Categoria: Cultura

  • Cascavel, o nome proibido

    Cascavel, o nome proibido

    Em 9 de junho de 1954, o governador Bento Munhoz da Rocha Netto convocava a população de Cascavel para resolver, em praça pública, qual deveria ser o nome definitivo da cidade: “Cascavel”, “Aparecida dos Portos” ou “Aparecida do Oeste”.

    Era o ponto culminante de uma longa controvérsia iniciada quando o major Oscar Ramos Pereira advertiu que poderia haver dificuldade para manter o nome da cidade por já haver duas outras com o mesmo nome. Por ser mais antigas elas teriam preferência se as autoridades decidissem descartar uma ou duas delas para não haver nomes duplicados.

    A vantagem, por antiguidade era da cidade cearense. A vila de Cascavel começou quando o capitão português Domingos Paes Botão e seu cunhado, João da Fonseca Ferreira, evitando ser atacados pelas tribos indígenas que dominavam a região próxima aos rios Choró e Piranji, nos arredores de Fortaleza, encontraram um ponto defensável, que consagraram a Nossa Senhora do Ó, em 1694.

    A santa contra a cobra I 

    O local foi batizado de Sítio Cascavel porque, reza a lenda, a capela dedicada à Nossa Senhora do Ó foi construída em 1710 em área que tinha por baixo uma caverna onde viviam cobras cascavéis gigantes.

    Na igreja que depois foi erguida havia uma torre encimada pela imagem da santa para que ela impedisse a cobra gigante de sair da caverna e destruir a vila. Para sepultar a lenda e a vinculação da cobra com a santa, as autoridades mudaram o nome do lugar para São Bento, que protege contra picadas de cobra.

    A população, no entanto, preferiu que a santa não fosse descartada. No imaginário popular, ela era a garantia de proteção eficaz para a vila não ser atacada pela serpente gigante, com raiva por estar sufocada por baixo da torre da igreja. 

    Como até então a santa havia contido a serpente em seu cativeiro, a população decidiu manter os nomes dela para proteger a todos e da cidade para não desagradar à cobra, pois foi assim que a cidade se tornou uma das mais importantes do Ceará, palco da Feira de São Bento, a segunda maior feira ao ar livre do Brasil. 

    Valorizada pelo trem

    Já a Cascavel paulista se originou nos primórdios do século XVIII, quando as famílias Alves e Tangerino se apossaram de campos transferidos depois de sucessivas vendas ao capitão Joaquim Gonçalves Vallim.

    Seus herdeiros formaram um pequeno povoado ao redor de um potreiro onde foi encontrada uma grande cobra cascavel, entre os rios Moji-Guaçu e seu afluente Jaguari-Mirim, no município de São João da Boa Vista.

    O local se tornou a Estação Cascavel da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, que instalou no local em janeiro de 1887. A estação e a passagem do trem motivaram o interesse de várias famílias a fixar residência e casas de comércio ao redor, considerando suas perspectivas de desenvolvimento. 

    No Paraná, em 1944, as autoridades refletiram que não seria possível manter o nome da Cascavel paranaense porque a cidade cearense era mais antiga. Foi por isso que em 1945 a Cascavel paulista recebeu o nome definitivo de Aguaí. 

    Guairacá não vingou

    A vila da Cascavel paranaense começou a se formar na chamada Encruzilhada dos Gomes, cujos arredores foram arrendados em 1923 pelo comerciante e criador José Silvério de Oliveira junto ao proprietário da área, Antônio José Elias, o Antônio Diogo.

    A família de Elias residia desde 1922 no antigo Cascavel Velho, um pouso ervateiro desativado pela Companhia Barthe. A família desmentiu a falsa história de que a cidade de Cascavel já existia em 1924, durante a Revolução Paulista.   

    Quando foi criado o Território Federal do Iguaçu, em 1943, as autoridades territoriais tentaram mudar o nome da vila para “Guairacá”, mas o deputado federal Bento Munhoz da Rocha Neto conseguiu na Assembleia Nacional Constituinte de 1946 a reversão da área para o Estado do Paraná, impondo a volta dos nomes anteriores à criação do TFI. 

    Com isso, a cidade de Iguaçu, capital do Território, voltou a ser Laranjeiras do Sul, e a sede distrital renomeada para Guairacá manteve a denominação “Cascavel”. 

    Paraná x Iguaçu 

    Quando o Território do Iguaçu trocou o nome de Cascavel para “Guairacá”, em 1944, havia certeza de que a mudança era definitiva, porque até a Cascavel paulista, mais jovem que a nordestina, teve que mudar o nome para Aguaí ao virar Município, nesse mesmo ano.

    A Cascavel paranaense só se manteve por conta da decisão maior da Constituição de 1946, determinando que as denominações dadas pelos chefes do Território do Iguaçu do Paraná no Iguaçu fossem anuladas, retornando toda a região à situação anterior a 1943, com os nomes originais de volta.

    De outra forma não seria possível à Cascavel paranaense manter seu nome frente à cidade mais antiga do Ceará. 

    As autoridades do Iguaçu também alteraram o nome da Avenida Brasil de Cascavel para “Avenida Frederico Trotta”, nome do segundo governador do TFI, mas com sua extinção por força constitucional a principal via pública de Cascavel retomou o nome de Avenida Brasil, reafirmado em 1953 na lei municipal que definiu a nomenclatura das ruas centrais da cidade.

    Sendo a Cascavel cearense a mais antiga, em 1944 a Cascavel paulista perdeu o nome histórico, passando a se chamar Aguaí (guiso da cobra cascavel), mas em 1946, pela Constituição, a Cascavel do Paraná recuperou seu nome e o teve assegurado, ganhando assim uma batalha antes considerada impossível de vencer. 

    A santa contra a cobra II 

    Em Cascavel, a população se dividiu em relação ao retorno ao nome antigo. Parte da população considerou melhor manter a denominação tradicional, proveniente do nome do rio, mas os religiosos preferiam retomar o nome de “Aparecida dos Portos”, dado pelo monsenhor Guilherme na primeira missa rezada na vila, em 1931.

    A história da batalha entre os defensores do nome Cascavel e da mudança para Aparecida dos Portos é contada no livro “Cascavel: uma Santa na Encruzilhada” (https://x.gd/62rMf).

    Na consulta em praça pública, na Grécia antiga chamada de “ágora”, o governador Bento Munhoz assistiu a uma renhida disputa verbal entre os tradicionalistas da cidade e os religiosos.

    Convocada pelo bancário Rubens Nascimento, presidente do Lions Clube de Cascavel, “a chamada fina flor da sociedade local estava representada ali” (Histórias Venenosas, https://x.gd/lARAQ). “O que fosse discutido seria um modo de balizar o pensamento geral”, escreveu Nascimento.

    “Mas mal terminei de falar começou um ouriçamento total, como nunca vira em minha vida, mormente em uma reunião de Lions Clube. Quem não se levantou, levantou pelo menos um braço, todos falando ao mesmo tempo ou indicando que queriam falar. Para acalmar a reunião, tive que usar com vigor o símbolo da autoridade leonística, que é o sino”.

    O leão rugiu

    Depois de serenar os ânimos, Rubens Nascimento seguiu uma praxe habitual em seu clube de serviço: passar a palavra ao Leão mais idoso, que nesse encontro era Dimas Pires Bastos, titular do Cartório do Registro de Imóveis, vereador e presidente da Câmara Municipal.

    “Homem um tanto sisudo, que raramente usava da palavra, Pires falou curto e grosso: – Realmente, começou ele, Cascavel é o nome de uma cobra repelente. Mas, por outro lado, impõe respeito. E graças à coragem e à pujança de seu povo a cidade está sendo conhecida não só no Paraná, mas no Brasil inteiro. Quanto a atribuírem a Cascavel muitas histórias de violência, casos que aconteceram e acontecem fora dos nossos limites, deixem que falem. Pois certo está o ditado – falem mal, mas falem de mim”.

    “E mais ele não precisou falar. As palmas que se seguiram indicavam que ele interpretara exatamente o pensamento de todos. E como ninguém ousou falar mais a respeito, ficou praticamente assentada uma pá de cal sobre o assunto. E assim, para o bem geral, Cascavel continuou sendo Cascavel, com muito orgulho”.

    Por influência do major Oscar Pereira, em 3 de julho de 1980 a lei municipal 1.505/80, sancionada pelo prefeito Jacy Miguel Scanagatta, declarou coirmã de Cascavel (PR) a cidade do mesmo nome no Estado do Ceará.

    100 anos da revolução: Dilermando mudou o plano 

    Deixando Guarapuava, a coluna legalista seguiu para Colônia Mallet, hoje Laranjeiras do Sul, onde o comandante Dilermando Cândido de Assis decidiu marchar na direção de Santa Helena.

    Até Laranjeiras havia mapas e roteiros indicativos, mas as notícias telegráficas vindas de Foz do Iguaçu indicavam dificuldades para cumprir a estratégia de alcançar a fronteira e prender os chefes rebeldes, dando fim à revolução.

    Até chegar a Mallet, a intenção de Dilermando era alcançar Catanduvas e daí seguir até Foz do Iguaçu, segundo o plano inicial. Informado de que os revolucionários estavam na iminência de chegar ao Noroeste do Paraná, Dilermando decidiu sair da rodovia estratégica e penetrar pelo desconhecido sertão paranaense. 

    Optou por se deslocar a Santa Helena depois de receber um telegrama do prefeito de Foz do Iguaçu, Jorge Schimmelpfeng, que o deixou muito preocupado.

    Avisava que a Picada Benjamin estava intransitável para automóveis depois das últimas chuvas: “Como conhecedor terreno permito-me liberdade opinar que caminho Santa Helena além estar melhor estado encurtaria viagem”.

    A Picada do Benjamin se ramificava a partir da atual Céu Azul

     

     

    Fonte: Alceu Sperança

  • Balé Teatro Guaíra fará abertura do 34º Festival de Dança

    Balé Teatro Guaíra fará abertura do 34º Festival de Dança

    Cascavel está prestes a se transformar no epicentro da dança com o início do 34º Festival de Dança, um dos eventos culturais mais esperados do ano. De 28 de agosto a 1º de setembro, o festival promete encantar o público com uma programação diversificada, rica em expressões artísticas e trocas culturais. A abertura, marcada para a noite de 28 de agosto, será um marco na história do evento, com a apresentação do consagrado Balé Teatro Guaíra em seu espetáculo, “Contraponto”. E para esta noite especial, o ingresso é gratuito, mas com um apelo à solidariedade: a doação espontânea de 1 quilo de alimento não perecível, destinado ao Provopar.

    Abertura com “Contraponto”

    O espetáculo “Contraponto” traz duas coreografias distintas que prometem mexer com o imaginário e as emoções do público. A primeira parte, intitulada “Anima – Imensidão Adentro”, assinada por Alan Keller, convida os espectadores a um mergulho profundo em um mundo fantástico, repleto de imagens e sensações que exploram o conceito do “eu” e o elemento vital que o anima. Em seguida, “Castelo”, coreografado por Alessandro Sousa Pereira, conduz a plateia a uma reflexão sobre as defesas e estratégias necessárias para viver nos tempos atuais.

    Ambas as peças se destacam pela resistência, força e potência que transmitem, criando um espetáculo visualmente encantador e profundamente sensorial. Segundo Luiz Fernando Bongiovanni, diretor do Balé Teatro Guaíra, “Contraponto” é uma obra que conversa diretamente com o público, seja ele conhecedor ou apenas admirador da dança contemporânea. “É um programa que, apesar de ter uma profundidade estética, é amigável para quem não está habituado com esse universo. Tenho certeza de que todos sairão encantados”, afirma Bongiovanni.

    Seis noites de espetáculos e competições: A celebração da dança

    O 34º Festival de Dança de Cascavel não se resume apenas à grandiosa abertura com o Balé Teatro Guaíra. Serão seis noites dedicadas à dança em suas mais variadas formas, incluindo mostras competitivas, apresentações avaliativas e performances que abrangem estilos que vão do clássico ao contemporâneo, passando pelo gospel e até o K-Pop.

    A programação completa inclui:

    •    28/08 (quarta-feira): Abertura com o espetáculo “Contraponto” no Teatro Municipal Sefrin Filho, às 20h.

    •    29/08 (quinta-feira): Segunda apresentação de “Contraponto”, também no Teatro Municipal Sefrin Filho, às 20h.

    •    30/08 (sexta-feira): Mostra competitiva e avaliativa da categoria Júnior, às 19h15, no Teatro Municipal Sefrin Filho. No mesmo dia, às 20h, no Centro Cultural Gilberto Mayer, acontece a 4ª Mostra Gospel.

    •    31/08 (sábado): Mostra competitiva e avaliativa da categoria Sênior, às 19h15, no Teatro Municipal Sefrin Filho, com premiação para a maior média e melhores coreógrafos. Paralelamente, no Centro Cultural Gilberto Mayer, às 19h15, ocorre a Noite de Dança do Ventre, com apresentações das categorias Júnior e Sênior.

    •    1º/09 (domingo): Encerramento do festival com uma matinê avaliativa da categoria Infantil, às 15h, no Teatro Municipal Sefrin Filho, seguida do 2º K-Pop Dance Cascavel, às 17h15, também no Teatro Municipal.

    Um festival que constrói memórias e promove a solidariedade

    O Festival de Dança de Cascavel chega à sua 34ª edição consolidado como um evento de extrema relevância para a cultura local e regional. Ao longo desses anos, o festival não apenas revelou talentos, mas também se tornou um espaço de troca de experiências e aprendizado, fortalecendo a linguagem artística da dança.

    Este ano, além do aspecto cultural, o festival reforça seu compromisso social. A entrada para as apresentações é gratuita, mas a organização convida o público a colaborar com a doação de alimentos, que serão destinados ao Provopar. A ação solidária faz parte do esforço contínuo da Secretaria de Cultura de Cascavel em integrar a arte e a responsabilidade social, criando uma rede de apoio que vai além dos palcos.

    Como participar e garantir seu lugar

    Os ingressos para as apresentações de “Contraponto”, tanto na noite de abertura quanto na segunda noite, estão disponíveis online. Para garantir o seu, basta acessar os links: www.linktr.ee/culturacascavel ou www.sympla.com.br. É importante lembrar que, apesar de a entrada ser gratuita, a doação de 1 kg de alimento não perecível é fortemente incentivada.

    Fonte: Assessoria

  • Cascavel lança 1º Festival de Música Estudantil e apresenta oportunidade única para jovens talentos

    Cascavel lança 1º Festival de Música Estudantil e apresenta oportunidade única para jovens talentos

    A Secretaria Municipal de Cultura de Cascavel anuncia o lançamento do 1º Festival de Música Estudantil, um evento inédito que promete movimentar a cultura da cidade e revelar novos talentos musicais entre os jovens. 

    A iniciativa, viabilizada por meio das emendas impositivas, oferece uma oportunidade única para estudantes do ensino médio da rede pública estadual e federal do município mostrarem suas habilidades artísticas e competirem por prêmios em dinheiro e troféus.

    As inscrições já estão abertas e se estenderão até às 19h do dia 15 de setembro. Para participar, os interessados devem acessar o link de inscrição disponibilizado no site oficial da Secretaria de Cultura, por meio do endereço eletrônico www.linktr.ee/culturacascavel, onde será possível preencher o formulário e enviar os materiais necessários.

    O festival é dividido em duas categorias principais: Interpretação Vocal e Grupo/Banda. Os participantes podem escolher entre apresentar uma performance solo com ou sem playback, ou formar uma banda com outros estudantes para uma apresentação ao vivo. É importante destacar que todas as performances, independentemente do estilo, concorrerão igualmente dentro de suas respectivas categorias.

    Cada candidato deverá enviar, no ato da inscrição, um vídeo da música que será apresentada no festival, além de anexar uma declaração de matrícula, autorização dos responsáveis e permissão para uso de imagem durante o evento e em materiais de divulgação.

    Os vídeos enviados passarão por uma triagem de 16 a 23 de setembro, onde uma Comissão de Avaliação Interna selecionará até 30 finalistas para a categoria de interpretação vocal e 10 para a categoria de grupo/banda. Os nomes dos classificados serão divulgados no dia 1º de outubro no site oficial da Secretaria de Cultura.

    As apresentações finais ocorrerão nos dias 15 e 16 de outubro de 2024, no Teatro Sefrin Filho, com início previsto para às 19h em ambos os dias. No primeiro dia, subirão ao palco os finalistas da categoria de Interpretação Vocal, enquanto o segundo dia será reservado para os grupos e bandas.

    Os vencedores serão agraciados com premiações em dinheiro e troféus. Na categoria Interpretação Vocal, o primeiro lugar receberá R$ 700,00, o segundo R$ 500,00, e o terceiro R$ 300,00, além de troféus. Já na categoria Grupo/Banda, o primeiro lugar levará R$ 1,8 mil, o segundo R$ 1 mil, e o terceiro R$ 700,00. As escolas representadas pelos primeiros colocados também receberão um troféu.

    O festival surge como uma plataforma significativa para jovens músicos cascavelenses, incentivando a criatividade e a expressão artística em um momento crucial de suas vidas. É uma oportunidade para brilhar e dar os primeiros passos em uma possível carreira musical.

    Não perca essa chance de mostrar o seu talento! Inscreva-se e faça parte dessa história.

    Fonte: Assessoria

  • Literatura infanto-juvenil foi protagonista do primeiro dia da 3ª Flit

    Literatura infanto-juvenil foi protagonista do primeiro dia da 3ª Flit

    A 3ª Festa Literária de Toledo (Flit) teve início nesta segunda-feira (12) com atrações que colocaram a literatura infanto-juvenil em evidência. Além da contação de histórias, em dois horários, com Cristina Donassolo, os premiados autores deste segmento, Blandina Franco e José Carlos Lollo, comandaram uma tarde literária para a criançada no período da tarde e um bate-papo sobre o assunto com os adultos, à noite.

    Estas atividades ocorreram no auditório da Biblioteca Pública Municipal, no Centro Cultural Oscar Silva, e próximo dali, na Praça Willy Barth, teve início também a Feira do Livro, que reúne quatro livrarias da região e autores locais que desejam comercializar exemplares de suas obras. Os estandes permanecem até o fim da Flit, no domingo (18).

    Cristina Donassolo seguirá realizando a contação de histórias até sexta-feira (16), sempre em dois horários: 10h e 16h. Neste período também serão ministradas oficinas literárias em colégios estaduais.

    Na manhã desta segunda-feira (12), dois já foram contemplados: o Novo Horizonte, no Jardim Coopagro recebeu o minicurso “O oceano num peixe: oficina de microcontos”, ministrado pela professora da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste/câmpus Cascavel), Amanda Kristensen, a 38 alunos da turma do 3º ano do Ensino Médio; e o Luiz Augusto Moraes Rego, no Centro, onde a escritora Ana Welter, da Associação de Letras de Toledo (ALT), coordenou oficinas de haicai a 78 alunos de duas turmas do 2º ano do Ensino Médio.

    Vem aí

    Confira a programação da 3ª Flit para os próximos dias e o currículo dos autores convidados para a festa:

    13/8 – TERÇA-FEIRA19h – Debate “O papel social da literatura”, com os professores José Carlos da Costa, Claércio Schneider e Lucas Kölln – Biblioteca Pública Municipal

    14/8 – QUARTA-FEIRA15h – Contação de História – Coral Encanto de Viver – Biblioteca Pública Municipal19h – Práticas de literatura (abertas para escritores locais e regionais) – Biblioteca Pública Municipal

    15/8 – QUINTA-FEIRA19h – Palestra “A identidade racial no romance ‘Marrom e Amarelo’”, com o escritor Paulo Scott – Biblioteca Pública Municipal

    16/8 – SEXTA-FEIRA19h – Palestra “Pra quê poesia”, com a escritora Luci Collin – Biblioteca Pública Municipal19h30 – Espetáculo “Reflexo momento”, da Cia. Trapos e Farrapos (para o público adulto) – Auditório do câmpus local da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)

    17/8 – SÁBADO10h – Espetáculo “Viagem em Cordel”, da Cia. Trapos e Farrapos (para o público infantil) – Praça Willy Barth10h – Oficina de criação poética, com a escritora Luci Collin – Biblioteca Pública Municipal (realizar inscrições neste local o quanto antes)19h – Palestra “Suspense nas páginas e nas telas”, com o escritor Raphael Montes – Biblioteca Pública Municipal

    18/8 – DOMINGO15h – Premiações do 33º Concurso de Contos Paulo Leminski, do 10º Concurso de Crônicas e Poesias Edy Braun e do 2º Concurso de Memórias, Relatos e Narrativas e Pioneirismo Toledano – Biblioteca Pública Municipal16h – Sarau literário (aberto para participação de todos os escritores interessados) – Biblioteca Pública Municipal

    Os convidados

    Cristina Donassolo – Licenciada em Música e em Letras/Língua Portuguesa, é especialista em Metodologia do Ensino da Arte e em Literatura Infantil e Contação de Histórias, e possui aperfeiçoamento em Literatura Infantil. Atua como professora de Arte e Música e como contadora de histórias na Biblioteca Pública Municipal  de Ponta Grossa. Além disso, ministra oficinas para professores na área de musicalização, arte e contação de histórias e aulas em cursos de pós-graduação.  Integrante da Cia. Contos Encantantes, de Ponta Grossa, já participou de festivais e encontros de contadores de histórias nacionais e internacionais.

    Blandina Franco e José Carlos Lollo – A escritora Blandina Franco e o ilustrador José Carlos Lollo publicaram mais de 50 livros. Foram finalistas do Prêmio Jabuti com “Quem soltou o Pum” (2011), “O peixe e a Passarinha” (2013) e “O coiso estranho” (2015). Ganharam o Jabuti com “As crônicas da Norma” (2014) e “A Raiva” (2015). Receberam o Prêmio João de Barro com “Vovó não sabe mais nada” (2014) e dois selos Cátedra 10 (Unesco). Em 2024, ganharam o Prêmio APCA de Melhor Livro Infantil com “Os Pombos” e tiveram sete livros entre os melhores infantis da Revista Crescer, incluindo “Os Pombos” e “Aporofobia”.

    Paulo Scott – Autor de oito livros de poemas e seis de prosa, o escritor escreve textos de dramaturgia e roteiros, colabora com revistas, jornais e suplementos de cultura do país e do exterior. Vencedor do Prêmio Jabuti de Livro Brasileiro Publicado no Exterior 2023 com “Marrom e Amarelo”, ganhou anteriormente os prêmios Machado de Assis (”Habitante Irreal”/2012), APCA (“Mesmo sem dinheiro comprei um esqueite novo”/2014) e Açorianos (“O ano em que vive de literatura”/2016). Neste momento, está trabalhando na pesquisa para a escrita do romance “Ninguém Rondonópolis”.Luci Collin – Graduada em Piano/Performance, Letras Português/Inglês e Percussão Clássica, tem mestrado em Literaturas de Língua Inglesa, doutorado em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês e dois pós-doutorados em Tradução de Literatura Irlandesa. Foi professora na UFPR e atualmente leciona na pós-graduação da PUCPR. Membro da Academia Paranaense de Letras, publicou 12 livros de poesia, 8 de contos e 4 romances. Em 40 anos de carreira, escreveu para diversos jornais e revistas literárias, participou de antologias e traduziu autores renomados como Virginia Woolf e Seamus Heaney.Raphael Montes – É criador, roteirista-chefe e produtor-executivo da novela ‘Beleza Fatal’ da Warner Bros. Discovery e da série ‘Bom Dia, Verônica’ na Netflix, vencedora do APCA 2020. Escreveu os romances ‘Suicidas’, ‘Dias Perfeitos’, ‘O Vilarejo’, ‘Jantar Secreto’, ‘Bom Dia, Verônica’, ‘Uma Mulher No Escuro’ (Prêmio Jabuti 2020), ‘A Mágica Mortal’ e ‘Uma Família Feliz’. Seus livros, traduzidos em mais de 25 países, tiveram direitos vendidos para cinema. Escreveu roteiros para filmes como “Uma Família Feliz” e “A Menina Que Matou Os Pais”. Em 2020, criou a Casa Montes, produtora focada em projetos de crime, terror e suspense.

    Fonte: Assessoria

  • “A arte de Paulo Braz” já tem data de estreia confirmada: 23 de setembro

    “A arte de Paulo Braz” já tem data de estreia confirmada: 23 de setembro

    Entitulado “A arte de Paulo Braz”, um filme produzido em Toledo, está em fase final de ediçao. A produção foi selecionada e financiada pela Lei Paulo Gustavo e já tem data marcada para estreia: 23 de setembro.

    O filme conta a história do artista visual e professor Paulo Braz de Oliveira, que tem conquistado prêmios e grandes participações em exposições, durante uma longa trajetória de entrega e vivência artística. Aos seus 61 anos de idade, o projeto busca retratar a sua obra e inseri-la no contexto paranaense, buscando ainda investigar a nossa identidade como povo, nosso jeito particular de ser e de viver a arte.

    Paulo Braz merece ter sua história contada pela dedicação e originalidade de suas obras, que trabalham com uma perspectiva única, construindo, a partir de pontos de fuga métricos, paisagens cubistas que mesclam flores a tábuas, gaivotas a cores vivas, que se remetem à sua vida campal cheia de delicadeza e simplicidade e ao seu trabalho com a carpintaria, aos seus desejos de liberdade e a suas preocupações com os acontecimentos que o rodeiam.

    O filme é dirigido por André Boniatti, com o apoio técnico de Alice Dias e Zed Lima, que também faz a locução do média-metragem, tendo como personagens Paulo Braz de Oliveira e sua esposa, Cleide Oliveira. A música é produzida e composta pela equipe e tem arranjos e gravações inéditas de Kristofer Venzke, além de a trilha possuir uma canção de JC O Caipirão, dirigente da rádio Viola de Ouro, de Ribeirão Preto/SP, intitulada “Menino de Barro”.

    O trabalho também conta com o apoio do comércio corbeliense, o qual tornou possível uma maior qualidade para a produção, destacando-se as empresas Combate Móveis e Eletro, Microtec Telecom, Boniatti Supermercado do Distrito da Penha, HUF Materiais de Construção, Posto Schultz, MB Estúdio, Restaurante Nossa Senhora Aparecida 2, Dalagua Móveis e Ferragens e Auto Posto Sartori do Anahy. Além do mais, o auxílio do prefeito de Anahy, Carlos Antonio Reis, amigo de Paulo Braz, foi de fundamental importância para a produção.

    O trailer do filme está disponível no link do Youtube https://www.youtube.com/watch?v=jsqvzY_l0cY&t=2s e nas redes sociais do seu diretor, em @andreboniatti no Instagram e no Facebook de Anboni Bonã. Também é possível se ler uma análise da obra de Paulo Braz escrita por Boniatti em seu blog pessoal, no link https://www.recantodasletras.com.br/artigos-de-cultura/7812904.

    A estreia, em 23 de setembro, será seguida de uma série de apresentações ao público, ainda a ser divulgada, e virá posteriormente seguida de  sua estreia nas plataformas online na semana posterior. Um filme imperdível, que resgata nossa história e nossa arte.

    Fonte: Assessoria

  • Jagunço deixa os palácios e vira fora da lei

    Jagunço deixa os palácios e vira fora da lei

    Até 1954, quando foram instaladas as Comarcas de Cascavel e Toledo, a região toda estava subordinada à Comarca de Foz do Iguaçu, que a partir dos constantes conflitos de terras na Rota Oeste, entre Criciúma (futura Santa Terezinha de Itaipu) e Cascavel, caracterizava-se por lentidão e falta de estrutura.

    A primeira organização que tomou a seu encargo a distribuição da justiça na área que hoje compreende o interior remoto do Estado do Paraná foi a redução jesuítica de Guayrá. 

    A redução teve origem com a formação de Ciudad Real del Guayrá, por obra dos espanhóis, em 1558 nas proximidades das Sete Quedas.

    Os espanhóis tentaram submeter os índios, que habitavam grandes áreas do Sul brasileiro, mas foram rechaçados em sua tentativa escravizante. Os orgulhosos Guaranis, sobretudo, não permitiam seu controle pela coroa ibérica. Ainda hoje há forte resistência indígena nessa região.

    Diante da rebeldia, os padres jesuítas foram chamados a implantar sua missão no território dominado pela Ciudad Real del Guayrá, para “pacificar” e catequizar aqueles a quem os padres Ortega e Filds qualificaram de “cidadãos talhados para o reino dos céus”.

    Em 1600, o governo espanhol de Assunção transformou a Ciudad Real em sede da Província de Guayrá, em cujo território surgiria a redução jesuítica.

    A nova Província estendia o domínio espanhol a todo o atual Oeste paranaense e já em 1610 os jesuítas organizavam e iniciavam as atividades de sua redução indígena. 

    A expulsão dos padres 

    Com o assédio dos bandeirantes portugueses, os jesuítas e seus índios foram expulsos da região em 1628 e foram para o Sul, onde organizaram suas célebres Missões.

    Dois séculos depois, o controle da região foi entregue pelo Império aos obrageros argentinos e ingleses, que impunham suas próprias regras.

    Uma delas era a proibição de formar vilas e povoados em toda a área sob seu domínio: era preciso coletar o mate e se deslocar aos entrepostos, de onde os fardos seguiam para exportação pelo Rio Paraná.

    Sandálio dos Santos, uma das figuras exponenciais da história do Oeste e primeiro cartorário de Cascavel, contou que a “justiça” dos obrageros era executada por grupos denominados “comissiones”:

    “Algumas empresas, senão praticamente todas, submetem os operários Guaranis a um regime de servidão: aqueles que conseguem fugir terão em seu encalço as comissiones, grupos aguerridos montados em cavalos de raça, que perseguem os escravos fugitivos em cruéis caçadas pela mata”.

    Em 1889, a Justiça passou a ser oficialmente administrada na região pela Colônia Militar do Iguaçu, mas o controle das obrages prosseguiu até 1905, quando o Estado do Paraná decidiu medir as terras das obrages e impor sua autoridade na região. 

    Com a proibição pelos obrageros de formar vilas e povoados, o que mais se parecia com comunidades urbanas eram aldeias indígenas, sem igrejas ou instalações de órgãos públicos. 

    Casamentos só no Paraguai 

    A transição do poder colonial militar para o estadual se completou em 15 de junho de 1917, com a instalação da Comarca de Foz do Iguaçu e a posse do juiz Manoel Barbalho Cavalcanti Junior. 

    Importante assinalar que o local era conhecido pelas autoridades apenas como “Alto Paraná”. Só a partir de 1918 começa a se impor o nome “Foz do Iguaçu”. Os casamentos e batizados dos oestinos da fronteira eram celebrados no Paraguai. O primeiro padre que se fixou na região veio em 1918.

    As Comarcas de Cascavel e Toledo nasceram juntas, em um processo competitivo que terminou em cooperação, por manobra do prefeito José Neves Formighieri, de Cascavel, contando com a boa vontade do desembargador José Munhoz de Mello. 

    A história, longa e significativa do que era a atividade política na época, é toda contada em “Cascavel, a Justiça” (https://x.gd/vNt04).  

    Por fim, em 5 de maio de 1954 o juiz Inácio Pinto de Macedo foi designado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Estado, desembargador Munhoz de Mello, para dirigir a Comarca de Cascavel a partir da instalação da Comarca.

    Mello, em 31 de maio de 1954, determinou por meio de portaria a data de 9 de julho de 1954 para, às 14h, realizar-se o ato solene de instalação da Comarca de Segunda Entrância de Cascavel.

    Era o ponto culminante da intensa atividade de bastidores exposta em “Como conquistar duas comarcas” (https://x.gd/9sGHi). 

    Recusando churrasco 

    Na data marcada, em Toledo, o juiz Cid Cordeiro Cimas assumiu o comando da Comarca sem um só incidente. Mas em Cascavel tudo foi diferente. Com a solenidade de instalação do Fórum prevista para 14h, o juiz Inácio Pinto de Macedo desembarcou do avião DC-3, da Real Aerovias, às 9h da manhã, quando um almoço de boas-vindas estava em preparo.

    Recebido com as honras devidas pelas autoridades municipais, a cidade ensaiava uma festa, com o tradicional churrasco das grandes ocasiões. 

    O primeiro juiz cascavelense fez um giro rápido pela pequena cidade, fez algumas perguntas, viu os revólveres nas cintas das pessoas nas ruas e sem hesitar ordenou o transporte de sua mala de volta para avião, cujo retorno a Curitiba estava previsto para as 14h daquele mesmo dia e horário determinado para sua posse.

    Alegando que o clima era “muito pesado”, Macedo embarcou e “fugiu”, perdendo a festa e o churrasco. De volta, Macedo requereu sua remoção para a Comarca de Cerro Azul. 

    Para seu lugar, o Tribunal de Justiça enviou o juiz Aurélio Feijó, mas antes dele o corajoso advogado baiano Epiphânio Figueiredo foi enviado como juiz substituto. Feijó ficou um mês na função e também foi embora. Figueiredo ficou, mas como advogado.

    O bandido-vampiro

    Os temores do juiz Macedo logo se confirmaram. Um dos primeiros jagunços submetidos a julgamento ameaçou resolutamente de morte o juiz Aurélio Feijó, sem poupar o promotor, o próprio advogado e jurados. “Pesado” era, na época, uma definição adequada para a situação. 

    “Havia muito crime. A tônica aqui era o crime, de todas as ordens, muito homicídio, todo mundo andava armado. (…) O pior era o jaguncismo oficializado. Eram as instituições oficiais com jagunços lá dentro” (Epiphânio Alves de Figueiredo, o juiz substituto que veio pouco antes de Feijó).

    Num dos mais frequentados pontos de encontro, um agricultor ameaçou o inimigo de morte, “serviço” que seria completado bebendo o sangue do morto. A ameaça foi cumprida à risca, em público, e confirmada tranquilamente pelo criminoso no curso do julgamento. 

    Também por essa época, um jagunço encontrou o desafeto dentro da Igreja de Santo Antônio e o convidou a “morrer lá fora para o barulho não incomodar os santos”. Aos poucos, entretanto, o Poder Judiciário se afirmou e tirou os jagunços de dentro dos palácios, onde conviviam com os governantes do Estado. 

    De empregados de qualidade das colonizadoras eles passaram a ser alvos da vigilância policial e das condenações judiciais. 

    Culpa dos grileiros

    Mesmo sendo alvo das balas criminosas dos jagunços e da perseguição dos interesses contrariados, escapando de atentados contra sua vida e da família, o advogado Ezuel Portes não quis que eles fossem apresentados como demônios impiedosos. 

    Atribuía a transformação de sertanejos em criminosos à situação conflituosa reinante na ocupação das terras do interior paranaense. Os grileiros profissionais, afirmou, para conseguirem apoderar-se de vastas áreas contratavam elementos que se diziam pistoleiros.

    “Estes, na realidade, não passavam de pessoas humildes, chefes de família, que, na falta de outro emprego, aceitavam a incumbência de portar uma arma ostensivamente e passar por perigosos pistoleiros. Na realidade, alguns, muito poucos, eram sanguinários e cruéis, matando quase sempre à traição” (Ezuel Portes, depoimento em Pequena História de Cascavel e do Oeste https://x.gd/oQE9c).

    Ezuel sobreviveu aos jagunços, mas foi deletado por eles e preso após o golpe de Estado de 1964, preso em 7 de abril desse ano. Votou à liberdade por ordem de Valfrido Piloto, advogado, escritor e ex-delegado de polícia, que tinha muita influência na época. 

    100 anos da revolução: Partida rumo ao Oeste 

    Por decisão do comando evolucionário, a retirada de São Paulo se deu no fim de julho de 1924 pelo eixo ferroviário São Paulo-Campinas-Bauru.

    “São treze composições ferroviárias, com quatorze a dezesseis vagões, cada uma delas conduzindo homens e material bélico. Toda a tropa, seis baterias de artilharia com seus acessórios e munição, duzentos cavalos, metralhadoras pesadas, equipamento de infantaria e cavalaria, viaturas, tudo foi embarcado com incrível rapidez, sem dar chance ao inimigo de perceber o que estava acontecendo. Os trens correram com um sincronismo tal que não houve embaraço nas linhas, ao longo de vinte e quatro horas” (Sérgio Rubens de Araújo Torres, https://x.gd/HRU27).

    A retirada dos soldados rebeldes foi anunciada pelo governo como a derrota final do movimento revolucionário. Apitos nas fábricas e repiques de sinos animaram a devastada capital paulista com a notícia de que a revolução acabou.  

    Ninguém imaginava que em alguns dias os rebeldes estariam tomando conta do Oeste do Paraná.   

    Pelo país, as notícias sobre a movimentação das forças rebeldes rumo ao interior foram recebidas em vários lugares com manifestações de apoio, atendendo ao propósito do general Isidoro de que a revolução continuava e seguia para seus próximos passos.

    A progressão dos rebeldes pelo interior dava às forças militares já contatadas e de outras regiões que aguardavam notícias o ânimo necessário para promover manifestações de apoio mesmo sem contato direto de subordinação ao general Isidoro.

    Locomotiva derrubada por uma bomba. Revolucionários se retiraram em espetacular operação ferroviária

     

    Fonte: Alceu Sperança

  • Inscrições abertas para oficinas do 34º Festival de Dança de Cascavel

    Inscrições abertas para oficinas do 34º Festival de Dança de Cascavel

    A Secretaria de Cultura de Cascavel lançou nesta terça-feira (6) a abertura das inscrições para as oficinas da 34ª edição do Festival de Dança de Cascavel, um evento que já se consagrou no calendário cultural da cidade. Com 22 oficinas gratuitas disponíveis, a iniciativa visa promover a arte da dança e proporcionar um ambiente enriquecedor para bailarinos de todos os níveis e estilos. 

    As inscrições, que se encerram no dia 28 de agosto, podem ser realizadas online pelo www.linktr.ee/culturacascavel ou pelo https://www.festivalonline.com.br/cursos2.php?id=312&34%C2%B0+Festival+de+Dan%C3%A7a+de+Cascavel .

    O festival, que ocorrerá de 28 de agosto a 1º de setembro no Teatro Municipal Sefrin Filho, oferece uma programação diversificada, incluindo Mostra Avaliativa, Mostra Competitiva, 4ª Mostra Gospel de Dança e o 2º K-POP Dance Cascavel. Além disso, as oficinas são conduzidas por instrutores altamente qualificados, proporcionando uma experiência única de aprendizado e troca de experiências.

    Entre as oficinas oferecidas, destacam-se a Dança do Ventre, Dança de Salão, Dança Contemporânea, K-POP, Jazz Broadway, Dança Flashback, Dança Inclusiva, Dança Cristã e Hip-Hop, atendendo tanto iniciantes quanto bailarinos já mais experientes. Cada oficina foi cuidadosamente planejada para oferecer técnicas específicas e aperfeiçoamentos, sempre com o objetivo de enriquecer o repertório dos participantes.

    Regina Monticelli, uma das instrutoras, traz sua expertise em Dança do Ventre e Dança de Salão, enquanto André Oliveira se concentra na Dança Contemporânea. Vitor Buchoski lidera as oficinas de K-POP, e Lucas Mendes, conhecido por sua versatilidade, ministra tanto Jazz Broadway quanto Jazz Contemporâneo. Instrutores como Brener Pereira e Denise Mazzetto também enriquecem o festival com suas especializações em Dança Flashback, Dança Inclusiva e Dança Cristã.

    A 34ª edição do Festival de Dança de Cascavel é uma chance imperdível para bailarinos e amantes da dança se aperfeiçoarem, trocarem experiências e expandirem seus conhecimentos. O evento busca criar um ambiente crítico-analítico, favorecendo o desenvolvimento da linguagem artística da dança e promovendo trocas enriquecedoras de experiências e aprendizados.

    Para mais informações e acesso ao regulamento completo, os interessados podem visitar o site da prefeitura ou acessar o link linktr.ee/culturacascavel. Não perca a oportunidade de participar desse evento que promete movimentar a cena cultural de Cascavel e região, celebrando a arte da dança em todas as suas formas.

    Programação das oficinasAcompanhe abaixo as oficinas e dias que ocorrerão, e inscreva-se:

    01 – DANÇA DO VENTRE – TÉCNICAS DE DESLOCAMENTO PARA MÚSICAS CLÁSSICASInstrutora: Regina MonticelliSábado, 31 de agostoHorário: 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    02 -DANÇA DO VENTRE – TÉCNICAS PARA SOLOS DE PERCUSSÃOInstrutora: Regina MonticelliDomingo, 01 de agostoHorário: 10h às 12hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    03 – DANÇA DE SALÃO – FORRÓInstrutora: Regina MonticelliSábado, 31 de agostoHorário: 10h às 12hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    04 – DANÇA DE SALÃO – TANGOInstrutora: Regina MonticelliDomingo, 01 de setembroHorário: 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    05 – DANÇA CONTEMPORÂNEA INICIANTEInstrutor: André OliveiraQuinta, 29 de agosto | Sábado 31 de agotoHorário: 14h às 16h | 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    06 – DANÇA CONTEMPORÂNEA INTERMEDIÁRIAInstrutor: André OliveiraSexta, 30 de agosto | 01 de setembroHorário: 10h às 12h | 10h às 12hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    07 – K-POPInstrutor: Vitor BuchoskiQuinta, 29 de agosto | Sexta, 30 de agosto | Sábado, 31 de agostoHorários: 14h às 16h | 10h às 12h | 10h às 12h  Local: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    08 – JAZZ BROADWAYInstrutor: Lucas MendesDomingo, 01 de setembroHorário: 10h às 12hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    09 – DANÇA FLASHBACKInstrutor: Brener PereiraSábado, 31 de agosto | Domingo 01 de setembroHorário: 15h às 17h | 10h às 12hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    10 – DANÇA INCLUSIVAInstrutor: Brener PereiraSábado, 31 de agosto Horário: 10h às 12hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    11 – DANÇA CRISTÃ (JAZZ)Instrutor: Denise MazzettoSábado, 31 de agostoHorário: 10h às 12hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    12 – DANÇA CRISTÃ (CONTEMPORÂNEO)Instrutor: Denise MazzettoSábado, 31 de agostoHorário: 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    13 – HIP-HOP INTERMEDIÁRIOInstrutor: Gui NegãoDomingo, 01 de setembroHorário: 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    14 – HIP-HOP INICIANTEInstrutor: Gui NegãoSábado, 31 de agostoHorário: 10h às 12hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    15 – HIP-HOP INICIANTEInstrutor: Italo RamosQuinta, 29 de agosto | Domingo, 01 de agostoHorário: 14h às 16h | 10h às 12hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    16 – HIP-HOP INTERMEDIÁRIOInstrutor: Italo RamosSexta, 30 de agosto | Sábado 31 de agostoHorário: 14h às 16h | 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    17 – JAZZ LYRICAL INICIANTEInstrutor: Lucas MendesQuinta, 29 de agostoHorário: 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    18 – JAZZ LYRICAL INTERMEDIÁRIOInstrutor: Lucas MendesSexta, 30 de agostoHorário: 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    19 – JAZZ CONTEMPORÂNEOInstrutor: Lucas MendesSábado, 31 de agostoHorário: 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    20 – BALLET (MEIA PONTA INICIANTE)Instrutora: Viviane CecconelloSábado, 31 de agostoHorário: 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    21 – BALLET (PONTAS INTERMEDIÁRIO)Instrutora: Viviane CecconelloSexta, 30 de agosto | Domingo, 01 de agostoHorário: 14h às 16h | 10 às 12hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    22 – BALLET (MEIA PONTA INTERMEDIÁRIO)Instrutora: Viviane CecconelloQuinta, 29 de agostoHorário: 14h às 16hLocal: Teatro Municipal Sefrin Filho, 905 – Centro

    Fonte: Assessoria

  • Os 3 Tenores do Oeste em Turnê Regional pela História da Música Clássica

    Os 3 Tenores do Oeste em Turnê Regional pela História da Música Clássica

    A música clássica, com suas raízes profundas na tradição europeia e disseminada pelo mundo, é um gênero que atravessa séculos, emocionando e inspirando milhões de pessoas. Esta forma de arte, marcada pela complexidade, profundidade emocional e beleza, tem uma rica história e uma galeria de compositores icônicos que moldaram seu desenvolvimento ao longo do tempo.

    No oeste do Paraná vivem três expoentes desta tradição. São músicos com carreira internacional em palcos da Europa e dos Estados Unidos e agora encantam o público do Paraná em espetáculos com ingressos acessíveis para que todos possam se emocionar.

    Jocimar Silva, Matheus Bressan e Thiago Stopa têm mais um encontro marcado com o público, desta vez no dia 12 de setembro, com show acompanhado por degustação de queijos e vinhos a partir das 20h no Centro de Convivência dos Advogados de Cascavel. “Queremos revelar às pessoas, principalmente às que dizem que não gostam de música clássica, que sim, elas gostam, só não tiveram a oportunidade de ter acesso e conhecer mais profundamente. Queremos proporcionar esse momento inesquecível”, afirma Matheus Bressan.

    Mas por que se voltar à música clássica e erudita? A explicação está na história da humanidade.

    A música clássica teve seu início na Idade Média, com a música litúrgica da Igreja Católica, como os cânticos gregorianos. Este período foi seguido pela Renascença, onde a polifonia – a técnica de várias vozes independentes cantando simultaneamente – ganhou destaque. 

    “E agora, centenas de anos depois, temos quase tudo da essência da música da atualidade moldada pela música clássica, pelo erudito. As pessoas precisam saber mais disso e ver um espetáculo que é um passeio pela música de diversas nações”, reforça Jocimar Silva.

    É no contexto de inovação e do resgate ao clássico do passado que o I Tre Amici, os três amigos tenores do oeste do Paraná, querem manter essa tradição, proporcionando ao público a oportunidade de apreciar a música e seus maravilhosos tesouros. Sua turnê no oeste do Paraná é mais uma chance de celebrar e perpetuar esse legado cultural inestimável. “Quem gosta de cultura não pode perder essa chance única de vivenciar a grandiosidade da música clássica. Teremos mais uma apresentação no dia 12 de setembro e programamos um grandioso show no Teatro Municipal Sefrin Filho, em Cascavel”, reforça Jocimar Silva.

    Os espetáculos trazem desde ícones italianos, da música popular brasileira e clássicos do cinema mundial e dos concertos, e o trio segue para turnê regional. “Estamos trabalhando para levar shows por todo o oeste, para o sudoeste, o noroeste e para o Paraná. O objetivo é realizarmos parcerias com as Secretarias da Cultura para que possamos proporcionar esse espetáculo e essa oportunidade ao maior número possível de pessoas de forma acessível e emocionante”, completa Thiago Stopa.

    Para saber mais sobre o espetáculo do dia 12 de setembro, o contato pode ser realizado pelo telefone 45 9 9980-2066.

    Fonte: Assessoria

  • Exposição “Fósseis Urbanos” de Lauro Borges chega ao Aeroporto de Cascavel

    Exposição “Fósseis Urbanos” de Lauro Borges chega ao Aeroporto de Cascavel

    A Secretaria de Cultura de Cascavel, por meio do Museu de Arte de Cascavel – MAC, anuncia a abertura da exposição “Fósseis Urbanos”, do fotógrafo Lauro Borges. A mostra abriu nesta segunda-feira (5) e estará disponível até 29 de setembro na área de embarque do Aeroporto Regional do Oeste – Coronel Adalberto Mendes da Silva, em Cascavel. Essa iniciativa faz parte do Programa de Exposições 2024, que visa trazer mais de 30 mostras de arte à cidade ao longo do ano.

    A série “Fósseis Urbanos” teve início em 1993, em Curitiba, e apresenta um olhar único sobre a paisagem urbana. A primeira imagem capturada por Borges foi de uma bisnaga de alumínio incrustada no asfalto da Rua Cruz Machado. Desde então, o fotógrafo tem documentado a deterioração do alumínio ao longo dos anos, oferecendo uma reflexão profunda sobre a passagem do tempo. A exposição destaca o contraste entre metal, asfalto e o fluxo constante de carros, vistos sob a perspectiva singular do artista.

    Assim como outras exposições organizadas pelo MAC no aeroporto, “Fósseis Urbanos” estará acessível a todos os passageiros em embarque, proporcionando uma oportunidade única de apreciação artística durante os momentos de espera. Essa iniciativa não apenas enriquece a experiência dos viajantes, mas também integra a arte ao cotidiano, convidando todos a refletirem sobre a passagem do tempo e a beleza oculta na paisagem urbana.

    Um olhar sobre o artista

    Lauro Borges de Paula, natural de Guaraniaçu, nascido em 1963, iniciou sua trajetória artística em Cascavel, com uma exposição na Unioeste em 1985. Com residência em Curitiba de 1990 até 2020, Borges colaborou em diversas pesquisas de Arte Contemporânea em Dança, Teatro, Performance e Artes Marciais. Formado em Licenciatura em Artes Visuais pela Faculdade de Artes do Paraná (FAP), Borges tem se destacado tanto na fotografia quanto na performance, sempre presente no Ensino de Arte desde 1985.

    Fonte: Assessoria

  • Turistas, colonos e demandas jovens

    Turistas, colonos e demandas jovens

    A imprensa no Oeste paranaense se consolidou em Foz do Iguaçu na primeira metade da década de 1950 pela necessidade de enfrentar os restolhos do Estado Novo. Mesmo depois do fim da ditadura, em 1946, já com a democracia constitucional reconquistada, as autoridades brasileiras ainda impunham severas restrições ao ingresso de estrangeiros no país.

    Os turistas tinham acesso fácil ao lado argentino das Cataratas, mas quando queriam ingressar no Brasil eram barrados. As autoridades alegavam que as restrições se destinavam a combater o contrabando, onipresente na fronteira.

    Os comerciantes iguaçuenses se uniram em torno de um grupo de autodefesa do qual resultaram a Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), em 1951, a imprensa pregando o fortalecimento do turismo e instalações aeroportuárias adequadas ao esperado aumento no fluxo de turistas ao fim das restrições severas à entrada de visitantes nacionais e estrangeiros.

    Pouco trabalho, muito futebol

    Já havia aeroporto em Foz do Iguaçu desde 1935 (https://x.gd/eyiWQ), mas o movimento aéreo se reduzia a episódicos voos de interesse militar ou governamental.

    Quando André Lichacovski, aos 19 anos, chegou para servir à Força Aérea Brasileira, em fevereiro de 1954, enfrentou mais tédio que trabalho.

    “Passávamos a maior parte do tempo jogando futebol. Uma das primeiras coisas que o sargento me perguntou era se eu jogava, para, então, treinar com o time dele, o Industrial Madeireira” (depoimento à neta Letícia Lichacovski).

    A Industrial Madeireira do Paraná (Imapar), de Renato Festugato, era na época uma das grandes forças da comunidade iguaçuense. Mais tarde transferiu a sede para Cascavel, em cujo interior ficavam suas madeireiras Central e São Domingos.   

    Nesse 1954 de estiagem e dificuldades gerais na economia nacional, havia muita preocupação com o preparo de ações estruturais para atender às famílias dos colonos, que chegavam às centenas atraídos pelo excelente projeto da colonizadora Maripá e suas associadas na Rota Oeste. 

    Paisagem transformada 

    Ao mesmo tempo em que no interior de Toledo surgiam os núcleos urbanos de Pato Bragado e São Roque, junto ao Rio Tigre, em Corbélia, estabelecia-se a família Frare, cuja contribuição para o desenvolvimento da área foi estruturalmente inestimável, construindo estradas e pontes. 

    Por essa época eram demarcadas as ruas de Corbélia, obedecendo a um plano urbanístico traçado pelo engenheiro Paulo Trauczinski.

    Cuidados com a urbanização também orientaram em Toledo uma lei que vai se tornar o divisor de águas entre a total presença das construções de madeira e o incentivo a obras em alvenaria no centro da cidade.

    O autor da proposta, vereador Clécio Zenni, deixava claro, em abril de 1954, que era uma política de transformação urbana: “Já é tempo de incrementar as construções de prédios modernos, pois o Toledo já ultrapassou a época de acampamento de pioneiros”. 

    Para Foz do Iguaçu, modernizar era um verbo ligado à atração de turistas, que todos sabiam prestes a vir em volume crescente assim que as antigas restrições fossem abrandadas. 

    Profissionalizar a hotelaria, proporcionar serviços em toda a linha, desde consertos em veículos automotores e carroças à sapataria, costura, olaria e muito mais, as famílias tradicionais de Foz do Iguaçu se desdobravam para atender a cada necessidade manifestada pelos colonos, cujas famílias cresciam e precisavam de quase tudo, sobretudo na Rota Oeste, até Medianeira.   

    Estudar, um privilégio

    Entre os colonos e as famílias de Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo, as crianças nascidas durante a colonização cresciam e se tornavam adolescentes. Os meninos jogavam, bola, as meninas se divertiam com petecas, ouviam muito rádio e sabiam o que motivava a juventude no eixo Curitiba-RJ-SP.

    Desde julho de 1953 já estava em atividade a Escola dos Trabalhadores Rurais Dr. Ernesto Luiz de Oliveira (atualmente Centro Estadual de Educação Profissional Manoel Moreira Pena), o desejado Colégio Agrícola, mas a exemplo das demais escolas da região também não dispunha do curso ginasial.  

    O juiz Aurélio Feijó, designado para a Comarca de Cascavel, disse que só viria se a cidade tivesse escolas de nível ginasial para seus filhos. Não havia, mas a Prefeitura cedeu uma área para a obra e o juiz convidou o professor paulista Antônio Cid para cuidar do projeto. 

    Cid chegou a Cascavel em abril de 1954 e Feijó assumiu sua função na Comarca em junho.

    “Vim para cá com a finalidade única e exclusiva de fundar um ginásio, pois o dr. Aurélio, quando veio para cá, tinha dois filhos em idade escolar. E ele disse que só ficaria aqui se houvesse um ginásio ou escola equivalente para dar estudo aos filhos” (Antônio Cid, https://x.gd/ArLdw).

    Como uma escola não surge do nada, só por haver um terreno à disposição, Feijó despachou por algumas semanas e pediu remoção para outra Comarca. Antes de se despedir de Cascavel, porém, deixou um presente valioso: a escola que ele idealizou já contava com terreno, garantia de material de construção, cedido por Florêncio Galafassi, administrador da Industrial Madeireira do Paraná, e um professor titular. 

    Temor aos jagunços 

    O magistrado foi deslocado em julho, a pedido, para a Comarca de Pato Branco. Há quem suponha no episódio uma fuga, como ocorreu com o primeiro juiz designado para Cascavel, Inácio Pinto de Macedo (https://x.gd/cFMOO), espantado pelo clima de faroeste que viu na cidade.

    A menina Alzira, filha do oficial de justiça Olímpio Gomes da Silva, que morava em cima do Fórum, justificava o temor:

    “Vi muita gente morrer na Avenida Brasil, na Churrascaria Maracanã. Quando meu pai viajava para os matos fazer intimações, dormia nos troncos das árvores para que os grileiros de terras não o matassem” (Alzira Gomes Jacubowski, https://x.gd/Bp66s). 

    Feijó, porém, ao sair de Cascavel deixou o professor Cid entrosado com a comunidade, já sabendo que tramitação para criar a escola não seria simples. Antes de tudo, era preciso edificar a escola no terreno oferecido, na esquina da Rua Paraná com a futura Travessa Padre Champagnat.

    Grande escola para pequena cidade 

    Enquanto orientava a obra, Antônio Cid não conseguia acreditar no que fazia: criava um grande colégio em uma pequena cidade. Para ele, era o auge de uma vida que começou na pacata Santa Cruz do Rio Pardo (SP), onde nasceu, em 28 de janeiro de 1924. 

    Formado em Filosofia e Teologia, Cid lecionava em Santo Antônio da Platina desde o início da década de 1950 quando foi consultado pelo juiz Feijó.

    Ao partir de lá, rumo a Cascavel, convencido pelo juiz e ciceroneado por Alceu Barroso, gerente do Banco Agrícola Vale do Rio Piquiri (Banquiri),

    Cid não sabia o que iria encontrar, mas foi menos do que supôs enquanto viajava ouvindo as projeções otimistas do banqueiro Barroso sobre Cascavel.  

    “Quando cheguei, notava-se, além dos poucos moradores que aqui existiam, um aglomerado de 80 a 100 casas, ali por volta da atual Praça Getúlio Vargas, que era considerada o centro da cidade. O que mais se via por aqui era gente mal-encarada”. 

    Era um tempo de conflitos agrários. “Justamente por causa da procura das terras e da defesa dessas terras é que se via por aqui muito jagunço, muita gente armada”.

    Homenagem ao Barão

    Ao terminar a construção das primeiras salas, inauguradas em 25 de agosto de 1956, Cid abriu matrículas e teve como um dos primeiros professores, além dele mesmo, o ex-secretário municipal da Educação, Celso Formighieri Sperança.

    Enquanto construía, Cid se convenceu de que Cascavel tinha de fato o potencial imaginado pelo banqueiro Barroso. Logo na inauguração ele fez à Diretoria de Ensino Comercial do Rio de Janeiro, então a capital da República, o regulamentar pedido de verificação prévia da sua Escola Técnica de Comércio Rio Branco, que funcionaria alternada com o curso ginasial.

    Em 12 de março de 1957 o Ministério da Educação e Cultura autorizou o funcionamento da Escola Técnica. O estabelecimento homenageava o mais importante brasileiro de todos os tempos – o Barão do Rio Branco, diplomata que garantiu ao país a posse de boa parte da Amazônia e do Sul paranaense. 

    100 anos da revolução:  Mercenários “patriotas”

    Em 14 de julho de 1924, os combates se acirram em São Paulo. Ao atacar o 5º Batalhão da Força Pública, no bairro da Liberdade, o capitão Joaquim Távora foi gravemente ferido, morrendo quatro dias depois.

    Um dia após a queda de Távora, em 15 de julho, o governador paranaense Caetano Munhoz designou ao capitão Dilermando Cândido de Assis a missão de cortar a descida dos rebeldes ao Paraná, pondo-o à frente do Regimento Provisório.

    Formado por elementos civis, cedidos pelo gerente da Brazil Railway Company, Geraldo Rocha, preposto do Sindicato Farquhar, o Regimento se completaria com soldados da Força Militar do Paraná, comandada pelo capitão Joaquim Antônio de Moraes Sarmento.

    Os civis “patriotas”, na verdade mercenários recrutados pela empresa, eram poucos. Dilermando foi à Sociedade de Tiro de Ponta Grossa e não encontrou ninguém disposto a combater os revolucionários.

    Quis obrigar donos de carros e caminhões a se incorporar ao Regimento, mas foi sabotado: os motoristas fugiam ou tiravam peças dos veículos para não precisar combater.

    Mesmo boicotado, Dilermando partiu de Ponta Grossa com 60 homens, 38 veículos e mais de cem cavalos em direção a Foz do Iguaçu.

    Joaquim Távora: o descuidado herói da revolução

     

     

    Fonte: Alceu Sperança