O Diretor Geral Brasileiro da Itaipu Binacional Almirante Anatalicio Risden Junior foi recebido no Centro Universitário UDC, pela Reitora Profa. Rosicler Hauagge do Prado, o Vice-reitor Dr. Acir Amilto do Prado e o Pró-reitor Prof. Dr. Fábio Prado em ocasião da Aula Magna para os Cursos de Pós-graduação e MBA da UDC.
Durante sua palestra o Almirante falou sobre a gestão da maior Usina Hidrelétrica em geração de energia do planeta ao auditório lotado e aos estudantes da unidade Medianeira.
Acompanharam o Diretor de Itaipu os assessores Felipe Ferrão, Alex Lôbo, Sérgio Andrade, Auder Lisboa e Joni Madruga, além do Primeiro Tenente Muniz, assessor de imprensa da Marinha do Brasil na região.
O Almirante agradeceu por estar na UDC dizendo que aprecia muito participar de atividades acadêmicas pois: “estar na universidade é beber na fonte da juventude, e hoje vou beber um pouco nesta fonte”. Ele completou: “Sempre acreditei que o importante não é apenas ser, mas estar. E hoje, eu tenho que incorporar o que está acontecendo no país, a juventude tem um papel primordial em tudo isso, pois são nossos jovens que vão fazer nosso futuro e cabe a nós, que já temos longa experiência de vida, transmitir essa experiência. Minha ideia é colocar uma pitada de sal no conhecimento desses estudantes com os meus mais de 45 anos de experiência profissional”.
A Reitora Profa. Rosicler Hauagge do Prado assistiu a palestra e comenta: “Foi uma palestra espetacular, tenho certeza que todos gostaram muito. Foram palavras práticas e objetivas. Ouvimos sobre Itaipu, o que sempre acrescenta ao nosso conhecimento. Mas, acima de tudo, ouvimos sobre a experiência de vida do Almirante, sua vivência, as gestões que ele passou durante a vida, foi um exemplo, uma lição de vida para todos nós. Foi um show de palestra, acertamos em cheio! ”
O Vice-reitor Dr. Acir do Prado também participou da Aula Magna e disse: “Este foi mais um dos momentos ímpares da UDC. Trazer como palestrante o Almirante é uma honra muito grande. Saber um pouco mais da gestão da Itaipu e da vida do Diretor foi muito importante. Saímos todos com um pouco mais de conhecimento da palestra”.
“Sou engenheiro civil, comentava com o Almirante que para engenharia, o tamanho, a dimensão da Itaipu é algo fenomenal, global e muito nos orgulha como brasileiros. E a oportunidade, para nós, que recebemos até agora, 224 professores dos Estados Unidos e da Europa em nossa instituição e os levamos para conhecer a usina é um grande orgulho. A coisa mais importante que nós temos na vida é o tempo, então, hoje quero agradecer ao Diretor da Itaipu por disponibilizar esse tempo para estar aqui na UDC. Espero que esse tempo faça diferença na vida de cada um que está aqui hoje”, Pró-reitor Prof. Doutor Fábio Prado.
Em todo o país, 22 estudantes tiraram a nota máxima, ou seja, nota 1 mil, na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). As correções detalhadas dos textos estão disponíveis desde ontem (10), na Página do Participante .
O número de redações nota 1 mil foi inferior ao da edição de 2020, quando 28 estudantes tiraram a nota máxima . A correção da redação do Enem é divulgada apenas para fins pedagógicos, para que os estudantes saibam qual a pontuação alcançada em cada uma das competências avaliadas. Não é possível interpor recurso.
O tema da aplicação regular do Enem 2021 foi Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil. Já na reaplicação do exame, a redação foi sobre Reconhecimento da contribuição das mulheres nas ciências da saúde no Brasil.
Os textos foram corrigidos de acordo com os seguintes critérios: demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa; compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa; selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação; e elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
A prova de redação é a única discursiva do exame . Cada texto passa por pelo menos dois corretores. O exame possui cinco critérios que zeram a nota: fuga ao tema, extensão total de até sete linhas, trecho deliberadamente desconectado do tema proposto, não obediência à estrutura dissertativo-argumentativa e desrespeito à seriedade do exame.
Notas dos treineiros
Neste domingo, também foram divulgadas, na Página do Participante, as notas dos estudantes treineiros, aqueles que ainda não concluíram o ensino médio e fizeram o exame apenas para testar os próprios conhecimentos. Os treineiros não podem utilizar os resultados individuais do Enem para o acesso à educação superior e a programas governamentais de financiamento ou apoio ao estudante de nível superior, conforme descrito no edital do exame.
Enem 2021
O Enem 2021 foi aplicado nos dias 21 e 28 de novembro e a reaplicação ocorreu nos dias 9 e 16 de janeiro de 2022. O exame seleciona estudantes para vagas do ensino superior público, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para bolsas em instituições privadas, pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), e serve de parâmetro para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados também podem ser usados para ingressar em instituições de ensino portuguesas que têm convênio com o Inep .
Termina às 23h59 da próxima sexta-feira (15), o prazo para que estudantes que pretendem fazer o Exame Nacional do Ensino Médio 2022 (Enem) peçam a isenção da taxa de inscrição. O requerimento deve ser feito na Página do Participante .
Pelas regras do Enem, têm direito à gratuidade todos os participantes que se enquadram nas seguintes situações:
– estar na última série do ensino médio este ano em escolas públicas;
– ter cursado todo o ensino médio em escola pública ou sejam bolsistas integrais em escolas privadas. Os candidatos precisam ter renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio, ou seja, R$ 1.818, por pessoa;
– participantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica, por serem membros de família de baixa renda, e que estejam inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).
Documentação
Entre os documentos exigidos para a dispensa da taxa de inscrição estão a cédula de identidade do participante e dos demais membros que compõem o núcleo familiar; a cópia do cartão com o NIS válido, no qual está a inscrição no CadÚnico; uma declaração que comprove a realização de todo o ensino médio em escola pública ou histórico escolar do ensino médio, com assinatura e carimbo da escola. No caso de participante bolsista, acrescentar a declaração da escola que comprove a condição de bolsista integral em todo o ensino médio.
Faltosos
Outra situação em que a taxa de inscrição pode ser dispensada é a de estudantes isentos no Enem 2021, que, por algum motivo, faltaram no dia da prova e desejam fazer o Enem 2022 gratuitamente. Os candidatos devem também enviar documentos que justifiquem a ausência por meio de documentos como, por exemplo, atestados médicos e boletins de ocorrência. Somente serão aceitos documentos nos formatos PDF, PNG ou JPG, com o tamanho máximo de 2 MB.
Resultado
Os resultados, tanto da justificativa de ausência quanto da solicitação de isenção da taxa de inscrição para o Enem 2022, serão divulgados em 22 de abril, na Página do Participante. Quem tiver o pedido negado poderá recorrer entre 25 e 29 de abril. O resultado dos recursos será divulgado em 6 de maio.
Além de fazer o pedido de isenção, para participar do Enem 2022 é preciso se inscrever no exame. O edital com as datas das inscrições e das provas ainda não foi publicado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Notas
As notas do Enem podem ser usadas para ingressar no ensino superior, em universidades públicas e privadas, e para participar de programas federais como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
A biomédica Helena Bonciani Nader é a primeira mulher eleita para assumir a presidência da Academia Brasileira de Ciências (ABC) – instituição fundada há 105 anos.
A eleição da doutora em ciências biológicas pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ocorreu durante a Assembleia-Geral da instituição, no dia 29 de março. Dos 568 membros habilitados para votar, 420 exerceram esse direito, já que o voto não é obrigatório.
Ela será empossada durante a Reunião Magna da ABC, entre os dias 3 e 5 de maio de 2022, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e assume o cargo para o triênio 2022-2025.
“Para mim, é uma alegria e, ao mesmo tempo, uma responsabilidade, e também uma tristeza”, afirmou Helena.
“O fato de a gente ter que celebrar que é uma mulher, mostra que a nossa sociedade ainda está muito aquém. Nós temos muito para avançar. Eu vejo que o Brasil andou para trás nos últimos anos em relação não só às mulheres, mas aos direitos humanos como um todo. O Brasil andou para trás na cultura, nos povos originários, populações quilombolas e com as mulheres. Questionamentos como ‘lugar da mulher é ficar em casa para cuidar dos filhos’. Não dá isso numa democracia, muito menos o estado querer advogar.”
A pesquisadora é vice-presidente da ABC desde 2019 e vai assumir a cadeira do físico Luiz Davidovich. O químico Jailson Bittencourt de Andrade, professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e atuante no Centro Universitário Senai-Cimatec, ocupará a vice-presidência na nova diretoria.
Helena Nader foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC, 2011-2017), onde atualmente é presidente de honra, presidente da Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq, 2009-2010) e é co-presidente da Rede Interamericana de Academias de Ciências (Ianas).
Pluralidade na ciência
Promover a pluralidade na ciência e a educação são pautas prioritárias para a nova presidente da ABC.
“Transformar a sociedade brasileira para ser uma sociedade mais justa, dando o primeiro ponto de luta, a educação. Sem educação não tem ciência, sem ciência não tem tecnologia, sem tecnologia não tem inovação. A academia vai lutar cada vez mais por isso e fazer uma ponte com a sociedade. Já fazemos, mas podemos melhorar.”
“A pandemia teve uma lado positivo, que foi mostrar para a sociedade o valor da ciência. O que queremos é dialogar mais com a sociedade, trabalhos [científicos] que são mais complexos, vamos colocar de uma forma mais objetiva”, afirmou Helena.
Outro ponto importante da nova gestão será o trabalho relacionado à igualdade de gênero na ciência.
“Temos mulheres [cientistas] capazes e eu vejo um impacto muito importante nas crianças. É mostrar para elas o seguinte, ‘independentemente da profissão, menina, você pode fazer o que quiser, não existe essa diferença’. Somos diferentes fisiologicamente, mas não intelectualmente, a mulher pode e deve bater na porta, se fechar dá a volta e vai em outra, vai à luta, não pode aceitar ‘não’ como resposta final”.
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Ela aponta a médica e pesquisadora Margareth Dalcolmo – uma das principais especialistas em covid-19 e doenças pulmonares no país – como um exemplo para as novas gerações.
“Acho a Margareth uma mulher fora do comum no que ela faz. Sem contar outras, como a Ester Sabino [imunologista, pesquisadora e professora universitária brasileira]. Esta pandemia mostrou várias cientistas, que foram exemplos para as meninas e também para os meninos porque a clareza delas motivou também os meninos”.
Helena Nader lamenta que a divisão de tarefas domésticas ainda seja desigual e recaia sobre as mulheres prejudicando, muitas vezes, o trabalho intelectual e fora de casa.
“A pandemia prejudicou mais as mulheres cientistas do que os homens, não só no Brasil, no exterior também. Pelo fato de ficar todo mundo em casa, a produção científica dos homens aumentou, mas a das mulheres caiu. O que mostra as desigualdades. Quer dizer, a gente caminhou, mas um grande evento, como foi a pandemia, mostrou que esse equilíbrio nas relações de trabalho de casa, ainda é muito muito desigual e muito desfavorável para a mulher”, lamentou a pesquisadora.
A cientista reconhece que o Brasil precisa percorrer um longo caminho para combater desigualdades. Dentro da ciência, ela afirma ainda que é preciso garantir a entrada de mais negros e indígenas.
“No Brasil não é só a desigualdade entre homens e mulheres, mas a desigualdade entre as raças. A maioria do povo brasileiro é negra. A ciência ainda é muito pouco negra. Há poucos indígenas. O país tem que, primeiro, reconhecer que foi escravocrata e insistir em políticas públicas de inclusão”.
Diálogo
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Com a bandeira do diálogo com a sociedade, Helena se entusiasma ao falar dos benefícios que a ciência pode trazer a todos. “Estamos fazendo ciência para a sociedade, seja para entender o mundo ou para gerar um determinado produto. A ciência é o acúmulo de conhecimentos para o bem estar da sociedade, por isso, esse diálogo vai ser muito importante”.
Em sua gestão, a pesquisadora diz que pretende também aumentar a interlocução com o governo.
“Vamos lutar para que o Brasil, de fato, assuma a educação e a ciência como política de Estado, e não de quem está com a caneta na mão, de quem é o governo de plantão. É difícil, mas a gente almeja. Vi isso acontecendo nos Estados Unidos, onde os legisladores, se não trouxerem o benefício para o coletivo – e o benefício não é o aumento de salário – eles não vão ser reeleitos”, destaca.
Helena acredita ainda na importância de se fazer um trabalho de convencimento com os legisladores.
“Muitas vezes, os deputados e senadores estão votando uma determinada legislação e há alguns detalhes que podem afetar fortemente a sociedade, como é o caso, por exemplo, da Medida Provisória (MP) em relação aos recursos voltados para gás e petróleo. Em vez de investir em ciência vão renovar a frotas de máquinas!”, lamenta.
“O próprio [Donald] Trump [ex-presidente dos Estados Unidos] investiu mais em ciência, inclusive na indústria. As vacinas da Pfizer e da Moderna tiveram dinheiro público investido”, recorda a pesquisadora.
Ela se referia à MP 1.112/2022 , que muda quatro leis com o objetivo de aportar recursos para o Programa de Aumento da Produtividade da Frota Rodoviária no País (Renovar).
As empresas contratadas para exploração e produção de petróleo e gás natural podem destinar recursos para o desmonte e a destruição dos veículos pesados em fim de vida útil e descontar o valor aplicado do total de investimentos que são obrigadas a fazer nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação.
Estudo com a heparina
Foto: Reprodução/Agência Brasil
A biomédica tem como objeto de pesquisa a heparina, um composto que evita a coagulação do sangue e impede a formação de trombos. A pesquisadora é bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), publicou mais de 380 artigos em revistas científicas internacionais e já formou 46 mestres e 51 doutores, dos quais se orgulha em trabalhar junto.
“A heparina é um anticoagulante que até hoje não tem substituto, ele é retirado da mucosa intestinal bovina e suína, esse anticoagulante é fundamental para quem faz hemodiálise”, explica. O medicamento faz a prevenção de trombos no circuito de diálise.
Uma descoberta recente mostrou que a heparina pode impedir que o novo coronavírus invada as células. Os testes foram conduzidos por pesquisadores do Instituto de Farmacologia e Biologia Molecular da Universidade Federal de São Paulo (Infar/Unifesp).
“Tem uma camada no vaso sanguíneo que se chama endotélio e o sangue flui por ali. Com a covid-19, a célula endotelial fica lesada e, ao invés de ser antitrombótica, ela vira pró trombótica, ela coagula e o que se viu foi que a heparina tem um papel fundamental”, explica.
“Há também o irmão gêmeo da heparina, e foi nosso laboratório [Infar/Unifesp], em conjunto com alguns laboratórios do exterior, o primeiro grupo mostrando que existe na superfície um receptor que é parecido com a heparina que se chama heparan e que é importante para interação do vírus. Quando se dá a heparina, você impede a entrada do novo coronavírus nas células. Fomos o primeiro laboratório a ver isto, publicamos e tivemos o auxílio da Fapesp [Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo], que foi fundamental”, frisou Helena.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) disponibilizará 3.561 bolsas por meio da cota de pró-reitorias de pós-graduação. Deste total, 1.823 serão bolsas de mestrado e 1.738 de doutorado. Elas terão, como destino, 213 instituições de ensino superior e pesquisa, públicas e privadas.
De acordo com a entidade, 35% desses benefícios serão dirigidos a instituições das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O total anual a ser investido será R$ 70,2 milhões.
“Esse total se soma aos mais de 84 mil benefícios já concedidos pelos programas institucionais da Fundação”, informa a Capes, referindo-se às novas vagas previstas pela Portaria nº 73 , publicada noDiário Oficial da Uniãode hoje (6).
A portaria traz ainda alguns dos critérios a serem adotados para a alocação da cota de bolsas de estudo e auxílios escolares. Entre eles estão os cursos ofertados nos municípios de menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM); e os temas estratégicos que foram definidos pela pró-reitoria ou por órgão equivalente.
“A pró-reitoria, ou órgão equivalente na instituição, precisará definir e tornar público temas estratégicos onde serão aplicados esses benefícios, além de atender cursos ofertados em cidades de menor IDHM. Outros critérios poderão ser aplicados desde que os exigidos pela Capes sejam prioritários”, explicou, em nota, a entidade.
Segundo a Capes, os demais critérios para concessão das bolsas serão mais detalhados em portaria específica. Essas especificações, acrescenta a entidade, levarão em conta o número de bolsas que a instituição já recebe pelos programas institucionais. Em 2022, a coordenação destinou 84.336 bolsas à pós-graduação brasileira.
Após dois anos de pandemia, mais de 80% das escolas das redes municipais de educação estão com aulas totalmente presenciais e mais de 90% oferecem atividades presenciais cinco vezes por semana, com adesão quase total dos estudantes. É o que revela uma pesquisa realizada pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), com apoio do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), e do Itaú Social.
O estudo também mostrou que quase 80% das escolas municipais do país utilizam Busca Ativa para identificar e ajudar crianças e adolescentes que estão fora da sala de aula a retomarem os estudos.
O presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, aponta que entre os principais desafios relatados pela maioria dos 3.372 municípios participantes da pesquisa está encontrar e integrar estudantes que não voltaram para escola.
A necessidade de retomada de estudos das séries anteriores que não foram aprendidos de forma satisfatória por causa da pandemia também aparece no estudo. Em Goiás, por exemplo, um levantamento constatou que a alfabetização de crianças ficou comprometida, segundo a secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli. Ela informa que o estado realizou uma avaliação de fluência e o resultado foi o baixo nível de aprendizado.
Segundo a Undime, aqueles municípios que ainda trabalham no formato remoto ou híbrido cumprem essa etapa para adequação de protocolos e também porque, em alguns casos, há ainda necessidade de recomposição de equipes de apoios e estruturação das escolas.
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As mudanças trazidas pelo Novo Ensino Médio têm reflexos na educação em tempo integral da rede estadual do Paraná. A matriz curricular, com nove aulas diárias, tem quatro disciplinas novas: corresponsabilidade social, língua espanhola, mentoria e pensamento computacional. Além disso, os alunos têm agora duas aulas semanais de Educação Financeira durante os três anos.
Assim como os estudantes de ensino médio da modalidade regular, os da educação integral também cursam as disciplinas obrigatórias da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e escolhem um itinerário formativo — que pode ser linguagens e ciências humanas ou matemática e ciências da natureza. A diferença para os alunos da educação integral é que, além do itinerário e da BNCC, eles também têm outras onze disciplinas obrigatórias: práticas experimentais; preparação pós-médio; projeto de vida; pensamento computacional; corresponsabilidade social; educação financeira; estudo orientado; língua espanhola; mentoria e duas disciplinas eletivas.
FUNDAMENTAL –Também há novidades para o ensino fundamental na modalidade integral. A Educação Financeira, por exemplo, entrou na matriz curricular a partir deste ano com uma aula por semana para 6º e 7º anos, e duas aulas semanais para 8º e 9º anos.
Além dos conteúdos diversificados, a educação em tempo integral oferece também a oportunidade de construir uma comunidade escolar mais participativa, com pais, professores e alunos em diálogo contínuo. Os resultados dessa participação são vistos, por exemplo, no Colégio Estadual Conselheiro Carrão, em Curitiba.
“Como estamos o dia todo na escola, em contato com os alunos, eu percebo que há um reforço do vínculo entre nós. Há construção de uma confiança cada dia mais sólida”, diz Silvia Karla Santana, que leciona Geografia no colégio. “Eles passam a entender de maneira mais clara qual é o papel da escola em suas vidas. Ela é, além do lugar para aprender as disciplinas tradicionais, também onde eles aprendem a ser, a conviver, a fazer, a conhecer.”
LOUSAS DIGITAIS – Foram entregues em 2021, com recursos do MEC (Ministério da Educação), 158 lousas digitais para 31 colégios com educação em tempo integral — uma lousa para cada sala de ensino médio. As escolas estão localizadas em 29 municípios paranaenses.
“Essas lousas são utilizadas para enriquecer as aulas do professor, quando ele está passando a matéria e interagindo com os alunos”, diz Gustavo Garbosa, diretor de Tecnologia e Inovação da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. “É um produto que gera bastante interatividade e prende a atenção do aluno, ainda mais numa escola de tempo integral, onde o aluno fica mais tempo. Então, esse tipo de recurso é importante, para imergir o estudante ainda mais na aula.”
ESCOLAS EM TEMPO INTEGRAL –A rede estadual de ensino conta atualmente com 167 escolas de Educação em Tempo Integral, que atendem cerca de 40 mil estudantes — em 2019, havia 73 escolas da modalidade. As instituições de ensino estão em 103 cidades e fazem parte do programa Paraná Integral (que consiste em colégios com todas as turmas em tempo integral) ou do programa Integral Mais (em que algumas turmas dos colégios adotam o modelo).
O Ministério da Educação (MEC) lança hoje (6) a primeira etapa do Projeto Verticaliza, que proporcionará aos estudantes de cursos técnicos de nível médio o aproveitamento de seus estudos em cursos superiores. A ação, da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), conta com a parceria do Instituto Federal de São Paulo (IFSP).
Nessa primeira etapa, foi lançado o edital e foram abertas as inscrições para as instituições de ensino superior das redes estaduais, municipais, distrital e federal que ofertam cursos técnicos e superiores de tecnologia, além dos Sistemas Nacionais de Aprendizagem e instituições privadas, militares, comunitárias e confessionais.
A ideia do projeto é capacitar profissionais da educação para que desenvolvam planos pedagógicos que possibilitem o aproveitamento de estudos de nível médio em cursos de nível superior de tecnologia.
O período de adesão das instituições é até 31 de maio. A primeira turma do curso de aperfeiçoamento tecnológico terá início em julho. O público-alvo são os profissionais indicados pelas instituições de ensino que aderirem ao projeto. No total, seis turmas serão capacitadas ao longo de dois anos.
O curso é organizado em seis módulos consecutivos, totalizando 180 horas de atividades, com duração de 3 meses, e capacitará 260 profissionais da educação, de 65 instituições. O participante que for aprovado nos seis módulos receberá o certificado de Aperfeiçoamento Tecnológico, emitido pelo IFSP.
O Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT) disciplina a oferta de nível médio. Os eixos tecnológicos atualmente são: informação e comunicação; infraestrutura; militar; produção alimentícia; produção cultural e design; produção industrial; recursos naturais; segurança; turismo hospitalidade e lazer; ambiente e saúde; controle e processos industriais; desenvolvimento educacional e social; e gestão e negócios.
O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação e do Esporte, lançou nesta terça-feira (5) um minidocumentário com histórias de três estudantes do programa Ganhando o Mundo, de intercâmbio internacional. Poucos dias antes do embarque para o Canadá, no início de fevereiro, uma equipe da pasta foi conhecer um pouco mais da vida das alunas Alessandra Rosenbach, Letícia Daroz e Daiély França, nos municípios de Quinta do Sol, Alto Paraná e Nova Laranjeiras, respectivamente.
O minidocumentário foi gravado nas casas e nos colégios das estudantes, o filme conta com depoimentos de familiares e professores sobre a oportunidade inédita do intercâmbio, além das expectativas das próprias estudantes e a chegada em território canadense.
No fim do material, com pouco mais de 18 minutos, há um breve relato do secretário Renato Feder ressaltando o trabalho conjunto da rede estadual de ensino para que o sonho se tornasse realidade. “É um sonho compartilhado entre o aluno que vai e o professor que criou toda aquela base para o aluno poder ir. E no retorno, essa gratidão, esse reconhecimento vai acontecer de uma maneira muito forte”, disse.
O programa de intercâmbio internacional, idealizado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, foi criado para oferecer a estudantes do Ensino Médio da rede pública uma formação em instituições de ensino estrangeiras que tenham curso equivalente ao Ensino Médio no Brasil. Os jovens foram selecionados com base em um ranking de melhores notas entre as escolas estaduais e partiram para o Canadá.
Feder também comentou a repercussão do programa. “O Ganhando o Mundo tem um impacto gigante por dois motivos: o de quem viaja, que quando voltar também vai trazer a experiência e passar isso para toda a comunidade, para a escola. O outro ganho é de muito mais estudantes se esforçando, estudando pra ter essa oportunidade, essa chance”, afirmou.
Ainda neste ano a Secretaria da Educação deve divulgar os detalhes da segunda edição do programa, a ser realizada em 2023, em versão ampliada.
Pelo menos um a cada cinco municípios brasileiros exigem cartão de vacinação das crianças nas escolas, segundo pesquisa divulgada hoje (5) pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). O estudo mostra ainda que a maior parte das escolas retomou as aulas em 2022 de forma totalmente presencial e a maioria dos municípios têm feito busca ativa para localizar os estudantes que abandonaram os estudos durante a pandemia.
O estudo foi feito entre 22 de fevereiro e 8 de março, com 3.372 secretarias municipais de educação. Ao todo, 1.248, o que equivale a 22% dos 5,5 mil municípios brasileiros, disseram exigir cartão de vacinação infantil. A falta do documento não impede o acesso do estudante à escola. Em 47% dessas cidades, a escola comunicará o Conselho Tutelar caso a criança não tenha sido vacinada contra a covid-19.
“O movimento é de orientação, de conscientização”, diz o presidente da Undime, Luiz Miguel Martins Garcia, que acrescenta: “Depois de feitas iniciativas da escola, iniciativas da secretaria e não tem responsividade da família, informamos o conselho tutelar que por sua vez inicia um processo de conscientização. É uma forma de reforçamos o processo de conscientização e de garantia da saúde coletiva”.
A pesquisa mostra também que 63% dos respondentes acreditam que há uma boa aceitação dos pais e responsáveis e procura pela vacinação infantil contra a covid-19, enquanto 20% afirmam que há certa resistência e baixa procura pela imunização.
“É importante continuar a incentivar a vacinação das crianças, mas que isso não seja uma barreira. A pesquisa mostra que isso não está acontecendo. A vacinação é incentivada e pedida em algumas redes, mas nunca pode ser uma barreira para a criança voltar para a escola”, diz Florence Bauer, representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil.
Em relação a vacinação dos profissionais de educação, 1.888 redes de ensino vão pedir a comprovação da vacinação contra a covid-19. Entre esses municípios, 50% afirmam que os profissionais não vacinados ou com vacinação incompleta serão orientados sobre a importância da imunização; e 38% informam que o cartão está sendo pedido apenas para monitoramento. Além disso, 58% disseram que vão promover campanhas de sensibilização para a vacinação contra a covid-19.
Quando houver casos de covid-19 nas escolas, 76% das redes entrevistadas preveem apenas o isolamento do estudante ou servidor que apresentar sintomas, sem fechar a escola; 15% preveem o isolamento de toda turma de estudante ou servidor que apresentar sintomas; e 4% preveem isolamento de toda a escola em caso de sintomas.
Em relação ao processo de vacinação nas cidades, 42% das secretarias de Educação estão acompanhando o processo junto às secretarias municipais de Saúde e 27% disseram que o governo do município vai organizar campanha de sensibilização para aumentar o número de vacinados.
Retomada das aulas
Após dois anos de pandemia, mais de 80% das redes municipais de educação estão com aulas totalmente presenciais e mais de 90% oferecem atividades presenciais cinco vezes por semana. Apenas 3,2% das escolas não retornaram às atividades presenciais. As demais adotam o chamado ensino híbrido, mesclando aulas presencias e remotas. Para localizar os estudantes que abandonaram os estudos na pandemia, 78% das redes estão fazendo buscas ativas.
“É importante a gente se dar conta dessa situação tão atípica. Por isso a educação tem que ser a prioridade número um a nível nacional, para poder recuperar esse período tão profundo e tão grande e poder dar essa chance a crianças e adolescentes”, diz Florence.
Diante dos impactos da pandemia na educação, a maioria das redes municipais está investindo em medidas para recomposição e recuperação de aprendizagens. Para avaliar o que foi e o que não foi aprendido nesse período, 60% das redes estão aplicando avaliações diagnósticas em todas as escolas e 33% fazem esse diagnóstico por meio de avaliações que as próprias escolas elaboram.
A maioria das escolas, 69% das redes disseram que realizam, ou vão realizar, atividades de recuperação dentro do turno escolar; e 54% têm, ou terão, atividades presenciais no contraturno escolar.
Segundo Garcia, é importante que haja uma política contínua de avaliação e que essas avaliações sirvam para orientar ações de programas de recomposição e recuperação e que haja também uma formação contínua do professor para trabalhar nesse ambiente.
Sobre os desafios enfrentados pelos gestões no planejamento do ano letivo, a organização do transporte escolar é apontada como principal dificuldade, seguida pela adequação de infraestrutura das escolas públicas municipais para atendimento ao protocolo sanitário.
Questões como acesso dos professores à internet, formação dos profissionais e trabalhadores em educação, planejamento pedagógico e organização do calendário letivo de 2022 também constam como desafios enfrentados pelas redes de ensino dos municípios.
Pesquisa
O estudo foi realizado com apoio do Unicef e do Itaú Social. Essa é a sétima fase da pesquisa, que teve a sua primeira edição no início da pandemia, em abril de 2020. A pesquisa contempla respostas de 61% do total de municípios brasileiros, o que representa mais de 22,8 milhões de matrículas.