Categoria: Justiça

  • Após mais de três anos, caso Paraisópolis tem 1ª audiência na Justiça

    Após mais de três anos, caso Paraisópolis tem 1ª audiência na Justiça

    A primeira audiência de instrução do julgamento de 12 policiais militares envolvidos no episódio que ficou conhecido como Massacre de Paraisópolis começa nesta terça-feira (25), no Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista. Os agentes, do 16º Batalhão da Polícia Militar (PM), respondem pelo crime de homicídio de nove jovens durante operação no Baile da DZ7, na Favela de Paraisópolis, na noite de1º de dezembro de 2019.

    Nesta primeira data, o juiz Ricardo Augusto Ramos irá começar a coletar depoimentos de acusação. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) informou que, ao todo, foram arroladas 52 testemunhas no processo. Após a etapa de instrução, vem a fase de interrogatórios.

    As vítimas são Gustavo Cruz Xavier, Denys Henrique Quirino da Silva, Marcos Paulo de Oliveira Santos, Dennys Guilherme dos Santos Franco, Luara Victoria de Oliveira, Eduardo Silva, Gabriel Rogério de Moraes, Bruno Gabriel dos Santos e Mateus dos Santos Costa. Elas tinham entre 14 e 23 anos de idade.

    Na época do caso, a PM alegou que os agentes reagiram a um ataque de criminosos que teriam disparado contra as viaturas e corrido em direção ao pancadão, como é chamado o bailefunk. A narrativa que a corporação sustenta é a de que as vítimas morreram ao serem pisoteadas, versão que é contestada pelas famílias.

    Para as famílias das vítimas, o ocorrido confirma aquilo que os moradores de comunidades da periferia conhecem há muito, que é a violência e a letalidade policiais, algo que abrevia, sobretudo, as vidas de jovens negros.

    Beco grafitado em homenagem aos jovens mortos em Paraisópolis no dia 1º de dezembro de 2019-Rovena Rosa/Arquivo/Agência Brasil
    Beco grafitado em homenagem aos jovens mortos em Paraisópolis no dia 1º de dezembro de 2019-Rovena Rosa/Arquivo/Agência Brasil

    Mobilizações

    Em um manifesto que circula entre movimentos sociais e nas redes sociais, os familiares dos nove jovens afirmam que “19 agentes da segurança pública não foram denunciados ou foram sumariamente inocentados”. Na mensagem, declaram, ainda, que “é preciso afastar a tese de homicídio culposo”, sob argumento de que, dias antes do acontecimento, a Polícia Militar havia começado a ocupar a Favela de Paraisópolis, após a morte de um sargento no local.

    “Moradores relatam que, durante esse período, policiais militares atuaram com extrema brutalidade, invadindo casas, destruindo patrimônio e agredindo física e verbalmente a população. No dia em que esta morte completava um mês, armaram uma operação para sufocar o Baile da DZ7, criando propositadamente um cerco de violência em torno do baile, assumindo o risco por eventuais mortes”, escrevem no manifesto.

    “O resultado alcançado com a brutal atuação da PM era previsível e, por isso, agiram com dolo eventual, devendo ser julgados por júri popular. É indispensável a reversão da absolvição de [outros] 19 policiais militares envolvidos na operação. Estes se beneficiaram do entendimento de que, supostamente, não seria possível individualizar suas condutas, quando, na verdade, há provas suficientes para levar todos os envolvidos a julgamento”, acrescentam os familiares.

    Para honrar a memória das vítimas e dar visibilidade ao caso, os familiares criaram o perfil Os 9 que perdemos no Instagram. O grupo realizou um ato no final da tarde do último sábado (22), na comunidade de Paraisópolis.

    Em um vídeo veiculado na página, Maria Cristina Quirino, mãe do jovem Denys Henrique Quirino da Silva, comenta que uma das iniciativas tem sido conscientizar o público que vai aos pancadões sobre a truculência da polícia e como podem se proteger.

    “A nossa luta não foi fácil, não será fácil”, afirma. “O Estado não que dar direitos, o Estado viola direitos e a gente tem que lutar contra isso.”

    Ministério Público e Defensoria Pública

    O Ministério Público de São Paulo (MPSP), autor da denúncia contra os policiais militares que participaram da operação que culminou nas nove mortes, chegou a tomar providências, com o objetivo de arrefecer a tensão entre as forças de segurança e os moradores. Uma das tentativas do MPSP de conseguir com que a polícia desse trégua, anunciada dias depois do massacre, foi assumir uma mediação entre o público que frequenta os bailesfunks, os moradores das comunidades e as autoridades.

    A Defensoria Pública do Estado de São Paulo publicou um relatório de 187 páginas sobre o caso. No documento, o órgão ressalta que há inconsistências na versão da PM, lembrando que as evidências, obtidas, inclusive, em gravações de vídeo, mostravam que os policiais encurralaram jovens em uma viela da comunidade e que as vítimas morreram por asfixia.

    Outro lado

    Em entrevista concedida àAgência Brasil, o advogado Fernando Capano, que representa oito policiais acusados, reitera que o que houve foi um alvoroço ocasionado pela chegada de dois criminosos ao bailefunk. “Esse tumulto se avolumou. Em razão dessa correria, os jovens sofreram essas mortes trágicas e a Polícia Militar compareceu imediatamente após o tumulto já ter sido iniciado, para acautelar a ocorrência”, afirma ele, que se diz contra a criminalização de bailesfunk, expressão cultural, para ele, “legítima”.

    Capano representa a tenente Aline Ferreira Inacio, o subtenente Leandro Nonato, o sargento Paulo Roberto Nascimento Severo, João Carlos Messias Miron, Marcelo Viana de Andrade, Matheus Augusto Teixeira, Rodrigo Almeida Silva Lima e José Joaquim Sampaio. Perguntado sobre possíveis afastamentos dos agentes, o advogado informou que alguns foram transferidos de local de trabalho, inclusive havendo casos em que se mudaram para o interior do estado. Segundo o advogado, eles desempenham, atualmente, funções da atividade-meio, ou seja, administrativas, não saindo mais a campo, e têm diferentes tempos de carreira, que variam entre cinco, seis anos a cerca de 30 anos.

    Na visão de Capano, o que sua experiência de 25 anos na área demonstra é que “nenhum policial fica satisfeito quando uma ocorrência resulta direta ou indiretamente na morte de uma pessoa”. “Nenhum policial sai às ruas dizendo ‘Hoje eu vou matar’”, afirma. “Eu fico muito compadecido com a família dessas crianças, desses jovens que perderam a vida, mas também fico muito preocupado quando a gente precisa emplacar uma narrativa de violência policial, que não foi o caso.”

    O advogado pontua também que, na sua compreensão, a PM é “um órgão de Estado”, e, com isso, faz valer a lei independentemente de orientações do governo estadual. “Caso a Polícia Militar não tivesse agido dentro do manual e do procedimento padrão para esse tipo de ocorrência, muito complexa, em que a maior parte dos agentes é recebida, inclusive, com hostilidade por uma parcela da população que lá está, nesse panorama e nesse contexto, me parece que a polícia agiu com correção, partindo do pressuposto de que havia um problema gravíssimo instalado naquela situação e que a tragédia poderia ter sido ainda maior do que a que aconteceu. É nisso que acredito que a Polícia Militar, do ponto de vista institucional, e cada um dos policiais acabam por sentir. Estão lá porque são fiéis cumpridores da lei”, acrescenta.

    Como sequência da cobertura do caso, aAgência Brasiltambém noticiou à época que o então governador de São Paulo, João Doria, manteve as operações policiais como estavam, mesmo com a repercussão do Massacre de Paraisópolis.

    Apenas três dias depois do episódio de Paraisópolis, descobriu-se que um homem de 34 anos de idade foi assassinado em Heliópolis, em circunstâncias semelhantes . Naquela semana, circulavam vídeos denunciando abusos de policiais, sendo um deles gravado em Paraisópolis, em que há diversos agentes fardados e ao fundo se escuta o som do que parecem ser disparos de armas de fogo, e um grito ameaçando os presentes: “Vai morrer! Vai morrer todo mundo!”.

    Ouvidoria

    Em nota encaminhada àAgência Brasil, a Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo informou que segue acompanhando o caso, “buscando sempre impedir que [situações semelhantes] tornem a ocorrer; com ações de monitoramento e formação das forças policiais até a devida responsabilização dos agentes que atuaram irregularmente”. “A Ouvidoria entende que, acima de tudo, está lidando com um tema que transpõe as questões de violência e morte”, afirma.

    “Estamos falando de mães que estão privadas de seus filhos. E que a gestão deste sofrimento e do luto inclui questões difíceis de superar como a angústia, a dor da perda ao se deparar com lembranças do filho, até a mudança na atribuição de sentido às coisas da vida, entre outras tantas e igualmente dolorosas”, completa.

    Fonte: Agência Brasil

  • Justiça arquiva ação de Maria do Rosário contra Jair Bolsonaro

    Justiça arquiva ação de Maria do Rosário contra Jair Bolsonaro

    A Justiça do Distrito Federal decidiu, nesta segunda-feira (24), arquivar a ação penal na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro era réu por insultos contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS). Na decisão, o juiz Francisco Antonio Alves de Oliveira verificou que, de acordo com a legislação penal, os crimes de calúnia e injúria imputados ao ex-presidente prescreveram.

    “Tendo em vista a data do recebimento da queixa-crime, o período em que o processo permaneceu suspenso, o correspondente prazo prescricional e a pena máxima cominada no caso verifica-se a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva do Estado, uma vez que transcorridos mais de três anos sem que tenham ocorrido outras causas de interrupção e suspensão”, escreveu o magistrado.

    No dia 9 de dezembro de 2014, em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, Bolsonaro disse que só não estupraria Maria do Rosário porque “ela não merecia”, em uma crítica à aparência da colega de parlamento. No dia seguinte, o então parlamentar repetiu a declaração em entrevista ao jornal Zero Hora. Posteriormente, a deputada processou Bolsonaro.

    O ex-presidente passou a responder às acusações no Supremo Tribunal Federal (STF), mas o processo foi suspenso após ele assumir Presidência da República, em 2019. Com o fim do mandato e do foro privilegiado, o Supremo determinou que o caso voltasse a tramitar na primeira instância da Justiça do DF.

    A defesa de Bolsonaro alegou que o embate entre Maria do Rosário e Bolsonaro ocorreu dentro do Congresso e deveria ser protegido pela regra constitucional da imunidade parlamentar, que impede a imputação criminal quanto às suas declarações.

    Fonte: Agência Brasil

  • PF ouve Moraes sobre agressão no aeroporto de Roma

    PF ouve Moraes sobre agressão no aeroporto de Roma

    O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi ouvido hoje (24) pela Polícia Federal (PF) na investigação que apura os atos de hostilidade contra ele e seus familiares no Aeroporto de Roma, na Itália.

    As informações sobre o episódio, que ocorreu na sexta-feira (14), foram prestadas pelo ministro e seus filhosna Superintendência da PF em São Paulo.

    A PF já identificou os suspeitos, que foram ouvidos na semana passada pela corporação. Os investigadores aguardam a liberação de imagens captadas pelo sistema de segurança do Aeroporto Fiumicino, o principal da capital italiana.

    Os três suspeitos já estão no Brasil. De acordo com as investigações, o casal Roberto Mantovani Filho e sua esposa, Andrea Mantovani, e o genro, Alex Zanatta, estão envolvidos nas agressões.

    Segundo as reportagens divulgadas pela imprensa, o grupo teria chamado o ministro de “bandido e comunista”. Ao questionar os insultos, o filho do ministro foi agredido por um dos acusados. Moraes estava na Itália para participar de uma palestra na Universidade de Siena.

    A defesa do casal Mantovani sustenta que seus clientes não têm relação com os fatos e trata o caso como um “equívoco interpretativo”.

    No domingo (16), Alex Zanatta prestou depoimento na delegacia da Polícia Federal em Piracicaba, interior de São Paulo, e também negou ter proferido ofensas contra o ministro.

    Fonte: Agência Brasil

  • PGR restringe pedido e quer dados de 244 denunciados pelo 8 de janeiro

    PGR restringe pedido e quer dados de 244 denunciados pelo 8 de janeiro

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) recuou e vai restringir o pedido de acesso a dados de seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Em nova petição enviada nesta segunda-feira (24) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o subprocurador Carlos Frederico Santos, chefe da investigação dos atos golpistas de 8 de janeiro, pede acesso às informações de somente 244 denunciados no caso.

    Na semana passada, a solicitação feita pelo subprocurador para acessar dados de todos os seguidores foi criticado pela defesa de Bolsonaro e por seus apoiadores políticos. Eles alegaram “tentativa de monitoramento político”.

    O objeto da Procuradoria-Geral é saber se os 244 acusados são seguidores de Bolsonaro e reenviaram conteúdos postados pelo ex-presidente, que passou a ser investigado após publicar, no dia 10 de janeiro, um vídeo que questionava a legitimidade do resultado das eleições de 2022. A postagem foi apagada após a repercussão do caso, mas Moraes determinou que as plataformas preservem o material.

    Ao restringir o pedido de acesso à lista completa de seguidores, o subprocurador alegou que é preciso garantir a celeridade da investigação. “Visando ao interesse público e à paz social, considerando ainda a imprescindibilidade de garantir eficiência e celeridade no andamento das investigações, o Ministério Público Federal requer que seja desconsiderado o pedido”, argumentou.

    Se o envio dos dados for determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, as informações vão embasar as investigações sobre eventuais manifestações de Bolsonaro a favor dos atos golpistas de 8 de janeiro.

    Fonte: Agência Brasil

  • Justiça libera seis dos 18 presos na Cracolândia no sábado

    Justiça libera seis dos 18 presos na Cracolândia no sábado

    Das 18 pessoas presas na área da Cracolândia, na noite deste sábado (22) , seis já foram liberadas e voltaram para as ruas. Eles responderão o processo em liberdade, segundo informou o secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, durante uma entrevista coletiva na Praça da República, no centro da capital paulista. Entre os presos, 16 eram envolvidos no tráfico de drogas, furtos e roubos, e dois eram procurados pela Justiça por não terem retornado à penitenciária depois de uma saída temporária de presos.

    O secretário disse Derrite que a operação de sábado foi extremamente positiva, já que o papel da segurança pública na região é identificar os traficantes de drogas que agem no local. “Não é uma tarefa tão simples separar o traficante do usuário e do morador de rua, e nesse aspecto houve um trabalho de inteligência da Polícia Civil. Foi um trabalho investigativo, usando tecnologia, que durou um bom tempo justamente para que nós tivéssemos robustez de provas para o indiciamento e prisão em flagrante na certeza de que eram traficantes de drogas”, explicou.

    Segundo o secretário, a ação de sábado é uma continuidade do trabalho que já vem sendo feito por dois distritos policiais na área da Cracolândia. “De janeiro até aqui o aumento da produtividade operacional está em cerca de 50% no número de prisões e de mais 50% no número de apreensões de drogas. Eu estou falando de 1.400 criminosos presos na área central só por tráfico de drogas”. Do início do ano até agora, foram apreendidas mais de meia tonelada de drogas na Cracolândia.

    Derrite informou que estão sendo implementadas novas ações, como a fiscalização de pessoas presas e liberadas em seguida, por meio de tornozeleiras eletrônicas, autorizadas pelo Tribunal de Justiça. “Já temos 200 à disposição que podem começar a ser utilizadas no Fórum da Barra Funda. Estamos só aguardando o ato de assinatura do presidente do TJ junto com o governador [de São Paulo] Tarcísio de Freitas ou comigo para que possamos colocar isso em prática”. A previsão é a de que ainda em julho essa medida seja efetivada.

    O secretário disse que é possível ainda que seja utilizada a Justiça Terapêutica, que é um acordo de não persecução penal do indivíduo, desde que ele aceite e se comprometa a se submeter a um tratamento em uma clínica. “Isso é possível. Mas estamos aguardando porque depende de acordo com o Judiciário, é um ajuste com o Poder Judiciário. Eu acho que é uma medida extrema, mas é mais uma ferramenta válida para buscar resolver esse problema. Mas só pode ser feito com quem não possui antecedentes criminais, o que gera uma grande dificuldade, porque de 65% a 70% deles possuem antecedentes criminais”, disse.

    Segundo Derrite, a escolha da Praça da República, um dos 15 endereços com maior número de roubos e furtos, se deu ao fato de que os indicadores criminais vêm se reduzindo devido à Operação Impacto Centro, com mais policiamento. “Nós entendemos que são marcos históricos da capital paulista, então em qualquer momento do dia vai ter um ponto de estacionamento da Polícia Militar, viaturas da guarda municipal. A Praça da República e a Praça da Sé são pontos escolhidos para iniciarmos essa retomada do território”.

    De acordo com Derrite, os roubos e furtos só diminuirão ou acabarão quando o Congresso Nacional se debruçar sobre a lei e alterar pontos que beneficiem os criminosos. “Não posso garantir que vai acabar porque não depende só de nós. Somos tão vítimas quanto a população. Olha o retrabalho que estamos tendo. Os 18 que foram presos no sábado, todos já tinham sido detidos, ou seja, é o retrabalho da polícia, porque infelizmente para o bandido o crime compensa”, ressaltou.

    Fonte: Agência Brasil

  • Procuradoria pede arquivamento de ação da CPMI contra Mauro Cid

    Procuradoria pede arquivamento de ação da CPMI contra Mauro Cid

    A Procuradoria da República no Distrito Federal defendeu nesta quinta-feira(20) o arquivamento da denúncia apresentada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro contra Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

    No início deste mês, a comissão entrou com uma ação contra Cid após ele prestar depoimento e se negar a responder perguntas que não o incriminariam. Para os parlamentares da comissão, o ex-ajudante teria cometido “abuso do direito ao silêncio” ao rejeitar informar até sua idade .

    Ao analisar o caso, o procurador Caio Vaez Dias entendeu que Mauro Cid não cometeu nenhum crime e pediu o arquivamento do processo. Caberá à10ª Vara Federal decidir a questão.

    Antes do depoimento, uma liminar da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu a Mauro Cid o direito de ficar em silêncio diante de perguntas que pudessem incriminá-lo.

    O ex-ajudante de ordens foi chamado para depor após a divulgação de mensagens apreendidas pela Polícia Federal (PF) em seu celular na investigação sobre supostas fraudes nos cartões de vacina de Bolsonaro.

    De acordo com relatório de investigação da Polícia Federal, as mensagens evidenciam que Cid reuniu documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado.

    Defesa

    Procurado pela Agência Brasil, o advogado Bernardo Fenelon, representante de Mauro Cid, declarou que o Ministério Público agiu de “maneira precisa e em consonância com ordenamento jurídico” ao pedir o arquivamento.

    Em nota, o defensor disse que a continuidade da representação da CPI seria “uma criminalização do direito constitucional ao silêncio”.

    “Ninguém pode ser constrangido a responder algo que possa eventualmente lhe prejudicar, tendo em vista que isto configura, indubitavelmente, a base do princípio humanitário donemo tenetur se detegere– (a não obrigação de constituir provas contra si mesmo ), historicamente conquistado para afastar abusos do poder punitivo estatal”, afirmou.

    Fonte: Agência Brasil

  • CPMI diz ao Supremo que cogitou prisão de ex-diretor da PRF

    CPMI diz ao Supremo que cogitou prisão de ex-diretor da PRF

    A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro afirmou nesta terça-feira (18) ao Supremo Tribunal Federal (STF) que há indícios de que o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques teria participado “fatos preparatórios” aos atos. Além disso, a comissão disse que cogitou prender Vasques por falso de testemunho.

    A afirmação foi feita pela advocacia do Senado ao defender posicionamento da comissão pela quebra o sigilo telefônico e bancário após Vasques prestar depoimento na CPMI. A quebra é contestada no Supremo pela defesa do ex-diretor, que alega não ter relação com os atos.

    Para a CPMI, somente com a quebra de sigilo será possível realizar a apuração detalhada do caso. “Após a oitiva do impetrante como testemunha, o colegiado entendeu haver indícios de que o impetrante teria participado, enquanto diretor-geral da PRF, de possíveis fatos preparatórios ao 8 de janeiro. Chegou-se a cogitar, inclusive, a prisão do impetrante por falso testemunho”, afirmou a comissão.

    A CPMI também apura a conduta de Vasques no comando da PRF no dia do segundo turno das eleições de 2022, quando houve diversas operações no Norte e Nordeste para averiguar o deslocamento de motoristas, e a atuação da corporação na desobstrução de rodovias após o anúncio do resultado do pleito.

    Defesa

    A defesa de Silvinei Vasques disse ao STF que ele foi convocado para depor na condição de testemunha e prestou todas as informações necessárias aos parlamentares. Para os advogados, a aprovação de quebra de sigilo foi uma “verdadeira violência à Constituição e à imagem e privacidade” do ex-diretor.

    “O impetrante não tem nenhuma relação com os atos de 8 de janeiro, razão pela qual sua convocação para depor foi ilegal, configurando até mesmo dispêndio injustificado do dinheiro público, além de quebra do princípio da eficiência”, concluiu.

    Fonte: Agência Brasil

  • Cremerj mantém cassação do registro de Dr. Jairinho

    Cremerj mantém cassação do registro de Dr. Jairinho

    Por unanimidade, os 42 conselheiros que compõem a Segunda Câmara do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) mantiveram a cassação do registro de Jairo Souza Santos Junior, o Dr. Jairnho, durante plenária na tarde desta terça-feira, (18). Jairinho tinha entrado com recurso devido à sentença anterior de cassação do seu registro profissional.

    O pedido foi apreciado pelos conselheiros e não foi acolhido. De acordo com os conselheiros, as ações do ex-vereador e médico eram incompatíveis com a ética médica e uma grave violação dos princípios fundamentais da profissão. A cassação do registro “é a punição mais alta, de acordo com a legislação vigente.”

    Com esta decisão, no Cremerj não cabe mais recurso, mas Jairinho ainda poderá recorrer da medida junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília.

    Enteado

    Jairinho é acusado pela morte do enteado Henry Borel, de 4 anos de idade, que aconteceu no dia 8 de março de 2021. A mãe do menino, Monique Medeiros de Almeida, que era companheira de Jairinho, também responde pelo crime de homicídio.

    Henry morreu na madrugada do dia 8 de março de 2021, depois de passar mal no apartamento onde morava com a mãe e o padrasto, na Barra da Tijuca. Ele ainda chegou a ser levado para o Hospital Barra D’Or, mas não resistiu aos ferimentos.

    Laudo de necrópsia do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Henry sofreu 23 ferimentos pelo corpo. A causa da morte teria sido hemorragia interna e laceração hepática. A criança sofreu lesões hemorrágicas na cabeça, lesões no nariz, hematomas no punho e abdômen, contusões no rim e nos pulmões, além de hemorragia interna e rompimento do fígado.

    Jairinho e Monique permanecem presos à disposição da Justiça e aguardam julgamento.

    Fonte: Agência Brasil

  • Justiça paulista decreta falência da Itapemirim Transportes Aéreos

    Justiça paulista decreta falência da Itapemirim Transportes Aéreos

    A Justiça de São Paulo decretou falência da empresa Itapemirim Transportes Aéreos, que atuou nos aeroportos com a sigla ITA. A decisão atendeu a pedido de um dos credores da empresa, a Travel Technology Interactive do Brasil Solução em Software Ltda . A decisão saiu no dia 13, mas foi publicada nesta segunda-feira (17).

    Conforme a decisão judicial, são obrigações do escritório vender os bens da massa falida da empresa em 180 dias, entregar um plano para cumprir com os compromissos da ITA, dentro de 60 dias, e apresentar a lista de credores. Os credores têm até 1º de agosto para apresentar reivindicações à Justiça. A decisão destaca que os diretores ou representantes legais da empresa não compareceram aos autos para apresentar defesa em inúmeros processos.

    Em dezembro de 2021, a companhia aérea suspendeu voos e demais atividades de forma repentina.Em 20 de abril do ano passado, a ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) suspendeu as operações da Itapemirim.

    Fonte: Agência Brasil

  • Casal de Matelândia é condenado por homicídio duplamente qualificado

    Casal de Matelândia é condenado por homicídio duplamente qualificado

    O Tribunal do Júri de Matelândia, no Oeste do estado, condenou por homicídio qualificado duas pessoas denunciadas pelo Ministério Público do Paraná pela morte de um agricultor ocorrida em 2020 em um sítio na Vila Esmeralda, zona rural do município. 

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    Os condenados eram nora e filho da vítima. As penas foram fixadas em 22 anos e 3 meses de prisão para a nora do agricultor e de 20 anos de prisão para o filho, ambas para cumprimento em regime inicial fechado.

    De acordo com o julgamento, o filho e a nora da vítima foram mandantes e planejaram o homicídio. Eles contrataram dois homens (irmão e primo da nora) para executar o agricultor, mediante a promessa de recompensa de R$ 50 mil.

    A ação teria sido motivada pelo interesse no patrimônio da vítima, avaliado em R$ 1 milhão, entre automóveis, imóveis e atividades agrícolas. Além disso, um dos denunciados constava como beneficiário do seguro de vida realizado pelo parente assassinado.

    Os demais envolvidos também foram denunciados pelo MPPR e aguardam decisão do Tribunal do Justiça para submissão do julgamento ao Tribunal do Júri.

    Na sessão de julgamento, o Conselho de Sentença acolheu as teses sustentadas pelo MPPR, reconhecendo como qualificadoras do crime o motivo torpe e o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Os acusados seguem presos. 

    Fonte: Assessoria MPPR