Categoria: Economia

  • Guedes nega pressão política para trocar secretários

    Guedes nega pressão política para trocar secretários

    Minutos depois de confirmar a substituição de três secretários e uma assessora especial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, negou que a troca tenha ocorrido por pressões políticas. Em entrevista na portaria do ministério, ele disse que as trocas representaram um remanejamento após avaliações periódicas da equipe.

    “Não há problema pessoal com ninguém. Não houve nenhuma pressão política para se fazer esse movimento”, declarou Guedes, acompanhado pelo novo secretário especial de Fazenda, Bruno Funchal, e pelo antigo titular do cargo, Waldery Rodrigues, que virou assessor especial do gabinete do ministro.

    De acordo com Guedes, os cargos no ministério serão periodicamente trocados, dependendo tanto do desempenho dos titulares como de eventuais convites recebidos para cargos no exterior. “Vamos fazer outras adaptações. Tem gente nossa sendo convidada para trabalhar lá fora”, disse. A secretária especial do Programa Piloto de Investimentos, Martha Seillier, deve assumir um cargo em breve no Banco Mundial.

    O ministro negou desavenças na equipe, mas admitiu que, durante a discussão em torno da sanção do Orçamento de 2021, “muitas pessoas da equipe foram desgastadas”. “Os políticos têm mais interesse de conversar com quem oferece mais alternativas sobre Orçamento. O Tesouro Nacional e a Secretaria de Fazenda são os que mais apanham, por terem de dizer não e segurar o caixa”, justificou.

    Apesar do desgaste, Guedes reafirmou ter escolhido uma equipe competente. “Essa decisão não significa que tem um ministro demitindo alguém competente, leal e responsável”, declarou. “Foram tantos combates que estamos ligados. O que está acontecendo agora é um remanejamento da equipe. Somos companheiros e estamos no combate com o presidente Bolsonaro à frente. E às vezes tem remanejamento.”

    Vacina

    Guedes citou o comprometimento do governo com o combate à pandemia e a responsabilidade fiscal. Segundo ele, esses princípios norteiam o trabalho da pasta. “É o espírito que une todo time”, enfatizou. Na avaliação dele, o Brasil atravessará a crise econômica e de saúde, enquanto avançará com a agenda de reformas em 2021.

    O ministro pediu desculpas por um comentário feito numa reunião do Conselho de Saúde Complementar hoje cedo, em que afirmou que o novo coronavírus foi inventado pela China e que a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo país asiático em parceria com o Instituto Butantan, é “menos efetiva” que a vacina norte-americana.

    “Usei uma imagem infeliz. Somos muito gratos à China por nos ter enviado a vacina”, declarou. O ministro disse que estava se referindo à importância do setor privado nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. “Quis dizer: ‘Olha, uma economia de mercado forte consegue produzir uma resposta a algo que vem de fora.’”

    Emprego

    Segundo o ministro, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de março, que será divulgado amanhã (28), revelará que o país continua criando empregos, apesar do agravamento da pandemia. “Teve uma volta forte da pandemia. Pois bem, continuamos criando empregos. Estávamos sem saber se iria haver criação líquida de empregos ou destruição de empregos [em março]”, disse.

    Guedes citou medidas recentes, como a recriação do auxílio emergencial, para dizer que o governo está cuidando dos trabalhadores informais durante a pandemia. Ele voltou a prometer a renovação do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), programa que fornece crédito emergencial a juros baixos a pequenos negócios afetados pela pandemia. “Todos os programas que deram certo estamos renovando”, declarou.

    Fonte: EBC

  • Secretário do Tesouro assume Secretaria Especial de Fazenda

    Secretário do Tesouro assume Secretaria Especial de Fazenda

    O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, assume a Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, informou há pouco a pasta. Ele substituirá Waldery Rodrigues, promovido a assessor especial do ministro Paulo Guedes.

    A secretaria do Tesouro será assumida por Jefferson Bittencourt, servidor de carreira do órgão, ex-secretário-adjunto de Política Fiscal e Tributária e atual assessor especial do gabinete de Guedes. As mudanças também atingiram a Secretaria de Orçamento Federal (SOF), encarregada de elaborar e apresentar o Orçamento e contingenciar (bloquear) verbas. Sai George Soares e entra o economista e analista de Planejamento e Orçamento Ariosto Antunes Culau, secretário-executivo adjunto na gestão do ministro da Fazenda Henrique Meirelles, no governo Michel Temer.

    As mudanças ocorrem após a sanção com vetos do Orçamento-Geral da União de 2021. Aprovada pelo Congresso com cerca de R$ 30 bilhões de despesas obrigatórias remanejadas para emendas parlamentares, a lei orçamentária foi sancionada na última quinta-feira (22), com vetos de R$ 19,8 bilhões em gastos, principalmente relativos a emendas parlamentares. Além dos vetos, o governo editou um decreto contingenciando (bloqueando temporariamente) R$ 9,2 bilhões.

    Reforma tributária

    Também deixa o Ministério da Economia a assessora especial Vanessa Canado, encarregada de elaborar o projeto de reforma tributária. Segundo a pasta, ela havia pedido para deixar o cargo desde janeiro. No lugar dela, assume Isaías Coelho, pesquisador sênior do Núcleo de Estudos Fiscais (NEF) da Fundação Getulio Vargas em São Paulo e consultor internacional em política e administração tributária.

    A troca ocorre num momento em que a reforma tributária volta a avançar na Câmara dos Deputados, após mais de um ano parada por causa da pandemia de covid-19. Ontem (26), o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou ter ordenado que o deputado Agnaldo Ribeiro (PP-PB) apresente o relatório até a próxima segunda-feira (3). Os técnicos do Ministério da Economia avaliam se o texto, baseado na fusão de propostas da Câmara, do Senado e do próprio governo, aumentam a carga tributária.

    Agradecimentos

    Em nota, o Ministério da Economia informou que Guedes agradeceu a gestão de Waldery à frente da Secretaria Especial de Fazenda. “Agradece a dedicação, lealdade e resiliência de Waldery Rodrigues e ressalta a relevante contribuição dada por ele para o avanço da agenda de reformas e transformação do Estado brasileiro”, destacou o comunicado. Segundo a pasta, Waldery participou ativamente nos últimos meses do planejamento e da construção da reformulação agora anunciada. Guedes também agradeceu “o excelente trabalho e as contribuições” de George Soares e de Vanessa Canado.

    Fonte: EBC

  • MP que permite renegociar dívidas de fundos regionais é aprovada

    MP que permite renegociar dívidas de fundos regionais é aprovada

    A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (27) a medida provisória que prevê a concessão de descontos em renegociações de dívidas perante os fundos de investimento da Amazônia (Finam) e do Nordeste (Finor), prevendo a extinção desses fundos após o cumprimento de suas obrigações. O texto segue para o Senado. 

    Editada em dezembro do ano passado pelo governo, a Medida Provisória 1017/20 prevê índices de até 15% e até 10% para a quitação e a renegociação de dívidas. Durante a sessão, parlamentares chegaram a aprovar o texto proposto pelo relator, deputado Danilo Forte (PSDB-CE), que previa descontos de 70% a 80% para essa renegociação e quitação. No entanto, destaques apresentados retomaram os percentuais previstos na MP.  

    O texto aprovado retirou a possibilidade de as empresas excluírem o ganho com a redução do saldo devedor da dívida da base de cálculo de tributos como o Imposto de Renda, a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o PIS/Cofins. Em outro destaque, os parlamentares retiraram do texto a autorização para o Ministério do Desenvolvimento Regional extinguir os fundos após a quitação das dívidas. 

    Para participar, as empresas devem ter recebido o Certificado de Empreendimento Implantado (CEI); estarem com projetos em implantação regular ou terem tido incentivos financeiros cancelados por fatores externos. 

    A renegociação de dívidas permite ao devedor limpar seu nome perante as instituições bancárias e retirar possíveis restrições para tomada de crédito em outras modalidades oferecidas.

    Inadimplência

    Ao justificar a edição da medida, o governo alegou que o índice de inadimplência das carteiras de debêntures do Finam e Finor chega a 99% “em consequência da complexidade do sistema, da alta carga moratória de juros e da insegurança jurídica causada por várias mudanças legais, principalmente entre 1991 e 2000”.

    Atualmente, a dívida de empreendedores com os dois fundos chega a R$ 49,3 bilhões. A meta do governo é atender mais de 1,7 mil empresas e renegociar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 5 bilhões, com retorno para os fundos de R$ 400 milhões a R$ 1 bilhão.

    Fonte: EBC

  • Brasil apoia proposta uruguaia de reduzir em 20% tarifa do Mercosul

    Brasil apoia proposta uruguaia de reduzir em 20% tarifa do Mercosul

    O Brasil apoia a proposta do Uruguai de reduzir em 20% a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul até o fim do ano. O apoio foi expresso pelos ministros da Economia, Paulo Guedes, e das Relações Exteriores, Carlos França, na reunião do Conselho Mercado Comum do bloco. O encontro ocorreu ontem (26), mas o teor das discussões só foi divulgado hoje (27) pelo Ministério da Economia. Segundo a pasta, Guedes transmitiu a mensagem de que cada país do bloco tem necessidades distintas e defendeu a adoção de diferentes velocidades de redução tarifária, tanto por meio de acordos comerciais como por meio de cortes unilaterais. Durante a reunião, os representantes do Uruguai defenderam a redução imediata de 10% na TEC e outro corte de 10% até o fim de 2021. Dessa forma, um produto que paga 10% de Imposto de Importação para entrar nos países do Mercosul passariam a pagar 8%. A proposta teve a oposição da Argentina. Assim como em discurso ao Congresso na semana passada, Guedes voltou a defender a possibilidade de que cada país do Mercosul tenha autonomia para negociar acordos comerciais bilaterais. Essas negociações, informou o ministro, poderiam ocorrer com cronogramas distintos entre os membros do bloco ou mesmo individualmente. Segundo o Ministério da Economia, os demais sócios do Mercosul mostraram boa vontade em negociar uma flexibilização das regras que atenda aos interesses de todos os membros. A próxima reunião do Conselho Mercado Comum está prevista para ocorrer em maio, em Buenos Aires.

    Fonte: EBC

  • Embrapa calcula ter gerado R$ 61,8 bi de lucro social no ano passado

    Embrapa calcula ter gerado R$ 61,8 bi de lucro social no ano passado

    A atuação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em pesquisa, desenvolvimento e transferência de tecnologias ao setor produtivo gerou lucro social de R$ 61,85 bilhões para o Brasil ao longo do ano passado.

    Segundo a nova edição do Balanço Social da Embrapa, divulgada hoje (27), cada R$ 1 investido na empresa pública vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento proporcionou retorno de quase R$ 18 para o país.

    “Além desse benefício, geramos, com nossas tecnologias, cerca de 41 mil empregos no setor do agro, um número bastante considerável se pensarmos que se tratou de um ano de pandemia”, disse o presidente da empresa, Celso Moretti.

    Ao apresentar os resultados do último ano a jornalistas, o engenheiro agrônomo explicou que o cálculo leva em conta 152 projetos desenvolvidos pela Embrapa e parceiros. O resultado, de acordo com Moretti, representa um aumento dos benefícios econômicos para o setor agropecuário 4% superior ao registrado em 2019.

    Dentre as tecnologias desenvolvidas pelo corpo técnico da empresa com parceiros dos setores público e privado, Moretti destacou a fixação biológica de nitrogênio no plantio da soja; o manejo animal para correção da fertilidade do solo e o sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. “Só com a fixação biológica de nitrogênio, no ano passado, o Brasil economizou R$ 28 bi deixando de importar mais adubo nitrogenado”, ressaltou.

    A conta para obtenção do lucro social também leva em conta o orçamento de quase R$ 3,8 bilhões colocado à disposição da empresa no ano passado. Esse valor foi suplementado pelo aporte de recursos privados, disse Moretti, ao ressaltar que, em 2020, a diretoria da Embrapa reforçou a estratégia de buscar mais apoio na iniciativa privada.

    “Em 2018, apenas 6% da nossa carteira de projetos era financiada pelo setor privado. Em 2021, chegamos a 20%. Nossa meta é, até 2023, chegar a 40% dos nossos projetos vinculados ao setor privado”, revelou Moretti, sem precisar quanto a participação representa em valores. “Em termos globais, posso dizer que o Tesouro Nacional financia em torno de 60% da programação de pesquisa da Embrapa, e que o setor privado, que tem participação em 20% dos projetos, financia cerca de 35% deles.”

    Com pesquisas em andamento, novos projetos e produtos prestes a serem lançados, a Embrapa ainda não sabe ao certo o montante de dinheiro lhe foi reservado no Orçamento sancionado na semana passada.

    “Ainda não temos os números finais”, afirmou Moretti, dizendo ter se reunido com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, nesta segunda-feira (26) para tratar do assunto. “Estamos discutindo. Este ano, com a saída de 1,2 mil colegas no PDV [Plano de Demissão Voluntária], há uma natural redução orçamentária, mas estamos trabalhando para que os recursos para despesas operacionais, custeio e investimento, permaneçam nos mesmos níveis do ano passado. Dado o contexto da pandemia, as dificuldades econômicas e a queda do PIB [Produto Interno Bruto], se conseguirmos manter o padrão, estaremos satisfeitos”, comentou Moretti, antes de defender a existência da empresa pública.

    “Creio que o fantasma da privatização da Embrapa foi exorcizado. Trabalhamos muito bem para isso”, brincou o presidente da estatal.

    “Entendo que a Embrapa tem um papel primordial em prover segurança alimentar à população brasileira e de mais de 170 países. [Sua manutenção] não é nem mais só uma questão de segurança alimentar, mas sim de segurança nacional. Imaginem um setor como o agro, responsável por 21% do PIB brasileiro, não ter uma empresa pública que cuide de um banco genético como o nosso, que reúne mais de 120 mil amostras de plantas, animais e micro-organismos. Em meio a esta pandemia, todos viram o quanto a ciência foi, está sendo e continuará sendo importante para vencermos os desafios. Agora, imaginem se aparece uma doença tão séria como a covid-19 [e atinge o plantio] de soja, tomate, frango ou [a criação de] gado etc Onde buscaremos variabilidade genética para resolver o problema? No banco genético da Embrapa”, acrescentou Moretti.

    Fonte: EBC

  • Resgates do Tesouro Direto superam vendas em R$ 708,5 milhões

    Resgates do Tesouro Direto superam vendas em R$ 708,5 milhões

    Os resgates do Tesouro Direto superaram as vendas em R$ 708,5 milhões em março deste ano. Segundo dados do Tesouro Nacional, divulgados hoje (27), em Brasília, as vendas do programa atingiram R$ 3,392 bilhões no mês passado. Já os resgates totalizaram R$ 4,100 bilhões, sendo R$ 1,923 bilhão relativo a recompras de títulos públicos e R$ 2,176 bilhões a vencimentos, quando o prazo do título acaba e o governo precisa reembolsar o investidor com juros.

    Os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), cuja participação nas vendas atingiu 40,7%. Os títulos corrigidos pela taxa Selic (juros básicos da economia) corresponderam a 35,3% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 24%.

    O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 62,83 bilhões no fim de março, uma redução de 0,1% em relação ao mês anterior (R$ 62,93 bilhões) e aumento de 7,5% em relação a março do ano passado (R$ 58,44 bilhões).

    Investidores e prazos

    Em relação ao número de investidores, 390.394 novos participantes se cadastraram no programa no mês passado. O número total de investidores atingiu 10.285.781. Nos últimos 12 meses, o número de investidores acumula alta de 57,9%. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 1.479.805, aumento de 21,9% em 12 meses.

    A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas até R$ 5 mil, o que correspondeu a 87,8% do total de 455.054 operações de vendas ocorridas em março. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 61,3%. O valor médio por operação foi de R$ 7.454,64.

    Os investidores estão preferindo papéis de médio prazo. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 38,1% e aquelas com prazo entre 5 e 10 anos, 46,6% do total. Os papéis de mais de dez anos de prazo representaram 15,4% das vendas.

    O balanço completo do Tesouro Direto está disponível na página do Tesouro Nacional.

    O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem intermediação de agentes financeiros. O aplicador só precisa pagar uma taxa para a corretora responsável pela custódia dos títulos. Mais informações podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.

    A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a Selic, índices de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente no caso dos papéis prefixados.

    Fonte: EBC

  • Eduardo Luiz Rios Neto é nomeado presidente do IBGE

    Eduardo Luiz Rios Neto é nomeado presidente do IBGE

    O novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto, teve sua nomeação publicada hoje (27) no Diário Oficial da União.

    Rios Neto é economista, membro da Academia Brasileira de Ciências, doutor em Demografia e professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Antes da nomeação, ele era diretor de pesquisas do instituto.

    O novo presidente do IBGE foi indicado pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, e substitui a ex-presidente Susana Cordeiro Guerra, que pediu exoneração há cerca de um mês. Segundo informação divulgada pelo IBGE em 26 de março, a ex-presidente deixou o cargo por questões pessoais e de família. Ela assumiu a presidência do instituto em fevereiro de 2019 e foi exonerada no último dia 12 de abril.

    Entre a exoneração de Suzana Cordeiro Guerra e a nomeação de Luiz Eduardo Gonçalvez Rios Neto, a presidência foi exercida pela diretora executiva do IBGE, Marise Maria Ferreira.

    Na semana passada, o IBGE confirmou o adiamento do Censo Demográfico 2021, a maior pesquisa realizada pelo instituto. Segundo comunicado divulgado, a Lei Orçamentária de 2021 foi sancionada sem a recomposição do Orçamento de R$ 2 bilhões para a pesquisa, que ocorre uma vez em cada década.

    “O IBGE retomará as tratativas com o Ministério da Economia (ME) para planejamento e promover a realização do Censo em 2022, de acordo com cronograma a ser definido em conjunto com o ME”, diz a nota divulgada na última sexta-feira.

    Fonte: EBC

  • BC: bancos estão preparados para enfrentar desdobramentos da pandemia

    BC: bancos estão preparados para enfrentar desdobramentos da pandemia

    O Sistema Financeiro Nacional (SFN) está preparado para enfrentar as incertezas relativas aos desdobramentos da pandemia de covid-19, mas o cenário dos riscos ainda é de cautela em razão dos efeitos que o prolongamento da crise pode gerar na economia das famílias. A avaliação é do Banco Central (BC), em seu Relatório de Estabilidade Financeira, referente ao segundo semestre de 2020, que foi divulgado hoje (27).

    “Ao longo de 2020, o SFN alcançou o maior valor histórico de provisões para ativos problemáticos, melhorou a capitalização e manteve liquidez confortável”, informou o BC. “O risco de crédito arrefeceu, mas o cenário requer cautela diante da incerteza quanto ao prolongamento e aos desdobramentos da pandemia sobre a renda e o emprego”, completou.

    De acordo com o órgão, ao longo do segundo semestre de 2020, os programas emergenciais geraram “relevante crescimento” do crédito para as micro, pequenas e médias empresas, enquanto o estoque de crédito a grandes empresas ficou estável. Dos 11,9% de crescimento do crédito bancário a empresas no semestre, cerca de 80% deveram-se aos programas governamentais.

    O relatório aponta ainda que a situação econômico-financeira das empresas melhorou de forma desigual. Para o conjunto de todas as empresas, o fluxo de recebimentos melhorou, mas as restrições sanitárias ainda impactam negativamente setores como lazer e transportes, percepção que pode mudar dada a incerteza sobre a pandemia.

    Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Paulo Souza, diferentemente do que aconteceu no ano passado, hoje, o sistema financeiro tem ferramentas disponíveis para serem utilizadas em caso do agravamento da segunda onda de casos de covid-19. Além disso, o cenário econômico mundial e doméstico mudou.

    “Os níveis de crescimento quando se pega China e Estados Unidos, por exemplo, são surpreendentes. Os números aqui mostram que, apesar de toda a dificuldade advinda da segunda onda, têm várias empresas que se adaptaram a essa realidade, inclusive ampliando seu fluxo financeiro. Estamos preocupados, mas a nossa visão, por hora, é que o sistema financeiro tem plenas condições de atender a demanda por parte das empresas”, disse, durante evento virtual para comentar os dados do relatório.

    No caso do crédito às pessoas físicas, ele voltou a crescer no ritmo anterior ao da pandemia. A redução nas taxas e os novos índices de correção ofertados aos clientes impulsionaram as concessões do crédito imobiliário, especialmente com recursos de poupança. Até o momento, segundo o BC, o risco oriundo das famílias está mitigado pelas provisões adequadas de recursos na carteira de crédito.

    Teste de estresse

    Os resultados dos testes de estresse continuam demonstrando a redução dos efeitos da pandemia no sistema financeiro e apresentou o melhor resultado desde a primeira vez em que foi publicado, em abril de 2020. “A recuperação da atividade econômica no segundo semestre de 2020, assim como a melhora no capital, arrefeceram os efeitos da pandemia no sistema financeiro. Os resultados continuam corroborando a capacidade de o sistema absorver choques, sem desenquadramentos relevantes”, explicou o banco.

    No início da crise no ano passado, o BC estimou em R$ 400 bilhões a necessidade de provisões adicionais por parte do sistema e um aporte de R$ 70 bilhões na simulação que considerou um choque severo da pandemia. “Hoje, considerando as novas métricas incorporadas, como os choques em relação às pessoas físicas mais vulneráveis, houve redução bastante significativa na necessidade de provisão [de R$ 128 bilhões]. O impacto para um enquadramento de todo o sistema financeiro seria algo na faixa de R$ 1,5 bilhão”, explicou Souza.

    No teste de estresse, o BC simula o quanto uma situação de severa inadimplência e de corrida aos bancos impacta o cumprimento dos limites regulatórios mínimos pelas instituições financeiras e quanto a autoridade monetária precisaria aportar ao sistema financeiro. Entre esses limites estão a manutenção de uma reserva em caixa para garantir que os bancos paguem todos os clientes que forem sacar dinheiro em momentos de crise. São testados também os riscos de crédito, juros, câmbio e desvalorização de imóveis.

    O BC considerou dois cenários, o primeiro de queda na atividade econômica, inflação e taxas de juros, em caso de uma terceira onda significativa; e o segundo cenário de uma crise de confiança pelo agravamento da situação fiscal. “Os bancos estão preparados para absorver cada um dos choques dos dois cenários”, destacou o diretor do BC.

    O órgão informou ainda que a rentabilidade dos bancos diminuiu com a crise sanitária, em cerca de 26%, mas não representa risco para a estabilidade financeira. “A pandemia inverteu a sequência de recuperação da rentabilidade que ocorria desde a recessão de 2015-2016. A expectativa para 2021 é de melhora. Mantida a perspectiva de recuperação, as despesas com provisões tendem a ser menores, e as receitas de serviço, a se recuperar”, avaliou o órgão.

    Risco climático

    O Banco Central também apresentou um estudo sobre os riscos climáticos. Os pesquisadores do BC e acadêmicos analisaram os principais eventos climáticos, como enchentes e secas, entre 1994 e 2017, e indicam que as flutuações de curto prazo no clima teriam baixo impacto sobre os bancos. Mas mudanças climáticas duradouras, poderiam gerar impactos relevantes para o setor bancário, reduzindo a oferta de crédito e aumentando a inadimplência.

    Segundo o BC, os bancos acabaram reduzindo a exposição de crédito nas áreas mais vulneráveis a esse tipo de evento climático. O crédito bancário aos setores verdes é menor do que o crédito aos setores de alto impacto, mas essa participação relativa está aumentando desde 2011.

    “O resultado do estudo mostra que os bancos e a própria economia como um todo já se antecipam a esses problemas e percebem que rapidamente se ajustam para enfrentar esse tipo de eventos”, disse Paulo Souza. Segundo ele, os incidentes envolvendo risco climático nos últimos anos se acentuaram em diversas localidades, uma questão que é tratada no Brasil há muito tempo em relação ao risco socioambiental. “Inclusive, hoje o Brasil lidera, em fóruns internacionais, a discussão sobre melhores práticas de supervisão, a gente já tem o mapeamento em termos de políticas muito precisos”, completou.

    O diretor explica que, nos próximos dois anos, o Brasil terá um detalhamento muito mais preciso desses riscos, em função do novo documento de coleta de dados que deve ser lançado nesse semestre. Ontem (26), o BC também colocou em consulta pública uma proposta normativa que estabelece regras para a divulgação de informações sobre riscos sociais, ambientais e climáticos pelas instituições financeiras.

    Além do estudo sobre impacto climático, o Relatório de Estabilidade Financeira tratou de outros dois temas em boxes especiais: o programa de aprimoramento da resiliência cibernética do SFN e do Sistema de Pagamentos Brasileiro; e os mecanismos de segurança do Pix, o sistema instantâneo de pagamento do BC. O BC também faz avaliações sobre o sistema financeiro internacional e as infraestruturas do mercado financeiro e apresenta o resultado da pesquisa de estabilidade financeira.

    O documento está disponível na página do BC.

    Fonte: EBC

  • Brasileiros acreditam que inflação ficará em 5,6% em 12 meses

    Brasileiros acreditam que inflação ficará em 5,6% em 12 meses

    A expectativa mediana de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses ficou em 5,6%. O levantamento, feito em abril deste ano, mostra um resultado 0,1 ponto percentual acima do mês anterior (5,5%). Esse também é o maior nível do indicador desde outubro de 2018, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

    A pesquisa é feita com base em entrevistas com consumidores, que respondem à seguinte pergunta: na sua opinião, de quanto será a inflação brasileira nos próximos 12 meses?

    A proporção de consumidores projetando valores acima do teto da meta de inflação para 2021 (5,25%) subiu de 43,8% em março para 51,8% em abril.

    “O movimento de alta das expectativas medianas de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses vem sendo sustentada pela trajetória de alta dos preços de alimentos e bebidas nos últimos períodos. Além disso, a desvalorização da taxa de câmbio e a dificuldade de obtenção de matérias-primas influenciam os preços atuais, gerando expectativas de uma trajetória de aumento da inflação nos próximos meses”, disse a economista da FGV Claudia Perdigão.

    Fonte: EBC

  • Construção tem inflação de 0,95% em abril

    Construção tem inflação de 0,95% em abril

    O Índice Nacional de Custo da Construção-M (INCC-M) registrou inflação de 0,95% em abril, percentual menor que o de março (2%). Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), com o resultado o índice acumula 5,03% no ano e 12,82% em 12 meses.

    A queda da inflação de março para abril foi observada nos materiais e equipamentos, serviços e mão de obra. Os materiais e equipamentos, por exemplo, tiveram variação de preços de 2,17% em abril, abaixo dos 4,44% de março.

    Os serviços passaram de 0,69% em março para 0,52% em abril. Já a mão de obra recuou de 0,28% para 0,01% no período.

    O INCC-M é calculado com base em preços coletados em sete capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.

    Fonte: EBC