noite de espiritualidade e movimento, com entrada gratuita sem necessidade de ingresso às 20 horas no palco do Centro Cultural Gilberto Mayer.

    – Mostra Avaliativa e Mostra Competitiva Categoria Júnior (03/10): A categoria Júnior exibe seu talento a partir das 18h30, no Teatro Municipal Sefrin Filho, com entrada gratuita sem necessidade de ingresso.

    – Mostra Avaliativa e Competitiva categoria Sênior (04/10): A categoria Sênior exibe seu talento a partir das 18h30, no Teatro Municipal Sefrin Filho, com entrada gratuita sem necessidade de ingresso.

    – Mostra Avaliativa e Competitiva categoria Sênior (05/10): A categoria Sênior exibe seu talento a partir das 18h30, no Teatro Municipal Sefrin Filho, com entrada gratuita sem necessidade de ingresso.

    – Noite de Encerramento (06/10): Uma noite de gala com a Cerimônia de Premiação seguida de dois emocionantes espetáculos, “Suíte de Dom Quixote” e “Memória de Brinquedo” com a Curitiba Cia de Dança para toda a população às 19h30 no Teatro Municipal Sefrin Filho. Ingressos gratuitos disponíveis no site www.parallela.art.br a partir de 25/09.

    Fonte: Assessoria