Categoria: Cultura

  • E se o Paraguai bombardear Foz?

    E se o Paraguai bombardear Foz?

    Helberto Edwino Schwarz gostaria de ser lembrado pela criação da primeira lei de incentivo à industrialização em Cascavel, mas sua trajetória política foi obscurecida pelo incêndio da Prefeitura, em 1960.  

    Vindo para Cascavel justamente para tocar uma indústria, chamado pelo sogro Florêncio Galafassi para ajudá-lo na administração da Industrial Madeireira do Paraná, o vereador Helberto não teve dificuldades para ter aprovada na Câmara a lei de incentivo, sancionada pelo prefeito José Naves Formighieri em 16 de agosto de 1954.

    A lei foi previamente discutida com o prefeito e redigida em seus termos finais pelo secretário municipal Celso Sperança. Concedia isenção de tributos até 1958 para as indústrias que se instalassem em Cascavel naquele ano nas seguintes áreas: 

    “1 – Indústria Alimentícia – Fábricas de produtos e conservas alimentícias; II – Indústria de Eletricidade – Produção e distribuição de eletricidade, instalações hidroelétricas, termoelétrico e atividades correlatas; III – Indústria Extrativa Vegetal – Fabrico de papel, papelão e artefatos de papel; IV – Indústria Têxtil – Fabrico de tecidos, de vestuário e artigos congêneres; V – Indústrias urbanas – Exploração do serviço de água e esgotos e telefones urbanos; VI – Indústrias Gráficas, Tipografias com circulação de órgãos de divulgação; VII – Indústria Cerâmica – Indústria de louças de barro em geral”. 

    Gentileza adversária

    Nada mal para um vereador que sequer poderia ter concorrido à Câmara Municipal nas eleições de 1952. Galafassi e a Imapar tinham estreitas relações com ex-governador Moysés Lupion, o líder estadual do antigo PSD, mas, atarefados com o movimento madeireiro da época ainda de reconstrução do pós-guerra, perderam o prazo para criar o diretório local do partido. 

    Na conta desse descuido, o PSD não pôde apresentar candidato à Prefeitura de Cascavel nem eleger um só vereador nas primeiras eleições municipais. A Imapar não pretendia ficar sem um dos nove vereadores e Helberto, o escolhido para representar a empresa e a família Galafassi, foi aconselhado a se filiar ao PTB, adversário do PSD. 

    Se fosse eleito, depois, com a criação do diretório do PSD, ele naturalmente mudaria de partido sem constrangimento, porque interessava ao PTB ter mais vereadores que o partido do governador Bento Munhoz, o Partido Republicano.

    Entendimento, a receita

    Depois desse acordo mutuamente vantajoso, Helberto se convenceu de que a melhor política não é a grosseria de agredir adversários, mas buscar o entendimento com eles para conquistas de interesse geral.

    Gaúcho de Campo Vicente, no Município de Taquara (RS), Helberto veio para Cascavel procedente de Canela (RS) em 1949, aos 31 anos, já casado com Inês Matilde Galafassi, com quem teria quatro filhos: Sérgio Clóvis, Sauro Cláudio, Carlos Alberto e Maria Emília.

    Chegar a essa nova etapa de sua vida, bem recebido pela comunidade cascavelense e ser aceito pelos adversários para concorrer à vereança, era uma situação nova e surpreendente, mas foi só o começo de uma trajetória maior.

    Foi ótimo para o PTB contar com Schwarz na chapa. O mais votado do partido, sem ele o PR ganharia dois terços da Câmara e iria controlar sozinho o Município impondo sua maioria. 

    Entretanto, no curso da primeira administração, o prefeito José Neves Formighieri e a Câmara deliberaram que não haveria política partidária na gestão pública. Os projetos seriam previamente acertados para evitar longas brigas e acelerar o desenvolvimento do Município iniciante.

    Vitória surpreendente

    Assim, livre para organizar o PSD, quando Moysés Lupion veio à cidade acompanhar seus negócios locais viu a eficiência de Schwarz na Câmara Municipal e decretou: “É você o prefeito”. 

    De fato, no pleito do dia 18 de novembro de 1956, Helberto Schwarz, concorrendo apenas pelo PSD, venceu a corrida para a Prefeitura de Cascavel com 1.533 votos contra 1.308 do fortíssimo candidato da situação, o médico Wilson Joffre, que concorria pelo PTB coligado com a UDN, o PR e o PSP. 

    Schwarz priorizou a construção da usina hidrelétrica do Rio Melissa, com verbas que obteve do Departamento da Faixa de Fronteira, vindo para compensar o desastre do Território Federal do Iguaçu.

    Octacílio Mion, seu sucessor, completou a usina e a inaugurou. Schwarz também iniciou o primeiro projeto de telefonia de Cascavel, abriu as ruas do chamado Patrimônio Velho (entre a Rua Sete de Setembro e proximidades do Terminal Rodoviário) e organizou a primeira planta do perímetro urbano.  

    Helberto via dois pontos de estrangulamento da cidade: o aeroporto (situado onde hoje está o Terminal Rodoviário) e o cemitério, entre as atuais ruas Castro Alves, Visconde de Guarapuava, Rio Grande do Sul e São Paulo.

    Obras retardadas

    Inicialmente foi ao Rio de Janeiro, então sede do governo federal, para propor a criação do Aeroporto Internacional de Cascavel ao Ministério da Aeronáutica. Na então capital federal, o prefeito “vendeu” sua ideia ao ministro Francisco de Assis Corrêa de Mello, o Mello Maluco, que desde a juventude voava pelos céus do Oeste paranaense. 

    Nessa ocasião, Helberto pareceu ser o verdadeiro maluco, assustando o ministro com uma hipótese fantasiosa: “O senhor vê uma coisa”, disse Helberto. “Nós precisamos ter um aeroporto em Cascavel e não em Foz do Iguaçu. O inimigo, por exemplo, do Paraguai bombardeia nosso aeroporto em Foz. Precisa ser em Cascavel, que é um lugar mais central”.

    Como Foz era uma atração turística e Cascavel tinha importância estratégica, o Ministério concordou em haver dois aeroportos na região. Ideia aprovada, o ministro mandou o chefe da Aeronáutica no Paraná, Rubens Nízio, cuidar do assunto. 

    Nízio veio a Cascavel acompanhado de um engenheiro, que escolheu o local onde se encontra o atual aeroporto. “Coloquei lá um trator do Departamento de Assistência Técnica aos Municípios”, conta Helberto, “mas depois que eu saí, parou tudo”. 

    O deputado Lyrio Bertoli, casado com sua cunhada Amália, era deputado federal e todo ano fazia aprovar recursos no orçamento para o aeroporto de Cascavel, mas as obras tardavam. 

    Cemitério enterrou futuro político 

    A construção do aeroporto começou, finalmente, mas em 1º de abril de 1964 um golpe civil-militar derrubou o presidente constitucional, João Goulart, dando fim ao projeto.

    No caso do cemitério, Schwarz viveu bem antes o drama do personagem Odorico Paraguassu, o prefeito da novela O Bem Amado (1973), de Alfredo Dias Gomes. Paraguassu construiu um cemitério contra a vontade da oposição, que não via necessidade para a obra, e não conseguia inaugurá-lo, pois ninguém morria.

    “O cemitério era aqui no centro”, conta Helberto. “Quando fui passar para a Carlos Gomes, foi uma bronca. Diziam que eu ia botar o cemitério no meio do mato”. 

    Cidade de população jovem, ninguém morria para viabilizar a inauguração. A “solução” veio quando a empregada de Florêncio e Emília Galafassi, sogros de Helberto, recusou-se a namorar um cabo da Polícia Militar. “O cabo correu atrás dela e, ali no portão da casa, ela disse que não queria nada com ele. Ele tirou o revólver e a matou. Logo em seguia atirou em si mesmo”. 

    Bom saldo administrativo

    O policial ficou internado no hospital do dr. Wilson Joffre em estado grave. Helberto disse ao médico: “Se ele morrer, nós vamos inaugurar o cemitério”. 

    Joffre respondeu: “Então já pode fazer o programa. Esse vai morrer. Não tem jeito”. De fato, o cabo acabou morrendo e Helberto, enfim, pôde inaugurar o cemitério. 

    Depois de concluir o mandato, Schwarz não seguiu o caminho de outros prefeitos que tentaram vaga na Assembleia Legislativa ou Câmara Federal. Retirou-se de cena: “Vi que não servia para ser político”.

    Seu secretário Mário Thomasi acreditava que todos os envolvidos na transferência, inclusive o médico Wilson Joffre, tiveram a vida arruinada por conta de uma suposta “maldição do cemitério” (https://x.gd/XZ1Ft).

    Mas Helberto foi bom administrador: organizou o primeiro mapa do Município, reconstruiu a Praça Getúlio Vargas lhe acrescentando o obelisco do Marco Zero e abriu a pedreira municipal.

    Mesmo inocentado no caso do incêndio da Prefeitura pelo respeitado advogado Epiphânio Figueiredo, sabia que os adversários sempre o iriam acusar de não garantir a segurança do prédio.

    A família, no entanto, jamais deixou de participar das atividades políticas, por meio dos cunhados Danilo e Dercio Galafassi. Helberto morreu em 13 de fevereiro de 2009.     

    100 anos da revolução: A cidade abandonada  

    O general João Francisco planejou em Guaíra, no fim de setembro, a coordenação de esforços para promover um levante de grande envergadura no Rio Grande do Sul.

    Ele sabia que as unidades do Exército situadas no Sul e Oeste gaúchos poderiam ser conquistadas para a revolução desde que contasse com a adesão dos generais maragatos, com os quais lutou na Revolução Federalista, a partir de 1893.

    No Paraná, o início de outubro assistiu ao deslocamento rumo ao Sul dos soldados do 3º Batalhão de Caçadores, comandados por Juarez Távora, pelas picadas nas margens do Rio Paraná.

    Eles cautelosamente alcançaram Foz do Iguaçu, onde seria lógico haver alguma resistência, mas em 5 de outubro tudo que encontraram de mais movimentado na cidade quase deserta e sem nenhuma autoridade foi um velório.  

    Ao saber que os revolucionários estavam para chegar, as autoridades de Foz do Iguaçu determinaram a evacuação da cidade, prevista para breve retorno até que as autoridades federais retomassem o controle da região.

    Os revolucionários encontraram a cidade de Foz do Iguaçu praticamente deserta

     

     

    Fonte: Alceu Sperança

  • Aeroporto recebe exposição sobre a alma feminina

    Aeroporto recebe exposição sobre a alma feminina

    A partir de sexta-feira (4), o Aeroporto Regional do Oeste, em Cascavel, será o cenário da nova exposição “Mulheres Nuvens”, uma coletânea de desenhos da talentosa artista manauara radicada na cidade, Jéssica Saggin. A mostra, que integra o Programa de Exposições do Museu de Arte de Cascavel 2024, visa democratizar o acesso à arte, permitindo que a comunidade aprecie o trabalho de artistas locais e nacionais de forma gratuita.

    “Mulheres Nuvens” apresenta figuras mutáveis e etéreas, que capturam a essência da experiência feminina. Com traços que evocam tanto a delicadeza quanto a força interior, as obras de Jéssica Saggin são descritas como um mergulho nas profundezas da alma, onde emoções se revelam em formas fluidas. As ilustrações são um convite para refletir sobre o espaço que habitamos e a multiplicidade de sentimentos que nos constituem.

    A artista, que também é educadora e ministra oficinas de arteterapia em Cascavel, acredita que sua arte é uma extensão de suas vivências e observações. Formada em Licenciatura em Artes Visuais pelo Centro Universitário Univel, Jéssica construiu sua trajetória participando de várias exposições, incluindo a já celebre Panorama das Artes Visuais de Cascavel, que terminou sua 8ª edição no último dia 30.

    Os visitantes poderão apreciar “Mulheres Nuvens” no saguão do Aeroporto Regional do Oeste, acessível tanto para aqueles que estão embarcando quanto para os que apenas desejam explorar a exposição. A mostra ficará aberta à visitação até janeiro de 2025, proporcionando uma oportunidade única de interação com a arte em um espaço público.

    O Programa de Exposições MAC 2024, promovido pela Secretaria de Cultura de Cascavel, é um importante esforço para fomentar a cultura da arte visual na cidade, com exposições em vários pontos, incluindo a Prefeitura Municipal, o Teatro Municipal Sefrin Filho e o Centro Cultural Gilberto Mayer.

     

    Fonte: Assessoria

  • Cascavel será palco para espetáculo da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil

    Cascavel será palco para espetáculo da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil

    O Teatro Municipal Sefrin Filho será mais uma vez palco de uma experiência cultural extraordinária com a chegada da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, que levará a Cascavel uma programação recheada de espetáculos, workshops e pré-seleções. O evento será quarta (2) e quinta-feira (3), às 20h, e faz parte da Turnê Paraná, que visa disseminar a arte da dança por diversas cidades do estado, com o apoio da Funarte.

    O evento é gratuito, com limite de dois ingressos por CPF, que poderão ser retirados na bilheteria do teatro a partir de duas horas antes do espetáculo.

    A apresentação central, o espetáculo Gala Bolshoi, reunirá uma seleção de trechos dos mais aclamados balés da história, incluindo clássicos como “Don Quixote”, “Quebra-Nozes” e “Esmeralda”. O público poderá apreciar não apenas as danças clássicas, mas também o vigor do balé contemporâneo, representado pela obra Kaori, do coreógrafo William Almeida, uma coreografia que desafia os bailarinos com sua dinâmica e técnica precisa. 

    A visita da Escola do Teatro Bolshoi também traz um importante compote social: a Dança Solidária. Durante os dias de apresentação, a escola estará arrecadando 1 kg de alimento não perecível para beneficiar a Provopar de Cascavel, uma instituição dedicada a ações sociais na cidade. A entrega dos alimentos pode ser feita na recepção do Teatro, e a participação de toda comunidade é essencial para ajudar aqueles que mais precisam.

    Um legado cultural

    Fundada em 2000, a Escola do Teatro Bolshoi no Brasil se destaca como a única extensão do Teatro Bolshoi no mundo, transferindo seu renomado método de ensino de balé para o Brasil. Desde então, a escola vem formando artistas com excelência, oferecendo uma formação abrangente que inclui não apenas dança, mas também educação e desenvolvimento pessoal.

    A Cia. Jovem Bolshoi Brasil, composta por bailarinos recém-formados, tem como missão levar a arte da dança para diferentes cantos do país, atuando como agentes formadores de plateia e incentivadores de novas vocações. Com uma estrutura de mais de 6 mil metros quadrados em Joinville, a escola oferece um ambiente completo para a formação de artistas, incluindo estúdios, salas de aula e espaços culturais.

    A chegada da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil a Cascavel é uma oportunidade imperdível para o público local se conectar com a arte da dança e, ao mesmo tempo, contribuir para uma causa social. Não perca essa chance de prestigiar um evento que une cultura, arte e solidariedade em um único palco.

    Fonte: Assessoria

  • Exposição Traços da Terra: arte e natureza são destaque na sala verde da Biblioteca Pública

    Exposição Traços da Terra: arte e natureza são destaque na sala verde da Biblioteca Pública

    A partir desta terça-feira, 1º de outubro, a Sala Verde da Biblioteca Pública Municipal Sandálio dos Santos, em Cascavel, abre suas portas para receber a exposição “Traços da Terra: Arte e Natureza”, da artista paranaense Juliana Gabiatti. Promovida pela Secretaria de Cultura, por meio do Museu de Arte de Cascavel – MAC, a mostra ficará em cartaz até o dia 31 de outubro, com visitação gratuita de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

    A exposição, que faz parte da programação oficial de exposições do MAC 2024, reúne uma série de pinturas, desenhos e aquarelas que capturam com sensibilidade as transformações e estações da natureza. Juliana Gabiatti, natural do Oeste do Paraná, foi profundamente influenciada pelo ambiente rural e pela arte desde a infância, o que se reflete em cada detalhe de suas obras. Formada em Artes e Pedagogia pela Univel e pós-graduada em Arte, Educação e Terapia, Juliana traz em suas criações um diálogo íntimo com as paisagens naturais, onde cores, texturas e luzes são protagonistas.

    As obras de Juliana Gabiatti refletem a tranquilidade e serenidade das paisagens naturais, levando o espectador a um convite à contemplação e reflexão. Inspirada pelas nuances do campo e pelas mudanças sazonais, a artista também utiliza a fotografia como ferramenta de inspiração, transcrevendo para suas telas a essência das cenas capturadas com sua câmera.

    “Traços da Terra: Arte e Natureza” não é apenas uma exposição sobre paisagens, mas uma experiência sensorial que evoca memórias, sentimentos e a relação íntima entre ser humano e natureza. Cada obra, com seu conjunto de cores suaves e formas orgânicas, busca transmitir ao público a beleza simples e, muitas vezes, despercebida do ambiente ao nosso redor.

    A visitação é uma oportunidade de desacelerar e apreciar o que muitas vezes está à nossa volta, mas que o olhar apressado do dia a dia não percebe. Juliana convida todos a valorizarem e cuidarem das paisagens que nos rodeiam, incentivando uma reflexão sobre nossa conexão com o meio ambiente.

    A escolha da Sala Verde da Biblioteca Pública como local da exposição reforça a proposta do MAC de aproximar a arte da comunidade. Com total acessibilidade, o espaço permite que qualquer pessoa interessada possa contemplar as obras, inclusive aqueles que frequentam a biblioteca diariamente, como estudantes, leitores e pesquisadores. 

    Com a entrada gratuita e horários acessíveis, a exposição promete atrair um público diverso, oferecendo uma imersão nas cores, luzes e texturas que só a natureza pode proporcionar.

    Fonte: Assessoria

  • O pior erro do governador

    O pior erro do governador

    Desde a proclamação da República o interior foi contemplado com programas insuficientes. Com a Revolução de 1930, o interior do Paraná vem se integrar de fato ao Brasil, já que grande parte do território foi por longo tempo controlada por interesses estrangeiros, sobretudo ingleses e argentinos.

    O período posterior à Revolução de 1924, até o início da década da 1940, foi a primeira etapa da reocupação dos espaços vazios por projetos de colonização induzidos pelo Estado na região. 

    As colonizadoras e os colonos não vieram espontaneamente, por um suposto “desbravamento” em áreas tidas como vazias. Na verdade, em vários pontos havia posseiros e grupos indígenas. 

    As colonizadoras vendem terras anunciando infraestrutura e terra excelente para cafezais, mas os colonos logo sentem a omissão do Estado e da União. Trabalham por anos até perceber que o café era uma cultura de risco nessa área. 

    Para piorar, havia uma diferença crucial entre a União e o Estado. A primeira estava submetida à ditadura do Estado Novo. Implantado com falso pretexto – o Plano Cohen, em 1937 –, o regime de inspiração fascista centralizou o poder e sufocou as pressões sociais.

    O Território Federal do Iguaçu 

    Com a revolução de 1930, a economia do interior passou a florescer sob o comando de brasileiros, mas com a ditadura implantada as pressões se dirigiam só ao Estado, que sofria com fortes restrições orçamentárias.   

    Adeptos da ditadura venderam ao presidente Getúlio Vargas a ideia de tirar do Paraná a atribuição sobre as regiões Oeste e Sudoeste no bojo do megaprojeto Marcha para Oeste e assim, em 1943, o Território Federal do Iguaçu afasta a autoridade paranaense das duas regiões.

    Filho da ditadura estadonovista, o TFI ruiu com a redemocratização, em 1946, na qual despontou a liderança de Bento Munhoz da Rocha Neto, filho do ex-governador Caetano Munhoz da Rocha, líder do Paraná durante a Revolução de 1924.   

    O fim do TFI devolveu ao Paraná a tarefa de criar infraestrutura para a área, paralisada durante três anos pela incapacidade das autoridades federais. 

    Conflitos aumentam

    O desabafo de Ladislau Radecki, um dos fundadores da cidade de Virmond, sintetizou o sentimento generalizado na região depois do fim do TFI:“Dissabor, em toda a extensão da palavra (…) De modo que esta parcela da União continua como cachorro sem dono, ou cachorro vira-lata”.

    O interior do Estado, no final da década de 1940, sofreu com os conflitos pela posse de terras, que aumentaram quando os posseiros atacados pelos grileiros passaram a se defender, partindo para a ofensiva. 

    Ironicamente, o homem do interior – o governador Moysés Lupion – que prometeu dar voz e vez às comunidades esquecidas do sertão, enfrentava a metralhadora verbal do elitista urbano Bento Munhoz. 

    Conservador, criado no litoral monárquico dos barões e viscondes, é Bento quem vai se apresentar como o grande defensor dos posseiros no vácuo do proibido PCB.

    Com o DAO, aplausos a Lupion

    O governador Moysés Lupion tinha propriedades no Oeste e reorganizou os planos para a região, onde já estava em curso o projeto da colonizadora gaúcha Maripá na área da antiga Fazenda Britânia. 

    A primeira medida concreta de Lupion nesse sentido foi a criação do Departamento Administrativo do Oeste, em outubro de 1947.

    A lei 4 determina que o Departamento do Oeste será formado pelos municípios de Foz do Iguaçu (que inclui Guaíra, o distrito de Cascavel e a vila de Toledo), Laranjeiras do Sul, Mangueirinha e Clevelândia. 

    Substitui, assim, a estrutura de administração na parte paranaense do extinto Território Federal. 

    Saudada com entusiasmo por empresas, colonos e posseiros ansiosos por uma solução efetiva para os problemas agrários, a providência cumpria a promessa de criar uma política de atendimento às regiões retomadas do TFI.

    Plano Geral para dois anos

    O governo estadual, que já havia criado em junho de 1947 a Fundação Paranaense de Colonização e Imigração, com a lei 4 compensava a frustração pelo esvaziamento do Território Federal. 

    Seus termos causaram entusiasmo na região por se tratar de uma virtual “Secretaria do Oeste”, com sede em Laranjeiras do Sul:

    “Art. 7° – Constituído o Conselho Técnico, os municípios compreendidos na jurisdição do Departamento serão convidados a expor seus problemas e planos de realizações municipais, acompanhados dos necessários elementos elucidativos, como plantas, levantamentos, dados estatísticos e outros. De posse desses elementos, o Conselho Técnico elaborará um plano geral de desenvolvimento da região e um plano para a respectiva execução em dois anos, ouvindo os órgãos técnicos especializados do Estado e com assistência permanente dos municípios interessados”. 

    No entanto, o DAO desde o início sofreu com dois problemas. Primeiro, o governo federal era formalmente democrático, mas em sua estrutura e práticas pouco diferia da gestão Vargas, com o que o interior do Paraná continuava sem o apoio infraestrutural necessário. Segundo, homens de confiança do governo usavam a estrutura oficial do Estado para transações suspeitas. 

    O desmonte do DAO

    Em dezembro de 1948 a lei estadual 180 modificou a estrutura do DAO, transferindo a sede de Laranjeiras do Sul para Curitiba. Na prática, era o fim. O que foi prometido ao Oeste em troca do extinto Território Federal estava descumprido. 

    Alheios a isso, centenas de posseiros continuam a ocupar terras devolutas ou oferecidas pelas colonizadoras no Noroeste e no Oeste, esperando o apoio do Departamento do Oeste. Enquanto isso, a imprensa oligárquica de Curitiba multiplicava as denúncias sobre o envolvimento da polícia do Paraná com os grileiros.

    “Enganados pelos inspetores de terras, muitos posseiros reclamam seus direitos e uma caravana policial incendiou ranchos, destruiu roças, violentou mulheres e matou muita gente” (Isidro Garcia, o Chimarrão, jornal Folha da Tarde, 2 de julho de 1951). 

    “Uma força policial efetuou diligência de despejo em Porecatu, matando quatro lavradores que estavam roçando” (Noel Nascimento, A Revolução do Brasil)

    Sem interesse em dinamizar o Departamento do Oeste, criado por seu antecessor Lupion, em maio de 1954 Bento Munhoz o extinguiu com a promessa de aprimorá-lo em futuro arranjo.

    Ambição: liderar o país

    Na região, a Prefeitura de Foz do Iguaçu, tentando substituir a ausência da União e do Estado no estímulo aos agricultores da fronteira, assumiu em julho de 1954 o papel de importadora “de máquinas e veículos motorizados, para serem cedidos a preço de custo aos agricultores, criadores e colonizadores estabelecidos neste Município”.

    Um mês depois, em agosto de 1954, Bento criava o Departamento de Fronteiras, com autonomia administrativa, diretamente subordinado ao Governador do Estado 

    O pior erro de Bento Munhoz foi embarcar na aventura de chegar ao governo federal em uma conjuntura volátil e incerta. Desarticular o Departamento do Oeste, que bem ou mal tocava projetos importantes para a região, fez parte desse erro, logo comprovado pela extinção do Departamento de Fronteiras, em 1961.

    O conjunto de decisões tomadas por Bento Munhoz para o Paraná e para sua própria carreira política, mirando a Presidência da República ou o cargo de primeiro-ministro na transição para a ordem parlamentarista, danificou sua biografia até então vitoriosa.  

    O fim de Bento Munhoz

    O primeiro castigo foi ter a bela cidade com seu nome desmantelada (https://x.gd/RjQby). De resto, o Departamento de Fronteiras parecia uma forma de ignorar a faixa de fronteira, cabível à União. 

    Mesmo vencido, uma das principais ruas de Cascavel tinha seu nome, mas o fracasso dos planos de Munhoz de chegar ao governo federal lhe valeu perder a homenagem. 

    A via pública com seu nome foi mudada para “Rua Pio XII” em 1958, quando morreu o papa, célebre por resistir ao nazifascismo e ser o grande inimigo de Hitler.

    Depois disso, o governador que criou Cascavel é lembrado só uma vez por ano, por alto, em 14 de novembro, data do aniversário da criação do Município. Em Guaíra e Toledo, que ele também criou, há ruas com o nome de Munhoz. 

    Só com o aumento dos movimentos camponeses a partir do final da década de 1950 e o primeiro governo Ney Braga (1961/65) o interior do Paraná não ligado a São Paulo (Norte) nem à capital (Sul e Litoral) passou a ser atendido com alguma eficiência pelos governos do Estado e da União.

    100 anos da revolução: O fugitivo e o demorado

    Quem pesquisa a história do levante de 1924 após consultar várias fontes encontra motivos para dúvidas quando a narrativa chega ao final de setembro, pelas divergências contidas nos relatos.

    Dilermando Cândido de Assis contou que os revolucionários ocuparam Foz do Iguaçu no dia 24 de setembro, enquanto o tenente J. Nunes de Carvalho (A Revolução no Brasil) assinala o dia 5 de outubro como o dia da chegada dos rebeldes à cidade.

    Dilermando, a rigor, trata mais de sua fuga que da chegada dos rebeldes, posterior à sua retirada. Como o tenente Nunes estava entre os revolucionários que chegaram à Foz do Iguaçu, sua versão é mais confiável. 

    Provavelmente, Assis calculou que os rebeldes chegariam a Foz do Iguaçu até 24 de setembro, sem contar as dificuldades para o deslocamento de quase 4 mil homens, “as peças de artilharia, toda a munição, a cavalaria e toda espécie de equipamentos auxiliares” (José Augusto Colodel). João Francisco, que fora promovido a general, reúne-se com os oficiais para discutir a melhor forma de sublevarem os quartéis do Sul.

    CaptioEm seu livro, o tenente Nunes contraria a história do comandante legalista Dilermando de Assisn

     

    Fonte: Alceu Sperança

  • A estrada da discórdia

    A estrada da discórdia

    Há quatro histórias para a Estrada (ou Caminho) do Colono. No passado remoto, foi uma trilha indígena (seria um ramal do lendário Peabiru).

    Durante o Império, serviu aos ervateiros. Na revolução de 1924/5, rota de tropas. Trinta anos depois, estrada estadual.

    Os três primeiros não encontraram oposição, com a região desabitada e sem controle governamental. O último, entretanto, facilitou a vinda dos colonos que se deslocavam do Sul para a região, passando a ter uso precário e clandestino pela ameaça que representava ao Parque Nacional do Iguaçu (PNI), utilizado para contrabando e caça ilegal.

    Em 1954, quando foi determinada a transformação da picada de 18 quilômetros no meio da mata em estrada, ligando as atuais cidades de Capanema, no Sudoeste, e Serranópolis do Iguaçu, no Oeste, surgia a Rodovia 25, futuramente renomeada como PRT-163 e parte da BR-163.

    As obras oficializaram a estrada. A eventual resistência a ela foi mitigada por um argumento razoável: a porção argentina do bioma é cortada por estradas históricas anteriores a 1934, quando o governo platino criou o Parque Iguazú.

    De fato, a Ruta 12, que liga Eldorado a Puerto Iguazú, corta o parque argentino e isso não o impediu de ser oficializado como Patrimônio Mundial pela Unesco em 1978. 

    Projetado ainda antes do Iguazú argentino, o PNI começa em 1916 quando o inventor do avião, Alberto Santos-Dumont, visitou a região e se irritou ao saber que a área das Cataratas do Iguaçu pertencia a um argentino.

    Santos-Dumont tem sucesso 

    Com o propósito de ir a Curitiba para denunciar o fato e se avistar com o governador do Estado, Affonso Alves de Camargo, Dumont partiu de Foz do Iguaçu a cavalo pela Estrada Velha de Guarapuava, trecho que voltou a ter protagonismo em 2019 como alternativa à Estrada do Colono. 

    A Estrada Velha margeava o Rio Iguaçu até seguir os postes telegráficos em direção a Catanduvas, dali partindo a Laranjeiras do Sul e Guarapuava.

    Em resposta à queixa de Dumont, em 28 de julho de 1916 o governador baixou decreto declarando a área de utilidade pública para nela estabelecer “uma povoação e um Parque”.

    Quando o PNI foi oficializado como federal, em 1939, o trecho que seria o Caminho do Colono era uma trilha sem uso tomada pelo mato.

    Reaberta apenas em 1954, por ali passaram efetivamente diversas caravanas de colonos, mas já ferindo a integridade do Parque Nacional.

    Atravessando uma década sem resistência, em 1968, já em plena ditadura, foi projetada a abertura da estrada como interestadual, entre Sarandi (RS) e Medianeira (PR). Mas nesse final de década já começava a resistência à ditadura e ao desmatamento.

    O Plano de Integração Nacional previa a ligação da BR-163 de Cuiabá a Santarém (PA), incluindo os trechos de Rondonópolis a Dourados (então MT); e Guaíra a Porto Mendes, de onde o prefeito de Medianeira, José Della Pasqua (1966–1970), iniciou um movimento para que também passasse por Medianeira aproveitando a Estrada do Colono.

    Generais avessos a pressões

    Ainda em 1968, Medianeira sediou o 1° Encontro Interestadual Pró-Estrada do Colono. O prefeito Della Pasqua esperava resposta positiva, mas já havia o problema do corte no Parque Nacional.

    Em 1969 ele pediu ao Ministério dos Transportes a inclusão do trecho nas prioridades, mas terminou o mandato de prefeito em 1970 e ninguém mais teve o mesmo empenho em defesa do projeto até 1976, quando o assunto voltou à pauta. 

    O prefeito de Medianeira era nomeado pelo regime e não eleito pela população por ser “área de segurança nacional”. Com isso, o chamado “donatário” do Município, Luiz Bonatto, aproveitou a visita do general Ernesto Geisel à região para pedir a inclusão da BR-163 no Plano Prioritário Nacional de Estradas de Rodagem.

    A articulação foi bem-feita. Ofício assinado por prefeitos dos três estados do Sul foi entregue a Geisel requerendo urgência para o trecho Medianeira-Barracão-São Miguel do Oeste. 

    Mas o general não gostava de pressões. Também avesso a elas, o próximo presidente, general João Figueiredo, ignorou que a Associação das Câmaras de Vereadores da Faixa de Fronteira promoveu em 30 de junho de 1979 encontro reclamando ao governo federal a “implantação definitiva” do conjunto que incluía a Estrada do Colono e ao estadual a pavimentação do trecho entre Barracão, Santo Antônio do Sudoeste e Pranchita.

    Decisão tomada, inimigo forte

    O problema não era o governo estadual, que também aguardava definições, mas com o silêncio federal as pressões confluíram para o governador Ney Braga. Ele decidiu asfaltar de imediato o trecho entre Capanema e Medianeira, mas em 1981 começaram as pressões em contrário, com a entrada em cena de um ator de peso: a Política Nacional do Meio Ambiente, de grande amplitude e alcance, leva à elaboração do Plano de Manejo do PNI, aplicando o mais forte golpe sofrido até essa hora pelo projeto.

    Até o Plano de Manejo sugerir que “do ponto de vista técnico, essa Estrada deve ser fechada e passar para uso exclusivo do Parque (manutenção, proteção, fiscalização e pesquisa)”, o asfaltamento do trecho só contava com pressões favoráveis. 

    O jogo virava: as pressões sobre os governos da União e do Paraná partiam de dois lados poderosos. A polêmica estava instalada enquanto a ditadura caía sozinha, por conta dos fracassos econômico e eleitoral, com a Década Perdida e fortes derrotas nas eleições de 1974, 1978 e 1982. 

    Como são tempos de retorno à democracia, a tática dos adeptos da estrada a partir de 1983 deixou de ser mandar ofícios não respondidos. A opção era movimentar a opinião pública.

    “Povo unido jamais será vencido!”

    Em 1986, pela imprensa e nas ruas, a mobilização na região era ampla em favor da estrada, embora nacionalmente não houvesse mais clima para a obra. Sendo ano eleitoral, o Estado do Paraná atendeu ao clamor popular e iniciou o asfaltamento da Estrada do Colono.

    É quando entra em cena a mais poderosa inimiga do projeto: a Unesco, ao conceder ao Parque Nacional do Iguaçu o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. Em 3 de setembro, o Ministério Público Federal entrava com Ação Civil Pública pedindo a interdição imediata da estrada com base no Plano de Manejo do Parque, de 1981.

    No dia seguinte, o Juízo da 1ª Vara da Justiça Federal decide pelo fechamento da BR-163 no trecho que corta o Parque Nacional do Iguaçu, ordem cumprida em 12 de setembro pela Polícia Federal, com o auxílio das Polícias Rodoviária Federal e Ambiental.

    A favor da estrada proibida entra então em cena a desobediência civil. Argumentando haver o direito popular à utilização, a tese ganhou adeptos e motivou manifestações, acampamentos, mobilizações e passeatas.

    Em 8 de maio de 1997, mais de mil pessoas reabriam a estrada à moda colonial, a golpes de foice e facão: “O povo unido jamais será vencido”.

    Pareceu que sim, pois no fim desse mês o juiz Paim Falcão, presidente da 4ª Região do Tribunal Regional Federal, concedeu liminar favorável à reabertura.

    O desfecho verde

    Poderia ser a vitória final do movimento popular, mas em 1999 o Parque Nacional do Iguaçu foi incluído na lista de sítios ameaçados pelo Comitê de Patrimônio da Humanidade da Unesco, pondo em risco o título de Patrimônio Mundial da Humanidade. Perdê-lo prejudicaria o turismo e a imagem do Brasil no exterior.

    O STF até autorizou o uso da estrada até o dia 14 de novembro de 2000, data de um novo julgamento sobre o caso, mas dez dias depois liminar da juíza Marga Inge Barth Tessler, da 4ª Região do Tribunal Regional Federal, determinava o novo fechamento da Estrada do Colono. 

    Venceu a tese de que o PNI, sendo unidade de conservação nacional, não podia sofrer nenhum tipo de uso, exploração ou intervenção humana.

    Em 13 de junho de 2001, cerca de 300 agentes da Polícia Federal e soldados do Exército, apoiados por fiscais do Ibama, desencadearam uma operação de guerra para fechar efetivamente a estrada reaberta.

    Adeptos de Lula, em 2003, e de Bolsonaro, em 2019, chegaram a acreditar que seus ídolos mudariam essa história, mas esbarraram nas “quatro linhas da Constituição”. Tomada pela mata, a Estrada do Colono, como depois o assalto aos três poderes em 8 de janeiro de 2023, ensinou que a democracia não é a manipulação populista da opinião pública, mas o império da lei.

    100 anos da revolução: QG ficaria em Cascavel

    No dia 19 de setembro os rebeldes ocuparam o Porto Britânia, de onde parte da vanguarda revolucionária – o Batalhão Nélson de Melo – seguiu rumo ao Leste com ordens para não avançar além de Catanduvas, porque a maioria dos soldados rebeldes ainda não estava em solo paranaense. 

    “Tirando o contingente que rumou para Catanduvas e uma pequena patrulha que seguiu para Foz do Iguaçu, o grosso da vanguarda revolucionária permaneceu acantonada em Porto Mendes, à espera do restante da Coluna” (José Augusto Colodel, Obrages & Companhias Colonizadoras.)

    O batalhão Nélson de Melo se instalou no Depósito Central da Companhia Barthe. Vila formada por mensus paraguaios, era a coisa mais parecida com cidade existente onde atualmente se localizam Santa Tereza do Oeste e Cascavel. O QG rebelde, hoje, certamente ficaria em Cascavel.  

    Distribuindo-se pela região, em Guaíra permaneceu a Brigada Padilha e entre Porto Mendes, Porto São Francisco e Santa Helena, a Brigada Miguel Costa. O comando seria instalado em Foz do Iguaçu após tomar a cidade.

    Em seguida, o objetivo seria ocupar Guarapuava e Ponta Grossa, para, por via férrea, estabelecer ligação com os revolucionários gaúchos.

    Nélson de Melo: derrotado em 1924 e vencedor em 1930 

     

     

    Fonte: Alceu Sperança

  • Um pequeno baiano entre grandes jagunços

    Um pequeno baiano entre grandes jagunços

    No final da década de 1950, os advogados Ezuel Portes, Geraldo de Andrade e Epiphânio Figueiredo tomavam café com o promotor Odilon Reinhardt em um bar central da ainda pequena Cascavel quando um robusto jagunço armado fixou os olhos no pequeno e magro Figueiredo, medindo-o de alto a baixo em sinal de desafio. 

    Reinhardt, que em 1964 seria eleito para a Prefeitura de Cascavel, perguntou: “Doutor, quem é esse sujeito?” Figueiredo disse que não conhecia: provavelmente alguém descontente com as sentenças que havia proferido quando foi juiz em Cascavel, entre 1954 e 1955. –  Tomamos o café, saímos, e o jagunção saiu também para fazer suas empreitadas. Quando ele chegou perto de Toledo naquele mesmo dia, mataram o homem. Aí o dr. Ezuel falou assim: “Viram só o que aconteceu? O jagunço olhou para o dr. Epiphânio e morreu…” 

    Nascido no dia 25 de maio de 1921 em Ilhéus (Bahia), Epiphânio Alves de Figueiredo se formou em Direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Fundador da Associação dos Advogados de Maringá em junho de 1953, entidade da qual foi seu primeiro secretário, ele não imaginava que logo estaria enfrentando jagunços no Oeste paranaense.

    Criada em dezembro de 1953, a Comarca de Cascavel era rejeitada pelos juízes designados para comandá-la pelos mais variados motivos: falta de escola para os filhos, deficiências estruturais da cidade, dificuldades de comunicação com a família… Mas o principal obstáculo era o medo dos jagunços armados, que dominavam a cidade.

    Conterrâneo do juiz

    Designado pelo Tribunal de Justiça do Estado pela ausência de juiz para oficializar um casamento em Cascavel, em 9 de julho de 1954 Epiphânio Figueiredo assumiu as funções de juiz substituto e uniu legalmente o casal Estanislau Schock e Terezinha Simioni. 

    Ao chegar, hospedou-se no Hotel Americano, próximo à lanchonete-padaria de dona Frida, sogra de João Lindolfo Deckmann, proprietário do futuro Cine Teatro Coliseu. Ali o recém-chegado Epiphânio se deparou com um homem que brandia um revólver e disparava para cima.

    – Cheguei e perguntei quem era o delegado de polícia, no que alguém respondeu: “É aquele, lá”. 

    O chefe policial já se dirigia ao local e achou dona Frida desmaiada de medo.

    –  Dirigi-me ao delegado: “O senhor, por favor, prenda este homem”.  Ele não sabia que eu era o juiz recém-chegado e que vim a Cascavel fazer um casamento para depois voltar. 

    O delegado respondeu: “Só farei a prisão com ordem expressa do juiz”. 

    –  E eu retruquei: “Pode fazer a prisão. Eu sou o juiz”. 

    Instaurado o inquérito policial e feita a denúncia, o infrator compareceu ao Fórum e se declarou baiano como o juiz, “ao que respondi: Justiça, para ser boa, tem que começar em casa”. 

    Voltando a advogar

    O conterrâneo do juiz fugiu da prisão e nunca mais foi visto em Cascavel. Alguns anos depois, visitando a cidade natal dos dois, Ilhéus, Figueiredo soube que o foragido contou a todos que só foi preso no Paraná por causa do juiz baiano. 

    Respeitado por enfrentar os jagunços, Figueiredo se integrou à comunidade e se distraía tomando a lição dos filhos dos serventuários do Fórum, Olímpio Gomes da Silva, o primeiro oficial de justiça da Comarca, e sua esposa, Pedrolina Maria do Pilar.

    Desagradou meia cidade, porém, ao proibir o Carnaval de 1955 por conta da agitação reinante: assassinatos em série, explosão de questões fundiárias, jagunços em pé de guerra e levantes de posseiros. Nesse clima, supôs que foliões armados trariam o caos. 

    Nas funções de juiz em Cascavel desde 1954, em julho de 1955 Epiphânio foi promovido para Bela Vista do Paraíso e depois Pitanga. Em 1958 deixou a magistratura e escolheu a Cascavel dos jagunços para advogar.

    “Ao voltar a Cascavel em 1958, encontrei uma cidade relativamente pacata, mas uma região muito agitada. Posseiros estavam sendo expulsos à força, e o resultado disso eram os assassinatos”.

    O massacre dos pistoleiros

    A falta de uma resposta do Estado à ação dos jagunços levou as famílias dos posseiros a se defender por conta própria ou recorrer aos advogados sem compromissos com o jaguncismo.  

    Em Esquina Memória, no interior de Cascavel, próxima a Toledo, havia uma família numerosa cujas terras eram cobiçadas pelos grileiros. Três irmãos dessa família, contou Epiphânio Figueiredo à revista Oeste, sabiam manejar armas muito bem. Haviam prestado o serviço militar e um deles chegou a sargento antes de retornar à propriedade rural da família.

    Certa ocasião, os jagunços vieram comunicá-los de que deveriam abandonar a propriedade, que já teria outro dono. Se não saíssem pacificamente, seriam retirados à força. “Os irmãos não se atemorizaram e decidiram resistir”, contou Figueiredo. 

    “Quando os pistoleiros chegaram, encontraram uma moça da família estendendo roupa na frente da casa. Um dos bandidos pulou do jipe e começou a dizer uma porção de bobagens. A moça saiu correndo em direção a um lugar previamente marcado e o jagunço foi atrás dela. Só que não voltou mais. Outros membros do bando também foram também foram e igualmente não voltaram. Dessa incursão apenas dois retornaram à cidade e aqui ficaram, quietos como toucinho no sal”.

    O crime do ex-juiz

    Um dia, prossegue o relato de Figueiredo, “fui procurado por um amigo, que me apresentou os três irmãos”. Eles contaram tudo o que havia acontecido:

    – Pois é, tivemos que matar os jagunços… O que vamos fazer agora?

    “Eles haviam montado uma tocaia para eliminar os bandidos e a Polícia certamente haveria de investigar a mortandade”, disse Figueiredo.

    Nesse momento o ex-juiz tomou uma decisão que manteve em segredo até seus últimos dias de vida.  

    “Sugeri que entregassem a chave da casa para o vizinho e se mandassem para o Rio Grande do Sul, a pretexto de visitar a avó doente. E me tragam o atestado dela, recomendei. Isso serviria de prova de que velha estivera hospitalizada. Eles foram, ficaram algum tempo e voltaram.

    Trouxeram o atestado de óbito da avó”.

    Como Epiphânio havia previsto, obviamente a Polícia investigou as mortes dos jagunços:

    – O coronel [João Rodrigues da Silva] Lapa foi lá na Memória, pintou e bordou, mas não achou ninguém na casa. Ele entendia de balística e desconfiou que ali acontecera “alguma coisa diferente”, principalmente depois de ter encontrado uma bala ou cápsula de pistola Luger.

    Lapa desconfiou de Figueiredo

    Figueiredo e o coronel Lapa entraram em atrito por causa disso. “Ele não foi tão antijagunço quanto o pessoal esperava”, sustentou o ex-juiz.

    “Era um grosseirão e dava ouvidos a intrigas”.

    – O pessoal chegava e dizia: “Aquele lá é um bandidão”. Às vezes, tratava-se de um simples posseiro, mas Lapa reprimia do mesmo jeito. Um dia ele chegou e me disse: “Eu vou te desarmar!” – “A mim?”, indaguei, surpreso. Tinham botado na cabeça do delegado que eu portava uma pistola Luger, aquela que a SS alemã usava.

    Lapa havia achado cápsulas dessa arma no local da eliminação dos jagunços em Esquina Memória. Sabendo que posseiros não tinham armas sofisticadas e que Figueiredo defendia os posseiros, suspeitou dele, mas jamais encontrou a arma.

    Figueiredo só confessou, décadas depois, que deu o álibi à família de posseiros para se safar, mas continuou negando que possuía a famosa Luger. 

    Já em tempos de paz, foi procurador Jurídico do Município de Cascavel no período de 1982 a 1988. Casado com a professora Maria Tereza de Abreu, tiveram quatro filhos: Valéria (militar da Aeronáutica), Paulo (engenheiro agrícola), Cláudio (advogado) e Maria Thaís (jornalista).

    Ele morreu em 16 de novembro de 1997. A rua que deveria homenageá-lo, no jardim Canadá, transversal à Rua Antônio Damian, foi oficializada erroneamente: o sobrenome “Alves” foi trocado por “Abreu”, de sua esposa Maria Tereza, falecida em 1985.

    As histórias de Figueiredo e dos pistoleiros que enfrentou são contadas no livro Cascavel, a Justiça (https://x.gd/FzrFu), com muitas peripécias de juízes, promotores, advogados, réus e bandidos.

    100 anos da revolução: Doloridas derrotas iniciais 

    Depois da Revolução Paulista, Dilermando de Assis passou o resto da vida se defendendo de ter menosprezado os revolucionários, mas pelo menos um de seus argumentos era irrefutável: os mapas e croquis disponíveis eram falhos:

    “Colhendo informações de procedências diversas, fui compulsando vários elementos e cartas topográficas, organizando um mapa da zona onde devia operar e para onde pretendia seguir logo que as informações necessárias obtivesse, especialmente de Mato Grosso, pois as cartas que eu possuía estavam inteiramente erradas, inclusive mesmo as melhores do Paraná” (Nas Barrancas do Alto Paraná, https://x.gd/WxFqg).

    É compreensível, assim, que desde 14 de setembro de 1924 ele passou a sofrer severas críticas, que repartia, timidamente, com o contato superior que tinha no Exército: o major Euclydes Figueiredo, destinatário de seus frequentes pedidos de homens e armamentos para a defesa de Guaíra.

    O esforço foi em vão, mas os paranaenses, relatou o governador Caetano Munhoz, ainda não retornariam “para o repouso a que tinham direito”.

    “A incursão dos rebeldes no Município da Foz do Iguaçu e em parte no de Guarapuava, reclamava ainda a cooperação dos nossos abnegados soldados na luta que ia se travar nas florestas do Paraná”.

    Era uma forma indireta de dizer que as forças legalistas não conseguiram conter os revolucionários, mesmo já não sendo tantos.

    Mapa da movimentação aérea na revolução de 1924/25 mostra a Encruzilhada dos Gomes (EG), onde em 1930 começará a se formar a cidade de Cascavel

     

    Fonte: Alceu Sperança

  • Ocaso a força feminina em exposição fotográfica de Arivonil Policarpo no MAC

    Ocaso a força feminina em exposição fotográfica de Arivonil Policarpo no MAC

    A exposição “Ocaso”, do célebre fotógrafo Arivonil Policarpo, será inaugurada no próximo domingo, 15 de setembro, às 10 horas, no Museu de Arte de Cascavel sede Gilberto Mayer – MAC Gilberto Mayer. A mostra, que permanecerá aberta ao público até o dia 3 de novembro de 2024, faz parte do calendário cultural da cidade e foi realizada com recursos da Lei Paulo Gustavo, em parceria com a Secretaria de Cultura de Cascavel.

    Com uma carreira de quase três décadas dedicada à fotografia, Policarpo se especializou em retratar o universo feminino, explorando suas nuances, fragilidades, forças e contradições. Na exposição “Ocaso”, o artista visual se aprofunda ainda mais nesse diálogo, utilizando a fotografia como ferramenta para provocar discussões sobre a presença, a luta e o protagonismo das mulheres em diferentes esferas da sociedade.

    Durante a abertura, o fotógrafo estará presente para conversar com o público, compartilhando detalhes sobre suas inspirações e o processo criativo que resultou em “Ocaso”. O evento ocorrerá no MAC Gilberto Mayer, localizado no Centro Cultural Gilberto Mayer, no coração de Cascavel, um espaço dedicado à arte e à cultura, vizinho à Feira do Teatro.

    O Feminino como Força e Reflexão

    “Ocaso” é mais do que uma exposição estética. As imagens, que deliberadamente ocultam as identidades das modelos, têm um propósito claro: simbolizar que qualquer mulher, independentemente de sua origem ou contexto social, possui dentro de si o poder de se moldar e desafiar os papéis tradicionalmente impostos pela sociedade patriarcal. Arivonil Policarpo explica que, ao não revelar os rostos das mulheres, ele deseja ressaltar que cada uma delas representa uma figura universal de força, liberdade e resiliência.

    “Acredito que esse tema seja um tabu, onde as mulheres acabam sempre sendo deixadas em segundo plano, o que é péssimo. Todos nós temos a ganhar com a igualdade”, afirma Policarpo. Ele completa dizendo que, ao capturar essas imagens, pretende não apenas documentar momentos, mas também incentivar reflexões profundas sobre o papel das mulheres e a busca por uma sociedade mais justa e igualitária.

    Arte e Sociedade: A Mensagem por Trás da Imagem

    A escolha do título “Ocaso” não é por acaso. A palavra remete ao pôr do sol, um momento de transição entre o dia e a noite, que simbolicamente representa a passagem de um ciclo, o final de um período e o início de outro. Para Policarpo, este momento de “ocaso” nas imagens retrata o declínio do velho paradigma de submissão feminina, abrindo caminho para a ascensão de uma nova era, onde as mulheres se afirmam como protagonistas de suas próprias histórias.

    As fotografias da exposição evocam também a estética da beleza feminina, sem deixar de lado sua força interior. “As curvas à mostra lembram que, por trás da guerreira, motoqueira, combatente ou roqueira, existe uma mulher que gosta de se sentir bonita, atraente e tem o direito de ser assim sem ser julgada ou objetificada”, explica o fotógrafo, evidenciando seu compromisso em desafiar o olhar patriarcal que tantas vezes reduz a figura feminina a estereótipos.

    Incentivo à Arte e à Cultura com a Lei Paulo Gustavo

    A realização de “Ocaso” é fruto do edital da Lei Paulo Gustavo, um incentivo federal destinado ao fomento de produções artísticas e culturais. O projeto de Arivonil Policarpo foi aprovado na categoria de Artes Plásticas e Visuais, com o objetivo de proporcionar uma reflexão visual sobre o protagonismo feminino. A Lei Paulo Gustavo é uma importante ferramenta de apoio à cultura local, permitindo que artistas como Policarpo levem suas obras ao público e contribuam com o desenvolvimento cultural de Cascavel.

    A exposição estará aberta à visitação no MAC Gilberto Mayer até o dia 3 de novembro de 2024, e promete ser um dos grandes eventos culturais do ano, tanto pela relevância do tema abordado quanto pela qualidade artística das obras. A entrada é gratuita, e o público está convidado a prestigiar a abertura no dia 15 de setembro, onde o próprio fotógrafo estará presente para dialogar com os visitantes.

    O “Ocaso” das mulheres, nas lentes de Arivonil Policarpo, é, na verdade, o renascimento de suas forças, suas vozes e seu poder. Uma exposição imperdível para todos que desejam refletir sobre o papel transformador da arte na luta pela igualdade de gênero.

    Fonte: Assessoria

  • Cultura anuncia composições classificadas para o II Femac com prêmios de até R$ 6 mil

    Cultura anuncia composições classificadas para o II Femac com prêmios de até R$ 6 mil

    Na manhã desta sexta-feira, 13 de setembro, a Secretaria de Cultura de Cascavel, por meio da Comissão Organizadora do II Festival de Música Autoral de Cascavel -FEMAC, divulgou a lista oficial das 20 composições classificadas que farão suas apresentações no próximo dia 26 de setembro, no Teatro Municipal Sefrin Filho. O festival, que já se consolida como uma das principais vitrines para novos compositores na cidade, promete uma noite de celebração da música autoral, com destaque para os diversos estilos e narrativas que emergem da cena local.

    Das 57 composições inscritas este ano, 20 foram selecionadas após um criterioso processo de triagem e julgamento realizado por um Corpo de Jurados composto por profissionais do setor musical, indicados pela Secretaria de Cultura. As músicas classificadas agora se preparam para brilhar no palco do Teatro Municipal, onde concorrerão a prêmios que totalizam R$ 20.000,00, distribuídos entre os 10 melhores colocados. O primeiro lugar receberá o valor expressivo de R$ 6.000,00, seguido por prêmios que variam de R$ 400,00 a R$ 4.000,00, como forma de reconhecimento e incentivo ao talento musical de Cascavel.

    Os Classificados e Suplentes

    A lista de composições classificadas destaca uma variedade de estilos e temas, evidenciando a riqueza da produção musical local. Dentre os nomes selecionados, artistas já conhecidos na cena musical de Cascavel dividem espaço com novos talentos, reforçando o caráter inclusivo e democrático do festival. Confira os selecionados:

    1.    Alinne Martins – Razões para Ficar

    2.    Peppo Beskow – Jardim

    3.    Vicka – Tão Só

    4.    SITARAM DUO – SAMSARA

    5.    Lucas Ramos – Noites de Amor

    6.    PB Breck – Nossa História

    7.    Dani Avlis – Do Avesso

    8.    Banda B2S – Aonde For

    9.    Osiel Morais – Catorze Bis

    10.    Haiss – Raio de Sol

    11.    Marco Marcolino – Seus Lábios

    12.    Silvana de Araújo Vaillões – Já Dizia o Chico…

    13.    Calado Trio – Eu Sou Sua Depressão

    14.    Devilla – Aurora

    15.    Artur Gobbi – Tô, Com Você

    16.    Lobo Cinzento – Força do Norte

    17.    Leandro Silva – Sem Você

    18.    Gustavo Luiz Zago – Emboscada

    19.    Jooba – Enfrentar

    20.    Thyago Fernando Batista – Pegou de Jeito

    Além dos 20 finalistas, foram selecionadas quatro composições suplentes, que poderão ser chamadas caso algum dos classificados tenha algum imprevisto:

    1.    Samuel Bueno – A Máscara ou o Rosto

    2.    Agnaldo Teixeira Pocidonio – Barco a Vela

    3.    Resilia – Já é Dia

    4.    Hércules Lacovic – A Esperar

    Oportunidade de Brilhar no Palco

    O II FEMAC não apenas proporciona aos compositores uma oportunidade única de mostrar seu talento ao público, como também oferece uma plataforma valiosa para a divulgação de suas músicas. As apresentações serão realizadas no Teatro Municipal Sefrin Filho, no dia 26 de setembro, a partir das 19h30, em uma noite que promete ser de intensa celebração da cultura musical cascavelense.

    Os artistas terão a chance de mostrar suas criações originais em um evento que busca valorizar a diversidade de estilos musicais. Desde o indie ao samba, passando pelo rock e MPB, o festival é uma ode à pluralidade musical, abrindo espaço para todas as formas de expressão autoral.

    Conforme estipulado no regulamento, as apresentações não podem ultrapassar cinco minutos, garantindo que o público tenha uma experiência rica e variada, com uma sequência ágil e envolvente.

    A ordem de apresentação será divulgada na semana que antecede o festival, e os participantes devem estar presentes para a passagem de som no dia 25 de setembro, uma preparação crucial para garantir que as performances alcancem sua máxima qualidade.

    Premiação e Valorização Cultural

    Com o objetivo de incentivar e valorizar a produção musical local, a Prefeitura de Cascavel, por meio da Secretaria de Cultura, não poupou esforços para assegurar premiações que refletem o crescente reconhecimento da importância da música autoral na cidade. Além do prêmio principal de R$ 6.000,00 para a melhor música, outras nove composições serão agraciadas com valores que variam entre R$ 400,00 e R$ 4.000,00, reforçando o compromisso do festival em oferecer uma premiação justa e atrativa.

    Os prêmios serão entregues no palco, ao final da apresentação, com troféus para os três primeiros colocados, eternizando esse marco na trajetória dos artistas. As notas dos jurados avaliarão aspectos como a letra, interpretação, originalidade, tema e criatividade, com uma escala de 0 a 10 pontos, podendo ser fracionadas. Em caso de empate, os jurados deliberarão para definir os vencedores, de acordo com as regras estabelecidas no regulamento oficial do festival.

    Expectativas para o dia 26 de Setembro

    Com as expectativas elevadas, o público aguarda ansiosamente pelas apresentações dos 20 finalistas no dia 26 de setembro. A noite promete ser um marco cultural para Cascavel, com músicas inéditas que refletem as mais diversas inspirações e vivências dos compositores da cidade. Para os amantes da música autoral, o II FEMAC é uma oportunidade imperdível de prestigiar o talento local e se emocionar com as histórias contadas em forma de canção.

    A lista completa das músicas classificadas e suplentes pode ser encontrada no diário oficial ou pelo linktr.ee/culturacascavel

    O festival é mais do que uma competição, é uma celebração da arte, da música e da cultura que nascem e florescem em Cascavel.

    Fonte: Assessoria

  • Biblioteca Pública Municipal apresenta Capítulos da Alma”: a poesia como reflexo da essência humana

    Biblioteca Pública Municipal apresenta Capítulos da Alma”: a poesia como reflexo da essência humana

    Nesta quinta-feira, dia 12 de setembro, às 19 horas, a Biblioteca Pública Municipal Sandálio dos Santos, em Cascavel, será o palco do lançamento de “Capítulos da Alma: Uma Jornada Poética pela Essência Humana”, a mais nova obra da escritora Josiane Santos. Realizado em parceria com a Secretaria de Cultura de Cascavel por meio da Biblioteca Pública Municipal e viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, o evento reafirma o compromisso da Biblioteca com a promoção da cultura e da literatura na cidade.

    A cerimônia contará com a presença da autora, que conduzirá uma leitura especial de trechos selecionados do livro, seguido de uma sessão de autógrafos. Localizada na Rua Paraná, 2786, a Biblioteca tem sido um espaço ativo de apoio à produção artística e literária, acolhendo eventos que fortalecem a conexão da comunidade com a arte. “Capítulos da Alma” representa não apenas uma obra literária, mas também um reflexo das emoções humanas, exploradas através de poesias que falam diretamente ao coração dos leitores.

    Uma Jornada Poética para Dentro de Si

    Capítulos da Alma é descrito pela autora como uma obra que vai além de simples versos. Josiane Santos traz à tona as nuances da alma feminina em suas mais diversas manifestações: superação, amor, saudade, medo e até mesmo a raiva. A proposta do livro, aprovado na categoria de apoio à elaboração e execução artísticas e culturais da Lei Paulo Gustavo, é oferecer uma experiência de leitura que ressoe profundamente com as emoções dos leitores.

    Segundo a autora, o livro é mais do que uma coletânea de poesias; é uma provocação à introspecção. “Este livro não é apenas uma coletânea de poesias, prosas e versos; é um convite à introspecção e à conexão emocional com a própria essência”, destaca Josiane, que espera que sua obra promova um diálogo íntimo entre o poeta e o leitor, permitindo uma reflexão autêntica e pessoal sobre as próprias experiências e sentimentos.

    Com ilustrações exclusivas, realizadas pela artista Tatiane Simão, que complementam os textos poéticos, o livro explora temas como dor e superação sob uma perspectiva sensível e transformadora. A autora comenta que as poesias contidas na obra têm como objetivo desafiar os leitores a saírem de suas zonas de conforto, fazendo-os refletir sobre suas próprias vidas e emoções.

    O Impacto Cultural da Lei Paulo Gustavo

    A realização do livro Capítulos da Alma é uma conquista viabilizada pela Lei Paulo Gustavo, um marco para o incentivo à cultura no Brasil. A legislação tem permitido que projetos culturais, como o de Josiane Santos, ganhem vida, valorizando a diversidade e fomentando a produção artística em diversas áreas. O livro, aprovado pela Secretaria de Cultura de Cascavel, é um dos muitos frutos dessa iniciativa, que busca apoiar tanto a criação quanto a execução de projetos culturais.

    A Lei Paulo Gustavo, que destina recursos do Ministério da Cultura do Governo Federal a iniciativas locais, tem sido fundamental para dar voz a artistas de diferentes segmentos. Em Cascavel, o apoio dessa legislação tem proporcionado a realização de eventos como o lançamento do livro Capítulos da Alma, que enriquecem o cenário cultural da cidade.

    O lançamento do livro Capítulos da Alma é uma oportunidade única de se conectar com uma jornada poética que, apesar das adversidades enfrentadas, revela a leveza e a beleza da experiência humana. Para os amantes da poesia, apoiadores da literatura regional e aqueles que buscam uma leitura envolvente e sensível, o evento promete ser abrilhantar o cenário cultural de Cascavel.

    Fonte: Assessoria