Pelo segundo mês consecutivo, as importações superam as exportações pelos portos do Paraná. Em fevereiro, 1.946.654 toneladas de cargas entraram no Brasil pelos terminais paranaenses, enquanto 1.702.124 saíram do país. Com isso, o primeiro bimestre de 2021 registra um aumento de 12% nas compras de produtos estrangeiros e, ao mesmo tempo, uma queda de 12% nas vendas de produtos nacionais.
“Em 2020 tivemos um volume muito alto de embarque de granéis, principalmente soja, logo no início do ano. Mas em 2021 tivemos um atraso na colheita e na chegada do produto ao porto, além de dois meses de muita chuva”, diz o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.
Nas últimas duas semanas de fevereiro a soja começou a chegar em maior volume e a expectativa é que os embarques sigam ritmo intenso ao longo do ano. Enquanto isso, os desembarques de granéis importados cresceram. “Batemos o recorde de descarga em 24 horas. Foram quase 50 mil toneladas, entre os dias 20 e 21, bem acima da média diária de 30 mil toneladas. Foram sete navios descarregando produtos, simultaneamente”, afirma Garcia.
BIMESTRE: Ao todo, foram 3.787.546 toneladas de cargas importadas nos primeiros dois meses do ano. Somente de fertilizantes foram quase 1,67 milhão de toneladas. O volume é cerca de 8% maior que as 1,55 milhão de toneladas de adubos desembarcadas no mesmo período em 2020.
Além dos fertilizantes, também são graneis sólidos importados pelos portos do Paraná o trigo, o malte, a cevada e o sal. Somando todos os produtos do segmento, foram 1.847.850 toneladas movimentadas neste primeiro bimestre do ano. O volume é cerca de 4,4% maior que as 1.770.169 toneladas registradas em janeiro e fevereiro do ano passado.
CARGA GERAL – O segundo segmento que mais movimentou em 2021 foi o de carga geral: 2.017.532 toneladas, nos dois sentidos de comércio. O volume representa aumento de 12% em relação às 1.808.283 toneladas registradas no mesmo período, em 2020.
A alta também foi puxada pelas importações. Foram 855.599 toneladas de cargas desembarcadas – 20% a mais que as 715.670 toneladas importadas no primeiro bimestre.
LÍQUIDOS – Das 1.322.346 toneladas de graneis líquidos movimentadas nos primeiros dois meses do ano, as importações somam 1.226.837 toneladas. Neste sentido, o segmento registra alta de 35% em relação ao ano passado (com 908.339 toneladas de líquidos importados).
Somando as importações e exportações, foram 1.140.785 toneladas de granéis líquidos movimentados pelo Porto de Paranaguá.
EXPORTAÇÃO – Nas exportações, os destaques estão nos volumes e percentuais de aumento registrados nos embarques de açúcar, milho e óleos vegetais.
De açúcar, em saca (carga geral) e a granel, foram 530.591 toneladas exportadas neste primeiro bimestre. Comparado com o volume exportado no período, em 2020, a alta registrada é de 127%. Nos primeiros dois meses, no ano passado, foram comercializadas 233.457 toneladas do produto.
Nos embarques de milho, a alta foi de 99%. Este ano, 591.538 toneladas do produto foram exportadas a granel. Em 2020, eram 297.802 toneladas.
De óleos vegetais, foram 142.349 toneladas exportadas no primeiro bimestre. O volume é 59% maior que as 89.293 toneladas registradas no ano passado, nos mesmos dois meses.
MOVIMENTAÇÃO TOTAL – Nos primeiros dois meses do ano, 7.247.245 toneladas de cargas foram movimentadas pelos portos do Paraná.
O Instituto Água e Terra (IAT) informa que, conforme o Decreto Estadual nº 7020/2021, as Unidades de Conservação, abertas à visitação pública, reabrem a partir desta quarta-feira (10), das 10h às 17h, e ficarão fechadas no sábado e domingo (13 e 14). O horário das 10h às 17h permanece nos dias 15 e 16. A partir do dia 17 (quarta-feira da semana que vem) as unidades voltarão sua programação de quarta a segunda, das 8h às 17h.
A capacidade máxima de público foi reduzida em 50%. Portanto, a fim de evitar transtornos, é indicado que o visitante ligue com antecedência para verificar a disponibilidade de vagas. Para mais informações e contatos das unidades, acesse o link:http://www.iat.pr.gov.br/Pagina/Conheca-os-Parques-do-Parana.
“A prática de esportes coletivos e promoção de eventos nas unidades também estão proibidos nesse momento, assim como acampamentos, fogueiras e comercialização de serviços dentro dos parques”, diz o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto.
CUIDADOS – O cumprimento das medidas de combate ao Covid-19 é importante para manter a segurança dos visitantes e para que não haja fechamento dos parques. As equipes dos Parques Estaduais disponibilizarão álcool em gel, medirão a temperatura dos visitantes e devem aumentar a higienização das dependências.
INFRAÇÃO – Não seguir as determinações impostas pelo órgão ambiental acarreta em infração ambiental prevista no Decreto Federal nº 6.514/08, que dispõe sobre as infrações e sanções administrativas ao meio ambiente.
O Governo do Estado ativou 779 leitos exclusivos Covid-19 nas últimas duas semanas. As ampliações emergenciais começaram em 22 de fevereiro e, desde então, 259 UTIs e 520 enfermarias foram colocadas à disposição da população em todo o Paraná.
Desde sábado (06) até a noite desta segunda-feira (08) foram ativadas 46 UTIs e 35 enfermarias nos municípios de Curitiba (23 UTIs), Campo Mourão (6 UTIs), Paranavaí (5 UTIs e 20 enfermarias), Irati (8 UTIs), Palotina (4 UTIs e 5 enfermarias) e Bandeirantes (10 enfermarias).
“O Paraná tem feito um grande esforço para ampliar o maior número de leitos possível para os casos suspeitos e confirmados da Covid-19. Nestas duas semanas, de acordo com número de leitos abertos, é como se o Estado tivesse aberto um novo hospital de grande porte para atendimento aos paranaenses”, afirmou o governador do Estado, Carlos Massa Ratinho Junior.
“Infelizmente sabemos que estas ações não são infinitas e que estamos no limite, seja com equipamentos, medicamentos ou equipe médica especializada. Por isso contamos com o apoio da população em retomar as medidas de prevenção e evitar a contaminação pelo vírus”, acrescentou o governador.
LEITOS– De acordo com a Regulação de Leitos Estadual, nesta segunda-feira (08) o Paraná somava 1.473 leitos de UTI Adulto e 2.267 enfermarias, com ocupação de 97% e 80% respectivamente.
“Este é o maior número de leitos ofertados em todo o Estado desde o início da pandemia. Porém, a fila de espera por leitos exclusivos também tem aumentado, chegando a 1.071 pacientes aguardando por uma transferência nesta data, ou seja, por mais que o Governo disponibilize mais leitos a quantidade de pessoas que se contaminam e precisam de atendimento ainda é maior”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
Estes pacientes que aguardam na fila de espera não estão desassistidos, mas necessitam de atendimento mais específico e transferência destas unidades básicas de saúde ou de pronto atendimento. “O atendimento está sendo realizado dentro do que a estrutura permite. Obviamente não é a realidade que gostaríamos de estar vivendo, mas chegamos no limite e se não retomarmos os cuidados podemos perder mais vidas em filas de espera”, finalizou Beto Preto.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior instituiu nesta segunda-feira (8) um grupo de trabalho para discutir novas medidas econômicas para as empresas e os trabalhadores atingidos direta ou indiretamente pela pandemia. O objetivo é acelerar programas ainda embrionários para disponibilizar, além de crédito e inovações tributárias, formas de auxiliar financeiramente empresas e setores impactados pelas restrições de circulação.
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“É um grupo específico de apoio a pequenas empresas, pequenos negócios, àqueles segmentos que foram muito penalizados na pandemia, como bares e restaurantes. A ideia é ter ações mais rápidas e anunciar algumas novidades já na próxima semana”, disse Guto Silva, chefe da Casa Civil. “O objetivo é auxiliar de maneira concreta, socorrer alguns segmentos que não tiveram alternativa. A ideia é identificar boas práticas, boas ideias, e colocar de pé essas iniciativas no Paraná”.
O grupo vai apresentar já na próxima segunda-feira (15) algumas novidades. O objetivo é direcionar as ações para micro e pequenos empreendedores, lojistas e comerciantes, além de prestadores de serviços e profissionais ligados ao setor cultural e de turismo. A ideia é manter os empregos, o que garante renda para as famílias, e a roda da economia girando perto da normalidade, com ações ainda mais incisivas do que as adotadas em 2020.
Farão parte do grupo de trabalho instituído pelo Decreto 7.033/2021 o Gabinete da Governadoria, a Vice-Governadoria, a Casa Civil, as secretarias de Planejamento e Projetos Estruturantes e Fazenda, a Invest Paraná, a Fomento Paraná e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Esse grupo também será um canal de comunicação com o setor produtivo durante a pandemia e terá entre 30 e 60 dias para elaborar um relatório das ações.
ÚLTIMOS PACOTES – Na sexta-feira (05), o governador Ratinho Junior apresentou para a sociedade um pacote de estímulo ao crédito. A linha Recupera Paraná foi reativada e destinará R$ 10 milhões para atender empreendedores informais e MEIs. Além disso, os empreendedores que pegaram empréstimos por essa linha no ano passado terão o pagamento das parcelas suspenso por dois meses.
O BRDE também repassará R$ 30 milhões, com juros subsidiados, para ampliar a disponibilidade de crédito dos programas Banco da Mulher Paranaense e Banco do Empreendedor, da Fomento Paraná. O BRDE e a Fomento Paraná ainda vão destinar R$ 120 milhões a empreendimentos que trabalham com o turismo, beneficiando o setor hoteleiro e o de serviços.
Na semana anterior, frente ao acirramento da pandemia, o Governo do Estado já tinha suspendido o ajuizamento de execuções fiscais e a apresentação de protesto de certidões de dívida ativa do Estado e adiado os prazos de pagamento das parcelas vincendas do IPVA 2021 (terceira, quarta e quinta). Também foi anunciado o adiamento do pagamento do ICMS devido por pequenas empresas optantes do Simples Nacional e o parcelamento do ICMS devido por Substituição Tributária.
PRESENÇAS – Participaram do encontro o vice-governador Darci Piana; os secretários João Debiasi (Comunicação e Cultura), Renê Garcia Júnior (Fazenda) e Valdemar Bernardo Jorge (Planejamento e Projetos Estruturantes); o diretor-presidente da Fomento Paraná, Heraldo Neves; o diretor de Desenvolvimento Econômico e Relações Internacionais e Institucionais da Invest Paraná, Giancarlo Rocco; o diretor de Mercado e Novos Negócios da Invest Paraná, Gustavo Cejas; e o diretor-geral da Casa Civil, Felipe Flessak.
A Rede de Estudos Genômicos do Paraná passou a integrar a rede nacional, denominada Rede Corona-ômica Brasil, vinculada à Secretaria de Pesquisa e Formação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. A ação vai possibilitar, entre outros benefícios, o compartilhamento de análises genéticas de amostras de pacientes infectados com o novo coronavírus e o aporte de recursos financeiros da União para o custeio de pesquisas paranaenses.
A Rede Corona-ômica Brasil tem como objetivo promover o sequenciamento genético do SARS-CoV-2 em todo o País e monitorar as mutações do vírus. A iniciativa é resultado de uma articulação entre o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Aldo Nelson Bona, e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Cesar Pontes, sob o direcionamento do governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Aldo Bona sinaliza que o Paraná vai colaborar com as informações nacionais relacionadas à reação dos organismos dos pacientes ao vírus. “O intuito é trabalhar com sequenciamento genético e fazer estudos da correlação entre o vírus, a doença e a reação imunológica, contribuindo para o desenvolvimento, de maneira mais assertiva de diagnósticos e tratamentos, assim como trabalhando com a produção de conhecimento associado ao tema”, afirma.
As mutações do vírus em circulação no atual momento da pandemia reforçam a urgência de avançar com os estudos e pesquisas. “Os resultados obtidos pelos pesquisadores auxiliam o processo de tomada de decisão de autoridades sanitárias e governamentais, com foco na definição de protocolos de vigilância, controle, tratamento e prevenção da doença”, Aldo.
Segundo o secretário de Pesquisa e Formação Científica do Ministério, Marcelo Morales, mais de 2.400 amostras passaram, até agora, por sequenciamento genético em todo território nacional. “É fundamental a junção de esforços para o monitoramento e sequenciamento do genoma do vírus circulante, pois a ação conjunta permite a adoção de medidas em tempo hábil”.
As atividades da Rede de Estudos Genômicos do Paraná são coordenadas pelo doutor em Ciências Médicas, David Livingstone Alves Figueiredo. Ele ressalta a importância do sequenciamento genético para as pesquisas sobre o patógeno. “Além de aumentar a capilaridade dos nossos estudos, o trabalho em rede possibilita a troca de conhecimento com vários cientistas, contribuindo para o aprendizado em torno dos grupos genéticos do vírus em circulação no Paraná e no Brasil”, diz o médico, que também atua como coordenador do Curso de Medicina da Unicentro.
Além do superintendente Aldo Bona e do coordenador David Livingstone, odocumento de formalizaçãoda adesão da Rede Estadual à Rede Nacional também foi assinado pelo presidente da Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Paraná, Ramiro Warhaftig.
PESQUISA – Lançada em julho do ano passado, a Rede de Estudos Genômicos do Paraná tem como objetivo contribuir para o avanço e desenvolvimento de metodologias aplicadas ao diagnóstico e prevenção de patologias de base genética, tais como doenças oncológicas e a própria Covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus.
Instituída no âmbito do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação em Genômica (Napi Genômica), uma das primeiras iniciativas empreendidas pela rede paranaense, o Projeto Genoma Covid-19 reúne mais de 200 pesquisadores de instituições de ensino e de pesquisa, públicas e privadas.
Esse projeto estuda o comportamento do novo coronavírus em pacientes com quadros clínicos graves, moderados e leves ou assintomáticos, internados em enfermaria e em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com ventilação pulmonar, além de pacientes curados sem a necessidade de transferência para a UTI.
VALE DO GENOMA – O Governo do Paraná vem articulando a formalização do Vale do Genoma, um polo de startups voltado para saúde e genética. Pioneiro no Brasil e no mundo, o projeto será instalado em Guarapuava, no Centro-Sul do Estado, baseado em um modelo de coopetição – conceito organizacional que alia a cooperação à competição, favorecendo o crescimento de segmentos empresariais e profissionais.
A iniciativa consiste na estruturação de um ecossistema de inovação inédito de genômica e inteligência artificial aplicada à saúde, com foco na geração de negócios entre startups e outras empresas, contemplando também as áreas da agricultura e agropecuária. O intuito é desenvolver soluções inovadoras, considerando tendências tecnológicas e conhecimento científico, mediante a participação de pesquisadores e membros da comunidade acadêmica.
REDEVÍRUS – A rede reúne especialistas, representantes de governos, agências de fomento, centros de pesquisas e universidades, com o propósito de integrar ações de combate a viroses emergentes, no âmbito do MCTI. Funciona como um comitê de assessoramento estratégico, atuando na articulação de laboratórios e atividades de pesquisa, com foco na eficiência econômica e na otimização e complementaridade da infraestrutura.
CORONA-ÔMICA – Área da RedeVírus do MCTI responsável pelo monitoramento e sequenciamento do genoma do novo coronavírus circulante no País, com a finalidade de subsidiar medidas estratégicas de combate à pandemia em tempo hábil. Também acompanha a evolução do SARS-CoV2 na infecção de pessoas em diferentes regiões do Brasil. A partir de uma análise acurada, a Rede Corona-ômica Brasil tem como objetivo identificar mutações do vírus e potenciais focos terapêuticos.
As forças de segurança pública do Paraná completam nesta segunda-feira (08) nove dias de fiscalizações e outras ações de prevenção no Estado. O balanço da Secretaria estadual da Segurança Pública aponta que neste período houve 4.947 estabelecimentos comerciais fiscalizados e 209 deles foram interditados. As polícias dispersaram 1.779 aglomerações de pessoas e nas ações com órgãos municipais foram lavradas 221 multas a pontos comerciais e outras 406 às pessoas que foram flagradas em desrespeito às medidas sanitárias.
O balanço indica que 420 pessoas foram presas e 89 adolescentes apreendidos pelas equipes policiais. As operações constantes e a intensificação de policiamento também resultaram em 19 armas de fogo e 128 equipamentos eletrônicos apreendidos.
Nestes nove dias de vigência do decreto estadual nº 6.983/2021 as polícias receberam 2.947 denúncias sobre violação das medidas sanitárias, sendo que 569 foram constatadas no período.
A estatística também aponta que na faixa de horário entre 7 horas de domingo (07) e 7 horas de segunda-feira (08), houve 173 dispersões de aglomerações de pessoas, 360 denúncias relacionadas à Covid-19, das quais 58 foram constatadas ao final do atendimento. Durante as abordagens e outras ações, as forças de segurança encaminharam 19 adultos e cinco adolescentes, além de apreenderam uma arma de fogo e quatro veículos. Os trabalhos de Ação Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU) resultaram em 10 pontos comerciais interditados e na lavratura de 12 multas aos comércios e 74 às pessoas que cometeram infrações.
CAPITAL – As polícias promoveram operações constantes que resultaram em 195 pontos comerciais fiscalizados e 290 dispersões de aglomerações desde o início da vigência do decreto até esta segunda-feira (08).
Neste período, as equipes policiais receberam 700 comunicados sobre infrações ao decreto, sendo que 57 acabaram constatadas. A Ação Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU) também foi aplicada na cidade e o trabalho rendeu 38 pessoas multadas e 84 estabelecimentos comerciais.
A presença policial nas ruas também preveniu crimes e promoveu prisões e apreensões. Nos nove dias de vigência do decreto, mais de 31 quilos de drogas foram retiradas de circulação, 47 veículos apreendidos e outros oito recuperados nas ações. Além disso, 72 pessoas acabaram conduzidas e sete adolescentes, apreendidos.
NORTE – Nos municípios do Norte e Norte Pioneiro, as forças policiais fiscalizaram 917 pontos comerciais desde a promulgação do do decreto estadual, sendo que 11 acabaram interditados. Os órgãos municipais lavraram 18 multas aos comércios conforme as infrações constatadas pelos policiais militares durante as abordagens. Além disso, as equipes que reforçam as orientações e abordagens nas ruas dispersaram 504 aglomerações de pessoas.
Foram recebidos 881 chamados sobre as hipóteses de propagação do coronavírus, dos quais 50 foram constatadas pelas equipes policiais. Nessas hipóteses, foram apreendidos quatro armas de fogo, mais de 29 quilos de drogas e 23 veículos, além de nove que tinham alerta de roubo/furto e foram recuperados. Ao atender ocorrências, os policiais encaminharam 75 pessoas e apreenderam 50 adolescentes.
NOROESTE – A fiscalização nesta região em cumprimento às medidas sanitárias do decreto estadual nos municípios situados no Noroeste paranaense já resultou em 49 pessoas encaminhadas e sete adolescentes apreendidos, além de lavradas 103 multas a pessoas e outras 27 vinculadas à desobediência ao decreto. No período de nove dias de vigência do decreto, os policiais abordaram 1.192 estabelecimentos comerciais, sendo que 14 foram interditados pelas irregularidades constatadas.
As unidades policiais desta região receberam 245 denúncias sobre infrações relacionadas às medidas sanitárias, sendo que 174 foram constatadas, além de 444 dispersões de aglomerações de pessoas. Durante o atendimento às ocorrências, os policiais recuperaram dois veículos e apreenderam outros 25, quatro armas de fogo e 11 equipamentos eletrônicos.
CAMPOS GERAIS – Na região de Ponta Grossa, a atuação das unidades do 4º CRPM resultou em 150 pessoas conduzidas e 23 adolescentes apreendidos desde o dia 27 de fevereiro, quando começou a vigência do decreto nº 6.983 / 2021.
De acordo com o balanço regional, 1.105 pontos comerciais foram fiscalizados, dos quais 136 acabaram interditados e 18 multas lavradas. As abordagens às pessoas renderam 54 multas por infrações relacionadas ao decreto estadual.
A demanda da população sobre as questões que envolvem o decreto foi de 361 denúncias que resultaram em 153 ocorrências constatadas. Também houve 171 dispersões de aglomerações de pessoas nos municípios. Durante a atuação pelo cumprimento das medidas sanitárias, foram flagrados outros crimes que culminaram na apreensão de 12 veículos, de cinco armas de fogo e de mais de três quilos de drogas.
OESTE – A região de fronteira e Oeste paranaense também contou com forte atividade das polícias sobre a prevenção ao Covid-19. Com os reforços de viaturas e equipes nas ruas, 200 aglomerações de pessoas foram dispersadas e 1.090 pontos comerciais fiscalizados. Durante o atendimento, os policiais ainda apreenderam 19 veículos, três armas de fogo e recuperaram três veículos que tinham alerta de furto/roubo.
As operações de Ação Integrada de Fiscalização Urbana (AIFU), promovidas em parceria com os municípios, renderam 28 pontos comerciais interditados e 45 multas lavradas. As equipes também notificaram 99 pessoas que cometeram infrações em relação às medidas sanitárias.
REGIÃO METROPOLITANA E LITORAL – Desde o início de vigência do decreto estadual até às 7 horas desta segunda-feira, 364 pontos comerciais foram fiscalizados e 157 aglomerações de pessoas dispersadas. As unidades receberam no período 596 denúncias, sendo que 35 foram constatadas. As ações policiais também resultaram em 15 encaminhamentos, uma arma de fogo e mais de dois quilos de drogas apreendidas.
No Dia Internacional da Mulher, duas mulheres ganharam os maiores prêmios do Programa Nota Paraná. O maior deles, no valor de R$ 1 milhão, saiu para uma contribuinte de Curitiba. O segundo prêmio, de R$ 200 mil, foi para outra paranaense, de Palmas, no Sudoeste do Estado. O sorteio aconteceu na manhã desta segunda-feira (08).
Além desses, foram sorteados 40 prêmios de R$ 10 mil e 40 mil prêmios de R$ 10. Ainda nesta semana as vencedoras serão notificadas pela coordenação do programa e terão os valores depositados nas contas correntes cadastradas.
Através dos sorteios o programa distribui mensalmente R$ 4,2 milhões – R$ 2 milhões entre consumidores que solicitam CPF na nota e R$ 2,2 milhões para entidades que cadastram o CNPJ e/ou recebem doações de notas fiscais. Outros R$ 800 mil serão sorteados entre os contribuintes que se credenciaram no Paraná Pay, cujo primeiro sorteio foi adiado devido às restrições impostas pela pandemia de Covid19.
CRÉDITOS – Também nesta segunda-feira, o Programa Nota Paraná liberou os créditos para os consumidores que solicitaram CPF na nota nas compras de dezembro.
São R$ 31 milhões, sendo R$ 28,2 milhões para consumidores com CPF identificado e R$ 2,8 milhões para instituições com CNPJ informado. O valor é o maior em 11 meses e representa um acréscimo de R$ 7 milhões em comparação ao valor restituído do mês de fevereiro, que foi de R$ 24 milhões.
Confira as 10 instituições premiadas com R$ 20 mil
1. Associação Ministério Melhor Viver – Ponta Grossa
2. Hospital Nossa Senhora das Graças – Curitiba
3. União Oeste Paranaense de Estudos e Combate ao Câncer – Cascavel
4. Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo – Laranjeiras do Sul
5. Associação de Pais e Amigos do Karatê – Ponta Grossa
6. Hospital Nossa Senhora das Graças – Curitiba
7. Associação Cultural e Educação Infantil Menino Jesus – Maringá
8. Corbélia Proteção Animal – Corbélia
9. Clube das Mães Unidas – Londrina
10. Associação Paranaense de Cultura – APC – Curitiba
O governador Carlos Massa Ratinho Junior se reuniu nesta segunda-feira (8) com o presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador José Laurindo de Souza Netto, e o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano, para reforçar o pedido de apoio institucional no enfrentamento da pandemia. O encontro acontece na semana que marca um ano da confirmação dos primeiros casos ao Estado e no momento mais delicado da emergência em saúde pública, com aumento de casos, óbitos e internações.
“O Paraná encarou esse primeiro ano de pandemia com muita seriedade e contou com apoio do Tribunal de Justiça, da Assembleia Legislativa, do Ministério Público, do Tribunal de Contas, da Defensoria. Todos sempre foram muito solícitos e parceiros. Essa união nos ajudou a tomar decisões difíceis e a amenizar os problemas lá na ponta para as pessoas”, disse Ratinho Junior. “Mas era um cenário sem a variante amazônica, que é mais agressiva. A realidade agora é outra”.
O governador citou que a circulação da nova cepa tem aumentado os índices de hospitalização de pessoas mais jovens e a fila da espera por leitos, que passou de pouco mais de 40 (base de 2020) para mais de 900. Para responder a essa demanda, o Estado aumentou os leitos de UTI e enfermaria nos últimos dias, chegando a quase 700 em apenas sete dias, o que corresponde a dois hospitais de campanha. Nos próximos dias mais 1.000 leitos de enfermaria devem ser habilitados na rede.
O governador também citou o aumento das dificuldades de aquisição de insumos e equipamentos, seja por imposição do mercado, seja pelo processo licitatório. Enquanto isso, o Estado está formando uma rede com empresas e cooperativas dispostas a doar monitores e respiradores. A ideia é ganhar velocidade para atender esse novo momento da pandemia. “Mais uma vez vamos precisar de todos os Poderes. Teremos 15 dias muito difíceis pela frente e queremos ter todos ao nosso lado nessa frente de batalha”, disse Ratinho Junior.
Ele também apresentou as novas medidas restritivas adotadas na sexta-feira e elencou a infraestrutura criada pelo Paraná desde o começo da pandemia, com a formatação da rede de atendimento exclusivo para Covid-19 com leitos de UTI e de enfermaria, dobrando a quantidade até então existente no Paraná nos últimos 30 anos. “Há muita solidariedade nas instituições do Paraná e estamos abertos a qualquer tipo de orientação ou sugestão. Temos a tranquilidade e a humildade de ouvir e absorver as lições”, afirmou o governador.
CENÁRIO – O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, elencou as dificuldades do momento, mas afirmou que o Paraná conta com uma rede robusta de atendimento e não deixará ninguém desassistido. São quase 1.500 leitos exclusivos de UTI abertos em um ano e possibilidade de ampliação, nos próximos dias, de leitos de enfermaria e de semi-intensivo. Ele destacou que o Estado já investiu R$ 1 bilhão diretamente na estratégia de combate à Covid-19 e tem a melhor estratégia de testagem e os números mais fidedignos do País.
“Todo esforço que fizemos até aqui foi planejado. Com a nova cepa e a demora da chegada da vacina estamos apreensivos. Essa variante amazônica tem poder de contágio de quatro a seis vezes maior e pode causar reinfeção.
O tempo de permanência das pessoas nos hospitais também aumentou 10%. Ou seja, sem fazer nada é como se tivéssemos perdido 10% de leitos”, afirmou o secretário.
PARCERIA – Os dois presidentes dos outros Poderes elogiaram o trabalho desenvolvido pelo Governo do Paraná desde o começo da pandemia tanto na área da saúde pública, com novos hospitais regionais e apoio aos municípios, como na seara econômica, com crédito e mudanças tributárias. Eles citaram que esse é o momento de redobrar a união de esforços.
“É um momento de solidariedade. O Governo do Estado tem feito o necessário para enfrentar toda essa demanda, dobrando os leitos, ofertando EPIs. A ideia é manter o diálogo e a cooperação, tomar decisões coerentes com o momento da pandemia. Também nos adaptamos a essa realidade no Tribunal de Justiça e estamos desempenhando nosso papel para apoiar a sociedade”, disse o desembargador José Laurindo de Souza Netto. “Estamos na linha de frente do confronto. É um momento difícil e precisamos nos apoiar”.
O deputado estadual Ademar Traiano afirmou que a Assembleia Legislativa será parceira das decisões difíceis. “É importante apoiar as decisões técnicas e científicas. É um quadro que envolve uma série de variáveis. Mas o fundamental nesse momento é o apoio. Queremos superar essa crise. Há uma angústia dos empresários, do setor privado, dos trabalhadores. E, se necessário for, dentro dos aspectos legislativos, a Assembleia estará pronta para apoiar o Governo”, disse.
PRESENÇAS – Participaram do encontro o vice-governador Darci Piana; o controlador-geral do Estado, Raul Siqueira; a procuradora-geral do Estado, Letícia Ferreira; o chefe da Casa Civil, Guto Silva; o secretário de Comunicação e Cultura, João Debiasi; Fabiane Pieruccini e Anderson Ricardo Fogaça, juízes auxiliares da presidência do TJPR; e o deputado estadual Hussein Bakri, líder do Governo.
“A participação maior de mulheres na Fomento Paraná tem muita relação com o novo papel da mulher no mercado de trabalho. E a mescla é muito salutar uma vez que algumas habilidades femininas vem complementar um quadro predominantemente masculino”, afirma Mayara Puchalski, diretora administrativa e financeira da instituição financeira estadual desde 2019.
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A diretora faz referência também ao fato de que cada vez mais mulheres estão à frente de cargos estratégicos de grandes empresas, ou como personalidades políticas, e isso também acontece na Fomento Paraná. “Temos hoje 15 mulheres a frente de cargos de gestão e assessoria trazendo um olhar diferenciado para a discussões e influenciando nas tomadas de decisão”, destaca. “Ter mulheres no quadro é um diferencial e contribui muito para o equilíbrio nas discussões, principalmente por ser um quadro dinâmico e resiliente, com potencial de realizar multitarefas”.
O quadro de colaboradores da Fomento Paraná conta hoje com 187 pessoas, sendo 75 mulheres que compõem o quadro próprio, pessoal de livre nomeação ou à disposição, membros da diretoria, conselhos e comitês estatutários ou ainda estagiários, sendo 15 cargos de gestão e assessoria e de comitês ocupados por mulheres. Além disso, a instituição possui 207 mulheres de um total de 376 cadastros ativos de agentes de crédito ou correspondentes.
DEDICAÇÃO E RESPEITO –Uma colaboradora da Fomento Paraná tem um especial carinho de todos na instituição e é recebida com muito respeito em todo o Estado, por onde passa, por sua longa trajetória profissional e também política. É a professora Emilia Belinati, ex-vice-governadora e ex-deputada estadual. Muito ativa, atualmente como assessora do diretor-presidente da instituição, Emilia Belinati destaca o olhar humano da mulher no exercício de suas tarefas.
“A mulher é importante porque ela consegue enxergar não só a questão técnica ou profissional de sua área, mas consegue se colocar no lugar do outro, do cliente, do colega de trabalho, e consegue observar as possibilidades para e alternativas para resolver as questões, olhando sempre como um ser humano que precisa ser compreendido e ter suas atividades e sua reivindicação atendida”, diz.
APOIO AO EMPREENDEDORISMO FEMININO –Dados do Sebrae mostram que mais da metade dos novos negócios são abertos por mulheres, especialmente no setor de serviços. A maioria empreende por necessidade, para cuidar dos filhos e sustentar a família. Quase todas precisam começar do zero, sem recursos, ou com alguma poupança familiar, pois pouquíssimas tem acesso a crédito para iniciar a atividade.
Além de valorizar a presença e o trabalho da mulher, a Fomento Paraná desde 2019 é responsável por uma política pública de incentivo ao empreendedorismo feminino facilitando o acesso ao crédito para mulheres empreendedoras paranaenses, para gerar emprego e renda. O programa Banco da Mulher Paranaense se apoia em dados que mostram que mulheres empregam mais mulheres e dessa forma busca combater o efeito das crises no emprego feminino, que é sempre mais sensível.
Duas linhas de crédito foram criadas sob a marca de Banco da Mulher Paranaense, lançado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, já contabilizam quase R$ 50 milhões em empréstimos e financiamentos para atender em torno de 4000 empreendedoras.
Uma das beneficiadas é a esteticista Ana Victória Antunes, moradora de Cambará, no Norte Pioneiro do Estado. Filha de uma família de empreendedoras, Ana é formalizada como Microempreendedora Individual e atua no ramo de estética há três anos. Ela foi afetada pela queda no movimento de clientes no ano passado, a partir do início da pandemia da Covid-19, e teve que paralisar as atividades, por conta de decretos de autoridades municipais e estaduais. Com redução nas receitas e dificuldade para adquirir materiais de trabalho, ela descobriu o crédito da Fomento Paraná disponível por meio da Sala do Empreendedor de Cambará.
“A Fomento me ajudou a manter o meu negócio nesse momento mais difícil, até que as coisas começassem a voltar ao normal. Eu consegui equilibrar as contas e manter meu espaço. Estou até com projeto para expandir um pouco mais, o que não seria possível se não tivesse pego esse crédito”, diz ela. “Minha área requer atualização permanente e eu também usei o crédito para continuar nesse processo para continuar empenhada no que eu faço, manter o foco e correr atrás”.
POLÍTICA PÚBLICA –Para a primeira-dama do Estado, Luciana Saito Massa, que é uma das mentoras e também madrinha do Banco da Mulher Paranaense, os exemplos de sucesso do programa como política pública de apoio ao empreendedorismo é motivo de muito orgulho para o Estado do Paraná.
“Nesse dia especial me sinto muito honrada de ser madrinha desse grande programa de auxílio às mulheres”, afirma Luciana Massa. “O Banco da Mulher Paranaense já é um sucesso. Desde a sua criação o programa já liberou quase R$ 50 milhões em crédito, o que auxiliou cerca de quatro mil mulheres a realizar seu sonho de empreender. Fico orgulhosa de poder ver o empreendedorismo feminino ganhando força em nosso Estado”.
Ela destaca também uma característica muito forte das mulheres. “Nós somos multitarefas. Trabalhamos, cuidamos da casa, dos filhos, e estamos sempre nos reinventando e inovando, ainda mais nesse momento de pandemia onde tivemos que aprender novas habilidades para nos encaixar nessa nova rotina”, afirma “Fico muito feliz ver grandes mulheres ocupando seu lugar na sociedade, pois isso só reforça nossa força, determinação e vontade de vencer”.
Débora Garofalo é professora, a primeira mulher brasileira e primeira sul-americana a ser finalista no Global Teacher Prize, considerado o Nobel da educação. Anna Luisa Beserra criou uma empresa para levar água potável a populações vulneráveis. Silvia Lins trabalhou no lançamento do primeiro drone 5G da América Latina e ajudou a projetar a primeira rede 5G privativa em campus universitário no Brasil. Em meio à pandemia do novo coronavírus, Ludmyla Oliveira reinventou os negócios, produziu mais de 13 mil máscaras e gerou renda para outras mulheres, que abraçaram juntas o projeto.
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Neste Dia Internacional da Mulher, conversamos com as quatro mulheres. Elas têm trajetórias diferentes, mas com alguns pontos em comum: todas trabalharam muito para chegar aonde chegaram, orgulham-se do que fazem e incentivam outras mulheres a perseguir os próprios sonhos.
Anna Luisa tinha 15 anos quando começou a desenvolver o Aqualuz, equipamento que purifica a água da chuva coletada por cisternas de áreas rurais, por meio de raios solares, e tem um indicador que muda de cor quando o consumo é seguro. A água é desinfetada sem o uso de substâncias nocivas como o cloro, por exemplo. O projeto rendeu à empreendedora baiana o prêmio Jovens Campeões da Terra, da Organização das Nações Unidas (ONU) Meio Ambiente.
O projeto cresceu e ela hoje é fundadora e CEO (sigla em inglês para diretora executiva) da Safe Drinking Water (SDW) for All que, em tradução livre, significa água potável para todos. Além de continuar produzindo o Aqualuz, a empresa também tem produtos de saneamento básico, alguns deles inclusive desenvolvidos em meio à pandemia, como o Aquapluvi, que é uma pia híbrida que permite tanto o uso da água de chuva quanto do sistema de abastecimento local para funcionar. É voltada para espaços públicos de alta rotatividade de pessoas. “Um lavatório urbano de alta durabilidade, que veio com essa proposta de permitir que as pessoas que estão em trânsito possam ter um ponto de higienização”, explica. “A gente conseguiu, em tempo recorde, desenvolver essa tecnologia e implantar aqui em Salvador”.
Foto: Reprodução
Anna Luisa conta que trabalhou muito para conquistar credibilidade e que, infelizmente, ser mulher ainda faz com que sofra preconceitos. “Eu passei por algumas experiências de premiações e editais nos quais eu era a única mulher a participar e a única a chegar à final e estar entre os melhores daquele ambiente. Isso sempre me levou a esse questionamento: Por que isso está acontecendo? Até falando por experiência própria, na SDW a maioria da equipe é formada por mulheres e isso nunca foi um critério de seleção, isso sempre aconteceu muito naturalmente. Nas seleções que a gente fazia, as mulheres sempre se destacavam mais”, diz.
Ela acrescenta: “Acho que ainda exista esse preconceito de que homens podem ter resultados melhores que mulheres e que talvez isso cause impacto não só nessas seleções de editais, mas nas próprias mulheres se sentirem confiantes em empreender. Acho que é algo que está tão impregnado na sociedade que as próprias mulheres acreditam que elas não são capazes de empreender tão bem quanto homens”.
Professora top
A falta de confiança no próprio potencial pode ter levado mulheres a não se inscreverem no principal prêmio de educação do mundo, o Global Teacher Prize, segundo Débora Garofalo. No Brasil, do total de 2,2 milhões de professores que lecionam na educação básica, etapa que vai da educação infantil ao ensino médio, a maioria, 1,7 milhão, é mulher, de acordo com o Censo Escolar 2020. “As professoras são a maioria do nosso país. E se a gente olhar o histórico do prêmio, levou cinco edições para que eu fosse a primeira mulher brasileira a chegar entre os finalistas. Isso mostra também que as próprias mulheres não têm muita confiança nelas para se inscrever”, diz.
Foi o projeto Robótica com Sucata, que agrega tecnologia a utensílios reciclados do lixo, que a professora desenvolveu com estudantes da periferia de São Paulo, que levou Débora ao posto de top dez professores do mundo. Atualmente, Débora atua na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo como coordenadora do Centro de Inovação. O Robótica com Sucata tornou-se política pública e foi levado para 3,5 milhões de estudantes da rede. “Isso me dá um grande orgulho, porque sabemos que a condição do professor muitas vezes é desrespeitada e desvalorizada. Hoje, me vejo na situação inversa, de ter sido reconhecida por esse trabalho e desse trabalho realmente ter se tornado uma política pública”.
Assim como milhares de professores no país, ela foi pega de surpresa pela pandemia, pela suspensão das aulas presenciais e pela migração das atividades desenvolvidas na sala de aula para meios remotos. “Eu, que trabalho com tecnologia, me vi diante de uma situação em que foi necessário me reinventar, do começo ao fim”.
A maior preocupação de Débora é com os alunos. “Os meus estudantes não são estudantes que conseguem respeitar um isolamento social, devido às condições de moradia. Essas crianças residem no meio de uma favela, as casas são de madeira, muitas vezes são de um cômodo que abriga dez pessoas em uma residência. Não existe saneamento básico, então também não existe água para que essas crianças possam seguir com esses protocolos de segurança e distanciamento social. Isso me faz pensar muito nesse papel que a escola tem hoje, que é essencial. Por isso digo que não é só um espaço de aprendizagem, é um espaço também de proteção”.
Apesar de todo o reconhecimento, a professora conta que ser mulher e trabalhar com tecnologia nem sempre foi fácil. “A primeira vez que meu nome apareceu na mídia, as pessoas diziam ‘olha, a gente tem que entender que ela fez um trabalho de robótica. Ah, é mulher, então, deve ser trabalho de artesanato’. Parece que o tempo todo a gente tem que ficar provando alguma coisa para alguém”, afirma. “Luto para mostrar a importância da inserção das tecnologias e da inovação nesse cenário, mostrar que as mulheres podem seguir isso desde a educação básica e que elas têm total direito de levar essa carreira adiante dentro de grandes indústrias”, acrescenta.
Mulheres e tecnologia
A engenheira de computação Silvia Lins foi uma das mulheres que levou o interesse em tecnologia, que tinha desde cedo, para a vida adulta. Ela é, atualmente, pesquisadora da empresa multinacional Ericsson. É uma das responsáveis pelo lançamento da primeira rede 5G privativa em campus universitário brasileiro, na Universidade Federal do Pará. Ela também trabalhou no desenvolvimento do primeiro drone 5G da América Latina, entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021. Agora, em conjunto com outras mulheres, desenvolve pesquisas sobre o 6G, a próxima geração de tecnologia celular que só deverá estar madura daqui a dez anos.
Foto: Reprodução
“Eu acho que parte de eu ter conseguido – considero ter uma trajetória privilegiada de sucesso – é porque tive apoio, tive mentores. Por ser uma mulher padrão, uma mulher branca, não sofri nem vírgula do preconceito que vi mulheres negras e mulheres trans sofrendo. Mas, o que notei, principalmente frente a colegas, é ser discriminada em relação à capacidade intelectual, ou ser cobrada pela aparência. Você tem que ser bonita, senão não consegue ter oportunidade. Ou, você não consegue fazer isso porque você é mulher. Você termina a implementação e vão checar duas vezes, porque acham que está errado”.
Silvia não está sozinha. Segundo pesquisa realizada pela Yoctoo, consultoria de recrutamento e seleção especializada em Tecnologia da Informação (TI), 81% das mulheres entrevistadas dizem que já sofreram preconceito de gênero, seja na escola ou no ambiente de trabalho. Cerca de 43% afirmam sofrer preconceito na universidade, já que os cursos são majoritariamente masculinos. No mercado de trabalho, no entanto, para 63% é onde se sentem mais discriminadas. Para 82% delas, o maior desafio é ter que provar a própria competência técnica o tempo todo. Mais da metade, 51%, dizem ter dificuldade para ser respeitada por pares, superiores e subordinados do gênero masculino.
As mulheres também recebem menos investimentos. De acordo com Silvia, dados das organizações internacionais MassChallenge e Boston Consulting Group (BCG), mostram que startups – empresas que atuam em inovação – lideradas por homens recebem pouco mais do dobro de investimentos que aquelas lideradas por mulheres. Mesmo as mulheres provando que são mais lucrativas. Elas têm receitas cerca de 10% maiores.
As mulheres ocupam também espaços relevantes e lucrativos como consumidoras. Em cinco anos, até 2019, o número de mulheres conectadas diariamente à internet aumentou 11% — representando 91% do total hoje —, enquanto a porcentagem masculina cresceu 7%, de acordo com dados computados pela plataforma de telecom Melhor Plano, a partir da última pesquisa TIC Domicílios, produzida pelo Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a Sociedade da Informação (Cetic.br).
“Se você não inclui, se não percebe as necessidades desse público, você perde, não só enquanto sociedade, mas no sentido financeiro. Têm livros inteiros sobre o quanto você ganha ou o quanto você deixa de ganhar se não olhar atentamente para esse público. Tem muita gente engajada e preocupada com isso, mostrando que a gente pode ganhar muito mais se incluir mulheres e minorias como um todo. A gente perde muito se não tem diversidade”, diz Silvia.
Impacto social
Foi por causa do desemprego da mãe, Jacira Farias, que Ludmyla juntou os conhecimentos que tinha sobre administração com a habilidade de ambas em corte e costura e criou a Crioula Criativa, marca de joias naturais e bolsas artesanais. Até então, mãe e filha, que hoje trabalham juntas na empresa que fundaram, confeccionavam bolsas apenas para uso próprio.
“A Crioula nasceu em um momento em que eu me descobri uma mulher preta, estava em um momento de transição capilar. Dentro desse primeiro passo de transição, descobri todo um universo de mulher preta em que eu precisava me reconhecer, saber da onde eu venho e quem são os meus. Isso é muito importante quando a gente faz isso dentro do ambiente da moda. A gente tem hoje meninas se identificando, sabendo quem são e reconhecendo sua beleza”, conta Ludmyla.
Com a pandemia, vieram novos desafios. “A gente teve que parar todo o funcionamento do ateliê, inclusive as aulas de capacitação na área de costura. Foi um momento de pensar e sentir a dor. A gente tem que parar de romantizar o empreendedorismo, achando que com cada desafio surge uma ideia do nada. Na verdade, a gente senta, a gente primeiro sofre, depois chora mais um pouco e, aí, vai pensando ao longo do tempo o que a gente pode fazer dentro dessa realidade”.
A marca se reinventou. Em parceria com o Ateliê Casa do Perdão, foi desenvolvido o projeto Entre Linhas e Costuras, que retomou as aulas na área da moda e voltou a produção para máscaras de proteção facial, na zona oeste do Rio de Janeiro. A produção foi custeada pelo aporte financeiro da Shell Iniciativa Jovem e teve o apoio do Projeto Afro Máscaras. Foram produzidas 13,5 mil máscaras, gerando mais de R$ 38 mil de renda para costureiras, profissionais locais e alunas do projeto. Ao todo, o projeto capacitou 20 mulheres, com aulas nos turnos da manhã e tarde, sendo duas delas egressas do sistema prisional.
“A gente precisa olhar mais para mulheres e mulheres periféricas. Com a falta de emprego, há cada vez mais mães e avós em casa, que antes trabalhavam em casa de família, em confecções, atuavam em algum trabalho informal. Mulheres que hoje não têm mais os seus empregos. Foi exatamente isso que a gente fez”, diz Ludmyla. “Já tínhamos a intenção de impactar pessoas, mas achávamos que precisava de muito, que precisava crescer ainda mais para conseguir causar esse impacto. Então, no meio da pandemia, a gente viu que conseguiu”.
Perseguindo sonhos
Quando perguntadas que mensagem deixariam para as próximas gerações, para as mulheres que querem seguir os passos delas, as respostas das quatro foram semelhantes, todas aconselham a não abrir mão dos sonhos e a confiar no próprio potencial. “O mais importante é acreditar no nosso potencial, sem isso a gente não chega a lugar algum. Então, acredite no seu potencial, corra atrás do seu sonho. Não deixe que ninguém diga que você não consegue. Mostre para o mundo que o que você quer fazer, você é a única pessoa que pode conseguir”, afirma Anna Luisa.
Ludmyla ressalta que a formação e o autocuidado são essenciais. No ano passado, o levantamento Tracking the Coronavirus, realizado pela Ipsos com entrevistados de 16 países, citou o Brasil como o país que mais sofre de ansiedade por causa do novo coronavírus. As mulheres são as mais afetadas: enquanto 49% se declaram ansiosas, 33% dos homens estão lidando com o sintoma no momento. Entre as mulheres, 33% dizem estar tendo problemas para dormir, contra 19% dos homens. Além disso, 14% das mulheres afirmam ter sintomas de depressão em decorrência da pandemia, enquanto entre os homens esse índice foi 7%.
“Você precisa buscar conhecimento. Conhecimento é uma coisa que guardamos e compartilhamos, porque é muito importante fazer isso. Se você tem vontade, criou seu negócio, está com dificuldade, pára, respeite, cuide-se. Não adianta um CNPJ rico e um CPF cancelado. Não adianta construir a melhor empresa do mundo se você não está em primeiro lugar. Se escutar é primordial e acreditar nos sonhos”.