Categoria: Internacional

  • Alexei Navalny morre em prisão; Ocidente diz que Rússia é responsável

    Alexei Navalny morre em prisão; Ocidente diz que Rússia é responsável

    Alexei Navalny, o mais destacado opositor do presidente russo Vladimir Putin , desmaiou e morreu nesta sexta-feira após uma caminhada na prisão “Lobo Polar”, no Ártico, onde cumpria pena de três décadas, informou o serviço penitenciário russo.

    A morte de Navalny, um advogado de 47 anos, priva a oposição russa de seu líder mais corajoso e carismático no momento em que Putin se prepara para uma eleição que manterá o ex-espião da KGB no poder até pelo menos 2030.

    O presidente dos EUA, Joe Biden, disse estar indignado e juntou-se a outros líderes ocidentais para criticar a Rússia pela morte de Navalny, atribuindo-a a “algo que Putin e os seus capangas fizeram”.

    Atualmente, já não existem líderes da oposição tão proeminentes na Rússia. Para alguns jovens russos urbanos, Navalny também ofereceu a esperança de um futuro alternativo a Putin, que é o líder supremo da Rússia por mais tempo do que qualquer outro desde Josef Stalin.

    Navalny ganhou destaque há mais de uma década ao falar publicamente — e documentar — o que ele dizia ser a vasta corrupção e riqueza entre os “vigaristas e ladrões” que comandavam a Rússia de Putin.

    O Serviço Penitenciário Federal do Distrito Autônomo de Yamalo-Nenets informou em um comunicado que Navalny sentiu-se mal após uma caminhada na colônia penal IK-3 em Kharp, cerca de 1.900 km a nordeste de Moscou, no Círculo Polar Ártico.

    Ele perdeu a consciência quase que imediatamente e morreu pouco tempo depois, apesar dos esforços da equipe médica da prisão e da ambulância, segundo o serviço penitenciário. As tentativas de ressuscitá-lo fracassaram, acrescentou.

    A porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, disse que não havia “quase nenhuma esperança” de que ele estivesse vivo.

    A esposa de Navalny, Yulia, afirmou que não podia ter certeza de que seu marido estava morto porque “Putin e seu governo… mentem incessantemente”.

    “Mas se isto for verdade, quero que Putin, todo o seu entorno, os amigos de Putin, o seu governo saibam que terão de assumir a responsabilidade pelo que fizeram ao nosso país, à minha família, ao meu marido”, ela disse.

    “Este regime e Vladimir Putin têm de assumir a responsabilidade pessoal por todas as coisas terríveis que têm feito ao meu país, ao nosso país, a Rússia, nos últimos anos.”

    O Kremlin disse que Putin tinha sido informado da morte de Navalny. O antigo espião do KGB, de 71 anos, foi visto reunindo-se com trabalhadores numa fábrica em Chelyabinsk, nos Montes Urais. Ele não disse nada em público sobre Navalny.

    Dmitry Muratov, ganhador do Prêmio Nobel da Paz e editor de jornal russo, em entrevista à Reuters, classificou a morte como um “assassinato” e disse acreditar que as condições da prisão de Navalny causaram sua morte.

    Líderes ocidentais prestaram homenagem à coragem de Navalny como um campeão pela liberdade. Alguns, sem citar provas, acusaram sem rodeios o Kremlin de assassinato e disseram que Putin deveria ser responsabilizado pela morte.

    O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a reação dos líderes ocidentais à morte era inaceitável e “absolutamente raivosa”.

    Na Casa Branca, Biden culpou Putin e aliados.

    “Não sabemos exatamente o que aconteceu, mas não há dúvida de que a morte de Nalvany foi uma consequência de algo que Putin e seus capangas fizeram”, disse Biden, depois que autoridades da prisão russa anunciaram a morte de Navalny.

    “As autoridades russas vão contar sua própria história”, afirmou Biden. “Mas não se enganem. Não se enganem, Putin é responsável pela morte de Navalny.”

    Acusação de assassinato

    O movimento de Navalny está ilegal e a maioria dos seus principais aliados vive atualmente no exílio na Europa.

    “Se isso for verdade (a morte do político), então não é ‘Navalny morreu’, mas ‘Putin matou Navalny’”, disse Leonid Volkov, chefe de gabinete de Navalny.

    O advogado de Navalny estava a caminho da prisão em Kharp, conhecida como uma das colônias penais mais rígidas da Rússia, onde Navalny estava cumprindo sentenças que o manteriam na prisão além dos 70 anos de idade.

    Para seus apoiadores, Navalny era um futuro líder da Rússia que um dia sairia da prisão para assumir a Presidência, embora muitos ativistas da oposição tenham expressado o temor de que ele corresse grande perigo no sistema prisional russo.

    Navalny ganhou a admiração da oposição na Rússia por ter retornado voluntariamente à Rússia em 2021, vindo da Alemanha, onde havia sido tratado pelo que os testes laboratoriais ocidentais mostraram ser uma tentativa de envenená-lo com um agente nervoso.

    Navalny afirmou na época que foi envenenado na Sibéria em agosto de 2020. O Kremlin negou ter tentado matá-lo e disse que não havia provas de que ele tivesse sido envenenado com um agente nervoso.

    Grigory Yavlinsky, um veterano liberal, disse que a morte de Navalny mostrava a necessidade de reformas e fez eco a muitas figuras da oposição ao dizer que temia pela saúde de outros ativistas na prisão.

    Navalny previu há muito tempo que a Rússia poderia enfrentar uma turbulência política porque, segundo ele, Putin construiu um sistema frágil de governo pessoal dependente da corrupção.

    “Não consigo parar de odiar ferozmente e de forma selvagem aqueles que venderam e desperdiçaram a oportunidade histórica que o nosso país teve no início dos anos 1990”, disse Navalny.

    Inimigo do Kremlin

    Um dia antes da morte, Navalny olhou através de uma janela gradeada, rindo e fazendo piada sobre o esgotamento de seus fundos e o salário do juiz.

    “Meritíssimo, vou lhe enviar o número da minha conta pessoal para que o senhor possa usar seu enorme salário como juiz federal para ‘aquecer’ minha conta pessoal, porque estou ficando sem dinheiro”, disse ele por meio de um link de vídeo.

    O Kremlin rejeitou repetidamente as alegações de Navalny sobre vasta corrupção e riqueza pessoal de Putin. O movimento de Navalny é proibido e a maioria de seus principais aliados vive agora no exílio na Europa.

    Autoridades russas classificavam Navalny como um extremista que era um fantoche da agência de inteligência norte-americana CIA que, segundo elas, tem a intenção de transformar a Rússia em um Estado cliente do Ocidente.

    Quando manifestações contra Putin começaram em dezembro de 2011, após uma eleição marcada por acusações de fraude, ele foi um dos primeiros líderes do protesto a ser preso.

    Em uma entrevista em Moscou em 2011, a Reuters perguntou a Navalny se ele tinha medo de desafiar o sistema de Putin.

    “Essa é a diferença entre mim e você: você tem medo e eu não tenho medo”, disse ele. “Sei que há perigo, mas por que eu deveria ter medo?”

    Fonte: Agência Brasil

  • Presos tomam controle de pavilhão em penitenciária na fronteira do Brasil com Paraguai

    Presos tomam controle de pavilhão em penitenciária na fronteira do Brasil com Paraguai

    Pelo menos 250 presos se rebelaram na madrugada desta sexta-feira (16) na Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua de Ponta Porã (MS). Equipes táticas da Polícia Nacional entraram na unidade para tentar controlar o motim.

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    Segundo a imprensa paraguaia, a rebelião se concentra no quarto pavilhão, chamado de “pavilhão católico”. Fumaça é vista do lado de fora, possivelmente de colchões queimados pelos presos.

    Conforme a polícia, ainda na madrugada, os presos se amotinaram e tomaram o controle do pavilhão. Os motivos da rebelião ainda não foram esclarecidos. Uma das possibilidades é que os detentos tenham se revoltado com a tentativa de criação de outra facção criminosa dentro da unidade.

    A Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero é conhecida por fugas constantes. A mais impactante ocorreu em janeiro de 2020, quando 75 presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) escaparam por um túnel.

    Em novembro do ano passado, outro plano de fuga em massa foi descoberto enquanto ainda estava sendo planejado. A penitenciária passou por vistoria e os supostos líderes foram isolados. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

    Fonte: Campo Grande News

  • Crise climática e desigualdade social marcam abertura de Fórum Social

    Crise climática e desigualdade social marcam abertura de Fórum Social

    Justiça climática, combate aos impactos do capitalismo e das desigualdades sociais e o conflito na Faixa de Gaza foram temas abordados no primeiro dia do Fórum Social Mundial (FSM), em Katmandu, capital do Nepal. Movimentos sociais e ativistas de todo o mundo se reúnem até segunda-feira (19) no país asiático para uma nova edição do evento. A organização espera entre 30 e 50 mil pessoas de mais de 90 países para participarem das mais de 400 atividades previstas.

    Sob o lema “Um outro mundo é possível”, o fórum é um espaço de reunião da sociedade civil para troca de ideias, experiências, formulação de propostas e experiências “em favor de uma abordagem social e inclusiva do desenvolvimento”.

    “Atualmente, o mundo é marcado por uma concentração de riqueza e poder nas mãos de um grupo seleto, agravada pelo impacto adicional da pandemia, que privou ainda mais os indivíduos da sua identidade e dignidade no quadro do capitalismo neoliberal. A humanidade encontra-se numa encruzilhada crítica, à medida que o aquecimento global e as tensões geopolíticas ameaçam o futuro da humanidade”, diz a página do FSM na internet.

    “Por outro lado, contudo, estão a surgir numerosos movimentos de resistência em todo o mundo, incluindo vários movimentos sociais e alternativos que visam desafiar as forças hegemônicas dominantes. Consequentemente, as pessoas exigem um mundo mais equitativo e sustentável para residir”, acrescenta.

    A abertura do evento começou com uma marcha pelo centro de Katmandu, cidade com cerca de 5 milhões de habitantes. O país foi escolhido para sediar o FSM por ter passado, nas últimas cinco décadas, por um processo de democratização e por transformações políticas e sociais significativas.

    Temas

    Em quatro dias, os participantes irão debater desigualdade econômica, discriminação das minorias, uso da terra, soberania alimentar, segurança, acesso à educação, saúde, habitação e segurança, conflitos mundiais e outros temas.

    Os primeiros três dias serão focados no compartilhamento de informações, networking, intercomunicação e construção de alianças, por meio dos painéis temáticos, fóruns, assembleias e atividades auto-organizadas.

    O último dia, 19 de fevereiro, será formulado um documento que irá reunir as decisões dos participantes.

    O FSM foi criado em 2001, em Porto Alegre, na perspectiva de ser um contraponto à realização do Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que reúne anualmente empresários e governantes dos países mais ricos do mundo.

    Fonte: Agência Brasil

  • Brasil enviará novos recursos a agência da ONU para ajudar palestinos

    Brasil enviará novos recursos a agência da ONU para ajudar palestinos

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou, nesta quinta-feira (15), que o Brasil fará novos aportes de recursos para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA). Em discurso durante sessão extraordinária da Liga dos Estados Árabes, no Cairo, no Egito, Lula estimulou todos os países a manter e reforçar suas contribuições.

    Criada em 1949, a agência da ONU desenvolve ações sociais, como educação, saúde e moradia, destinadas a palestinos na Faixa de Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Síria e no Líbano. Para Lula, o corte do financiamento, e da consequente ajuda humanitária, é “desumanidade e covardia”. “Basta de punições coletivas”, afirmou.

    No início deste ano, mais de 15 países suspenderam o financiamento à agência após denúncias de envolvimento de funcionários no ataque do grupo palestino Hamas a Israel, em 7 de outubro do ano passado. A UNRWA informou que rescindiu os contratos com os supostos envolvidos – 12 dos 13 mil funcionários em Gaza – e abriu investigação.

    “No momento em que o povo palestino mais precisa de apoio, os países ricos decidem cortar ajuda humanitária”, lamentou o presidente brasileiro. Ele destacou que as denúncias precisam ser investigadas, mas que a agência da ONU não pode ser paralisada. “Refugiados palestinos na Jordânia, na Síria e no Líbano também ficarão desamparados. É preciso pôr fim a essa desumanidade e covardia”, acrescentou.

    Entre os grandes financiadores da agência estão Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Alemanha. Líderes das principais agências humanitárias da ONU pediram a retomada das contribuições e o Ministério das Relações Exteriores do Brasil também já manifestou preocupação com a redução das doações .

    Refugiados na Cisjordânia ocupada por Israel temem o fim da UNRWA e que serviços como assistência médica e educação sejam interrompidos . Com o início do conflito na Faixa de Gaza, a UNRWA também faz operações de emergência para atender os mais de 2 milhões de habitantes do enclave palestino.

    No dia 7 de outubro de 2023, o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, lançou um ataque surpresa de mísseis contra Israel, com incursão de combatentes armados por terra, matando cerca de 1,2 mil civis e militares e fazendo centenas de reféns israelenses e estrangeiros.

    Em resposta, Israel vem bombardeando várias infraestruturas do Hamas, em Gaza, e impôs cerco total ao território, com o corte do abastecimento de água, combustível e energia elétrica. Os ataques israelenses já deixaram mais de 22 mil de mortos , a maioria mulheres e crianças, além de feridos e desabrigados. A guerra entre Israel e Hamas tem origem na disputa por territórios que já foram ocupados por diversos povos, como hebreus e filisteus, dos quais descendem israelenses e palestinos.

    Para Lula, a reação de Israel é “desproporcional e indiscriminada” . “O ataque do Hamas contra os civis israelenses é indefensável e mereceu veemente condenação do Brasil. A reação desproporcional e indiscriminada de Israel é inadmissível e constitui um dos mais trágicos episódios deste longo conflito. As perdas humanas e materiais são irreparáveis, não podemos banalizar a morte de milhares de civis como mero dano colateral”, afirmou.

    “Ante nossos olhos, a população de Gaza sofre de fome, sede, doenças e outros tipos de privações, como alerta a Organização Mundial da Saúde. A situação da Cisjordânia, que já era crítica, também está se tornando insustentável”, alertou, defendendo a libertação dos reféns israelenses pelo Hamas, um cessar-fogo definitivo na região e o estabelecimento de um Estado palestino independente.

    “A persistência do conflito na Palestina vai muito além do Oriente Médio, seus efeitos podem levar a cenários imprevisíveis e catastróficos”, acrescentou Lula, em discurso na sessão da Liga dos Estados Árabes, que também apoia a causa palestina .

    Liga Árabe

    Durante sua fala, o presidente lembrou ainda que o Brasil foi o primeiro país latino-americano a receber o status de observador na Liga dos Estados Árabe, composta por 22 países, e disse que quer aprofundar a parceria e o comércio com países do Sul Global, com o qual compartilha “visões, valores, desafios e expectativas”.

    O termo Sul Global é usado para se referir aos países pobres ou emergentes que, em sua maioria, estão localizados no Hemisfério Sul. “O compromisso da Liga Árabe com a promoção da estabilidade e do desenvolvimento faz desta organização uma voz a ser ouvida atentamente nas grandes questões do nosso tempo”, disse.

    Lula está em viagem ao Egito, e também vai à Etiópia, para reforçar a agenda internacional do Brasil junto aos países africanos. Entre os países árabes , no ano passado, ele também esteve nos Emirados Árabes Unidos, na Arábia Saudita e no Catar.

    “É imenso o potencial em setores como comércio, investimento, meio ambiente, ciência e tecnologia, cultura e cooperação para o desenvolvimento”, disse o presidente, explicando que a balança comercial do Brasil com países da Liga Árabe passou de US$ 5,4 bilhões em 2003 para US$ 30 bilhões em 2023.

    Fonte: Agência Brasil

  • Lula propõe parceria estratégica com o Egito

    Lula propõe parceria estratégica com o Egito

    Os governos do Brasil e do Egito assinaram, nesta quinta-feira (15), dois acordos bilaterais para facilitar a exportação de carnes e ampliar a cooperação em ciência e tecnologia. Os atos ocorreram durante a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país , quando o brasileiro ainda propôs elevar as relações entre os dois países ao nível de parceria estratégica.

    Em declaração à imprensa, após encontro com o presidente do Egito, Abdel Fattah Al-Sisi, Lula disse que Brasil e Egito são importantes em seus continentes e não podem ter uma relação pequena. “A nossa relação tem que ser muito forte, muito grande, e envolver todas as atividades possíveis, da agricultura à defesa, da economia à ciência e tecnologia, da nossa relação conjunta para tentar democratizar o funcionamento das Nações Unidas , no campo da educação, no campo da cultura”, disse.

    Angola e África do Sul são os dois países africanos com o qual o Brasil tem uma parceria estratégica, que é um relacionamento bilateral aprofundado e de longo prazo, envolvendo, por exemplo, cooperação em áreas de interesse e alinhamento político em questões internacionais.

    Este ano, o Egito se tornou integrante do Brics , bloco que reúne economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Argentina e Irã. O país africano também participará do G20 a convite do governo brasileiro que, até dezembro, preside o bloco das 20 maiores economias do mundo.

    “Somos dois grandes países em desenvolvimento que apostam na promoção do desenvolvimento econômico e social como pilares para a paz e segurança. Combatemos todas as manifestações de racismo, xenofobia, islamofobia e antissemitismo. O Brasil voltou a apoiar a iniciativa egípcia de criação de uma Zona Livre de Armas no Oriente Médio, à semelhança do que já existe na América Latina”, ressaltou Lula.

    “No Brics, vamos trabalhar juntos pela reforma da ordem global e na construção da paz, especialmente num momento em que ressurgem pressões protecionistas e conflitos que penalizam os países mais pobres”, acrescentou o presidente, defendendo a discussão sobre a dívida externa dos países africanos.

    A visita ao Cairo celebra, ainda, os 100 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Egito. O país é, atualmente, o segundo maior parceiro comercial do Brasil na África, atrás apenas da Argélia.

    Em 2023, o comércio bilateral entre os países chegou a US$ 2,8 bilhões, sendo US$ 489 milhões em produtos egípcios importados pelo Brasil e US$ 1,83 bilhão em produtos brasileiros exportados. No caso da Argélia, a balança comercial chegou a US$ 4,2 bilhões no ano passado.

    A expectativa do governo brasileiro é que o comércio entre as nações aumente nos próximos anos, após a abertura do mercado egípcio para diversos produtos brasileiros em 2023, como peixes e derivados, carne de aves, algodão, bananas e gelatina e colágeno. O Brasil também negocia a habilitação de novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina.

    Durante a reunião, Lula propôs ainda a negociação de acordo de cooperação e facilitação de investimentos, para maior integração empresarial. Também foi discutida a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo.

    Exportações

    Entre os atos oficiais, foi assinado um protocolo para exportação de carnes e produtos cárneos do Brasil para Egito, entre o Ministério da Agricultura e Recuperação de Terras do país africano e o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa). De acordo com o governo, o ato “garante segurança alimentar, padrões rigorosos de qualidade e retira amarras burocráticas à exportação de carnes bovinas, suínas e de aves”.

    O Egito é um dos seis maiores importadores mundiais de carne bovina do Brasil e líder na importação de carne de aves.

    O protocolo cria uma equivalência dos sistemas de inspeção de carnes, também conhecido como pre-listing (pré-listagem). Ele reflete o alto grau de confiança no controle sanitário brasileiro, especialmente no Serviço de Inspeção Federal (SIF), que já é reconhecido por mais de 150 países importadores.

    Antes desse acordo, a renovação da habilitação de estabelecimentos brasileiros para exportação exigia auditorias presenciais por parte das autoridades egípcias. O procedimento implicava altos custos para os exportadores, sobrecarregava os auditores do Mapa e limitava o número de estabelecimentos autorizados a exportar.

    Desde 2019, cerca de 30 estabelecimentos brasileiros estavam na fila de espera para a habilitação. Agora, as empresas certificadas pelo Brasil serão automaticamente reconhecidas pelo Egito, que tem o direito de visitar os estabelecimentos sempre que julgar pertinente para verificar o cumprimento dos requisitos.

    Ciência e tecnologia

    Durante a visita de Lula também foi assinado um memorando que reforça parcerias, cooperações e pesquisas nas áreas de ciência, tecnologia e inovação entre os dois países. O ato é entre o Ministério do Ensino Superior e Pesquisa Científica do Egito e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil.

    O texto pretende elevar a cooperação bilateral na área e incentivar a colaboração entre empresas, universidades e institutos de pesquisa, incluindo projetos conjuntos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, intercâmbios de pessoal e seminários.

    Fonte: Agência Brasil

  • Lula: Conselho de Segurança deve ser pacifista e não fomentar guerras

    Lula: Conselho de Segurança deve ser pacifista e não fomentar guerras

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (15), que os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) devem ser atores pacifistas e não atores que fomentam guerras.

    Em visita ao Cairo, capital do Egito, Lula voltou a defender mudanças na governança global, durante declaração à imprensa ao lado do presidente do país, Abdel Fattah Al-Sisi.

    Desde que assumiu o mandato, no ano passado, em discursos em diversas instâncias internacionais, Lula vem defendendo que o modelo atual de governança, criado depois da Segunda Guerra Mundial, não representa mais a geopolítica do século 21.

    Para o presidente, é preciso uma representação adequada de países emergentes, como da África e América Latina, em órgãos como o Conselho de Segurança da ONU.

    Atualmente, esse conselho reúne apenas Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido – países que podem vetar decisões da maioria. Outros países também participam como membros rotativos, mas sem poder de veto.

    “É preciso que tenha uma nova geopolítica na ONU. É preciso acabar com o direito de veto dos países. E é preciso que os membros do Conselho de Segurança sejam atores pacifistas e não atores que fomentam a guerra. As últimas guerras que nós tivemos, a invasão ao Iraque não passou pelo Conselho de Segurança da ONU, a invasão à Líbia não passou pelo Conselho de Segurança da ONU, a Rússia não passou pelo Conselho de Segurança para fazer guerra com Ucrânia e o Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e Faixa de Gaza”, disse Lula.

    Matéria em atualização

    Fonte: Agência Brasil

  • Brasil, Emirados Árabes e Azerbaijão formalizam aliança pelo clima

    Brasil, Emirados Árabes e Azerbaijão formalizam aliança pelo clima

    O Brasil firmou uma aliança com os Emirados Árabes Unidos e o Azerbaijão com ações para conter o aquecimento global. A parceria, firmada por meio de cooperação entre a presidência da Conferências das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-28), e suas duas sucessoras, foi apelidada de troika (trio).

    Em mensagem enviada à cerimônia em que foi formalizada a aliança inédita, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância da transição energética proposta pelo Balanço Global do Acordo de Paris e, consequentemente, do planeta não ultrapassar a marca de 1,5 grau Celsius (ºC) no aquecimento global.

    Segundo a ministra, o esforço conjunto entre os três países, iniciado em Dubai, resultará no redirecionamento de investimentos e das políticas públicas nos três países para a “eliminação progressiva dos combustíveis fósseis na matriz energética, a partir desta década, e para triplicar a capacidade de energia renovável, até 2030”.

    Para Marina, o não cumprimento dessas ações representa sério risco de interferência irreversível das ações humanas no sistema climático. “E nós [os três países] seremos julgados pela celeridade com que traduzirmos em ações concretas as decisões da COP 28.”

    Nos últimos anos, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem alertado, por meio do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que as medidas internacionais e os planos apresentados pelas nações, até recentemente, seriam ineficazes para reverter o impacto causado pela emissão de gases do efeito estufa.A ONU sugeriu medidas mais ambiciosas , que pautaram os 198 países signatários participantes da COP 28, desde Dubai.

    Fonte: Agência Brasil

  • Brasil envia 125 toneladas de alimentos para Cuba

    Brasil envia 125 toneladas de alimentos para Cuba

    O governo brasileiro enviou nesta segunda-feira (12) um lote de 125 toneladas de leite em pó para Cuba. O Ministério das Relações Exteriores informou, por meio de nota, que carregamentos adicionais de leite em pó, além de arroz, milho e soja, também serão enviados ao país nas próximas semanas.

    No final de 2023, Brasil, Emirados Árabes Unidos e Cuba pactuaram, durante a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), uma iniciativa para promover a segurança alimentar e nutricional na América Latina, fornecendo recursos para a produção, distribuição e suporte de sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis.

    “A operação conjunta tripartite alinha-se ao espírito da proposta da presidência brasileira do G20 de estabelecer uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, destacou o Itamaraty.

    Fonte: Agência Brasil

  • Trinidad e Tobago estuda pedir ajuda externa por derramamento de óleo

    Trinidad e Tobago estuda pedir ajuda externa por derramamento de óleo

    Dona de um dos mais famosos carnavais do Caribe, Trinidad e Tobago pode pedir ajuda internacional após um derramamento de óleo que poluiu 15 quilômetros de praias de uma das ilhas do arquipélago. A origem do combustível é de um navio aparentemente abandonado que naufragou há quase uma semana.

    Na última-quarta-feira (7), o navio identificado como Gulfstream naufragou próximo à costa da ilha de Tobago. Segundo o governo do país, existem indícios de que a embarcação foi abandonada para afundar, já que as autoridades locais não receberam nenhum pedido de socorro.

    A mancha de óleo não para de crescer e atingiu águas internacionais. O derramamento afetou a costa sudoeste de Tobago, inclusive praias consideradas pontos turísticos e que estavam preparadas para receber visitantes durante o carnaval.

    Em entrevista coletiva concedida no domingo (11), o primeiro-ministro Keith Rowley informou que o desastre ainda está classificado em nível 2 (intermediário), mas o governo não descarta elevar a tragédia para nível 3 (avançado), caso as autoridades locais não consigam controlar o vazamento.

    Ele disse que a situação ainda está “administrável”, mas admitiu que o país pode procurar ajuda internacional, especialmente para esvaziar a embarcação.

    “A gente pode requerer ajuda porque, uma vez em que começarmos a conversar sobre o resgate, que é levar o navio para uma situação em que possamos controlar o que acontece, a gente terá de ter ajuda externa”

    “A gente terá de se mover relativamente rápido para determinar o que vamos fazer a seguir, que é levar a embarcação para uma posição em que ela não represente mais uma ameaça ao nível nacional.”

    O primeiro-ministro concedeu entrevista coletiva após visitar a área da tragédia acompanhado do presidente do parlamento do país.

    O óleo está vazando dos tanques de combustível do navio. Segundo Rowley, o governo ainda não sabe o que a embarcação levava, mas as autoridades suspeitam que o Gulfstream carregava madeira e areia.

    O governo do arquipélago caribenho está preocupado com a contaminação de peixes e do suprimento de comida para a região.

    Convocação

    Desde quinta-feira (8), moradores da região convocados por redes sociais estão limpando as praias afetadas pelo desastre. O número aumentou para cerca de mil voluntários após o governo reforçar a convocação e pedir ajuda extra.

    Na rede social X (antigo Twitter), o Escritório Regional das Nações Unidas em Trinidad e Tobago informou que está pronto para fornecer apoio às autoridades locais.

    Coordenadas pela representação local da ONU, as agências das Nações Unidas estão mobilizando recursos de programas regionais para prestar assistência aos esforços de limpeza.

    Em nota emitida nesta manhã, o Itamaraty informou que está em contato com autoridades de Trinidad e Tobago para examinar possibilidades de assistência a ser oferecida para conter os danos provocados pelo vazamento.

    Fonte: Agência Brasil

  • Uruguai celebra carnaval em fevereiro com as murgas; saiba o que é

    Uruguai celebra carnaval em fevereiro com as murgas; saiba o que é

    O mês de fevereiro é também tempo de carnaval no Uruguai. Uma das manifestações artísticas com maior destaque é a murga, que se diferencia pela crítica social afiada por meio de fantasias e maquiagens surpreendentes.

    As murgas são consideradas a personificação da essência artística dos uruguaios. A cada ano, desfilam com temáticas irreverentes que abraçam foliões vestidos com roupas e maquiagens vibrantes, sem as quais é impossível sentir plenamente a sua expressão.

    “O show da murga, claro, como qualquer show cênico, tem muitas camadas e muitos níveis de símbolos, de códigos. O traje, neste caso, tem um peso importante, porque praticamente é mais que a cenografia. Acho que os trajes funcionam como uma espécie de cenário no espetáculo murga. Então, dá um quadro estético para esse texto, que é a parte da comunicação, é fundamental”, explica a costureira Lúcia Silva, que há mais de uma década faz trajes para a fantasia.

    A construção de um show murguero leva muito meses. Durante esse tempo, são discutidos os conceitos artísticos em todas as suas dimensões, as letras, as fantasias e a maquiagem.

    “Começa sempre pela ideia do que queremos dizer ou do significado. Então a forma e o meio seguem de maneiras muito diferentes. Ás vezes, é feito de uma forma mais luminosa, de outro forma, unificando os códigos estéticos. A partir daí, é construído em equipe, porque é muito coletivo, a fantasia, o cenário”, diz a maquiadora Paloma González.

    Tudo deve atuar de forma coordenada para que a linha do espetáculo seja coerente e poderosa.

    “Ao trabalhar com o cliente que desenha, estamos desenvolvendo as linhas do show , para onde vai a narrativa desse show e que tipo de caminho serão construídas as fantasias e de como essas roupas mostrarão ao longo de 45 minutos, que é quanto tempo dura a canção da murga”, explica o diretor da murga Doña Bastarda, Pablo “Pinocho” Routin.

    O espetáculo é apresentado todo mês de fevereiro.

    Fonte: Agência Brasil