Categoria: Justiça

  • Sandro Fantinel é indiciado por racismo após falas contra baianos

    Sandro Fantinel é indiciado por racismo após falas contra baianos

    A Polícia Civil do Rio Grande do Sul remeteu inquérito ao Ministério Público no qual indicia o vereador de Caxias do Sul Sandro Fantinel, por crime de racismo em decorrência das falas preconceituosas, realizadas no final de fevereiro durante sessão da Câmara do município da Serra Gaúcha, sobre trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves. A maioria deles era procedente do estado da Bahia.

    A defesa de Fantinel afirmou que em seu depoimento o vereador manifestou arrependimento pelo discurso e admitiu ter se excedido durante a fala na tribuna.

    Paralelamente à investigação policial, a Câmara de Caxias aprovou a abertura de um processo de cassação. A comissão processante, que apura o caso, entregou a ele uma cópia do documento com as quatro denúncias por quebra de decoro parlamentar. O colegiado, instalado desde o início do mês, terá 90 dias para concluir o processo.

    Fantinel também foi expulso do Patriota pela Executiva Nacional do partido em função da repercussão do caso.

    Ouça na Radioagência Nacional:

    Foto: Reprodução/Agência Brasil
    Foto: Reprodução/Agência Brasil

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    Fonte: Agência Brasil

  • CNJ aprova resolução para aplicar perspectiva de gênero no Judiciário

    CNJ aprova resolução para aplicar perspectiva de gênero no Judiciário

    O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou hoje (14), por unanimidade, a criação de uma resolução para definir as diretrizes de aplicação do Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero. A norma determina que todos os magistrados do país sejam treinados para aplicar tais diretrizes. 

    O cumprimento da medida será acompanhado pelo Comitê de Acompanhamento e Capacitação sobre Julgamento com Perspectiva de Gênero no Poder Judiciário, também criado pela mesma resolução. O novo colegiado deverá estudar e promover a aplicação da metodologia. 

    O protocolo sobre a perspectiva de gênero funciona como uma espécie de guia, explicando como aplicar conceitos e reduzir a reprodução de estereótipos por juízes e juízas. A conselheira Salise Monteiro Sanchotene, relatora da nova resolução, disse haver muito trabalho a fazer. 

    “Muitos juízes não têm aplicado o protocolo como deveriam, ainda com rotulações da participação feminina, com estereótipos de gênero que não são bem-vindos no processo”, disse a respeito de análises feitas pelo próprio CNJ sobre a atuação de magistrados pelo país. 

    Nesta terça (14), a presidente do CNJ, ministra Rosa Weber disse que a nova resolução trata “de cumprir a igualdade material entre homens e mulheres e, em última análise, cumprir a Constituição, nada mais do que isso”. 

    Na semana passada, Weber já havia defendido a metodologia. Na ocasião, ela lembrou como as leis e normas do país foram historicamente concebidas “de forma a não considerar a mulher como ator político e institucional relevante na sociedade”, motivo pelo qual é necessário agora aplicar uma “lente de gênero” sobre essas normas abstratas, de modo a garantir igualdade de tratamento de fato. 

    “A abordagem teórica dos conceitos, em especial o da imparcialidade, exige de nós postura atenta às desigualdades históricas e estruturais no contexto social dos grupos vulneráveis, caso das mulheres, marcado por padrões discriminatórios reproduzidos nos desenhos institucionais e jurídicos”, acrescentou a ministra.

    Fonte: Agência Brasil

  • TSE mantém multa a Bolsonaro após reunião de campanha com embaixadores

    TSE mantém multa a Bolsonaro após reunião de campanha com embaixadores

    O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, decidiu, nesta quinta-feira (14), manter a multa de R$ 20 mil aplicada contra o então presidente Jair Bolsonaro no caso da reunião com embaixadores, realizada em julho do ano passado, no Palácio da Alvorada. 

    Na decisão, além de rejeitar o recurso de Bolsonaro, o ministro disse que a conduta deste “extrapolou os limites de atuação como chefe de Estado”.

    Em setembro do ano passado, durante a campanha eleitoral, o TSE considerou que as falas do então presidente durante a reunião caracterizaram propaganda eleitoral irregular sobre fatos inverídicos para atingir a integridade do processo eleitoral.

    “Nesse contexto, observa-se que a conduta do recorrente, à época presidente da República, extrapolou os limites de atuação como chefe de Estado, sendo legítima a atuação desta justiça especializada na tutela do processo eleitoral”, decidiu Moraes.

    No recurso apresentado do TSE, os advogados do PL e de Bolsonaro questionaram a competência da Justiça Eleitoral para julgar a questão e sustentaram que a multa ofende a liberdade de expressão do ex-presidente. 

    Fonte: Agência Brasil

  • AGU pede condenação definitiva de 42 presos por atos golpistas

    AGU pede condenação definitiva de 42 presos por atos golpistas

    A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu nesta terça-feira (14) à Justiça Federal em Brasília a condenação definitiva de mais 42 pessoas presas em flagrante ao participarem da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes da República, em 8 de janeiro.

    O órgão pede que os envolvidos sejam obrigados a ressarcir os cofres públicos em R$ 20,7 milhões. Os envolvidos já se encontram com bens bloqueados por meio medida cautelar. Com isso, o total de processados pela AGU chega a 178 pessoas físicas, três empresas e um sindicato.

    O valor pedido pela AGU corresponde aos prejuízos calculados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto, Senado Federal e pela Câmara dos Deputados. A quantia pode aumentar, frisou a AGU no pedido desta terça. 

    O órgão escreveu na petição que esse é “o valor que a Advocacia-Geral da União reputa como dano material já incontroverso, sem prejuízo de, no curso da instrução processual, serem produzidos novos elementos de provas demonstrando um dano ainda maior ao patrimônio público”.

    Até o momento, a AGU moveu cinco ações na Justiça Federal contra os suspeitos de envolvimento nos atos antidemocráticos. O órgão defende a responsabilização solidária dos envolvidos na esfera cível. 

    Em paralelo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou 919 pessoas por incitação ao crime e associação criminosa. Outras 219 foram acusadas também de condutas mais graves, como dano qualificado e tentativa violenta de abolir o Estado Democrático de Direito. 

    Segundo levantamento do Supremo Tribunal Federal (STF), das 1.406 pessoas que foram encarceradas após o 8 de janeiro, foram libertadas provisoriamente 1.014, das quais 407 são mulheres. Os indivíduos soltos responderão ao processo em liberdade, mediante restrições como uso de tornozeleira eletrônica e apresentação periódica em juízo, entre outras.

    Fonte: Agência Brasil

  • Câmara do DF pede para remarcar depoimento de Torres em CPI

    Câmara do DF pede para remarcar depoimento de Torres em CPI

    A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) pediu hoje (14) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a remarcação da data do depoimento do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos.

    Em petição enviada ao ministro, a procuradoria da Casa pediu que a oitiva, prevista para quinta-feira (16), seja remarcada para 23 de março. No mesmo dia, Torres deve prestar depoimento sobre o caso da minuta de golpe no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    Até o momento, a defesa do ex-secretário não confirmou se ele vai comparecer ao depoimento. A CPI informou ao Supremo que pretende realizar o depoimento de forma secreta para “mitigar a exposição do depoente”.

    Na semana passada, Moraes autorizou o depoimento, mas entendeu que a presença é facultativa. Pela decisão, Anderson Torres deverá ter assegurado pelos parlamentares direito ao silêncio se preferir não responder aos questionamentos dos deputados distritais.

    Contudo, pelo fato de Torres estar preso, a presença dele no depoimento não é obrigatória. Moraes explicou na decisão que o STF proibiu, recentemente, a condução coercitiva para interrogatórios.

    Torres é investigado por suposta omissão na contenção dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Ele foi preso em 14 de janeiro, logo na chegada ao Brasil.

    Ele se encontrava nos Estados Unidos, aonde disse ter ido de férias uma semana depois de ter assumido o cargo de secretário de Segurança Pública do DF. A saída dele do país ocorreu dias antes dos atos golpistas, quando vândalos invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

    Na quinta-feira (16), a CPI pretende ouvir o coronel da Polícia Militar Jorge Eduardo Naime, que participou da operação da corporação no dia 8 de janeiro. 

    Fonte: Agência Brasil

  • CGU e Polícia Federal investigam fraudes licitatórias em prefeituras

    CGU e Polícia Federal investigam fraudes licitatórias em prefeituras

    A Polícia Federal (PF), em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta terça-feira (14) a Operação Onipresente, visando à atuação de organização criminosa que, segundo a investigação, tem contratos firmados com 74 prefeituras do estado do Espírito Santo e em mais sete estados da federação.

    “Por meio de uma sólida rede de influência econômica, diversas pessoas jurídicas pertencentes ao grupo empresarial investigado se valiam de seu domínio na área de desenvolvimento de programas de informática, fornecimento de provedores de internet, bem como consultoria e assessoria de sistemas, para direcionar e assim fraudar procedimentos licitatórios, seja por meio da inclusão de cláusulas restritivas, ou mesmo através de simulação de concorrência e rodízio das empresas contratadas”, revelam as investigações.

    De acordo com a PF, a cronologia dos fatos investigados demonstra a extensa atuação, não somente do ponto de vista territorial, uma vez que empresas ligadas ao grupo estão presentes em contratos firmados em ao menos oito estados brasileiros, mas também no que diz respeito ao tempo dessa atuação.

    “Em que pese as investigações terem sido iniciadas em 2016, os documentos analisados dão conta de que, pelo menos desde 2002, o grupo atua junto a prefeituras e outros órgãos municipais, dominando as contratações em alguns setores capixabas, sobretudo da área de informática”, diz a corporação.

    “Para se ter uma dimensão do vulto financeiro, foi identificado que, no período de janeiro de 2017 a junho de 2022, foi empenhado por 74 prefeituras do Espírito Santo o montante de R$ 165,4 milhões em favor da principal empresa gerida pelo grupo, dos quais R$ 136 milhões já teriam sido pagos, envolvendo recursos federais e recursos próprios dos municípios”, acrescentou a PF.

    Segundo as investigações, foram identificados indícios de irregularidades em uma série de situações que, em conjunto, apontam para um possível direcionamento das contratações em favor das empresas, que ainda são investigadas por lavagem de capitais, corrupção ativa e passiva, além da constituição de organização criminosa.

    Com a autorização judicial da 1ª Vara Federal Criminal de Vitória, dez mandados de busca e apreensão foram expedidos para pessoas físicas e jurídicas que ocupam diferentes funções na hierarquia criminosa.

    Cerca de 50 policiais federais e quatro servidores da Controladoria-Geral da União participam da ação, executando as medidas cautelares nos municípios de Domingos Martins e Vitória.

    Os crimes investigados são frustração do caráter competitivo de procedimento licitatório; corrupção passiva; corrupção ativa; organização criminosa; e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas máximas para esses crimes alcançam 46 anos de reclusão.

    Fonte: Agência Brasil

  • PF mira desembargador de MG suspeito de vender decisões a traficantes

    PF mira desembargador de MG suspeito de vender decisões a traficantes

    Um desembargador de Minas Gerais e seu filho, que é advogado, são alvo hoje (14) de uma operação da Polícia Federal (PF) contra o tráfico internacional de drogas. Eles são suspeitos de vender decisões judiciais aos traficantes.

    Ao todo, são cumpridos dez mandados de prisão: cinco de prisão temporária e cinco, preventiva. Os alvos da operação Habeas Pater são o desembargador Cândido Artur Medeiros Ribeiro Filho e seu filho, o advogado Ravik de Barros Bello Ribeiro.

    Estão sendo cumpridos outros 35 mandados de busca e apreensão. As diligências são cumpridas em Minas Gerais, Distrito Federal, São Paulo, Santa Catarina e Maranhão, estado natal do desembargador. As medidas foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por casos envolvendo desembargadores.

    “De acordo com o que já foi apurado nos procedimentos em curso, apenas em criptomoedas, as empresas envolvidas no esquema teriam movimentado valores que superam os R$ 60 milhões”, disse a Procuradoria-Geral da República (PGR), que conduz a investigação. Segundo a PF, ambos podem responder por crimes de corrupção passiva e ativa, cuja pena pode chegar a 12 anos de prisão.

    A operação desta terça-feira é um desdobramento de outra, chamada Flight Level, que tem como alvo uma empresa de táxi aéreo de Belo Horizonte suspeita de atuar no envio de drogas para o exterior.

    AAgência Brasiltenta contato com os alvos da operação Habeas Pater.

    Fonte: Agência Brasil

  • Justiça mantém condenação de acusado por morte de indigenista espanhol

    Justiça mantém condenação de acusado por morte de indigenista espanhol

    A Justiça Federal manteve a condenação do ex-delegado de Polícia Civil Ronaldo Antônio Osmar a mais de 14 anos de prisão pelo assassinato do missionário espanhol Vicente Cañas Costa. O crime ocorreu em 1987, na Terra Indígena Enawenê-Nawê, no Mato Grosso.

    A decisão foi proferida pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que negou recurso contra condenação. O acórdão da decisão foi publicado no dia 6 de março.

    Conforme a acusação do Ministério Público Federal (MPF), o ex-delegado arregimentou os executores do crime, orientando sobre a execução e pagando pelo crime, além de participar das diligências que buscavam esclarecer a morte do missionário.

    Antes de ser assassinado, Cañas viveu na região por dez anos e denunciou a presença de madeireiros e fazendeiros nas terras indígenas do noroeste do Mato Grosso. Ele participou do grupo de trabalho da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) que elaborou os estudos de demarcação da terra Enawenê-Nawê.

    Histórico

    Em 2006, o ex-delegado foi absolvido pelo tribunal do júri. Em seguida, o MPF recorreu. A decisão foi anulada, em 2015. Em 2018, em novo julgamento, o júri o condenou a mais de 14 anos de prisão em regime fechado.

    O crime ocorreu em abril de 1987, quando o missionário foi atacado com uma facada na barriga. O assassinato ocorreu nas margens do Rio Juruena, e o corpo foi encontrado 40 dias depois por indígenas e outros missionários, como o padre Thomaz de Aquino Lisboa, que também fez os primeiros contatos com os indígenas Enawenê-Nawê, na década de 1970.

    AAgência Brasilnão conseguiu localizar a defesa do ex-delegado para comentar a condenação.

    Fonte: Agência Brasil

  • AGU faz acordo para desistir de 20 mil processos trabalhistas

    AGU faz acordo para desistir de 20 mil processos trabalhistas

    A Advocacia-Geral da União (AGU) assinou nesta segunda-feira (13) um acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para extinção de aproximadamente 20 mil processos na Justiça do Trabalho. Com o acordo, a União vai desistir de recursos em processos de baixo valor e sem chance de êxito.

    Os recursos tratam da responsabilidade do governo federal no caso de inadimplência em contratos de empresas terceirizadas para prestação de serviços.

    Na avaliação do advogado-geral da União, Jorge Messias, o acordo permite a redução da litigiosidade e a resolução consensual de conflitos.

    “Para esses processos sequer é possível visualizar interesse para os cofres públicos porque o custo de litigar é maior do que o valor que se teria que pagar ao trabalhador ao final da ação”, disse Messias.

    A desistência de atuação vai ocorrer em processos em que o custo de litígio supera o valor do eventual ganho de causa. A regra será aplicada nos casos em que a execução for inferior a 30 salários mínimos, quando o valor pedido pelo autor da causa for de até 20% ao montante devido pela União, desde que não ultrapasse 60 salários mínimos.

    O mesmo entendimento vai ser seguido quando a condenação do governo for baseada em jurisprudência consolidada dos tribunais e no caso de comprovação de que a administração pública falhou na fiscalização das obrigações trabalhistas da empresa contratada.

    Fonte: Agência Brasil

  • MPF denuncia quatro pessoas em caso de maus-tratos contra girafas

    MPF denuncia quatro pessoas em caso de maus-tratos contra girafas

    Dois funcionários do BioParque do Rio de Janeiro e dois servidores públicos foram denunciados pelo Ministério Público Federal por supostas irregularidades e maus-tratos na importação de 18 girafas da África do Sul para o Brasil, em novembro de 2021.

    Três animais morreram após tentarem fugir da área onde estavam presos, no Resort Portobello, em Mangaratiba, no litoral sul do Rio de Janeiro. A denúncia foi protocolada na 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e seguiu o indiciamento concluído por inquérito da Polícia Federal.

    A procuradoria denunciou o gerente técnico e o diretor de operações do BioParque por maus-tratos às 18 girafas, importação irregular e dificuldades à fiscalização do poder público, com a demora na comunicação dos óbitos dos animais às autoridades.

    O zoológico contesta as conclusões do MPF, afirma que não houve ilegalidades e acrescenta que as 15 girafas restantes estão bem e em locais que respeitam as normas ambientais. Não há previsão para que elas sejam transferidas para o BioParque, localizado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro.

    Também foram denunciados uma servidora do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea) e outro servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O ministério público afirma que os fiscais elaboraram documentos contendo afirmações sabidamente falsas ou enganosas para licenciamento da importação dos 18 mamíferos e de outros animais destinados ao BioParque.

    Os fiscais teriam atestado falsamente que o cativeiro possuía condições apropriadas para acolher as girafas importadas da África.

    O MPF argumenta na denúncia que a causa da morte das três girafas teria sido uma doença muscular, chamada miopatia, provocada por “intenso sofrimento e extremo estresse”.

    Segundo a procuradoria, os animais estavam em um espaço claustrofóbico, com apenas 10 metros quadrados para cada, quando a legislação determina que cada dois animais desse porte precisariam de 600 metros quadrados.

    BioParque e Inea negam

    Procurado pelaAgência Brasil, o BioParque do Rio de Janeiro, pertencente ao Grupo Cataratas, afirma que atuou com total transparência e rejeita a hipótese de haver ilegalidades na importação dos animais.

    “O BioParque do Rio atuou com total transparência e não há hipótese de ilegalidade. Todo o processo de importação seguiu rigorosamente as normas brasileiras e sul-africanas. A empresa refuta as conclusões do MPF que contraria laudos técnicos periciais e conclusões de inúmeras diligências e não poupará esforços para demonstrar a legalidade da conduta de seus funcionários. O BioParque do Rio reitera o seu compromisso com o bem-estar dos animais sob sua gestão. As 15 girafas estão bem, em recintos dentro das normas com área externa (conforme fotos/vídeos) e acompanhadas pelos órgãos competentes, respeitando os procedimentos, protocolos de segurança e primando pelo bem-estar. Elas permanecem no Portobello Safari e não há definição sobre a transferência para o BioParque do Rio”, diz a resposta do zoológico.

    Já o Instituto Estadual do Ambiente também questionou a acusação do MPF e disse que o parecer elaborado por sua servidora foi baseado em normas técnicas e objetivas.

    “A alegação da acusação de que a servidora do Inea emitiu ‘parecer técnico com informações sabidamente falsas ou enganosa’ não procede, pois o parecer foi baseado em normas técnicas e objetivas, especialmente a Instrução Técnica (IN) n° 07/2015 editada pelo Ibama, e na Resolução Inea nº 157/2018, que fundamentaram o parecer técnico n.º 1702/2021 da servidora, especificamente sobre as condições e características do habitat provisório até que os animais fossem transferidos para seu local definitivo”, diz o Inea, que afirma ter atestado que as características do habitat estavam de acordo com as normas técnicas pertinentes, mas que a avaliação sobre o tratamento do local e dos animais fazia parte de uma etapa posterior, de competência do Ibama.

    O Inea acrescenta que acompanhou a construção e a adaptação das girafas ao novo recinto construído pelo BioParque.

    Procurado, o Ibama não respondeu à reportagem até o fechamento desta reportagem.

     

    Fonte: Agência Brasil