Categoria: Cultura

  • General se impressionou com os negócios na fronteira

    General se impressionou com os negócios na fronteira

    Criada em 1939, a Comissão Especial da Faixa de Fronteiras revelou em janeiro de 1952 preocupação com os inúmeros pedidos de cessão de terras e abertura de negócios em Foz do Iguaçu e outras comunidades fronteiriças.

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    A CEFF era uma espécie de superprefeitura nacional das regiões limítrofes, cabendo-lhe a tarefa homologatória dos pedidos encaminhados. Nessa época sob o comando do general Cyro Espírito Santo Cardoso, cabia à Comissão de Fronteiras a fiscalização das operações com terras públicas e privadas,

    Além de examinar conflitos de jurisdição de terras e conceder permissão para a exploração de bens minerais, cabia à Comissão autorizar a instalação de estabelecimentos comerciais, industriais, agrícolas, de colonização e negócios em geral em sua área de jurisdição.

    Paranaense da Lapa, em julho de 1922, aos 34 anos, Cyro já se destacava como instrutor da Escola Militar do Realengo, que orientou a se integrar ao movimento revolucionário tenentista. Por conta disso, foi preso e condenado a um ano e quatro meses de prisão. 

    Parecia sem futuro quando a anistia recebida com a revolução bem-sucedida de 1930 o levou à direção da Escola Militar de Resende, ali permanecendo até 1950, quando assumiu o comando da 10ª Região Militar em Fortaleza (CE). 

    Já no governo constitucional de Getúlio Vargas, iniciado em janeiro de 1951, foi chefe de gabinete do presidente e ali estava quando, em sua sessão do dia 28 de janeiro de 1952, a CEFF decidiu enviar ofício ao Serviço de Patrimônio da União confessando estar “impressionada com o grande de número de pedidos de concessão de terras na faixa de fronteiras”. 

    Recomendava que nos contratos fosse incluída cláusula obrigando os concessionários a fazer o aproveitamento racional das terras no prazo de três anos, “sob pena de caducidade* das concessões”.

    *Caducidade: decrepitude, velhice incapacitante; neste caso, extinção. 

    Vivendo o tumulto da Era Vargas 

    Cyro saltou do gabinete de Vargas para o Ministério da Guerra, até o tenso mês de fevereiro de 1954, quando foi exonerado do cargo depois da divulgação do Manifesto dos Coronéis, que também derrubou o ministro do Trabalho, João Goulart.

    Os oficiais protestaram contra a elevação do salário mínimo em 100%, negociada por Goulart, queixando-se das manobras para dividir os militares e dos escassos recursos para as necessidades militares do país. Em tempos de redes sociais eles seriam atropelados pela reação popular, mas na época abalaram o governo, tanto que Vargas se suicidou em agosto.

    Deslocado para a diretoria de Ensino do Exército até o final desse 1954, foi para o comando da 4ª Região Militar, em Juiz de Fora, até o início de 1956. Retornou-se ao Rio de Janeiro em março de 1956 como diretor-geral do Serviço Militar e em dezembro foi para a diretoria-geral de Material Bélico, ali atuando até maio de 1957.

    Sua última função de relevo foi comandar o IV Exército, em Recife, até 1959, coroando a trajetória de um dos militares paranaenses mais influentes na transição da ditadura Vargas para a redemocratização. Cyro Espírito Santo Cardoso morreu em 1979.

    O espanto da Comissão de Fronteira no caso dos inúmeros pedidos de concessão de terras e permissão para a abertura de negócios no Município de Foz do Iguaçu tinha muito a ver com uma conjugação de acontecimentos: o fim da ditadura Vargas, com a eleição do prefeito pelo voto, a extinção do Território Federal do Iguaçu e o interesse do Estado do Paraná em retomar o controle de suas devolvidas regiões Oeste e Sudoeste para impedir a volta do TFI.         

    Por conta desses fatos, um novo plano estadual de rodovias estava em elaboração na capital e teria impacto positivo determinante para o futuro do Oeste. 

    Estradas, eterna preocupação

    O esforço viário começa com reparos na estrada principal da rodovia que é hoje a BR-277. Havia sido improvisada, ainda em 1951, uma variante para permitir o tráfego alternativo entre Cascavel a Foz do Iguaçu, que explica o aumento da fluência de colonos ansiosos por obter terras na região.

    Também partindo de Cascavel, Manoel Ludgero Pompeu (1888–1966) formava turmas para abrir estradas a partir do tronco principal. 

    “Juntamente com o falecido Pompeu, fiz a estrada que vai do Tamoio 1 até a Foz do Piquiri, no muque. Esta estrada que passa no Brasmadeira, na Melissa, Meia Lata, Central Santa Cruz, Bananeira, Cafelândia – cujo nome era Caixão –, depois Anta Gorda, Roda de Carro, fomos nós que abrimos” (Aladin de Souza Leal, Prisma Cascavel, 10/2/1995).

    Ao passo em que evolui lentamente a estrutura de transportes no interior do Paraná, também cresce o fluxo de passageiros no transporte fluvial e, com o aumento da população e a circulação de riquezas, o contrabando e a criminalidade.

    Para reforçar a patrulha na fronteira, em 31 de julho de 1951 a Capitania dos Portos festeja em Foz do Iguaçu o recebimento da lancha-patrulha Iguaçu. A embarcação faz uma longa viagem até ser incorporada à estrutura de vigilância da fronteira: transportada em navio mercante que parte do Rio de Janeiro, segue até Montevidéu, onde é lançada às águas do Rio da Prata, navegando pelo Rio Paraná até chegar ao destino.

    Migração produz colônias e cidades  

    O Paraná se enche de pequenos povoados e cidades no interior e os núcleos mais antigos se consolidam. 

    No Oeste, a colonizadora gaúcha Maripá procura atrair os colonos oferecendo assistência médica, abrindo escolas e templos religiosos. 

    “A Companhia contratou um médico, construiu e equipou um hospital em Toledo (Casa de Saúde e Maternidade de Toledo) e ajudou a construir outro em Marechal Cândido Rondon (Hospital e Maternidade Filadélfia). Construiu escolas, pagava salário aos professores” (Valdir Gregory, Os Eurobrasileiros e o Espaço Colonial – Migrações no Oeste do Paraná [1940-1970]).

    A colonizadora de Toledo vai além: contrata o agrônomo curitibano Rubens Stresser (1926–2011) para formar um sítio experimental e promover experiências com variedades de trigo, fumo, oliveiras e árvores frutíferas.

    Era a retomada do fio da meada interrompida pela desistência dos ingleses de prosseguir com o projeto da Fazenda Britânia, onde experimentos agroindustriais resultaram até na exportação do petit grain (extrato de apepú – ver em https://x.gd/mqblV).

    O esperto Almeida

    Cascavel tinha uma subprefeitura de Foz do Iguaçu e em Toledo a colonizadora e madeireira Maripá dirigia a comunidade. Em Guaíra, tudo girava em torno do porto e na sede, Foz do Iguaçu, com a democracia recém-descoberta, tudo passava pela Câmara Municipal. 

    Naquela época, o Poder Executivo nos municípios não era tão dominador quanto na União e nos estados. As câmaras eram de fato centros de legislação e debates estratégicos e não meros apêndices das prefeituras.  

    As sessões legislativas de janeiro de 1952 em Foz do Iguaçu foram marcadas por um intenso debate a respeito de como deveria ser regulamentado e recolhido o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). 

    Em campos opostos, o vereador iguaçuense Moacir Pereira criticava a má redação e a inconstitucionalidade do projeto de cobrança do IPTU remetido à Casa pelo prefeito Francisco Guaraná e o vereador Sadi Vidal defendia a lei como forma de combater os terrenos baldios. 

    Coube ai vereador Antônio Rodrigues de Almeida, do Distrito de Cascavel, apresentar uma fórmula conciliadora, determinando em substitutivo que só pagariam (1% do valor venal) os imóveis “de mau aspecto”, que depunham “contra a paisagem urbana”.

    Almeida foi elogiado por sua “esperteza”, já que na determinação do valor venal não entravam benfeitorias tais quais os muros, as cercas e as calçadas: taxar com maior valor os imóveis com benfeitorias seria um incentivo ao desleixo. 

    Como quem melhorasse o aspecto dos imóveis, valorizando-os, não pagaria imposto, estimulavam-se os cidadãos a melhorar o aspecto da cidade, no melhor espírito do IPTU desde sua formulação. Foi o fim dos debates: o substitutivo de Almeida foi aprovado por unanimidade.

    O esquecido Almeida

    Almeida, fundador do Tuiuti Esporte Clube, além de vereador também foi delegado de polícia em Cascavel. Ligado à família Pompeu, seu nome foi esquecido por uma falha cometida pela Prefeitura que a Câmara Municipal, por desatenção, jamais corrigiu.

    Em entrevista gravada, o pioneiro e ex-vereador Jacob Munhak declarou que antes da criação do Município ia verear na Câmara de Foz do Iguaçu em companhia de Antônio Almeida, mas na degravação (transcrição da entrevista para texto) o nome de Antônio Almeida foi grafado como “Antônio Leivas”.

    Para homenagear os antigos vereadores e lhes dar nomes de ruas, a Prefeitura encaminhou à Câmara projeto de lei com o nome “Antônio Leivas” quando na verdade deveria ter encaminhado “Antônio Almeida” ou, completo, Antônio Rodrigues de Almeida. 

    Por conta disso, a Rua Antônio Leivas passou a homenagear alguém que nunca existiu em Cascavel e Antônio Almeida, personagem histórico, ficou ignorado. O erro nunca foi corrigido e a rua, no bairro Santa Felicidade, continua com o nome errado.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Ministério da Cultura e Unimed apresentam a peça “Tem Palhaço no Trânsito” em Cascavel

    Ministério da Cultura e Unimed apresentam a peça “Tem Palhaço no Trânsito” em Cascavel

    A cidade de Cascavel recebeu esta semana o espetáculo “Tem Palhaço no Trânsito”, produzido e apresentado pela companhia paranaense Circo Teatro Sem Lona. A iniciativa, patrocinada pela Unimed por meio da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e Governo Federal, tem como objetivo educar crianças e adolescentes sobre as regras de trânsito de forma lúdica e divertida.

    O espetáculo utiliza elementos circenses e teatrais para abordar temas como o uso do cinto de segurança, respeito aos semáforos e como atravessar a rua de forma segura. 

    Com 27 anos de atuação e mais de 70 prêmios conquistados, a Circo Teatro Sem Lona tem um histórico de apresentações em mais de 500 cidades e impacto em mais de 1,5 milhão de pessoas. A Unimed Cascavel, por sua vez, foi fundada em 1989 e desde então tem contribuído significativamente para o cooperativismo na saúde local. O espetáculo “Tem Palhaço no Trânsito” é mais uma parceria que visa à educação e ao bem-estar da comunidade.

    Fonte: Assessoria

  • Basso desafiou o governador

    Basso desafiou o governador

    Com a vitória na “Guerra de Porecatu”, na primavera de 1950, os posseiros que chegavam ao interior do Paraná passaram nas regiões Norte e Oeste do Paraná a receber lotes legalizados e sem mais jagunços mancomunados com a polícia estadual.

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    Na grande conciliação promovida para desmobilizar os jagunços das colonizadoras e inibir o levante armado dos posseiros, “as terras de primeira qualidade, apropriadas à cultura de café na região de Porecatu, ficaram mesmo em poder dos fazendeiros” (Elpídio Serra, Processos de ocupação e luta pela terra agrícola no Paraná). 

    Depois, ambicionando a Presidência da República, Munhoz da Rocha cometeria o erro de abandonar o Estado para assumir um Ministério no precário governo federal sob ataque e abriu o caminho para o retorno de Moysés Lupion. E do jaguncismo. 

    Mas no início dos anos 1950 o interior do Paraná, especialmente nas regiões Oeste e Sudoeste, ainda tinha amplas faixas de terras de alta qualidade para posse, aquisição junto ao Estado e projetos de empresas colonizadoras. 

    É nesse contexto que se dá o processo de colonização de Corbélia, em área pertencente ao Distrito de Cascavel, Município de Foz do Iguaçu, iniciado no segundo semestre de 1951.

    Essa nova frente de colonização é empreendida pela Fundação Paranaense de Colonização e Imigração, que contrata Armando Zanato (1907–1973) para procurar entendimentos com os posseiros da região relativos à demarcação e promover a venda de terras.

    O desafio postes x fios

    Em Toledo, ocorre a colheita dos frutos da estruturação do modelo de negócios da empresa Maripá, combinando a colonização com a exploração da madeira. É assim que cerca de 1.500 colonos chegam à antiga Fazenda Britânia, onde brotam as colônias Dez de Maio, General Rondon, Novo Sarandi e Quatro Pontes. O Oeste assiste ao germinar de dezenas de vilas e cidades.

    A população de Foz do Iguaçu, no entanto, demonstrava inconformismo com as dificuldades de comunicação, que não acompanharam as melhorias no transporte. 

    A fronteira ainda estava mais integrada a Buenos Aires, pela generosa estrada fluvial do Rio Paraná, que a Curitiba, acessível apenas por longas e incertas viagens nos períodos de chuvas.

    A linha telegráfica que deveria acompanhar a rodovia principal estacionou em Guarapuava. Sobrou para Foz do Iguaçu apenas um telégrafo rudimentar, herança da antiga Comissão Estratégica. 

    O telégrafo tinha na época o mesmo significado do acesso à internet. Era a única forma de estabelecer comunicação imediata em tempos nos quais o Correio demorava semanas para entregar uma carta.

    Mas as linhas eram feitas de postes e fios. Tomadas pelo mato, caíam muito e os reparos demoravam. Os líderes iguaçuenses exigiam que uma linha desmatada e protegida se estendesse até a fronteira com a máxima urgência.

    No entanto, perceberam que não dispunham de força política para garantir a conquista de imediato. O governador Bento Munhoz só garantiu a colocação dos postes e a extensão dos fios até Cascavel.

    Nas negociações entre o governo e as lideranças de Foz do Iguaçu, destaca-se a personalidade forte e ousada de um italiano que lidera o embrião de uma forte entidade representativa da força da comunidade: a Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi). 

    Pedro Basso, que durante a II Guerra foi ameaçado de ser expulso da fronteira, não aceitou a limitação anunciada pelo governador e chamou para si a responsabilidade de unir a população e exigir a rede até Foz do Iguaçu. 

    Tragédias forjadas pelas guerras mundiais

    Nascido na região italiana do Vêneto em 1908, Pedro Basso viu sua família de agricultores sofrer com as terras devastadas durante a I Guerra Mundial. Migrando para o Brasil em 1921, foi trabalhar nos cafezais de São José do Rio Preto (SP).

    Da Itália também veio a namorada, Assumpta Gallo, que morava em Presidente Prudente (SP). Depois, em busca de oportunidade melhor, transferiu-se em 1929 para Santa Helena, onde havia um projeto de colonização com italianos pela Companhia Espéria.

    Trabalhando duro, Pedro se casou em 1933 e o primeiro filho, Victório, nasceu lá. Com o capital acumulado nas tarefas desenvolvidas até então, em 1938 ele se estabeleceu em Foz do Iguaçu, abrindo uma pensão que recebia principalmente turistas argentinos. 

    Tudo ia bem, com os bons serviços da pensão prestigiados pelas autoridades que chegavam de outras regiões, até que a II Guerra Mundial eclode em 1939 e em seus desdobramentos vai trazer a Basso o incômodo de entrar na lista de eventuais inimigos da pátria por conta da perseguição aos estrangeiros provenientes de um dos três países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão – ver https://x.gd/dpBwM).

    Sendo italiano, ainda tropeçando no idioma português, Pedro Basso sentiu-se muito próximo de perder tudo que havia construído em sua ativa permanência no Brasil.   

    Expulso com filho recém-nascido

    “Os estrangeiros eram proibidos de permanecer na fronteira. Meu pai, sendo italiano, tinha que ir embora de Foz do Iguaçu” (Irineu Basso, jornal Gazeta do Iguaçu, 27/06/93).

    Aos 34 anos, com a esposa Assumpta acabando de dar à luz o filho Irineu e com Victório ainda pequeno, sair de Foz do Iguaçu para o isolamento em Guarapuava seria muito difícil para a família.

    O absurdo da inclusão de Basso na lista dos estrangeiros suspeitos é que em seu Hotel Três Fronteiras se hospedavam no período da guerra o delegado de polícia, o promotor público e família, além de outros funcionários governamentais.

    Mesmo assim, Pedro teve seu rádio receptor tomado pela polícia para ser impedido de ouvir emissoras estrangeiras com notícias censuradas sobre a guerra. 

    Depois de muitas reclamações, teve o rádio devolvido e recebeu por fim autorização do Exército para permanecer, “porque as autoridades utilizavam muito seu hotel e restaurante”, contou Irineu. 

    Depois, a família abriu um estabelecimento comercial que vendia de tudo: tecidos, secos e molhados e armarinhos. Em seguida veio o cinema, o Cine Star, em 1951, que funcionou até 1980.

    Cinema, futebol e muita briga

    Italiano turrão, fundador de um clube de futebol – o Flamengo local –, Basso frequentemente entrava em campo para brigar ao lado dos filhos com os adversários nas frequentes confusões dos jogos sem VAR nem árbitros formados.

    “Todos os jogos tinham brigas. Certa vez, Pedro Basso entrou uma briga feia no campo do ABC. Os filhos dele (Irineu e Victório) entraram na briga também, e o Victório escapou de ser morto porque o camarada adversário puxou a arma e ela não detonou. Era um soldado do Exército” (Kid Chocolate, Gazeta do Iguaçu, 1994).

    Irineu, que a exemplo do pai também presidiu o Flamengo iguaçuense, decidiu encerrar as atividades com o futebol depois de uma grande confusão envolvendo facas, facões e espetos de churrasco.

    “Vi a morte na frente. Era espeto, faca e facão estrilando por todos os lados. Cheguei em casa, esfriei a cabeça, chamei meu filho e disse: olha, para mim chega de futebol”.  

    Já fortalecido como empresário e a família consolidada, em 1951 o líder comunitário Pedro Basso desafiou o governador bento Munhoz da Rocha, comprometendo-se a plantar todos os postes entre Foz do Iguaçu e Cascavel se as autoridades prometessem estender os fios sobre eles. 

    A conquista do telégrafo 

    Era uma proposta incomum, abrindo campo a uma parceria público-privada inédita. “Pedro Basso apelou então para todos os segmentos da sociedade e levantou em apenas 35 dias o posteamento necessário para este fim” (João Adelino de Souza, revista Memória).

    Esse movimento comunitário deixa um fruto: a Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), que futuramente seria presidida pelo filho Victório, também eleito vereador.

    Pedro Basso morreu em 1961, com 58 anos, vitimado pela doença de Chagas, já reconhecido como um dos heróis da fronteira.

    Enquanto Foz do Iguaçu se mobilizava para trazer o telégrafo, tudo continuava difícil em Toledo, que só contava com um precaríssimo acesso rodoviário. 

    Nesse isolamento, uma surpresa tomou conta dos colonos que transitavam no centro da vila: algo caiu do céu. Na rota de Cascavel, o avião NA, do Correio Aéreo Nacional, acabara de dar um voo rasante sobre a vila, já com cinco anos de existência. 

    Dele se desprendeu um pacote misterioso. Os encantados pioneiros toledanos que observam a passagem do avião correm em direção ao pacote e ao abri-lo encontram um exemplar da revista O Cruzeiro e dois jornais curitibanos daquele mesmo dia.

    Enquanto o avião monomotor continuava sobrevoando a vila, eles acenavam agradecidos e felizes aos tripulantes, que não tinham como pousar na mata fechada, sem ao menos um campo de pouso improvisado. Aquele gentil pacote vai motivar nos toledanos o desejo ardente de construir um campo de aviação.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Ministério da Cultura e M.A Máquinas levam peça “Tem Palhaço no Trânsito” a escolas do Paraná

    Ministério da Cultura e M.A Máquinas levam peça “Tem Palhaço no Trânsito” a escolas do Paraná

    A cia paranaense Circo Teatro Sem Lona, em parceria com o Ministério da Cultura e a M.A Máquinas, apresentará a peça circense “Tem Palhaço no Trânsito” em escolas de Campo Mourão, Goioerê e Cascavel, entre os dias 21 e 29 de agosto. Patrocinado pela M.A Máquinas, o projeto tem como objetivo educar e orientar o público jovem sobre as leis de trânsito.

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    Utilizando a linguagem circense e teatral, a peça busca conscientizar sobre a importância de respeitar as regras de trânsito, como o uso do cinto de segurança, atravessar na faixa de pedestres e obedecer semáforos e sinalizações. A iniciativa visa despertar a compreensão da segurança no trânsito de forma lúdica, através de uma equipe de 4 atores e um narrador.

    O evento é parte de uma série de ações da Companhia “Circo Teatro Sem Lona”, atuante desde 1996, que já conquistou mais de 70 prêmios em todo o país. Com 27 anos de história, a companhia realiza cerca de 350 apresentações anuais, impactando mais de 1,5 milhão de pessoas.

    A M.A Máquinas, patrocinadora do projeto, é um dos maiores grupos de concessionários John Deere da América Latina, com presença em diversas cidades do Paraná. A empresa tem se destacado por sua contribuição ao desenvolvimento regional e ações sociais.

    O projeto representa uma oportunidade de engajar a comunidade escolar na conscientização sobre o trânsito e reforça o compromisso das instituições envolvidas com a educação e a segurança. A programação completa e mais informações sobre a peça estão disponíveis no site da companhia: www.circoteatrosemlona.com.br.

    Fonte: Assessoria

  • Instrumentista da região é convidado para apresentar workshop sobre a “Viola Brasileira” em Santiago

    Instrumentista da região é convidado para apresentar workshop sobre a “Viola Brasileira” em Santiago

    O violeiro instrumentista Marcos Pires, natural de Toledo, foi convidado para um workshop em Santiago, no Chile, através da Embaixada Brasileira. O evento, agendado para o dia 4 de setembro, terá como tema “Viola Brasileira”.

    O workshop tem como objetivo explorar as peculiaridades do instrumento, destacando sua riqueza em paisagens sonoras distintas. Transcendendo a música caipira, Marcos Pires demonstrará a versatilidade da viola, percorrendo o fandango paranaense até o período barroco do século XVI.

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    Marcos Pires, além de violeiro, é professor, pesquisador, arranjador e produtor cultural. Atualmente, ele é bacharelando em Música/Pesquisa na Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA). Seu estudo sobre a viola brasileira foi conduzido no Conservatório de MPB de Curitiba, sob orientação do Professor Rogério Gulin, especialista no fandango Paranaense.

    O artista integra a Orquestra Paranaense de Viola Caipira desde 2012, sob regência do Maestro Ricardo Denchuski, e também foi co-fundador da Orquestra de Viola Caipira de Toledo (OVCT) e do projeto instrumental de música regional latino-americana Trio Turiaçu.

    Seu talento levou-o a participar de diversos festivais e acompanhar o Coral de Itaipu Binacional em apresentações na tríplice fronteira. Pires também já dividiu o palco com grandes intérpretes da MPB, como Teresa Cristina, Livia Nestrovski e o famoso instrumentista Nailor Proveta.

    O workshop “Viola Brasileira” em Santiago promete ser uma oportunidade significativa para o intercâmbio cultural e a promoção da rica tradição musical brasileira no exterior. A participação de Marcos Pires, com sua vasta experiência e habilidades, certamente enriquecerá o evento e contribuirá para o reconhecimento internacional da viola brasileira.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Governador e topógrafo gaúcho se desentendem

    Governador e topógrafo gaúcho se desentendem

    Duas modestas vilas, Toledo e Cascavel somadas não chegavam a uma população de mil habitantes no início de 1951, situação compreensível quando se sabe que todo o Paraná apresentou no Censo de 1950 um total de 2,12 milhões de habitantes, 455 mil em Curitiba. 

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    Londrina já estava com 67 mil habitantes e Maringá bateu em 40 mil. Foz do Iguaçu, incluindo os distritos de Cascavel e Guaíra, apenas 16 mil.

    Era esse o perfil do Paraná e do Oeste na época do retorno de Getúlio Vargas ao poder pelo voto, em 31 de janeiro de 1951. O Brasil se encaminhava para a combinação entre nacionalismo econômico e a domesticação (via PTB) do movimento operário – o chamado “populismo”, herança do estado-novismo. 

    A situação nacional iria naturalmente apresentar reflexos no Oeste paranaense. Os líderes regionais adaptavam as políticas do Paraná e da União aos próprios projetos como alavancas para suas estratégias de desenvolvimento.

    No país, crescia o papel do Estado na economia, com a criação de empresas estatais e monopolistas nas áreas mais lucrativas e cobiçadas pelos investidores estrangeiros, especialmente norte-americanos.

    Interessava ao Paraná e ao seu interior atrair projetos e verbas para ações estatais que se integrassem aos próprios planos das forças políticas e econômicas regionais. Como em raras ocasiões na história, a política oficial passou a ser encarnada pelo povo como sua.

    Ilusões proletárias

    Se 1930 foi a revolução da classe média, 1951 prometia protagonismo ao proletariado, que avalizava as iniciativas do governo, dentre as quais a fundação de um banco (o BNDE) para financiar projetos de empresas nacionais.

    O governo limitou a remessa ao exterior de lucros de empresas estrangeiras instaladas no País com a Lei de Lucros Extraordinários e criou a Petrobrás, estabelecendo o monopólio estatal do petróleo. 

    Com isso, feria os interesses da Shell, Esso, Texaco e outras multinacionais que operavam no Brasil e manipulavam lobbies informais na política.

    A nação se polariza em dois grupos: a maioria de nacionalistas, que concentram seus interesses na campanha “O Petróleo é Nosso”, e a elite “entreguista”, que defende a exploração do petróleo e demais riquezas do País pelos grupos estrangeiros em associação com as elites locais. 

    Assim, o começo de um grande salto econômico para o Brasil assinala também o início da conspiração que iria resultar no suicídio do presidente, em 1954, e dez anos depois o fim da ilusão de conquista do poder ao proletariado, com a emergência de uma ditadura de viés elitista, não mais apoiada no sindicalismo atrelado ao Estado, mas nas Forças Armadas.

    Reveses e desvios

    O governo democrático de Vargas sofreu reveses e desvios. O revés inicial foi um projeto nacionalista com o viés do extinto Estado Novo, que não permitiu o consenso nacional, fortalecendo assim a ampla oposição ligada aos EUA que explorou os erros do governo até resultar no revés final: o suicídio do presidente, em 1954. 

    Um dos vários desvios foi a opção pelo rodoviarismo, em prejuízo dos planos longamente alimentados de expansão ferroviária desde o Barão de Mauá (Irineu Evangelista de Souza [1813–1889]). 

    Aliás, também nos EUA as ferrovias sofreram as consequências da opção pelas estradas de rodagem, só vindo a recuperar importância e cuidados na segunda metade do século XX.

    Da mesma forma, no Paraná, o declínio da expansão ferroviária, base inicial para a colonização do Norte, foi uma falha estrutural que viria a custar caro ao Paraná e ao Brasil. 

    Em compensação, o número de caminhões circulando pelas estradas se multiplicava e o Paraná se desenvolvia favoravelmente no início da década de 1950. Muita madeira partia das serrarias do Médio-Oeste, transportada via rodoviária aos portos do Rio Paraná.

    Com mais democracia no País e a estrutura de energia e transportes iniciada por Moysés Lupion, o Paraná progredia e ganhava a primeira indústria de cimento do Estado, em Rio Branco do Sul, um marco na industrialização do Estado.

    Oportunidade perdida

    Empossado em 31 de janeiro de 1951, o governador Bento Munhoz revelava pleno domínio dos assuntos do Estado e despachava com fluência, sem frustrar a quem o procurava. 

    Logo ao assumir, o novo governador atendeu ao pedido de audiência de um colonizador gaúcho interessado em abrir um projeto no vale do Piquiri.

    “Respondeu-me ele [o governador] que não poderia permitir, pelo fato de não serem devolutas aquelas terras, mas sugeriu uma outra área de 40 mil alqueires (…), terras que eu não aceitei (…), muito quentes e rasas, quando eu desejava terras para plantio de trigo, parreiras, pomares e para criação de porcos e gado” (Antônio Bordin).

    Para sua surpresa, na área que Bordin recusou nessa ocasião em breve seria formada a futura cidade de Terra Roxa. O topógrafo lamentou ter tudo aquilo nas mãos e deixado escapar, mas ainda havia muito a fazer no Oeste e ele estava só começando a agir no Paraná. 

    Nascido em Casca (RS) em 1912, Antônio Bordin fez nome no Sul participando do planejamento da ferrovia Porto Alegre-Passo Fundo. Casou-se em 1932 com Pierina Sabadin, com quem teve sete filhos: Hélio, Sady, Luciano (que em Cascavel participou da Associação Rural), Félix, Davina, Adolar e Lívio. Ficou viúvo em 1947 e em 1965, casado com Estelina Maria Biazus, teve mais o filho Vicente. 

    O preço de um picadão

    A grande oportunidade para Bordin no Paraná veio ao ser chamado por Alfredo Ruaro para trabalhar com a Colonizadora Pinho & Terras, do Grupo Dalcanale, iniciativa que o levou a morar em Palotina. Até um revólver ele pôs no penhor para poder viajar. 

    Em Curitiba, do contato com Alberto Dalcanale saiu o negócio: receberia 500 alqueires de terras e um caminhão Ford 51 em troca de abrir um picadão até uma serraria na barra do Rio São Camilo com o Piquiri.

    “Nesse lugar enfrentou muitos conflitos de posse de terras. Mesmo assim cumpriu sua missão, lutando também pela viabilidade de ser instalada em Guaíra Usina Sete Quedas em parceria com investimentos japoneses para atrair indústrias com o baixo custo da energia – uma ideia que não saiu do papel pela burocracia e também resistência não só do Brasil como do Paraguai; além da sonhada ponte que ligaria o Paraná com Mato Grosso do Sul que somente foi construída na década 90 pelo então governador Jaime Lerner denominada Ponte Ayrton Senna” (Revista Mosaicos, fevereiro de 2019).

    Lembrado até em Curitiba 

    O veterano empreendedor gaúcho depois se redimiria do erro estratégico de desprezar a região de Terra Roxa, participando da formação de Palotina. Mudando-se depois para Foz do Iguaçu, onde queria instalar uma estação rodoviária, participou na fronteira de tudo que interessava à comunidade.

    Foi assim, por exemplo, com o planejamento da ponte da Fraternidade (Tancredo Neves), ligando Brasil e Argentina, que ele já havia proposto ao então ministro dos Transportes, Mário Andreazza, em 1974.

    Com forte atuação política, Bordin foi eleito vereador por duas legislaturas: uma por Guaíra e outra por Palotina, liderando junto aos órgãos competentes a primeira ligação rodoviária Palotina-Iporã e balsa para travessia do Rio Piquiri.

    Sua mão esteve presente na salvação da Santa Casa Monsenhor Guilherme e até nas ações para a conquista da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Morreu em 18 de julho de 2004.

    Sua memória foi reverenciada em Curitiba com a criação do Largo Antônio Bordin, próximo ao Parque Barigui, assinalado por uma torre florida também histórica: o primeiro jardim vertical de plantas ornamentais nativas de Curitiba. 

    Bento desfaz arranjo lupionista

    Ainda no clima de intensa participação popular pós-ditadura e de valorização do voto dos anos 1950, Moysés Lupion antes de transferir o governo ao professor Bento Munhoz tratou de criar feudos eleitorais em vários pontos do Estado.

    Com a lei 613, de 27 de janeiro de 1951, o governador criou no quadro territorial do Estado 40 novos municípios. Bento considerou que a lei não convinha aos interesses do Estado e resolveu revogá-la em 6 de abril de 1951, restabelecendo o quadro territorial anterior. 

    A determinação de regras mais precisas para a criação de municípios vem com uma nova lei – 666 –, em 11 de julho de 1951. Com base nos novos critérios, a lei estadual 790, de 14 de novembro de 1951, criará 38 novos municípios e não mais 40, como previa a lei revogada. 

    Não seriam mais municípios atrelados ao ex-governador, mas ao novo. Dois desses novos municípios, Cascavel e Toledo, inicialmente não foram considerados como possíveis sedes municipais. 

    Estavam longe de preencher os critérios estabelecidos de população, estrutura urbana e diversificação de atividades, ao contrário de Guaíra, com seu porto movimentado, a destacada atração das Sete Quedas e uma população de 7.081 moradores. 

    Só Guaíra, nesse caso, podia entrar no projeto final. Cascavel e Toledo não tinham as mínimas condições de se tornar municípios.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Estão abertas as inscrições para Palco Aberto do Festival de Dança de Cascavel

    Estão abertas as inscrições para Palco Aberto do Festival de Dança de Cascavel

    A Secretaria Municipal de Cultural anuncia a abertura das inscrições para o Palco Aberto, do 33º Festival de Dança de Cascavel, uma oportunidade para bailarinos de diversos estilos brilharem nas ruas da cidade.

     

    O Palco Aberto é uma novidade e promete ser um dos pontos altos do festival, proporcionando uma plataforma para bailarinos de diferentes estilos e níveis de habilidade mostrarem seu talento. As inscrições gratuitas devem ser feitas até o dia 31 de agosto, por meio do link www.linktr.ee/culturacascavel. 

    Os participantes selecionados terão a oportunidade não apenas de se apresentarem, mas também de receber um certificado em reconhecimento à sua contribuição para o vibrante cenário cultural da cidade.

    Conforme o regulamento, o Palco Aberto receberá performances de uma variedade de gêneros, desde o refinado Ballet Clássico Livre – Neoclássico até as enérgicas Danças Urbanas e o cativante K-POP. Dança Contemporânea, Jazz Dance, Estilo Livre, Dança do Ventre, Dança de Salão, Danças Populares, FLASHBACK e até mesmo a inclusiva Dança Inclusiva também estão entre as opções.

    As apresentações do Palco Aberto acontecerão em diversos locais pela cidade, incluindo a Feira do Teatro, espaços públicos e até mesmo na Prefeitura. Ao longo de todos os dias do festival, uma agenda diversificada de horários garantirá que todos os amantes da dança possam participar e a população possa apreciar as apresentações de arte.

    Festival

    O Festival está prestes a agitar a cidade com uma semana repleta de expressão artística e movimento. Entre os dias 29 de setembro e 6 de outubro de 2023, o evento trará uma série de atrações imperdíveis. 

    Fonte: Assessoria

  • Guerra de Porecatu influenciou o Oeste

    Guerra de Porecatu influenciou o Oeste

    10 de outubro de 1950. Lideradas por José Billar e Manoel Jacinto, cerca de 1.500 famílias enfrentam os jagunços dos grileiros, suas colonizadoras e a polícia na chamada “Guerra de Porecatu”. 

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    O conflito enterrava a tentativa do ex-governador Manoel Ribas de transplantar ao interior do Paraná o Homestead Act (Lei da Propriedade Rural), inciativa do presidente estadunidense Abraham Lincoln, em 1862.

    Basicamente, a norma consistia em chegar à terra, fixar a posse, ali trabalhar e cinco anos depois obter a propriedade definitiva. Três anos depois de baixar a lei, por motivos diversos Lincoln foi assassinado. 

    Ribas também sofreria um atentado: deposto do governo, foi hostilizado por manifestantes irados que lhe jogaram pedras ao deixar o Palácio São Francisco (atual Museu Paranaense, na época sede do governo do Paraná), em 6 de novembro de 1945.

     “Próximo a Ribas, um jovem goleiro de 18 anos agarra uma dessas pedras em pleno ar: é Celso Formighieri Sperança, que se torna o herói do dia. Grato por ser salvo, Ribas o chama para se juntar à sua equipe. Virá desse contato o início da imprensa em Cascavel” (Alceu A. Sperança, Quem Manda no Paraná, Livro 3). 

    Lincoln morreu, mas o Homestead Act resultou na bem-sucedida ocupação do Oeste americano e contribuiu decisivamente para afirmar os EUA como uma das principais nações do mundo. Ribas sobreviveu apenas ao Natal e Ano Novo, morrendo em 28 de janeiro de 1946.   

    Causas do levante em Porecatu

    Em 1947, Moysés Lupion começou a enterrar também o legado de Ribas, ao entregar as terras que deveriam ser ocupadas pelos posseiros a colonizadores amigos, como os irmãos Ricardo, Urbano e Geremi Lunardelli, aquinhoados com 17 mil alqueires já com centenas de famílias produzindo na área.

    Prometendo entregar a terra “limpa” a compradores das terras, os irmãos contrataram o pistoleiro José Celestino para comandar a milícia encarregada de desalojar os posseiros que se recusassem a sair da vasta propriedade. 

    A Polícia Militar, corrompida, foi liberada para apoiar os jagunços na ação para a retirar pela força as famílias dos posseiros. Tentando se defender, requerendo a legalização das posses ao governo e na Justiça, os posseiros eram ignorados pelo governo em suas demandas. 

    Para organizar a resistência, em 1944 os posseiros fundaram as primeiras associações de lavradores do Brasil, orientados pelo PCB a se armar e lutar. Quando as lutas começaram, os jagunços eram anunciados como defensores da legalidade e os posseiros, mesmo sem conhecer a doutrina marxista, acusados de ser “comunistas”. 

    Para as autoridades, o movimento de resistência dos posseiros se inspirava no Manifesto de Agosto, do líder comunista Luiz Carlos Prestes, que pregava a formação de um Exército de Libertação Nacional. Impedido de atuar legalmente, o PCB foi posto na clandestinidade em 1947. 

    A vitória dos posseiros

    O movimento dos posseiros até 1947 foi severamente reprimido pela polícia, mas a transição do governo inflexível de Dutra para a promessa de liberdades públicas de Vargas e a eleição de Bento Munhoz, que assumira compromisso com os posseiros, permitirá em 1951 aos líderes da rebelião aproveitar o clima de mudanças para obter conquistas importantes.

    Assim, sob pressão dos posseiros de Porecatu, em armas desde 1950, Bento Munhoz da Rocha permitirá pela primeira vez que um movimento rebelde camponês obtenha uma vitória.

    Em 14 de março de 1951 Munhoz irá declarar de utilidade pública para desapropriação com vistas à reforma agrária as terras em litígio. Jamais algo semelhante havia acontecido no Brasil.

    Em seu decreto, Munhoz da Rocha elegeu como alvo as terras envolvidas na pendenga originada com a família paulista Lunardelli, situadas nos municípios de Porecatu, Jaguapitã e Arapongas, constantes de títulos expedidos pela administração anterior. 

    Considerava que tais títulos violavam o artigo 85 da Constituição Estadual, as determinações do decreto 800 de 30 de abril de 1931 e da legislação vigente na data de sua expedição.

    As terras iriam para os lavradores que, embora sem título hábil, nelas estivessem estabelecidos com cultura efetiva e morada habitual por mais de um ano.

    Inspiração aos colonos do Oeste 

    São decisivas para essa conquista a mobilização dos posseiros, a simpatia das populações urbanas para com a demanda dos agricultores e a consciência política adquirida na resistência frente aos grileiros, seus jagunços e aos policiais corruptos. 

    Sob o novo governo, a Polícia Militar e o Exército fecharam um amplo cerco, desarmando os colonos que ainda se mantinham em estado de conflito. Em junho de 1951, finalmente, encerra-se a “Guerra de Porecatu”.

    Os posseiros venceram, portanto, e ao contrário do que bradavam seus inimigos jagunços, nada tinham a ver com “comunismo”. Tanto que participaram a seguir da formação de uma fortíssima agricultura capitalista.

    A partir daí começava uma nova fase para “a diversificação da agricultura paranaense, com o plantio, em escala comercial, do algodão, milho, feijão, arroz, cana-de-açúcar, amendoim, rami, fumo, hortelã e soja, marcando o progresso na região” (Otto Guilherme Konzen e Irene Domenes Zaparolli, Estrutura agrária e capitalização da agricultura no Paraná).

    O movimento dos posseiros, por sua vitória, inspirou a resistência de colonos na região do Rio Piquiri, ao Norte do Distrito de Cascavel, e no Sudoeste a reação aos jagunços das colonizadoras derivadas da Citla, empresa que se dizia ter o próprio governador Lupion como um de seus sócios.

    No Oeste, empresários gaúchos davam início à formação de Medianeira em outubro de 1950. As colonizadoras que estabeleceram a Rota Oeste, mesmo tendo origem comum com a Maripá, não tiveram a mesma possibilidade de obter áreas livres de posseiros, como ocorreu na Fazenda Britânia.

    A maior grilagem de todos os tempos 

    Embora em episódios pontuais, em que a resistência dos posseiros não foi tão efetiva nem obteve o mesmo sucesso das ações armadas em Porecatu, a Rota Oeste foi influenciada pelos acontecimentos do Norte do Estado.

    As perversidades resultantes dos conflitos jurídicos de domínio entre União e Estado, com consequências dramáticas para colonizadoras, posseiros e colonos, viriam a ser mais longas e amplas no Sudoeste, mas também houve casos de grande crueldade na Rota Oeste. 

    Ainda em novembro de 1950, o governador Lupion, já acusado abertamente de ter sociedade com a Citla, celebrou um acordo com a Superintendência das Empresas Incorporadas ao Patrimônio Nacional que poderia permitir a titulação das glebas Missões e Chopin, num total de 484.680 hectares.

    O projeto poderia iniciar a harmonização entre os interesses estaduais e nacionais, mas na verdade deu início a um novo “Contestado”.

    A suposta venda de alegados direitos do coronel Henrique José Rupp sobre uma ampla porção do Sudoeste à Citla suscitou insinuações de que se tratava de um dos maiores “grilos” de terras da história paranaense.

    O baixo valor do suposto negócio indicava que havia algo muito estranho na operação. Uma área que valia no mínimo 300 milhões de cruzeiros foi transferida por cerca de irrisórios CR$ 10 milhões. A manobra não convenceu os adversários de Lupion e intrigou seus adeptos. 

    Se era grilo, como acusava a oposição, era de fato o maior da história, apoiado por uma trama formidável montada para legalizar áreas públicas em nome de particulares. 

    Estará aí a origem das arbitrariedades e crimes que atormentaram o Sudoeste em 1957, mantendo a fama do Paraná como Estado perigoso e violento.

    Árabes e europeus diversificam a base étnica 

    Colonos das mais diversas procedências passam a chegar em maior número ao Oeste paranaense por conta das iniciativas governamentais de atração do Estado e a volta da União como gestora de projetos de colonização efetivos.

    A incessante vinda de posseiros e sobretudo de novos colonos vindos do Sul coincide também com o início da formação da comunidade árabe-muçulmana de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este (Paraguai) em 1950.

    Nesse ano Toledo também ganhava a presença de Rui Zeni, que viria a ter uma importante contribuição para o Médio-Oeste paranaense. Catarinense de Joaçaba (SC), filho de Germano e Olga Zeni, ele acompanhou a família ao Oeste em uma viagem de caminhão que durou uma semana. 

    A Madeireira Zeni & Cia, além de empregar cerca de 40 funcionários, chegou a fornecer energia elétrica para metade da população de Toledo. A atração de famílias de colonos pela Maripá enquanto aventureiros isolados ainda chegavam a Cascavel e Foz do Iguaçu, explica porque o Censo Demográfico de 1950 apontou para Toledo uma população de 475 moradores, maior que o contingente de apenas 404 habitantes em Cascavel.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Inscrições abertas para Festival de Música Autoral de Cascavel

    Inscrições abertas para Festival de Música Autoral de Cascavel

    A cena musical de Cascavel está prestes a ganhar um novo destaque com o lançamento do Festival de Música Autoral de Cascavel (Femac). Promovido pela Prefeitura Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, o Femac é uma oportunidade imperdível para músicos, compositores e intérpretes locais mostrarem sua criatividade e talento. As inscrições, exclusivamente para residentes do Município, já estão abertas e podem ser feitas até o dia 31 de agosto, por meio do link linktr.ee/culturacascavel.

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    Talentos locais em foco

    Marcado para os dias 19 e 20 de outubro, às 19h30, no Teatro Municipal Sefrin Filho, o Femac se apresenta como um palco único para os artistas locais. Com o intuito de enaltecer a música autoral e oferecer uma plataforma de destaque aos artistas, o festival aceita inscrições de diversos estilos musicais, sem distinção de categorias.

    O evento conta com o apoio da Coordenação Geral do Festival, que nomeou uma Comissão Organizadora comprometida com o sucesso do Femac. Desde a etapa de inscrições e triagem até a produção executiva e administração, cada detalhe está sendo cuidadosamente planejado para garantir uma experiência única para os participantes e o público.

    Cada compositor pode inscrever uma composição, seja individualmente ou em parceria. É necessário preencher o formulário online com dados pessoais, anexar documentos como comprovante de residência e declarações de cessão de direitos, além de fornecer um link da música autoral.

    Para garantir a qualidade e autenticidade do festival, as composições devem ser inéditas e não podem ter concorrido em outros festivais ou ter sido divulgadas em qualquer plataforma. A avaliação será realizada por uma comissão de jurados experientes, considerando critérios como composição, arranjo e interpretação.

    Premiação e Reconhecimento

    O Femac não apenas oferece uma plataforma de apresentação aos talentos locais, mas também premiará os 10 classificados que se apresentarem no dia 20 de outubro. Os prêmios variam desde R$ 280 até R$ 4 mil, juntamente com troféus como símbolo de reconhecimento por sua criatividade e habilidades musicais.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • A história desconhecida de Paulo Marques

    A história desconhecida de Paulo Marques

    As eleições gerais de 1950 não projetaram lideranças oestinas aos cenários nacional e estadual, mas de modo geral a colonizadora Maripá se ligou ao governador eleito, Bento Munhoz, enquanto as lideranças madeireiras de Cascavel mantinham suas ligações com Moysés Lupion.

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    Com isso, o projeto da Maripá de fazer de Toledo um Município que teria Cascavel como distrito avançou até esbarrar na ação firme de líderes cascavelenses com ligações estaduais: o enfermeiro e farmacêutico Antonio Alves Massaneiro e o agente dos Correios, Horácio Ribeiro dos Reis, cuja família, ligada à numerosa prole de Manoel Ludgero, formava as bases da futura metrópole cascavelense.

    Fundadores do Tuiuti Esporte Clube, eles passaram a se reunir em sua sede social para articular a ação da comunidade cascavelense no sentido de criar o Município de Cascavel, apesar das sérias limitações da vila-sede do distrito, com população inferior à de Toledo.

    Nessas reuniões, com a participação destacada de líderes das etnias italiana e eslava, destacou-se o pecuarista José Neves Formighieri, com propriedade na região do Centenário. 

    Professor de Inglês e líder político 

    Mesmo que o Oeste não projetasse qualquer liderança nas eleições paranaenses de 1950, uma personalidade marcante em Santa Catarina começava uma brilhante carreira política e logo viria ao Oeste para se tornar um dos principais líderes da região.   

    Paulo David da Costa Marques nasceu em Florianópolis em 26 de março de 1933. Os pais, Isidoro Marques e Guiomar da Costa Marques, tinham propriedade rural na qual o filho Paulo começou suas atividades e se destacou a ponto de ser eleito deputado estadual catarinense em outubro de 1950 pelo PTB de Vargas.  

    Permaneceu na Assembleia catarinense de fevereiro de 1951 a janeiro de 1955, voltando a concorrer e obtendo uma suplência. Professor, formado em Letras e Português pela Faculdade Estadual de Ponta Grossa e Universidade Estadual de Michigan (EUA) com especialização na área de Inglês, passou a trabalhar na Embaixada dos EUA, no Rio de Janeiro.

    Em 1960 optou por impulsionar os negócios da família, decisão que o levou a se transferir para Cascavel para se associar ao cunhado Jove Domelski e Pedro Mikosz nos trabalhos de uma serraria e laminadora no bairro Neva. 

    Múltiplas atividades 

    A serraria de Marques era conhecida como “Serraria do Pedro Mico” e também como “Vila Sapo”. Mais tarde, vendeu a serraria e montou outra, sozinho, no Boi Preto, lugar denominado hoje como Lagoa, entre Santa Tereza e Cielito. 

    Depois, vendeu a serraria e ficou apenas lecionando, inicialmente na Escola Normal Carola Moreira. Foi professor fundador do Colégio Estadual Wilson Joffre e da Fecivel, hoje Unioeste. 

    Dirigiu o jornal Diário d’Oeste, de Wilson Joffre, e concorreu à vereança no pleito de 1964 pelo PTB, obtendo 175 votos. Um de seus projetos nesse período determinou a construção e denominação da Praça Wilson Joffre. 

    Com o golpe civil-militar de 1964, aderiu à extinta Arena, pela qual se dispôs a concorrer à Prefeitura em 1968, desistindo, em plena campanha, porque o prefeito Odilon Reinhardt, que inicialmente se comprometera em apoiá-lo, decidiu apoiar seu mentor, Octacílio Mion. 

    Foi um golpe, mas Paulo Marques acabaria se recuperando com facilidade: ingressou no MDB e nas eleições de 1972 voltou à Câmara com a consagradora preferência de 2.003 eleitores. 

    Na Câmara Municipal, Paulo Marques sempre foi um dos mais ativos pela profusão de propostas e pelos debates travados, sobretudo com o combativo vereador Horalino Bilibio, de quem mais tarde se tornou correligionário. 

    Visibilidade na educação 

    Reeleito, não voltou a verear: foi chamado pelo prefeito Pedro Muffato para a Secretaria Municipal da Educação e Cultura. Nessas novas funções, criou 44 escolas e equipou as então existentes. 

    A ascensão política de Paulo Marques, que o levaria à Câmara dos Deputados, resultou de um desempenho brilhante à frente da Secretaria Municipal da Educação, que na época também abrangia a cultura e o esporte.

    Na época, Muffato e Marques trouxeram os primeiros professores de Educação Física encarregados de iniciar a formação “olímpica” da juventude cascavelense. Um deles foi Joel De Lócco, que se destacou nos meios esportivos de Cascavel e Foz do Iguaçu. 

    Joel e outros professores que vieram na época introduziram o handebol, promoveram torneios de basquetebol e outras modalidades.

    No campo da cultura, Marques trouxe peças do Teatro Guaíra e deu destaque aos grupos folclóricos ucraniano, japonês, alemão e português, cujas apresentações eram destinadas a arrecadar fundos para a Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae), criada em sua gestão.

    Marques se empenhou particularmente em criar Apaes e associações se proteção à maternidade e infância (APMIs) em toda a região. “Nós iniciamos esse projeto”, disse ele ao Projeto Livrai-Nos! “As primeiras instalações da Apae foram alugadas pela Prefeitura e as carteiras eram fornecidas pela Secretaria da Educação. Os professores eram municipais, cedidos para a Apae”.  

    Luta contra a ditadura

    Em 1974, indicado pelo MDB para concorrer à Câmara Federal, Marques deixou a Secretaria da Educação e assumiu a cadeira no Legislativo municipal. Concorreu a contragosto, pois pretendia se candidatar a deputado estadual. 

    Foi melhor: ganhou a Câmara dos Deputados com uma votação superior a 50 mil votos. Ainda melhor foi seu mandato e a repercussão das atividades que desenvolveu contra a manutenção da ditadura.

    O regime já se desmoralizava por um acúmulo de fracassos em todas as áreas, depois do “milagre” de altos PIBs que deram lugar a uma assustadora hiperinflação e à Década Perdida de 1980. 

    Era a manhã do dia 8 de junho de 1977. A primeira-dama Rosalynn Carter visitava a Câmara Federal na condição de delegada oficial do governo dos EUA para averiguar denúncias de violações de direitos humanos no Brasil quando foi surpreendida ainda na rampa da entrada por uma confusa gritaria. 

    Fora do protocolo, uma mulher se aproximava estendendo um envelope e dizendo: “Yo soy una mujer brasileña. Te saludo”.

    Era a advogada do Movimento Feminino pela Anistia, Therezinha Godoy Zerbini, que teve a carta arrancada das mãos pelos agentes de segurança da Casa, sob os protestos dos deputados paranaenses Gamaliel Galvão e Paulo Marques e do gaúcho Getúlio Dias, que aos gritos retomaram a carta.

    “This is a letter”

    Marques avisou que iria fazer fotocópias da carta para entregá-la à visitante e distribuir à imprensa. Marques entregou a carta original à primeira-dama estadunidense dizendo: “Mrs. Rosalynn, this is a letter. The women of Brazil wish to deliver this for you”.

    Se Therezinha apenas entregasse a carta, seu teor ficaria desconhecido, já que não continha nada além de uma comedida e genérica mensagem: 

    “Apartidárias, como o somos, trabalhamos com princípios absolutos: Liberdade e Justiça, sentido da realização do Ser Humano através do seu destino histórico. No campo dos valores humanos, não há lugar para tergiversações: ou se é justo ou injusto; ou se é livre ou escravo”. 

    A repercussão do episódio no exterior foi enorme. Noticiou-se nos EUA e Europa que agentes da ditadura impediram a delegada americana de receber denúncias de repressão às mulheres brasileiras e que ela só conseguiu receber a carta por intercessão de deputados brasileiros, dentre os quais Paulo Marques, professor de Inglês e ex-funcionário da Embaixada norte-americana, que falava o idioma fluentemente.

    Paulo Marques se reelegeu em 1978 com 43 mil votos, e, já pelo PMDB, em 1982, com 49 mil votos. Como parlamentar federal, empenhou-se pela extinção da “área de segurança nacional”, que impedia os municípios da fronteira de eleger seus prefeitos. 

    Carreira marcada por divergências 

    Uma das causas mais ruidosas defendidas por Marques foi a de colonos em atividade no Parque Nacional expulsos da área.

    Em 1986, divergindo de algumas alas do PMDB, Marques foi prejudicado por esquemas internos do partido e não obteve sucesso eleitoral. Nem por isso saiu de cena: foi chamado a chefiar o escritório do Paraná em Brasília.

    Além disso, foi diretor-administrativo do Instituto de Previdência do Estado (IPE), presidiu a Comissão de Licitação da Secretaria de Estado da Saúde, dirigiu a Imprensa Oficial e trabalhou na Casa Civil do governo paranaense. 

    Na Câmara Federal em sua época não havia a fartura de dinheiro que futuramente o Centrão iria garantir aos parlamentares, “mas com o pouco recurso que nós deputados tínhamos, que era uma verba para assistência social e educacional, eu sempre direcionei minha parte para bolsas de estudo, e hoje orgulho-me de ver centenas de funcionários liberais que exercem suas atividades nas mais variadas áreas, graças a bolsas de estudos que eu forneci”.

    “De vez em quando tenho a satisfação de receber os cumprimentos de alguém que me diz: ‘Eu recebi uma bolsa de estudo sua’ e hoje são advogados, médicos entre outros”.

    Marques se disse feliz por lutar pela conquista da democracia no país, “a satisfação de ter brigado por eleições diretas para presidente da República, a nova Constituição, direito de greve e uma série de outras conquistas que temos e que foi graças à luta que o antigo MDB, hoje PMDB, exerceu a nível nacional, do qual eu tive o privilégio de participar”.

    Mantendo distância das intrigas políticas e dedicado prioritariamente às suas atividades particulares agropecuárias, Marques morreu em 8 de dezembro de 2018. 

    Fonte: Assessoria