Categoria: Cultura

  • Criminosos usam nome do Hospital de Retaguarda para aplicar golpes

    Criminosos usam nome do Hospital de Retaguarda para aplicar golpes

    O Consamu (Consórcio Intermunicipal SAMU Oeste) emitiu nesta quarta-feira (04) uma nota oficial referente a denúncia de um golpe que está sendo praticado em Cascavel. 

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    De acordo com a nota, pessoas estariam ligando para familiares de pacientes, passando-se por funcionários do Hospital de Retaguarda de Cascavel, fingindo repassar informações sobre o estado de saúde dos mesmos e, com isso, pedindo dinheiro. A nota informa que esse tipo de contato não é feito e orienta a população que procure a Delegacia de Polícia.

    Confira a nota na íntegra:

    O Hospital de Retaguarda de Cascavel vem a público alertar a população sobre uma tentativa de golpe que utiliza o nome da instituição.

    Os golpistas identificam-se como médicos da equipe do Hospital de Retaguarda, telefonam para familiares de pacientes do Hospital, falando sobre o estado de saúde deles.

    O Hospital de Retaguarda de Cascavel não utiliza nenhum canal ou plataforma de comunicação para passar informações sobre o estado de saúde dos pacientes a eles próprios ou a seus familiares. Qualquer notícia desta natureza é transmitida pessoalmente.

    Assim, alertamos a toda população para que, em caso de contato com as características citadas acima, não preste quaisquer informações aos golpistas, ou ainda, envie dinheiro ou efetue qualquer outro tipo de transação financeira.

    E procure a Delegacia da Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência.

    Fonte: Assessoria

  • Secretaria de Cultura promove Colônia de Férias Cultural em janeiro

    Secretaria de Cultura promove Colônia de Férias Cultural em janeiro

    A Secretaria Municipal de Cultura (Secult) realiza, por meio do Programa Cultura em Ação, a Colônia de Férias Cultural que prevê a participação aproximadamente 500 crianças. As atividades serão realizadas em janeiro de 2023 em espaços culturais como o Teatro Municipal Sefrin Filho, Casa de Cultura Zona Norte, Biblioteca Municipal Sandálio dos Santos, Museu de Arte de Cascavel (MAC) e o Centro Cultural Gilberto Mayer.

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    As atividades propostas acontecerão em dois formatos, oficinas e workshops. As oficinais acontecem com um segmento de aprendizado e desenvolvimento acontecendo em mais de um dia e os workshops acontecem em uma única atividade.

    Para participar, basta acessar o link de inscrição que será disponibilizado no Instagram da @culturacascavel e @programaculturaemacao. É importante manter-se atento as redes, pois as inscrições começam no dia 4 de janeiro, a partir das 10h, através do link e se encerra no dia 12 de janeiro, podendo terminar antes caso atinja o limite de vagas.

    O Programa Cultura em Ação oferece atividades como contação de história, pintura de rosto, aula de ritmos, aulas voltadas ao canto para iniciantes, Ballet, Jazz, K-pop, Hip Hop, pintura com lápis de cor, desenho realista, brincadeiras e muito mais.

    Vale destacar que a ação é totalmente gratuita e voltada a pessoas em situação de vulnerabilidade social do município.

    Confira a agenda da Colônia de Férias Cultural:

    CASA DE CULTURA ZONA NORTE

    (a partir de 6 anos de idade)

    23/01 Oficina de Pipa – 14h às 15h30

    Prática 15h30 às 17h

    24/01 Workshop Hip Hop – 14h às 15h30

    24/01 Pintura de Rosto – 15h30 às 17h

    25/01 Contação de história – 14h às 15h30

    Filme com pipoca – 15h30 às 17h

    26/01 Brinquedos Infláveis e Cama elástica 15h30 às 17h

    TEATRO MUNICIPAL SEFRIN FILHO

    (a partir de 13 anos de idade)

    23 a 26/01 Aula de ritmos – 14h às 15h30 (Sala de Cinema)

    23 a 26/01 Fundamentos introdutórios de canto – 16h às 18h (auditório 1)

    23 a 26/01 Ballet – 14h às 16h (sala de dança)

    23 a 26/01 Jazz – 16h30 às 18h30 (sala de dança)

    23 a 26/01 K-pop – 19h às 21h (sala de dança)

    MUSEU DE ARTE DE CASCAVEL – MAC

    (a partir de 13 anos de idade)

    17 a 20/01 Pintura com lápis de cor – 14h às 16h (06 a 12 anos de idade)

    24 a 26/01 Desenho realista – 14h às 16h 

    CENTRO CULTURAL GILBERTO MAYER

    (a partir de 12 anos de idade)

    23 a 26/01 Workshop Hip Hop – 19h às 20h (turma 1)

    23 a 26/01 Workshop Hip Hop – 20h às 21h (turma 2)

    BIBLIOTECA MUNICIPAL SANDÁLIO DOS SANTOS

    (a partir de 5 anos de idade)

    17 e 18/01 Contação de história – 15h

    Fonte: Assessoria

  • O aprendiz de monge e as freiras

    O aprendiz de monge e as freiras

    Mesmo com a certeza da vitória nas eleições de 1947, Moysés Lupion fez promessas em pencas, desenhando um imenso projeto que abrangia todo o Paraná, agora completo com a recuperação do extinto Território do Iguaçu.

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    Distribuído em dezenas de páginas, o projeto poderia ser resumido em um telegrama: interiorizar o desenvolvimento.

    Para o Norte, transformar cada cidade em uma nova Curitiba. Para o Oeste, igualar-se ao surto de progresso do Norte. Para o Sudoeste, deixar para trás as antigas quedas de braço entre curitibanos e guarapuavanos pelo controle dos Campos de Palmas.

    As eleições municipais no mesmo primeiro ano de governo desarrumaram o arranjo de frente ampla de governo que os partidos apoiadores esperavam.

    No PTB, os interesses trabalhistas foram descartados. No PSD, a intensa disputa entre alas prosseguia e logo de saída a moralista UDN entrou em guerra com os demais partidos. Ao passar para a oposição se entregou a uma agressiva campanha para desmoralizar o governador.

    Famílias chegam a cavalo e em carroças

    Lupion começou o governo cumprindo uma providência essencial ao desenvolvimento do interior, conseguindo do governo federal efeitos imediatos ao decreto nº 22.619: liberação de Cr$ 11 milhões ao Ministério da Viação e Obras Públicas para as obras da rodovia Ponta Grossa-Foz do Iguaçu.

    Cascavel recebeu a medida com festa. Para Toledo, era um elemento a mais para viabilizar a atração de colonos interessados em trocar minifúndios nos estados sulinos por amplos lotes na frente de colonização da antiga Fazenda Britânia.

    Antes vinham esparsamente, mas agora começavam a chegar em levas. Segundo o velho script do pioneiro Jeca Silvério, as famílias que passavam pela antiga Encruzilhada dos Gomes, agora vila de Cascavel e sede distrital, eram convidados a não seguir viagem e se instalar ali mesmo.

    A numerosa família Hotz – o casal e dez filhos – partiu de Itajaí (SC) e ao cabo de 32 dias de viagem optou por se instalar no Centralito, onde Jacob Munhak já havia iniciado a formação de uma comunidade em 1932.

    Constituinte refundou o Paraná

    O governador sabia que obras de transporte, luz, saúde, educação e água demandavam tempo e altos investimentos.

    O Paraná tinha uma das situações econômicas mais equilibradas do país, mas boa parte do orçamento estava comprometido com o pagamento do funcionalismo.

    Lupion havia prometido interiorizar a ação do Estado e unificar as regiões para não sucumbir aos movimentos separatistas que surgiram no interior isolado como reação aos problemas estruturais, inclusive agrários.

    No entanto, antes de conseguir entregar tantas providências necessárias e prometidas havia eleições imediatas para vencer, o que complicava seus planos à medida que os desentendimentos políticos voltavam.

    A primeira urgência era eleger deputados estaduais constituintes, responsáveis pela elaboração das novas leis do Estado. A Assembleia Estadual Constituinte se instalou em 13 de março de 1947 e dela viria a quinta Carta Magna do Paraná.

    O chumbo dos Quatro Granadeiros

    A grande bancada do Partido Social Democrático (PSD), o partido do governador, tinha uma peculiaridade: os chamados Quatro Granadeiros, grupo formado pelos deputados Pinheiro Júnior, Pedro Firman Neto, Accioly Filho e Lopes Munhoz.

    Eles seguiam a orientação política do major Fernando Flores, que já exercera forte predomínio no Estado durante o governo de Manoel Ribas e coordenou a campanha de Lupion ao governo.

    O desgaste de Lupion no governo começou quando os Quatro Granadeiros decidiram propor na Constituinte a criação do cargo de vice-governador, a calhar para o influente Flores. Antes, o governador era substituído pelo presidente da Assembleia.

    Contrariando seus poderosos parlamentares, Lupion boicotou o projeto. Para se vingar, os Quatro Granadeiros apresentaram também um projeto definindo os crimes de responsabilidade do governador.

    O mensalão lupionista

    Para contornar a rebelião, Lupion criou um mensalão paranaense, atraindo para seu lado os deputados do adversário PTB de modo a compensar a perda dos votos dos quatro rebeldes.

    Enquanto Lupion se engalfinhava com seu próprio porão partidário, o planejamento de obras, de estradas a postos de saúde, exigia ação. E na área de saúde, em especial, a urgência era gritante.

    No interior, os “médicos” eram os curandeiros, a “enfermagem” era o benzimento e a “estrutura” se completa com uma imensa farmácia: as matas, com suas ervas, cascas e raízes. 

    Foi exatamente em 1947, quando Lupion sofria para instalar postos de saúde no interior e sem pessoal para atendê-los, que a família do curandeiro Francisco Ferreira Villaca se transferiu para Cascavel, procedente de Candói, no interior do vasto Município de Guarapuava.

    O curandeiro e a parteira

    Nascido lá mesmo, Francisco, o Chico Villaca, chegava com a família formada, já aos 60 anos de idade, trazendo conhecimentos especiais.

    Ainda jovem, ele acompanhara o monge São João Maria, protagonista do trágico episódio do Contestado, no qual um exército de fanáticos religiosos adeptos do Império foi esmagado pela República.

    Villaca aprendeu com o monge rezas de cura e a preparar ervas medicinais, além de ouvir de João Maria uma predição sobre seu futuro, como contou a filha Enedi Rita Villaca da Rocha:

    “Ele disse a meu pai que no futuro ele iria prestar obra de caridade, pois tinha muita capacidade para isso. E como aqui não havia médicos, meu pai indicava os remédios e fazia oração para as pessoas, prestando esse trabalho”.

    Sobrevivente da tragédia do Contestado, Chico Villaca e a esposa Epiphânia Luíza viajaram penosamente ao longo de nove dias com doze filhos, a cavalo e trazendo a mudança em carroça.

    Ao chegar, seriam os primeiros moradores de um amplo sítio com belo pomar na atual Rua Manoel Ribas, na Vila Cancelli.

    Luíza era de família francesa

    Desde o início, a esposa Epiphânia Luíza Villaca, descendente de franceses, integrou-se plenamente ao espírito de caridade que norteava a ação do marido. Parteira, por suas mãos nasceram em Cascavel crianças das famílias de Tio Jeca Silvério, Sandálio dos Santos, Pedro Neppel e, dentre muitas outras crianças, Regina Sperança.

    Luíza não era uma “curiosa”, como as mulheres que faziam partos por exigências circunstanciais. Naqueles tempos de reintrodução do Oeste ao território paranaense, em meio à urgência de proporcionar atenção em saúde à população, Luíza tinha licença para prestar serviços obstétricos concedida pelo Estado.

    Atendia tanto em casa quanto no Hospital Nossa Senhora Aparecida, do médico Wilson Joffre. Depois, também prestou serviços a outros médicos, dentre os quais Álvaro Rabello.

    Chico Villaca, além de receitar compostos com ervas medicinais e preparos homeopáticos, também estava autorizado a receitar produtos farmacêuticos. Quando Luíza morreu, em 1985, uma rua no bairro Canadá recebeu seu nome. Chico dá nome à Fonte dos Mosaicos, na Vila Cancelli.

    As professoras enfermeiras

    Um ano antes da vinda dos Villaca, ao rezar missa em Cascavel, o padre Antonio Patuí se sentiu alvo de sequestro ao ser abordado por dois gaúchos empoeirados e de linguajar confuso.

    Eram Juvenildo Lorandi e Orlando Cambruzzi. “Componentes da primeira caravana que acampou em Toledo, os dois, num papo renitente de enxacocos*, convidavam-no e insistiam para que ele viesse celebrar uma missa no acampamento às margens do arroio” (Oscar Silva et alia, Toledo e sua História).

    O padre cedeu e foi, instalou-se em um barraco, viu que famílias chegavam com crianças e decidiu trazer de Curitiba um grupo de irmãs de São Vicente de Paula para lhes providenciar educação.

    As freiras vieram de táxi aéreo até Cascavel e depois sofreram para chegar a Toledo, onde achavam que iriam lecionar mas foram de imediato transformadas em enfermeiras, atendendo no pequeno ambulatório que a colonizadora Maripá instalou mas não dispunha de pessoal.

    *Enxacocos: linguagem rústica, misturando português com italiano.

    Salário: 36 hectares por mês

    O ambulatório foi a base do futuro Hospital São Paulo, segundo Ondy Hélio Niederauer “equipado com instrumental e medicamentos indispensáveis para tratamento e curativos de emergência”.

    Como não havia médico, as freiras atenderam até o médico Ernesto Dall’Oglio, recém-formado, chegar de Sarandi (RS), contratado pela colonizadora Maripá por Cr$ 10 mil mensais para atender a todos os funcionários da empresa.

    De outras pessoas ele poderia cobrar à parte. O salário combinado correspondia a 36 hectares de terras por mês.

    As irmãs Vicentinas também foram para Foz do Iguaçu, mas lá não precisaram fazer tarefas extras, dedicando-se de imediato a lecionar no Instituto São José. Em Toledo, elas construíram o Colégio Imaculado Coração de Maria (Incomar).

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Lupion no governo e a incrível família Zardo

    Lupion no governo e a incrível família Zardo

    O ano de 1946 se encerrou no Oeste paranaense com um misto de frustração para quem apostou no sucesso do Território Federal do Iguaçu e também muita confiança por parte de quem esperava que com a reinserção ao Estado do Paraná a região pudesse compensar o atraso sofrido em relação ao Norte, cuja evidente prosperidade se esgotava nos limites do Território Federal, no Noroeste paranaense.

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    “Capital e Território do Iguaçu terminou! Era como a passagem do cometa − deslumbrou no começo e deixou por fim o rabo”, escreveu em suas memórias o engenheiro Władysław Radecki, um dos fundadores de Virmond, na região da Colônia Coronel Queirós.

    “Dissabor, em toda a extensão da palavra. Funcionários sem ser pagos, sem ser exonerados ou despedidos, aguardando o milagre do pagamento por serviços prestados. Interessante: votar a extinção do Território, sem ser levado em consideração o ato final, isto é, pagar, receber, dispor dos bens etc. De modo que esta parcela da União continua como cachorro sem dono, ou cachorro vira-lata. O governador [Frederico Trotta] abandonou o Território (…) sem ser solucionado o futuro do funcionalismo”.

    O governador Trotta nunca mais reapareceu na região. Um ano depois, foi nomeado governador do Território do Guaporé (atual Estado de Rondônia).

    O homem do interior

    A primeira eleição direta no Paraná após a longa ditadura de Vargas se deu em 19 de janeiro de 1947, sob a presidência do desembargador Antonio Leopoldo dos Santos.

    O resultado não causou surpresa nem contestação: ninguém ignorava que Moysés Lupion seria o vencedor. Era o ápice de uma trajetória iniciada em Jaguariaíva, onde ele nasceu, em 25 de março de 1908, filho de João Lupion de Troya e Carolina Döepfer Wille Lupion de Troya.

    Moysés estudou na cidade natal, depois em Castro, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo. Nesta última formou-se em contabilidade pela Escola Álvares Penteado. Retornou ao Paraná e fixou-se em Piraí do Sul, onde iniciou atividades no comércio, indústria e agricultura.

    Mudou-se para Curitiba para expandir os negócios, já plenamente vitorioso na iniciativa privada. “Sua participação empresarial e comunitária no Estado conferiu-lhe grande prestígio pessoal” (História biográfica da república no Paraná, de David Carneiro e Túlio Vargas).

    Governador chegou rico ao poder

    A caminhada rumo ao poder começa ao se tornar um grande amigo do interventor Manoel Ribas, dando-lhe assistência, especialmente depois de sua deposição do governo, em 1945.

    Mas o que deu a Lupion a chance de se impor sobre o Paraná foi a imensa divisão reinante na política paranaense, com uma guerra de personalidades que nunca parecia ter fim.

    Lupion chegava ao governo do Paraná na condição de um dos homens mais ricos do Brasil. O Grupo Lupion possuía, dentre outras coisas, e só no antigo Território do Iguaçu, três serrarias em Cascavel; dois grandes depósitos de madeira; transporte fluvial com porto em Foz do Iguaçu, exportando a madeira de Cascavel para a Argentina, com 6 barcos e 3 rebocadores.

    Na campanha eleitoral foi dada a conhecer a lista completa de propriedades do Grupo Lupion.

    Fábrica de caixas em Ponta Grossa, além de vários terrenos junto à ferrovia; indústria de ferro em Castro e diversos terrenos; fábrica de fósforos em Piraí do Sul; fábrica de papel e celulose de Arapoti.

    Serraria do Rio do Peixe, incluindo exploração de pastagens e área agrícola; entreposto de Morungava para fornecimento de madeira à indústria de papel e celulose de Cachoerinha. Entreposto em Itararé, SP com desvio ferroviário particular e instalações para beneficiamento de madeira.

    Uma fortuna imensa

    Tinha ainda 70 caminhões, 20 caminhonetes e 11 vagões próprios operados pela então Rede Viação Paraná-Santa Catarina.

    No Oeste, as fazendas Andrada, São Domingos, Piquiri e La Paz, adquiridas da empresa argentina Barthe, além das fazendas Santa Helena e Barro Preto, com mais de um milhão e trezentos mil pinheiros, além de ervais e um porto particular em Foz do Iguaçu,

    Os pinhais em cinco fazendas abrangiam um total de três mil alqueires. Por fim, as diversas embarcações no Rio Paraná e mais duas no Atlântico, que faziam a rota Paranaguá−Rio de Janeiro.

    O deputado Antônio Augusto de Carvalho Chaves, coordenador da campanha vitoriosa, assumiu o governo do estado por pouco mais de um mês, entre 6 de fevereiro e 12 de março de 1947, com a missão de organizar a posse do governador eleito.

    Assuntos pessoais proibidos

    Presume-se que homens ricos não vão roubar no governo porque não “precisariam”, mas geralmente saem de lá mais ricos ainda. Lupion garantiu aos correligionários que enquanto estivesse no poder não permitiria nem aos irmãos ir ao palácio para tratar de assuntos pessoais.

    Queria deixar bem clara a separação entre o interesse público e os interesses privados. No entanto, sua ampla coligação logo iria fazer água, porque havia duas eleições marcadas para os meses seguintes à sua posse: de imediato, a escolha dos deputados estaduais constituintes; e no fim do ano, eleições municipais.

    A posse do governador Moysés Wille Lupion de Tróia se deu em 12 de março de 1947, já com dezenas de apoiadores ansiosos por aparecer nas imagens de instalação do governo para iniciar suas campanhas rumo à Assembleia Estadual Constituinte.

    No ato da posse, Lupion não só reafirmou as promessas de campanha como, empolgado com a campanha pela Constituinte, na qual pretendia emplacar o máximo de líderes mais fiéis, prometeu ainda mais do que já havia prometido na campanha rumo ao governo.

    Enxurrada de promessas

    Já no dia seguinte à posse no Palácio Iguaçu, em Curitiba, o novo governador recebeu os jornalistas para a primeira entrevista coletiva. Prometeu construir em Curitiba uma nova Biblioteca Pública e um majestoso edifício para o Teatro Guaíra.

    Em seu discurso, elencou as duas obras como “exigências mínimas de uma cidade universitária”. Também prometeu estimular a colonização holandesa nos Campos Gerais, etnia que ao chegar ao Brasil, em 1911, logo se revoltou com a diferença entre as promessas feitas pelo governo e a dura realidade que precisaram enfrentar.

    Lupion não chegou a realizar nada do que prometeu na coletiva do dia seguinte à posse. Elas somente seriam cumpridas no governo seguinte, por seu adversário e futuro sucessor – Bento Munhoz da Rocha Netto.

    Atiçados pelas promessas, no interior os carroções não paravam de se deslocar do Sul para o Oeste. Máquinas também chegavam. Com os irmãos Domingos e Hilário Zardo vinham os tratores que iriam abrir a estrada entre Toledo e Palotina.

    Hilário quase morreu em travessia

    Anunciada como um futuro centro de produção de café pela Companhia Pinho & Terra, a atração e assentamento de colonos sulinos na região da atual Palotina ficaria sob a gerência de Domingos Zardo.

    Na viagem para trazer as máquinas, ao chegar ao rio Cavernoso era preciso retirar os tratores dos caminhões para a travessia por dentro da água. Dirigindo o trator, Hilário Zardo por um triz não perdeu a vida em acidente ao atravessar o rio.

    Quando a Companhia Maripá criou a Agro Industrial do Prata Ltda, em Toledo, para montar serrarias na região, Domingos era um dos sócios da empresa e acabou se firmando na gerência. Um líder incontestável, Domingos Zardo inicialmente fixou residência em Toledo e Hilário viria para Cascavel.

    Nascido em 11 de novembro de 1917 em Nova Prata (RS), filho de Fioravante e Vitória Vigo Zardo, família de madeireiros que faziam revendas em Porto Alegre, Domingos seria eleito vereador pelo Município de Foz do Iguaçu em 1951, pelo Partido Republicano, do governador Bento Munhoz da Rocha.

    Domingos foi o segundo prefeito eleito de Palotina, entre 1966 e 1970. É nome de rua em Foz do Iguaçu e de escola em Palotina.

    Vitória, a mãe jamais esquecida

    Hilário Zardo nasceu em 26 de agosto de 1919, em Rio Vermelho, também em Nova Prata (RS). Em Cascavel desde 1946, Zardo sofreu as limitações de uma pequena vila à qual se tinha acesso por uma porteira que quando chovia era fechada para não arruinar a movimentação dos moradores.

    Para evitar aborrecimentos com o encarregado pela porteira, Hilário era obrigado a desviá-la por dentro dos terrenos onde hoje é o bairro Country.

    Foi exatamente ali, terreno que passou a conhecer muito bem, onde Hilário adquiriu cerca de 40 alqueires e instalou um matadouro de gado para atender a cidade de Cascavel.

    Hilário, fundador da Acic em 1960 ao lado de Ferdinando Antônio Maschio e Celso Formighieri Sperança, criou um parque ambiental e um loteamento denominado “Jardim Vitória”, ambos em homenagem à mãe, Vitória Vigo Zardo.

    Em 1961, Zardo era sinônimo de carne em Cascavel. Fundador do Cascavel Country Clube em 13 de abril de 1963, ele doou 24.621m² de terras para a instalação do clube. Aliás, sua participação também está presente na estrutura da Catedral.

    A família Zardo é emblemática do empenho e da participação ativa dos pioneiros na estruturação da sociedade oestina.

     

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Nem bandeira o Paraná tinha

    Nem bandeira o Paraná tinha

     

    Depois dos golpes de mestres dos lideres políticos do interior para impor também na capital a candidatura de Moysés Lupion ao governo do Estado veio o apoio conclusivo do próprio presidente Eurico Gaspar Dutra para dissolver as últimas resistências.

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    A montagem de uma poderosa coligação reunindo PSD, PTB, UDN, PRP e também os partidos de esquerda PSB e PCB, torna a candidatura de Lupion irreversível.

    Ironicamente, o próprio partido de Lupion, o sempre rachado PSD, foi o último a se unir em torno de sua candidatura, oficializada em 7 de novembro de 1946.

    A convenção estadual do PTB, que tomou a iniciativa de lançar Lupion ao governo do Estado, também homologou o apoio à candidatura de Moysés Lupion ao governo nesse mesmo novembro, seguido pelos demais partidos e agora só restava aguardar a resposta das urnas.

    Com a conquista final do apoio do conjunto do PSD por meio do influente líder Antônio Augusto de Carvalho Chaves e uma constelação de partidos importantes, estava lançada a base para o início da Era Lupion.

    Nela, o Oeste paranaense teria o apoio necessário para começar a compensar o atraso sofrido em relação ao Norte com o isolamento sofrido nos anos do Território Federal do Iguaçu.

    Ninguém contestou as urnas

    Na capital, o interventor Mário Gomes concluiu os preparativos para transmitir o poder estadual ao futuro governador. Um de seus últimos atos de governo foi dar à Força Policial o nome de Polícia Militar do Estado do Paraná, em 17 de dezembro de 1946.

    No Sudoeste, Francisco Beltrão já começava a se formar. Cascavel, com as duas serrarias de Lupion, progredia sensivelmente. E Toledo já abria o leque de incursões para formar novas e promissoras cidades no interior da antiga Fazenda Britânia. Era efetivamente um novo Paraná que surgia.

    As eleições estão marcadas para o dia 19 de janeiro de 1947. O desembargador Antônio Leopoldo dos Santos (1895–1958) presidia o primeiro pleito direto no Paraná após a longa ditadura de Vargas.

    Aberta as urnas, sem contestações por parte do derrotado, Lupion dobra a votação obtida pelo concorrente, Bento Munhoz: 91.059 votos contra 45.941.

    Movimento pró-Município cessou

    Proclamada a eleição de Moysés Lupion pela coligação formada sob a divisa “Tudo por um Paraná maior”, seu PSD conquista 16 deputados e as agremiações aliadas também elegem vários parlamentares.

    A UDN garante 7 cadeiras. O PTB, meia dúzia. Pela oposição, por sua vez, o Partido Republicano, de Bento Munhoz da Rocha, fez apenas quatro deputados estaduais.

    Para Cascavel, foi um alívio. Com a extinção do Território Federal do Iguaçu e o temor de que a região ficasse abandonada pelo Estado, começou ainda em 1946 um movimento para criar o Município, mas a iniciativa refluiu com a confirmação da vitória de Lupion, já que suas empresas eram os motores do lugar.

    Como Cascavel era 100% sua, Lupion em seguida criou dezenas de municípios em busca de apoio para a continuidade de sua carreira política, mas Cascavel não entrou no rol.

    Poderia parecer desconsideração com uma população majoritariamente ligada a seus interesses, mas havia um motivo racional para isso: a vila era sede de um imenso território distrital e não teria condições de se manter independente de Foz do Iguaçu caso se tornasse Município.

    Madeira e estrada desenham o futuro

    Ainda lentamente, até por conta da madeira, Cascavel crescia também como empório de prestação de serviços e centro comercial da região, com um interior que ia se povoando de forma consistente, embora a vila-sede continuasse minúscula.

    No apagar das luzes de 1946 veio mais um motivo de entusiasmo para a comunidade cascavelense: uma lei dos sonhos entrou em vigor de imediato e veio representar um ótimo impulso para a cidade, combinada com os negócios da madeira e o centro de prestação de serviços.

    A lei nº 10, de 20 de dezembro, autorizava o governo federal a abrir, pelo Ministério da Viação e Obras Públicas, crédito especial de Cr$ 11 milhões para o prosseguimento da construção da Rodovia Ponta Grossa-Foz do Iguaçu.

    As obras foram paralisadas pela ditadura, que desviou recursos daqui para a construção de uma frustrada rodovia dentro do Paraguai. A retomada dos investimentos no Oeste projetava o ano de 1947, definitivamente, como auspicioso.

    A volta da bandeira

    Moysés Lupion toma posse em 12 de março de 1947. Caetano Munhoz da Rocha, governador e pai de Bento, havia abolido autoritariamente os símbolos estaduais em 1923, mas a democracia devolvia ao Paraná sua bandeira:

    “Um quadrilátero verde, atravessado no ângulo superior direito para o inferior esquerdo por uma larga faixa branca contendo a representação da esfera celeste em azul e as cinco estrelas da Constelação do Cruzeiro do Sul em branco. A esfera é atravessada, abaixo da estrela superior do Cruzeiro, por uma faixa branca com a inscrição Paraná, em verde. Circundam a esfera um ramo de pinheiro à direita e outro de mate à esquerda” (decreto-lei nº 2.457, de 31 de março de 1947).

    Não era o resgate da primeira bandeira, que tinha o detalhe vermelho do barrete frígio, símbolo da Revolução Francesa, e o lema positivista “Ordem e Progresso”, copiando a bandeira nacional.

    A bandeira original, proposta pelo líder socialista Manoel Correia de Freitas e aprovada em 1891, foi executada pelo artista Paulo de Assumpção, mas a versão mais difundida tinha só uma estrela e não o Cruzeiro do Sul, retomado pela nova bandeira, como também os ramos de araucária e erva-mate.

    Ações de impacto e visibilidade

    Com o propósito de atuar com firmeza na região do extinto Território do Iguaçu, para evitar que a pregação dos derrotados servidores federais pelo retorno do TFI se alastrasse, em 6 de maio o decreto-lei 635 organiza o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, da Secretaria de Viação e Obras Públicas do Paraná.

    Imediatamente, em 10 de maio de 1947, dá-se a fundação oficial de Maringá, ainda como distrito de Mandaguari. É o primeiro passo para a criação de dezenas de municípios arranjados pelos partidários de Lupion.

    O Paraná rompe a marca de um milhão de sacas de café em 1947, feito comemorado pelo novo governo. Moysés Lupion governava com ideias progressistas, liderando uma ampla coligação e à base de muitos compromissos estabelecidos com cada corrente política participante do arranjo pelo qual o interior se impôs à capital.

    O governo do Paraná reassumiu o controle das regiões do Iguaçu tomando uma decisão importante: criou em 20 de junho de 1947 a Fundação Paranaense de Colonização e Imigração, organização oficial de apoio à ocupação do Oeste paranaense.

    Também em 1947, obra emblemática do novo governo em Cascavel, a Casa Escolar foi reconstruída como Grupo Escolar e Escola Reunida, deixando de ser mantida pela comunidade cascavelense e a Prefeitura de Foz do Iguaçu. O Estado assumiu a manutenção do estabelecimento e o pagamento dos professores.

    O nó da questão agrária

    O ritmo inicial da gestão Lupion é forte e ousado. Colocado sob concessão outorgada pelo governo federal, o Porto de Paranaguá também não escapa ao choque de administração imposto pelo novo governador, logo em suas primeiras ações administrativas.

    O decreto estadual 686, de 11 de julho de 1947, institui um órgão estadual para fazer a administração do Porto em nome do Estado. Além de equiparar o Estado à União na gestão portuária, para completar a retomada do extinto Território Federal do Iguaçu, com a Fundação Paranaense de Colonização e Imigração Lupion também se sobrepunha a normas federais.

    A burocracia do Estado e suas providências se chocavam com velhas regras federais e multiplicaram os conflitos entre os posseiros incentivados por Manuel Ribas e os grileiros, ligados a interesses paulistas, que se intensificava nas disputadíssimas terras do Norte paranaense, altamente propícias à cultura cafeeira.

    Um grupo armado tenta retomar em agosto a Fazenda Guaracy, cujos ocupantes reagem a bala, deixando um saldo de vários mortos e feridos.

    “O tiroteio prolongara-se por alguns dias. Os caboclos enviaram suas famílias para recantos mais longínquos e permaneciam atocaiados pelos picadões, com o dedo no gatilho, a fim de defender suas posses contra novos assaltos” (Cecília Maria Westphalen, Altiva Pilatti Balhana e Brasil Pinheiro Machado, Nota prévia ao estudo da ocupação da terra no Paraná Moderno).

    Conflito no Norte e a “Secretaria do Oeste”

    Em Porecatu, na área do Grilo Barra do Tibagi, cerca de 1.500 famílias de posseiros rebelados resistem à repressão por alguns meses, na região entre os rios Paranapanema, Centenário, Ribeirão do Tenente e o leito da estrada entre Porecatu e Centenário do Sul.

    Ainda sem resolver os problemas do Norte, o governo planeja a ocupação do Médio-Oeste, onde já está em curso um projeto bem conduzido na área da antiga Fazenda Britânia, adquirida pela colonizadora gaúcha Maripá.

    A primeira medida concreta do governo para organizar essa colonização planejada é a criação do Departamento Administrativo do Oeste do Paraná, em outubro de 1947.

    A lei 4 de Lupion determina que o Departamento do Oeste será formado pelos municípios de Foz do Iguaçu (que inclui Guaíra, o distrito de Cascavel e a vila de Toledo), Laranjeiras do Sul, Mangueirinha e Clevelândia. Substitui, assim, a estrutura de apoio à colonização na parte paranaense do extinto Território Federal.

    Resolveria vários problemas e criaria novos, mas entregou a principal promessa feita com a criação do DO, que seria a integração efetiva do Oeste ao conjunto do Paraná.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Palestras sobre música instrumental estão sendo realizadas para alunos da rede pública

    Palestras sobre música instrumental estão sendo realizadas para alunos da rede pública

    Levar cultura, música e informação para estudantes, esta é a proposta das palestras musicais do projeto Cascavel Jazz – Música Instrumental Cascavelense, que está sendo realizado neste mês de dezembro, em colégios estaduais da cidade.

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    Além do workshop sobre o processo de composição e gravação de músicas instrumentais, adolescentes, crianças, educadores e funcionários, também recebem, de forma gratuita, um CD da gravação de composições de artistas locais. 

    “Essas palestras fazem parte da contrapartida social do projeto do registro fonográfico de música instrumental autoral que foi realizado esse ano com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura, com o objetivo de divulgar e valorizar a música instrumental brasileira, repassando um pouco sobre o processo de gravar em estúdio, também como os compositores criam suas obras de arte e quais são alguns dos estilos existentes atualmente no cenário brasileiro. Queremos que nossos estudantes aprendam desde cedo a apreciar boas melodias e também queremos despertar neles o interesse pela área cultural”, afirma o idealizador do projeto William Fischer. 

    As palestras musicais estão sendo realizadas pelos músicos Luciano Veronese e Paulo Drage, que fizeram parte da gravação do CD e repassam aos alunos informações sobre o ponto vista técnico de todo o processo de gravação dessas músicas e como os grupos trabalharam isso em estúdio.

    As palestras já foram realizadas no Colégio Wilson Joffre e no Colégio Brasmadeira. Na próxima sexta-feira (9) as atividades serão realizadas no Colégio Padre Carmelo Perrone, no bairro Alto Alegre, a partir das 08h30. Além da participação dos alunos , professores e funcionários do colégio, a comunidade também pode prestigiar os trabalhos.  

    “É uma alegria e um prazer poder levar a música e todo o seu poder transformador para estes estudantes. Estamos tendo uma boa receptividade do projeto e isso prova que a carência de música e cultura nas instituições é uma realidade.  O projeto é de extrema importância para preencher esse espaço com música, informação e cultura, explica o músico Luciano Veronese. 

    O CD distribuído durante as palestras foi lançado durante a última edição do festival Cascavel Jazz, realizado entre o final de setembro e começo de outubro. Oito grupos gravaram suas composições instrumentais. “Este trabalho é um registro fonográfico das músicas de alguns dos melhores artistas e compositores locais. Foram selecionados oito grupos e, destes, cada um gravou duas composições. Esta gravação é um projeto inédito, que veio com a proposta de promover o intercâmbio e a integração entre os artistas da música instrumental”, conclui William. 

    O projeto Cascavel Jazz – Música Instrumental Cascavelense tem o apoio da Lei de Incentivo à Cultura, com patrocínio da Transportadora Pra Frente Brasil, com realização da BWA, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo.

    Fonte: Assessoria

  • Feira do Teatro amplia horário de atendimento neste fim de ano em Cascavel

    Feira do Teatro amplia horário de atendimento neste fim de ano em Cascavel

    A já tradicional Feira do Teatro de Cascavel amplia o horário de atendimento nesta reta final do ano. A medida é para poder atender a todos os cascavelenses que têm escolhido a feirinha para as compras de Natal, o que tem movimentando ainda mais o espaço. 

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    A mudança já começa a valer neste domingo (11), quando o atendimento será das 8h às 16h, no estacionamento do Teatro Municipal. No próximo domingo (18), segue esse mesmo horário. Normalmente, a feira termina às 13h, mas pelos próximos domingos, a comunidade terá mais tempo para desfrutar dos produtos da Feira do Teatro.Outra novidade é que no sábado, dia 17, a feira será realizada no Lago Municipal, das 15h às 20h. 

    A Feira do Teatro conta com barracas de artesanato, moda sustentável, de itens de decoração, de raridades, além de praça de alimentação. A feira, inclusive, já conta com produtos natalinos disponíveis para venda. 

    A Feira já faz parte da programação de domingo dos cascavelenses, consolidada como um ponto de encontro para momentos de lazer para as famílias. Atualmente, são cerca de 60 barracas, incluindo as de alimentação. 

    Nos domingos de Natal (25) e de dia 1º de janeiro de 2023, não haverá Feira. Ela retornará normalmente no domingo, dia 8 de janeiro, do próximo ano.

    Fonte: Assessoria

  • Livro sobre pirata que viveu em Curitiba será lançado na Biblioteca Pública do Paraná

    Livro sobre pirata que viveu em Curitiba será lançado na Biblioteca Pública do Paraná

    “O Tesouro Pirata da Ilha da Trindade”, livro do autor e pesquisador Marcos Juliano Ofenbock, será lançado nesta quarta-feira (7), às 17h30, na Biblioteca Pública do Paraná .

    A obra é fruto de 18 anos de pesquisa sobre Zulmiro, último capitão pirata do século XIX, que viveu em Curitiba até sua morte, em 1889. O tesouro escondido por um grupo liderado pelo pirata está na Ilha da Trindade, a 1,2 quilômetros da costa litorânea brasileira.

    O livro traz ainda um apanhado de notícias, documentos, desenhos, fotografias e mapas sobre a vida de Zulmiro e expedições para a Ilha da Trindade ao longo dos séculos.

    O evento gratuito conta com uma palestra, às 17h30, no auditório, e anuncia a escavação arqueológica na Ilha da Trindade nos próximos anos pelo Instituto Histórico e Geográfico do Paraná (IHGPR), junto à Marinha do Brasil e ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

    Serviço:

    Data: quarta-feira, 7 de dezembro

    Horário: 17h30

    Palestra e sessão de autógrafos com o autor Marcos Juliano Ofenbock

    Auditório da Biblioteca Pública do Paraná – Rua Cândido Lopes, 133 – Centro – Curitiba

    Fonte: Secom Paraná

  • Com mais de 20 anos, Paraná tem a companhia de dança master mais longeva do Brasil

    Com mais de 20 anos, Paraná tem a companhia de dança master mais longeva do Brasil

    “A dança não tem limite se você não quiser que ela tenha”. Assim, Júlio Mota, bailarino do Centro Cultural Teatro Guaíra há 40 anos, define o trabalho desenvolvido no G2 Cia de Dança , a única companhia pública estatal no Brasil totalmente dedicada a bailarinos na fase da maturidade artística. O trabalho multifacetado da companhia é o destaque desta semana da série “Paraná, o Brasil que dá certo”.

    A criação do G2 Cia de Dança foi oficializada no final de 1999 por bailarinos que antes participavam do corpo de baile do Teatro Guaíra, ficou num período de incubação e passou a existir efetivamente em 2000. A originalidade e a qualidade da proposta do trabalho paranaense foram reconhecidas com o Prêmio Estímulo da APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) por suas apresentações no Centro Cultural São Paulo. É um dos mais importantes do cenário nacional de arte.

    Um artigo publicado na Universidade de São Paulo (USP) pela pesquisadora Ana Cristina Echevenguá Teixeira, sobre a organização profissional de bailarinos com idade em torno de 40 anos nas companhias públicas de dança brasileiras mostra que, no Brasil, além do Balé Teatro Guaíra (BTG), apenas duas companhias colocaram em prática esse perfil: a Cia. 2 do Balé da Cidade de São Paulo (BCSP/1968), criada em 1999 e extinta em 2009, e a BTCA 2 do Balé Teatro Castro Alves (BTCA-BA/1981), fundada em 2004 e extinta em 2007.

    Ou seja, com quase 23 anos de atuação contínua, a companhia do Paraná desenvolve um trabalho que vai muito além da dança – e das linhas geográficas do Paraná. 

    Entre os espetáculos ao longo dessa trajetória estiveram “O Tombo”, que investiga o desequilíbrio das situações e dos movimentos e que chegou a abrir o Festival das Três Fronteiras, na Argentina; “O Voo do Poeta”; “Um Dia Fora do Tempo”; e “La Cena”, três histórias que, interligadas, compõem uma lenda urbana que retrata reviravoltas da vida, levemente inspirada em “O Quebra Nozes”, e que chegou ao Nordeste brasileiro.

    Graças aos longos anos dedicados a espetáculos no Guairão e em outros palcos, hoje o grupo utiliza toda a bagagem técnica e cultural adquirida para atuar também fora de cena. Além de bailarinos, os integrantes se definem como pesquisadores, criadores e intérpretes em diversas vertentes da dança. “Não somos meros reprodutores de uma coreografia criada por um coreógrafo contratado. Somos co-criadores. A gente elabora, experimenta, ajuda a compor e dá efetivamente corpo e vida aos personagens e às coreografias que são criadas”, afirma Mota.

    O bailarino foi um dos idealizadores da companhia e conta que, após uma ida para a Inglaterra em 1996 para fazer um curso de formação de coreógrafo, se deparou com esse formato e decidiu então trazer o modelo para o Teatro Guaíra com o objetivo de usufruir de competências técnicas e artísticas dos bailarinos próximos à aposentadoria.

    “Já vínhamos conversando sobre a possibilidade de alargar o horizonte criativo dentro do Balé Teatro Guaíra, não só apenas dançando o repertório dos coreógrafos que eram convidados, mas para que nós tivéssemos a oportunidade de efetivamente explorar a questão da pesquisa que já fazíamos nos workshops e nas oficinas coreográficas”, explica.

    Com a criação do grupo, composto por profissionais com as mais diversas especialidades, os bailarinos passaram a desenvolver propostas mais criativas, trabalhar em conjunto com autores coreógrafos, além de atuar em outras frentes, como figurinistas, cenógrafos, entre outras atividades.

    Segundo Júlio, a proposta inovadora foi muito bem recebida, já que profissionais da dança, de maneira quase unânime, iniciavam a carreira preocupados com o futuro da profissão em idades mais avançadas. “Muitos bailarinos, chegando numa determinada idade, continuavam tendo uma grande qualidade artística, mas começavam a ter algumas limitações físicas para dançar alguns repertórios”, afirma.

    Por conta disso, a criação da companhia abriu novos caminhos. “Estamos ajudando a expandir esse horizonte de possibilidades. Para as novas gerações, é começar uma coisa pensando que ela não tem prazo de validade tão curto”, acrescenta.

    Hoje em dia, fruto dessa inspiração, há dois movimentos crescentes em relação a companhias de dança privadas que desejam dar uma atenção especial a bailarinos que estão perto de se aposentar, dentro da onda da chamada economia prateada, voltada à longevidade das pessoas: a extensão da carreira de quem iniciou na profissão há mais tempo e também a adesão daqueles que nunca dançaram, mas têm o desejo de iniciar mais tarde.

    DIFERENCIAIS – Para Júlio, um dos diferenciais do G2 Cia de Dança é a vasta experiência de cada um nas mais diferentes áreas, além da formação adquirida durante a trajetória na companhia. “Passamos por um processo formativo muito variado. Trabalhamos com vários coreógrafos de técnicas e estéticas diferentes, desde o balé clássico à dança moderna. Temos um repertório muito vasto, consistente, porque a gente trabalha tecnicamente”, afirma.

    Ricardo Garanhani, bailarino há mais de 30 anos no Teatro Guaíra, endossa a opinião do colega de casa e ainda ressalta que as limitações físicas que chegaram com a idade não interferem na vontade de continuar desenvolvendo um bom trabalho. “O corpo pode ter limitações, mas a cabeça tá com toda aquela experiência, toda aquela motivação. Descobrimos formas de aproveitar isso e manter um trabalho de qualidade e criativo”, ressalta.

    Mesmo atuando em outras frentes, o grupo também tem boa parte da rotina dedicada ao condicionamento físico, o que auxilia os bailarinos em novos pontos da vida: saúde e bem-estar. Os encontros diários consistem em aquecimentos individuais — para dar conta das especificidades de cada um após anos de trabalhos extenuantes — que podem variar entre pilates, corrida ou musculação, e até mesmo exercícios direcionados para os espetáculos.

    Segundo Ana Silva, bailarina do BTG, o processo de redescoberta do potencial corporal foi transformador para todo o grupo, já que cada um tinha anos de experiência em áreas específicas. É o que eles passam aos novos integrantes.

    “Tivemos que nos despir de uma história de 25, 30 anos para ver que de repente esses corpos poderiam dançar e se movimentar, não necessariamente usando toda a técnica. Ela existe, mas nesse processo que ainda é novo a gente vê esses corpos tendo uma outra leitura e uma outra postura que é muito interessante”, enfatiza.

    “Quando nós criamos o grupo, chamávamos pessoas para introduzir novas técnicas porque foi uma transição muito difícil. Tínhamos corpos muito presos a formas e linhas. Tivemos que desconstruir esses corpos”, acrescenta Grazianni Canali, bailarino da casa há 39 anos.

    Além disso, a convivência de anos no balé também contribuiu para a sinergia do grupo durante o desenvolvimento de espetáculos. “Cenicamente, ou qualquer coisa que aconteça em relação a falha técnica, até mesmo da técnica corporal, a gente já sabe o que fazer”, ressalta Clionise de Barros, bailarina do Teatro Guaíra há bons 30 anos.

    Foto: Reprodução/Secom Paraná
    Foto: Reprodução/Secom Paraná

    Foto: Centro Cultural Teatro Guaíra

    FUTURO– O objetivo do G2 é ser uma companhia de dança de alto nível, com profissionais maduros e experientes. Além disso, futuramente, a ideia é aumentar o número de integrantes. “Tem muitos bailarinos que chegam aos 40 anos e não podem mais continuar dançando clássicos, mas têm muito material e muita qualidade artística para contribuir num grupo como este”, afirma Grazianni Canali. Ele ainda destaca que o trabalho já vem sendo notado. “Somos a única companhia e temos consciência que fazemos um bom trabalho. Temos esse feedback do público”, ressalta.

    Mota enxerga ainda mais longe. Quer que o G2 contribua para a construção de uma memória que sirva de legado para as próximas gerações. “É uma companhia pública, então deixar esse acesso aberto para pesquisa, para cursos de dança, teatro, não só aqui do Estado, mas do Brasil inteiro e da América latina, vai ser muito importante para o futuro”, completa.

    “Construímos um público para o Balé Teatro Guaíra e depois um público para o G2. E isso é uma coisa extremamente importante para a disseminação da arte e o favorecimento da cultura de uma maneira geral. Se você tem projetos que são exitosos nesse sentido, é muito importante que eles tenham continuidade”, arremata.

    SÉRIE – “Paraná, o Brasil que dá certo” é uma série de reportagens da Agência Estadual de Notícias. Serão apresentadas iniciativas da administração pública estadual que são referência para o Brasil em suas áreas. A primeira abordou o sistema estadual de transplante de órgãos .

    Confira o vídeo: 

    Fonte: Secom Paraná

  • Interior venceu Curitiba com golpes de mestres

    Interior venceu Curitiba com golpes de mestres

    Limitando-se a manobrar na política da capital, o “General da Vitória”, como anunciava a propaganda de José Agostinho dos Santos, foi bombardeado pela mídia do riquíssimo Moysés Lupion, comandada pelo influente major Fernando Flores, o articulador do grupo, apoiado por um reforço decisivo: o presidente do PSD, Antônio Augusto de Carvalho Chaves.

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    Uma espécie de general civil, Chaves reinou por várias legislaturas no Congresso Legislativo, correspondente à Assembleia de hoje. Nascido em Macaíba (RN), em 26 de março de 1875, formou-se em Ciências Sociais e Jurídicas pela Faculdade de Direito de São Paulo, turma de 1895, vindo, a seguir, para Curitiba.

    No ano seguinte já foi nomeado secretário de Estado do Interior, Justiça e Instrução Pública. Em 1900, secretário de Estado dos Negócios das Finanças, Comércio e Indústria. Elegeu-se deputado federal, mas em 1906 preferiu concentrar seu poder no plano regional.

    Foi novamente secretário da Fazenda, Comércio e Indústria no primeiro governo revolucionário estadual, em 1931. Elegeu-se, outra vez, deputado estadual em 1935 até o Estado Novo, sempre na presidência da Assembleia Legislativa.

    De junho de 1935 a julho do mesmo ano, ocupou, interinamente, o governo do Estado. Foi também membro do Conselho Administrativo (secretariado estadual) durante o governo do interventor Manoel Ribas e presidente do diretório regional do PSD, partido que liderou até a morte, em 1949.

    A candidatura única de consenso

    O general Santos foi oferecido pelos curitibanos para a candidato único no Estado, inclusive com o apoio do PSD e do PTB, agremiações criadas e comandadas pelo ex-presidente Getúlio Vargas.

    O general Santos não era um candidato frágil. Foi brilhante como organizador no Ministério da Guerra e cumpriu missões militares no Sul, inclusive em Bagé, cidade natal de Vargas.

    No entanto, sua permanência no Distrito Federal e no Pará não lhe permitiram uma vivência próxima do Paraná multifacetado, composto por regiões novas, como o Norte, Noroeste, Oeste e o Sudoeste.

    A candidatura desse militar brilhante foi proposta para ser o consenso dos líderes curitibanos na intenção de impedir Lupion de se afirmar como o líder representativo de todo o Paraná.

    À sombra do ex-líder Manuel Ribas, entretanto, Lupion só precisaria acertar o apoio unido do PSD, já que o PTB nasceu na manga do colete de Ribas dentro do escritório que Lupion lhe ofereceu depois de ser deposto do governo.

    A equipe de Lupion comprou a ideia da candidatura única, mas vendeu Lupion para ser o candidato. O PSD curitibano e outras forças políticas da capital consideravam vital a tese da candidatura única para unir o Estado, mas inicialmente consideravam que eleger um amigo do presidente Dutra, caso do general Santos, seria interessante para o futuro do Paraná.

    Fake news abalaram o general

    Só havia um jeito para Lupion assumir a posição de candidato único: o jogo do tudo ou nada. Tudo seria desqualificar a candidatura única do chefe militar e entrar no vácuo, o nada que lhe permitiria ser o candidato de todo o Paraná.

    Com todo o interior já garantido pela profusão de empresas que espalhou por todo o território, motores para o desenvolvimento de cada localidade em que se instalara, como Cascavel, Lupion só precisava arrematar a capital, o que passava por conquistar o apoio majoritário do ainda estilhaçado PSD.

    A solução para os lupionistas foi insinuar a suposta tendência do general Santos a pender, por subordinação hierárquica, ao autoritarismo do governo Dutra, que oprimia os trabalhadores.

    Não era o caso, até porque o general Santos desde o princípio se dispôs a apoiar as classes trabalhadoras e o PTB também já concentrava as bases getulistas, preparando o retorno de seu cacique nacional à Presidência da República. A rápida ascensão de Santos na carreira militar, aliás, havia começado em Bagé, terra natal de Vargas.

    Como Santos se salientou durante a ditadura, os partidos novos de Vargas preferiam uma opção também nova, com a cara da social-democracia ainda pura, que teria mais justiça social que o capitalismo norte-americano e mais liberdade que o regime soviético.

    Nem o general era autoritário, nem o PSD era tão puro quanto se dizia, mas venceu a informação distorcida disseminada pelas redes sociais da época: rádio e jornal.

    As três alas internas do PSD

    Grande partido do Paraná forjado depois da Revolução de 1930, o PSD viveu nos anos 1940 uma intensa disputa interna entre as alas que traziam traços da herança autoritária de Vargas e as correntes mais próximas da social-democracia europeia.

    Os únicos obstáculos ao projeto social-democrata estavam dentro do próprio PSD, dividido em três alas. A primeira delas era chefiada pelo ex-interventor Pinheiro Machado, afilhado político de Manuel Ribas, com grande peso na máquina do Estado.

    Outra, a ala lupionista. Depois de ter feito uma sólida amizade com Manuel Ribas nos últimos dias de vida do antigo interventor, Moysés Lupion crescia em riqueza e apoio no interior do Estado, inclusive no vencido Território do Iguaçu. Por fim, a ala que defendia a tese do candidato militar único, que seduzia a capital.

    Faltava, entretanto, um elemento capaz de desequilibrar as forças em favor de um dos lados. Esse elemento seria também uma herança do falecido Manuel Ribas.

    O fator trabalhista

    O entra e sai de líderes nacionais nos últimos dias de vida do ex-governador na sede PSD, instalada por Ribas em sala cedida por Lupion, gerou um fruto que o futuro líder paranaense saboreava com prazer.

    A criação do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que pretendia representar os operários e “descamisados”, acontecera justamente no interior de uma das numerosas empresas do rico Moysés Lupion.

    O apoio dessas lideranças partidárias nacionais vai efetivamente desequilibrar o quadro, construindo uma ampla coligação partidária concentrada em torno de Lupion.

    Embora com o PSD ainda rachado internamente após a morte de Manuel Ribas, as relações que ele teceu foram a chave para o início da Era Lupion, mediante uma costura comandada pelo interventor Mário Gomes.

    A mão do militar baiano, que inicialmente se anunciara neutro, é notada ao conduzir os arranjos para a montagem da grande coligação, da qual estará ausente apenas o Partido Republicano de Munhoz da Rocha.

    Ao se unir internamente, o PSD sustentou em favor de Lupion a ideia-base da candidatura única e assim se formou um amplo arco de partidos, que iam desde as viúvas da ditadura e de Ribas até os comunistas, aliados ao PTB no movimento sindical.

    No vácuo da oligarquia Camargo-Munhoz

    Levar Lupion ao poder com um mínimo de resistência se desenhava como vitoriosa porque o outrora poderoso Partido Republicano, expressão política das oligarquias do Estado, continuava desarrumado pelo golpe sofrido com a deposição de Affonso Camargo na revolução de 1930.

    Mesmo sendo o herói paranista que resgatou para o Estado a porção tomada pelo Território do Iguaçu, o professor Bento Munhoz da Rocha Neto, herdeiro da tradição Munhoz-Camargo, também sabia que o momento era do PSD.

    Dispunha-se, assim, a concorrer ao governo apenas para deixar o nome bem marcado para o próximo pleito.

    A partir daí a situação vai se consolidar com uma onda de novos apoios. Ninguém mais fala no “General da Vitória”, que em julho de 1946 foi designado para comandar a Zona Militar do Norte, futuro Comando Militar do Nordeste. O militar sequer veio ao Oeste em campanha.

    A coligação quase unânime forjada com o aval do interventor Mário Gomes, porém, não teve uma engenharia simples. Começara com um forte jogo estratégico, primeiramente entre as alas do professor Brasil e do empresário Lupion.

    A cartada decisiva

    Foi no “vão” entre as duas que penetrou a proposta da candidatura militar de consenso. Criado o impasse entre as três alas social-democratas, ergueu-se a voz do presidente do PTB, Maximino Zanon: ele se antecipa e lança Lupion como candidato “trabalhista”. Era o peso que faltava na balança sucessória.

    Ex-alfaiate e várias vezes campeão estadual de futebol, Zanon também atuava nas sociedades beneficentes operárias. Por sua vez, o advogado Oswaldo Queiroz Guimarães, futuro chefe da Casa Civil do governo, abriu o jogo de vez:

    “Não é mais segredo para todo o interior; está sendo trabalhado no sentido de formar ao lado do prestigioso membro da Comissão Executiva Industrial, que é de larga projeção no Estado e destacado elemento social – Moysés Lupion – que, além do mais, conta com integral solidariedade do Partido Trabalhista e fortes simpatias de mais poderosa ala udenista. A opinião paranaense está definida”.

    De fato, depois de ganhar facilmente o PTB, Lupion recebeu a adesão da UDN, que tinha como líder Othon Mäder. Ex-secretário de Terras do Estado e ex-prefeito de Foz do Iguaçu, Mäder em 1931 projetou a cidade de Cascavel mesmo a vila tendo apenas quatro casas. A Cascavel que em breve daria a Lupion 100% dos votos na eleição.

    Fonte: Fonte não encontrada