Categoria: Opinião

  • Mindset: a nova psicologia do sucesso

    Mindset: a nova psicologia do sucesso

    Hoje vou compartilhar com vocês o conteúdo central do livro: “Mindset, a nova psicologia do sucesso”, escrito pela Doutora Carol Dweck.

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    Mindset é o nosso modo de pensar, nosso ponto de vista sobre os fatos, é a maneira como encaramos as situações, é a forma como interpretamos o mundo à nossa volta.

    Ele muda de pessoa para pessoa e, dependendo do mindset adotado, pode-se ter maior ou menor sucesso em suas atividades e relações, seja na vida pessoal ou profissional.

    Nesse livro a Dra. Carol explica como podemos assumir uma postura mais favorável para alcançar nossos objetivos e obtermos mais conquistas.

    Para fins de estudo e pesquisa, a autora classificou o comportamento humano como decorrente de 2 tipos de pensamento: Mindset fixo e Mindset de Crescimento.

    Pessoas de Mindset fixo acreditam que as características de cada indivíduo são permanentes, fixas, e por isso não podem ser alteradas. A interpretação é de que, se uma pessoa é considerada burra, jamais pode ser inteligente, e vice-versa.

    Já as pessoas de Mindset de crescimento acreditam que as características dos indivíduos podem sim ser mudadas, a partir de esforço e dedicação, permitindo que tenham evolução. Sendo assim, se uma pessoa é leiga em determinado assunto ou não possui certa habilidade, ela pode se desenvolver por meio de estudo ou treinamento.

    A partir desses conceitos, a autora sugere que não devemos rotular filhos, alunos, amigos, companheiros ou a si próprios, seja por meio de elogio ou crítica, pois classificar uma pessoa como se ela tivesse uma característica natural e fixa pode levar à compreensão de que não há nada que ela possa fazer para ir além do que já é – porém isso não é verdade na prática. Muitas pessoas deixam de buscar o desenvolvimento devido a este tipo de rotulagem, gerada por conta do Mindset fixo.

    Por outro lado, a Dra. Carol defende que, ao invés de elogiarmos a inteligência de uma pessoa, por exemplo, devemos elogiar a dedicação que ela teve para alcançar aquele desempenho. Sendo assim, estaremos incentivando que ela continue a se dedicar para alcançar resultados positivos, seja na escola, no esporte, no lar ou na sua carreira.

    Mesmo quando a pessoa não tem um bom resultado, é válido elogiar o seu esforço que ela desprendeu, ainda que seja importante apontar a necessidade de maior empenho na próxima vez. Do contrário, ela se sentiria desmotivada pelo seu fracasso.

    É por meio do Mindset de crescimento que encorajamos e impulsionamos as pessoas a buscarem melhoria contínua naquilo que elas gostam de fazer e querem se destacar.

    Para alcançamos o sucesso temos que encarar os desafios como oportunidades de crescimento. Até mesmo as críticas e julgamentos devemos convertê-las a nosso favor, a favor da nossa melhoria contínua.

    O livro Mindset é recheado de histórias e relatos que ilustram os conceitos estudados e abordados pela autora.

    Este resumo em forma de artigo pode trazer a ideia central, mas ainda assim é muito mais rica e válida a leitura do livro na íntegra. Fica a dica.

    Mindset de crescimento a todos!

     

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Revolta, preconceitos e virada política

    Revolta, preconceitos e virada política

    Em 1883 terminava o governo de Carlos de Carvalho à frente da Província do Paraná, abalado pela Revolta do Vintém (também chamada “Revolta dos Comerciantes”), protesto popular ocorrido no final de março daquele ano em Curitiba.

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    A revolta do comércio era contra a contra a cobrança de taxa extra sobre as rendas, conhecido na época por “Imposto do Vintém”.

    Com Carlos de Carvalho praticamente expulso do Paraná, começa o mandato-tampão do comendador Antônio Alves de Araújo (1830−1887), presidente da Assembleia Legislativa.

    Paranaense de Morretes, ligado como tantos outros líderes regionais ao chefe supremo Jesuíno Marcondes, o deputado Araújo presidiu a Assembleia Legislativa por oito anos, período em que ocupou o governo do Paraná para dar posse ao fluminense Luiz Alves Leite de Oliveira Belo II (1849−1915).

     O declínio de Pedro II

     

    Enquanto fervilhava o caldeirão de intrigas no governo imperial, o agravamento da situação abalava o prestígio do imperador Pedro II.

    Enfraquecido e indiferente à política, o monarca era considerado por muitos como incapaz para seguir reinando ao se aproximar dos 60 anos. Doentio e apático, sequer reagia aos preconceitos contra a governança exercida pela princesa Isabel.

    No governo, Oliveira Belo, apesar de enfrentar dificuldades para impor o ensino obrigatório no Paraná, comemorou a decisão do ministro dos Transportes, Manuel Alves de Araújo (1832−1908), de apresentar à Nação um novo Plano Ferroviário Nacional, que serviria de base para o primeiro plano republicano, em 1890.

    As lideranças do Paraná estavam fortes no governo imperial. O PFN projetava a extensão de trilhos entre Paranaguá e o extremo-Oeste paranaense e um ramal ao Rio Grande do Sul.

    Um projeto altamente ambicioso, considerando que ainda não existiam as cidades de Foz do Iguaçu e Guaíra, menos ainda Cascavel, que surge só em 1930.

     

    A ferrovia que nunca veio

    Araújo era cunhado daquele que foi o primeiro ministro araucariano − Jesuíno Marcondes, o grande líder do Paraná nos tempos imperiais. Como também era deputado, chegando a ser presidente da Câmara nacional até o fim da monarquia, Araújo conseguiu articular a aprovação de seu Plano Ferroviário.

    No velho vício da descontinuidade administrativa decorrente da alternância de grupos antagônicos no poder, o projeto seria depois refeito por seus sucessores, sem mais a ousadia de duas ferrovias cortando o atual Oeste paranaense quase uma década antes do início da vila inicial de Foz do Iguaçu.

    O governo de Oliveira Belo termina em 5 de junho de 1884, quando assume o paulista Brasílio Augusto Machado de Oliveira (1848−1919). Brasílio, fenômeno raro, seria um dos governantes provinciais paranaenses de maior permanência no poder.

     

    Com Queiroz, a vanguarda

    Nessa época, um descendente de bandeirantes paulistas, Firmo Mendes de Queiroz, começará a plantar cidades no interior do Paraná acompanhando o desbravamento telegráfico.

    Queiroz possuía propriedades nas áreas por onde passavam a estrada e a linha telegráfica. Ele doou terras para que nelas fosse construída uma povoação de vanguarda.

    O lugar passou a ser conhecido como São João Batista de Capanema − homenagem ao Barão de Capanema, Guilherme Schüch (1824−1908), diretor-geral do Telégrafo Nacional, que instalou a primeira linha telegráfica no Brasil.

    Estender linhas telegráficas ao interior do Paraná, abrir estradas, ativar a navegação do Rio Iguaçu e ocupar os campos de Palmas até os atuais limites de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul foram cartadas certeiras da administração pública paranaense nessa época.

     

    A Questão das Missões

    Deve-se a elas a decisão de um árbitro, o presidente norte-americano Stephen Grover Cleveland (1837–1908), de favorecer o Brasil em princípios de 1895 no conflito internacional com a Argentina conhecido como Questão das Missões.

    Com isso, a região delimitada pelo Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina passava a pertencer definitivamente ao território brasileiro. Mas o Paraná, que criou as condições estruturais para essa conquista, depois perderia metade dessa área para Santa Catarina.

    Em 1885, uma séria crise se aproximava. No Rio de Janeiro, o Império estava em polvorosa e havia forte reação às manobras dos líderes liberais. Em agosto desse ano acontece a virada: o governo recai nas mãos dos conservadores, com a posse de João Maurício Wanderley, o Barão de Cotegipe.

     

    Crise do mate e corrida ao pinheiro

    A volta dos conservadores ao poder coincide com a percepção do declínio da erva-mate, cuja exportação desaba a níveis irrisórios, criando uma onda de desemprego que varre o Paraná.

    O monopólio argentino da erva-mate, assim, viria a ser uma vingança platina contra a perda de seu pretenso Território de Misiones.

    O estrangulamento da economia paranaense, no entanto, abriu caminho a uma tábua de salvação feita de pinho. As matas passam a ser sacudidas pela derrubada maciça dos pinheirais para exportação.

    Depois do liberal Brasílio Augusto, que encerrou seu governo em agosto de 1885 com o saldo de concluir a Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, em setembro assumiu o visconde Alfredo D’Escragnolle Taunay (1843–1899).

    Ficando só por alguns meses à frente da administração paranaense, o conservador Taunay deixou boa impressão, marcada pela inauguração do Passeio Público, em Curitiba.

    Ele gostou de encontrar europeus no Paraná, mas também soube que muitos imigrantes eslavos sofreram prejuízos e trapaças nas mãos de especuladores.

     

    Taunay enfrentou reações

    Um entusiasta da atração de mão-de-obra europeia, Taunay decidiu retomar a campanha de atração dos imigrantes, vendo neles o impulso que faltava ao desenvolvimento do País.

    “Apontava o Império e o Paraná como a terra da promissão. Algumas lideranças políticas da Província, com posições xenófobas, culpavam-no de estrangeirismo. Acusavam-no de valorizar em excesso os imigrantes em detrimento do elemento caboclo nacional” (Ruy Christovam Wachowicz).

    Essa oposição não impediu Taunay de organizar sociedades de imigração nos municípios do interior para estimular as correntes imigratórias e colonizadoras para a Província.

    Se o liberal Brasílio Augusto foi fustigado pelos conservadores, Taunay teve o dissabor de ver em seu governo a criação, em Curitiba, do Clube Republicano.

    Amigo do imperador, Taunay saiu do governo paranaense nomeado por Pedro II para uma vaga no Senado, representando Santa Catarina. Ambos iriam sucumbir ao golpe militar que iniciou a República no Brasil, em 1889.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • O governador que venceu os índios

    O governador que venceu os índios

    O curitibano João José Pedrosa (1844–1882) governou o Paraná por menos de um ano, entre agosto de 1880 e maio de 1881. Um dos primeiros governantes do Paraná a nascer em Curitiba, Pedrosa foi jornalista e também governou o Mato Grosso, de 1879 a 1881, antes, portanto, de retornar ao Paraná para assumir seu governo.

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    No Mato Grosso, Pedrosa se deparou com queixas de coronéis reclamando de ataques indígenas. Para protegê-los, criou uma força paramilitar, a milícia chamada “Guarda Rural” ou “Ronda Volante”, composta por fazendeiros e sertanistas, mas paga pela administração provincial. Era a versão brasileira dos Texas Rangers estadunidenses.

    Assumindo em seguida o governo do Paraná, Pedrosa quis repetir o sucesso da iniciativa: procurou se inteirar da situação dos conflitos entre brancos e índios e conduziu os primeiros à vitória. Os índios perderam as poucas terras que ainda cultivavam e a partir daí o caminho para a conquista do interior do Paraná estaria definitivamente aberto.

    Abalo na colonização

    A iniciativa de colonizar o interior, porém, deparou-se com um sério obstáculo. O Ministério da Agricultura suspendeu em abril de 1881 os subsídios concedidos a imigrantes, causando uma crise na frente colonizadora.

    Colonos alemães, italianos e eslavos sofreram assim um forte golpe, que levou muitos a se retirar do Brasil. Os colonos que decidiam ficar, sem dinheiro para pagar os lotes adquiridos, são obrigados pelas circunstâncias a abrir estradas para o governo imperial.

    Os índios, por sua vez, serviam de guias e mão-de-obra para os serviços mais pesados.

    A descontinuidade administrativa, as crises econômicas e o planejamento frouxo seguiam sua trajetória de prejuízos ao desenvolvimento econômico e social do Paraná.

    É nesse quadro que em maio de 1881 termina o governo provincial de João José Pedrosa, que dá posse a mais um baiano escalado para comandar o Paraná: Sancho de Barros Pimentel (1849–1924).

    Começa a vila de Foz

    Enquanto Pimentel começava a travar contato com as coisas do Paraná, Pedro Martins da Silva e Manuel Gonzalez, considerados espanhóis, vinham da Argentina para se instalar às margens do Rio Paraná. Era a virtual fundação da futura Foz do Iguaçu.

    Logo em dezembro de 1881 e com íntima relação ao deslocamento de argentinos para a foz do Rio Iguaçu, o governo platino criava a Gobernación de Misiones na área tomada do Paraguai na Guerra da Tríplice Aliança.

    O foco central era a extração da erva-mate, mas a ampla floresta e suas cobiçadas madeiras logo iriam atrair maior atenção.

    As pretensões platinas sobre uma extensa porção do território paranaense, que então alcançava até o Norte do atual Rio Grande do Sul, foram o grande foco de indignação na época.

    É a partir daí que amadurece de vez a proposta de criar uma Colônia Militar na foz do Rio Iguaçu: ela serviria como destino para a construção da Estrada Estratégica, futura BR-277.

    A reação brasileira

    Em janeiro de 1882, o ministro das Relações Exteriores, João Maurício Wanderley, o Barão de Cotegipe, bradava no Senado:

    – Não se pode consentir que o território argentino adiante-se até o centro de três províncias brasileiras, comprometendo para sempre a nossa segurança nacional.

    Em consequência da firme reação de Cotegipe, em março era instalada a Colônia Militar de Chapecó, em Xanxerê, e outras ações administrativas seriam tomadas em sequência para responder à tentativa argentina de controlar a região.

    Mas foi a instalação da Colônia Militar do Chopim que espicaçou as reações negativas mais fortes da diplomacia do Prata. A Argentina considerava isso quase uma declaração de guerra.

    Depois de oito meses de um governo sem grandes feitos, Sancho de Barros Pimentel vai embora em janeiro de 1882, quando o líder regional Jesuíno Marcondes preparou a posse do fluminense Carlos Augusto de Carvalho (1851–1905), em 6 de março.

    Balconista virou latifundiário

    O colonizador gaúcho Tomás Larangeira (grafia original) fez carreira. Saindo de Bagé para ganhar a vida em Porto Alegre, onde era balconista de uma loja portuguesa, foi um dos poucos brasileiros que realmente venceu a Guerra do Paraguai (1864–1870).

    Sentiu que seu futuro estaria em participar da comissão encarregada de demarcar os mal definidos limites do Brasil com seus vizinhos. Foi assim que chegou ao Mato Grosso, do qual se tornaria em breve dono de uma vastíssima extensão de terras.

    Em dezembro de 1882, agraciado inicialmente pelo Império, obteve permissão para explorar as terras do extremo-Oeste do Paraná, no que seria a primeira tentativa empresarial séria de explorar a região por um projeto real de colonização.

    Era uma obrage típica. Estendia seus domínios entre o atual Mato Grosso do Sul e o Oeste paranaense. Laranjeira, para adotar a grafia usual, obteve concessão para que sua empresa, a Companhia Mate Laranjeira, fizesse produzir em moldes capitalistas áreas das quais os índios foram progressivamente expulsos.

    Com apoio republicano

    As vantagens obtidas por Laranjeira foram atribuídas ao apoio que ele prestou ao Império na Guerra do Paraguai, mas suas influentes amizades e sociedades empresariais feitas com capitalistas brasileiros e argentinos pesaram bem mais nesse processo.

    Deixando de ser o simples empregado de uma comissão imperial para ser o controlador de uma área superior a vários estados brasileiros, seu empreendimento, no entanto, iria progredir ainda mais com a República, que faria dele o primeiro explorador brasileiro de erva-mate na vanguarda Oeste:

    “O Marechal Manuel Deodoro da Fonseca, Chefe do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brazil, constituído pelo Exército e Armada, em nome da Nação, atendendo à conveniência não só de promover o desenvolvimento da indústria extrativa de produtos florestais de Mato Grosso, como de aumentar a renda pública, resolve conceder permissão ao cidadão Tomás Laranjeira para a exploração de erva-mate em terrenos devolutos”.

    Telégrafo e estrada

    A permissão original do Império para explorar as terras da região, porém, limitava-se exclusivamente à extração da erva-mate pelo período de dez anos − ou seja, até 1892 −, sendo-lhe vedado o corte de madeiras de lei.

    A decisão de não cumprir essa limitação está na origem da Guaíra de hoje. Se Laranjeira havia sido um dos vencedores da Guerra do Paraguai, ele também foi um dos raros sobreviventes dos interesses imperiais na nova ordem republicana.

    A empresa tinha seu centro nervoso em Campanário (MS), “sede do imenso latifúndio da Mate Laranjeira, país dentro do país do Brasil, país da escravidão e da mais terrível exploração do homem pelo homem” (Jorge Amado, O Cavaleiro da Esperança) .

    Uma forte ação empresarial agora estava fincada junto ao Rio Paraná e a necessidade de estender os fios do telégrafo pelo interior motivou uma ação conjunta dos governos imperial e provincial.

    Segundo o acordo, os trabalhos de instalação da linha telegráfica ficavam a cargo do Império. Por sua vez, o governo provincial iria abrir, simultaneamente, uma estrada.

    Seria a precursora da atual BR-277, ainda sem levar em conta o divisor de águas, acompanhando a posteação dos fios telegráficos. Agora já seria possível considerar que a conquista do Oeste realmente começava.

     

    Fonte: Fonte não encontrada

  • O esboço da Marcha para Oeste

    O esboço da Marcha para Oeste

    Construir uma ferrovia rumo ao nada – o Oeste do Paraná de meados do século XIX – era uma necessidade estratégica, mas o Império em 1878 vivia o início da decadência do imperador Pedro II, que preferia viajar pelo país para ser homenageado enquanto passeava.

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    Mas o entusiasmo dos áulicos não bastava para disfarçar seu cansaço e indiferença pelos assuntos de governo. No palácio imperial, quem reinava era a princesa Isabel de Bragança e Bourbon, 32 anos, casada com o nobre francês Conde d’Eu.

    O Oeste do Paraná estava descartado dos planos do governo. A região se limitava aos portos controlados por argentinos e ingleses no Rio Paraná e amplas áreas de extração de erva-mate onde os trabalhadores – os mensus – eram proibidos de fixar moradia.

    A ferrovia, com o traçado Paranaguá–Curitiba–Ponta Grossa–Guarapuava–Assunção, era uma proposta extremamente ambiciosa numa época em que Foz do Iguaçu e Cascavel ainda nem existiam.

    Havia um imenso e despovoado sertão a vencer e por isso o projeto não passou do papel, mas lançaria os fundamentos de uma futura rodovia “transbrasiliana”, “estratégica” ou BR-277.

    O sistema funcionava

    O início de 1878 foi de troca geral de governo. O conservador Duque de Caxias entregava a administração do Brasil ao liberal João Lins Vieira Cansanção (1810–1906), o Visconde de Sinimbu.

    Como funcionava o governo nessa época? Depois das eleições, elitistas e fraudadas, o imperador nomeava como presidente do Conselho (algo como um primeiro-ministro) um dos líderes do partido majoritário no parlamento, que ali escolhia os ministros para lhe garantir a governabilidade.

    O sistema funcionava: mesmo que o governo fracassasse, era culpa dos políticos, nunca do imperador. Exercendo o Poder Moderador, ele nomeava como presidente do Conselho o líder indicado pelo partido vencedor nas eleições.

    No Paraná, o governante de plantão dependia de nomeação pelo Império. Assim, com a volta dos liberais ao governo em 1878, o poder no Paraná foi concedido a Jesuíno Marcondes.

    Ligado à elite política paulista e a Antônio de Sá Camargo, o Visconde Guarapuava, Marcondes foi ministro de d. Pedro II – o primeiro paranaense a exercer essa função, ainda em 1864.

    Elite desprezava a indústria

    Dentro ou fora do palácio regional, Marcondes governou como grande líder do Paraná dessa época até o fim do Império. Quando algum gestor era dispensado ou ia embora, ele voltava ao governo para preparar o cargo para outro indicado seu.

    Em 23 de março de 1878, por exemplo, ele passou o governo ao baiano Rodrigo Otávio de Oliveira Menezes (1839–1882), que deu sequência à política de criação de colônias de imigrantes ao redor de Curitiba e no interior do Paraná, experiência bem-sucedida com Adolfo Lamenha Lins.

    Menezes se incomodava com o desinteresse das elites paranaenses pelo desenvolvimento industrial. A seu ver, o Paraná possuía “riquezas as mais variadas e desejáveis”, mas vivia uma situação de “lamentável pobreza e consequente atraso”.

    Mais concretamente que a fantasiosa ferrovia já se projetava o avanço ao Oeste tendo como eixo a Estrada de Mato Grosso, cujo trajeto, segundo Menezes, seria a “artéria principal do movimento comercial da Província”.

    Começando no porto de Antonina, “sob a denominação de Graciosa e atravessando esta cidade dirige-se ao Rio Paraná, no extremo Oeste”.

    Terra para quem se esforçasse por ela

    O início da marcha para o Oeste começa em meio a discussões sobre problemas agrários que já poderiam estar resolvidos no fim do século XIX.

    O empresário ponta-grossense Cândido de Almeida e Souza dirigiu nessa época proposta ao governo provincial para melhor aproveitamento das terras devolutas, criticando a única forma permitida para a aquisição de terras no Brasil: a compra.

    Nos EUA, que prosperavam, o Homestead Act, de 1862, permitia a posse das terras depois de cultivá-las por cinco anos. Os escravos libertos, por sua vez, depois da Guerra Civil (1861–1865) ganhavam 40 acres de terras e uma mula.

    Para Cândido de Almeida, no entanto, só ricos poderiam obter terras no Paraná, por imposição de um decreto de 1874, o que representava excluir os paranaenses e outros brasileiros pobres do acesso à terra:

    – Conhecemos grande número de famílias de conduta irrepreensível que não têm um palmo de terra de seu para cultivar; vivem, como agregados, em terras alheias, ou perdem na indolência as forças e atividade que convenientemente aplicadas poderiam ser tão úteis à sua Pátria.

    Marcondes: mimo ao primo

    Esses argumentos não sensibilizaram o trono imperial e o presidente provincial Rodrigo Otávio Menezes, ao encerrar seu governo, devolve a gestão no final de março de 1879 ao líder Jesuíno Marcondes.

    Ele voltava a assumir o governo por poucos dias, até preparar a vinda do próximo administrador nomeado, mas nesse interim fez a mediação para que um decreto imperial concedesse ao coronel Amazonas de Araújo Marcondes (1845−1924) concessão para explorar a navegação do Rio Iguaçu.

    O sobrenome Marcondes explica a decisão de Jesuíno de entregar o controle do rio ao primo Amazonas, então com 34 anos.

    Jesuíno Marcondes voltou a transmitir o comando provincial a mais um baiano que veio governar o Paraná: o jovem Manoel Pinto de Souza Dantas Filho (1852–1937), que assumiu em abril de 1879.

    Com a ocupação do Sudoeste em pleno andamento e fortalecida pela navegação oficializada no Rio Iguaçu, em 14 de abril de 1879 é criado o Município de Palmas.

     Governo imperial não ajudava

    Na virada para 1880 já estava bem debatida a proposta de fundar uma colônia militar na tríplice fronteira. A Guerra do Paraguai deu motivos estratégicos suficientes à iniciativa e a crescente presença britânica, a partir da Argentina, foi um excelente motivo adicional.

    Aliás, a Lei 601, de 18 de setembro de 1850, bem anterior à guerra, assim como sua regulamentação, de 30 de janeiro de 1854, já dispunham que “dentro da zona de dez léguas contíguas aos limites do Império com países estrangeiros e em terras devolutas, que o governo pretende povoar, estabelecer-se-ão Colônias Militares”.

    Mas esse projeto não se concretizou no governo provincial de Manoel Dantas Filho, que logo foi embora, em agosto de 1880, passando o João José Pedrosa (1844–1882).

    Como um político em eterna campanha eleitoral, em 1880 o imperador Pedro II continuava obcecado em viajar. Vindo ao Paraná para uma inauguração, a caravana do imperador viajou 600 km levando uma claque para puxar os gritos de aplausos.

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  • A onda agora é bio

    A onda agora é bio

    Se a tendência nos negócios é a sustentabilidade, a onda agora é bio.

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    Bioenergia, biocombustível, bioinsumo, biotecnologia, bioplástico. É bio pra todo lado.

    As empresas que olham para o mercado, analisam comportamento, conjunturas e tendências em busca de oportunidades já assimilaram que o tema “bio” deve estar na sua pauta.

    Assim como não podem deixar de fora a agenda ESG que expliquei neste artigo (https://pretonobranco.com.br/noticia/12734/por-que-as-empresas-querem-aderir-a-moda-esg)

    A bioeconomia é um modelo de negócios que está ligado ao uso de recursos naturais de forma sustentável. Sendo assim, a geração de renda e riqueza ocorre a partir de tecnologia e inovação aplicadas aos recursos biológicos.

    Eu diria que a sustentabilidade é a teoria, a meta a ser alcançada; enquanto a bioeconomia é a prática, o negócio girando.

    A onda bio está alinhada com o posicionamento de grandes corporações, as quais enfocam a sustentabilidade; assim como está em harmonia com o marketing 5.0, em que as marcas se mostram responsáveis e apoiam causas sociais e ambientais para conquistar clientes e investidores.

    Conforme a Confederação Nacional das Indústrias, a bioeconomia está presente na produção de vacinas, enzimas industriais, novas variedades vegetais, biocombustíveis, cosméticos, entre outros.

    No agronegócio, inclusive, a bioeconomia veio com força novo Plano Safra, que disponibilizará maior volume de recursos para essa modalidade de financiamento. Se enquadram nela a instalação de biofábricas, as atividades de produção de bioinsumos e biofertilizantes, de energia renovável e sustentável (a partir de biogás e biometano) e adoção de práticas conservacionistas de uso, manejo e proteção dos recursos naturais (reserva legal, áreas de preservação permanente APPs, inclusive correção da acidez e da fertilidade do solo), além de agricultura irrigada.

    O Brasil possui a maior biodiversidade do mundo, portanto, desponta pelo seu grande potencial de se destacar na bioeconomia mundial. Para isso, é importante investir em pesquisas sobre biociências, tecnologia e inovação, além de articular a transferência de tecnologias.

    Que tal usar bioenergia para produzir bioprodutos comercializados em bioembalagens? Será que já podemos nos considerar bioconsumidores?

    O que podemos afirmar é que os esforços para a transformação dos sistemas de produção com vistas à substituição de recursos fósseis e não renováveis é um caminho sem volta.

    A bioeconomia movimenta no mercado mundial cerca de 2 trilhões de Euros e gera cerca de 22 milhões de empregos, segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD).

    Portanto, está aí um uma gigantesca porta de oportunidades. Basta articular as fortalezas da sua empresa nessa direção.

    Biosucesso a todos!

    TAGS: bioeconomia, sustentabilidade, negócios, tendências, corporativo, empresas

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  • Crédito abre posse da região a interesses ingleses

    Crédito abre posse da região a interesses ingleses

    O governo de Venâncio José Lisboa não chegou a iniciar de fato a colonização do Oeste, mas iniciou o conjunto de normas que logo iria se tornar útil com a crise na Europa que favoreceu a atração de imigrantes.

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    Deixando o Paraná no início de 1873, o fluminense Lisboa transferiu provisoriamente o governo ao paranaense Manoel Antônio Guimarães (1813–1893).

    Nascido em Paranaguá, Guimarães, Barão e depois Visconde de Nácar, poderoso ervateiro e político da ala conservadora, não permaneceu longo tempo no governo. Não era fácil conciliar monarquistas conservadores e republicanos liberais.

    Foi em meio à intensificação da propaganda republicana que Guimarães entregou em junho de 1873 o governo do Paraná ao paulista Frederico José Cardoso de Araújo Abranches (1844–1903).

    No governo, Abranches manifestou preocupação sobretudo com a infraestrutura para “o desenvolvimento da agricultura, pois as estradas da província são as suas artérias – é por elas que giram seu sangue, o seu futuro, a sua vida, isto é os produtos da indústria e do trabalho”.

     

    Origem dos latifúndios

    Um fator decisivo para o interesse capitalista no Oeste veio na metade da década de 1870, quando o Paraná recebeu uma inovação especial: o sistema de crédito, ou seja, a compra das terras devolutas com pagamento a prazo.

    Essa modalidade de aquisição ficou limitada às Províncias do Paraná, Amazonas, Pará e Mato Grosso pelo Decreto Federal nº 5655, de 3 de junho de 1874, cuja inspiração era motivar a colonização dos espaços vazios, ou seja, as regiões nas quais os índios foram massacrados ou expulsos.

    Depois das antigas concessões de sesmarias aos amigos dos reis e das grandes ocupações dos campos paranaenses via expulsão de índios, empresas colonizadoras e grandes negociantes nacionais e estrangeiros começariam a adquirir amplos latifúndios por meio do crédito.

    A lei do crédito especial estipulava que o governo poderia vender a prazo terras nessas regiões e também doar áreas na faixa de fronteira, cláusula destinada a estimular os sobreviventes à Guerra do Paraguai a participar com seu trabalho da ocupação do território.

    No entanto, a regra serviu sobretudo  para estimular a formação das obrages controladas por interesses anglo-argentinos: empresas pouco dedicadas à colonização mas avidamente entregues à extração da erva-mate e da madeira.   

     

    A vaca inspiradora

    Adquiriu contornos de lenda um episódio ocorrido com o presidente provincial (governador) Adolfo Lamenha Lins logo ao chegar ao Paraná em maio de 1875, quando veio para substituir Frederico Abranches.

    Não havia ainda iluminação pública nem mesmo em Curitiba. Ao tentar se dirigir à noite para a catedral, o governador trombou com uma vaca. Esse desagradável episódio teria sido o fator responsável pelo seu plano de iluminar a cidade com lampiões.

    Nascido no Recife (PE) a 27 de junho de 1845, Lamenha Lins foi promotor público em Alagoas. Partidário da libertação dos escravos, governou o Piauí entre 1873 e 1874. Como governador do Paraná, estabeleceu núcleos de imigração nos grandes centros, sistema que, sendo adotado pelo governo imperial, deu origem às colônias Santa Cândida, Orleans, D. Pedro, Tomás Coelho, Lamenha, Santo Inácio e Riviera no Paraná.

     

    Ações em família

    Lamenha Lins acreditava que o estabelecimento dos imigrantes em localidades próximas às estradas carroçáveis já existentes, como a Graciosa, garantiria o êxito do núcleo colonial agrícola.

    O núcleo estaria ligado, através de uma estrada secundária (a ser construída pelos próprios colonos com os subsídios do governo), a uma estrada principal que possibilitaria a circulação de mercadorias (lenha e produtos da lavoura) para o abastecimento da cidade. Linz fez experimentos nesse sentido entre Curitiba e o litoral.

    Nessa época, além dos interesses estrangeiros, também eram privilegiadas ações em família. Na política, nos empreendimentos e até na aventura se encontram no Paraná sólidos arranjos familiares.

    Prosseguindo de onde os irmãos Keller pararam, atrapalhados pela Guerra do Paraguai, o capitão Nestor Borba e seu irmão Telêmaco (1840−1918) partiram em 4 de dezembro de 1875 rumo ao Oeste selvagem.

    Nessa viagem de reconhecimento pela região, Nestor Borba registrou em janeiro de 1876 o achamento das ruínas da Ciudad Real del Guayrá, junto à foz do Rio Piquiri. Guayrá apareceu em 1557, criada pelo capitão espanhol Ruy Diaz de Melgarejo (c.1509–c.1585).

     

    Sinais do passado

    Guayrá (ou Guairá) foi a região defendida ao longo de décadas pelo cacique Guairacá. A cidade espanhola foi destruída pelos bandeirantes portugueses em 1631. Dali os espanhóis se transferiram para o atual Rio Grande do Sul, onde criaram suas novas missões com os índios Guaranis catequizados que levaram do futuro Paraná.

    Ainda mais importantes que os registros de Nestor Borba sobre as ruínas encontradas foram suas anotações técnicas sobre o potencial das Sete Quedas e recomendações para desenvolver o Noroeste do Paraná, mas ainda por muitos anos a região passaria ao largo dos planos do Império.

    Mesmo assim, a ousada missão dos irmãos Borba ficou associada aos futuros projetos que iriam dar na hidrelétrica de Itaipu e na primeira iniciativa contemplando a necessidade de construir uma ferrovia cortando o Paraná de Leste a Oeste.

     

    Mutretas e corrupção

    O período inicial da formação paranaense, mais de planos que efetivação, foi também vergonhoso. Os grandes barões da terra vendiam ao governo, para fins de colonização, as piores áreas, ficando com as melhores para especulação.

    Encerrando seu governo em julho de 1877, Lamenha Lins deixou marcada positivamente sua passagem pela história paranaense, que logo iria se cobrir de suspeitas de corrupção e tramoias em prejuízo dos imigrantes.

    Como de hábito, o poderoso ervateiro Manoel Guimarães deu posse ao novo governador: o mineiro Joaquim Bento de Oliveira Júnior (1846–1878). Em sua gestão estourou o ruidoso caso da debandada de imigrantes russos que foram traídos pelos políticos responsáveis pela instalação dos imigrantes.

    O governador foi à Assembleia da Província do Paraná ao se despedir do governo, em 7 de fevereiro de 1878, alegando que um “indivíduo de nacionalidade suíça e por nome Lucas Albert Preisswerk, declarou e reconheceu-se ser emissário argentino expressamente comissionado para seduzir os colonos russos, já acenando-lhes com vantagens extraordinárias, já procurando desacreditar o nosso País”.    

    Nesse caso, segundo o governo, a evasão dos russos seria fruto de uma trama argentina e não das péssimas terras que os estrangeiros recebiam nas remotas e desassistidas colônias paranaenses.

    Joaquim Bento morreu em São Paulo um mês depois de deixar o Paraná.

     

    Fonte: Fonte não encontrada

  • O conto do tesouro jesuíta

    O conto do tesouro jesuíta

     

    Em abril 1870, depois de várias trocas rápidas de governantes da Província do Paraná, Antônio Luís Afonso de Carvalho transmite o comando a Agostinho Ermelino de Leão, que desta vez permaneceria por mais tempo nas funções.

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    A essa altura, o Império dá sinais de abalo e o movimento republicano já começa a se expandir pelo País. Panfletos pró-República são lançados abertamente.

    Em dezembro, Ermelino de Leão entrega o governo ao fluminense Venâncio José de Oliveira Lisboa (1834–1903), um dos governantes que por maior tempo administrou o Paraná no Segundo Reinado.

    Lisboa conquistara grande confiança nos centros do poder imperial: além do Paraná, governou a Paraíba, Bahia e Minas Gerais

    Em seu governo o café se expande pelo interior paulista e invade também o Norte do Paraná. A cafeicultura, por suas diversas etapas, requeria grande quantidade de mão de obra, mas o Paraná tinha escassez de jovens trabalhadores.  

    Brasil se oferece aos estrangeiros

    No início da atração de imigrantes havia facilidades e vantagens para aventureiros e militares, mas a cafeicultura moldou o interesse por atrair famílias inteiras.

    Havia um contrato padrão, de um ano e revogável, que engajava todos os familiares: “O migrante ganha salário-base proporcional aos pés de café a seu cargo, prêmios, suplementos pela carpa (limpeza) e colheita, um lote para plantar milho, mandioca, feijão, ou licença para o plantio intercalar” (Almir Ribeiro, História do Brasil, Segundo Reinado).

    Com o esgotamento do ciclo tropeiro, as autoridades paranaenses se viram na obrigação de construir uma agricultura que fosse além dos limitados modelos tentados com as primeiras e desassistidas colônias de imigrantes.

    O governo pretendia atrair colonos em massa. Para isso, prometia o custeio das viagens dos migrantes e criou um organismo para dirigir o fluxo migratório. A diplomacia brasileira recorreu a agências de propaganda, promovendo recrutamento em vários países europeus.

    Paranhos, o gênio

    A atividade mais importante da política externa das décadas finais do século XIX era aliciar multidões de colonos estrangeiros para povoar as terras férteis do Brasil e fazê-las produzir.

    José Maria da Silva Paranhos (1819–1880), o Visconde do Rio Branco, foi um dos artífices da política de atração de estrangeiros.

    Ele assumiu o governo do Brasil em 7 de março de 1871, em substituição a José Antônio Pimenta Bueno (1803–1878), o menino abandonado que se tornou ministro e Marquês de São Vicente.

    Em seu governo, Paranhos retomou no Paraná o projeto de ocupação do interior, cabendo à administração provincial paranaense a criação da Comarca de Guarapuava e a divisão da Província do Paraná em três distritos de Obras Públicas: 1° Distrito – Comarcas de Paranaguá e Curitiba; 2° Distrito – Comarcas do Príncipe e Castro; 3° Distrito – Comarca de Guarapuava.

    O terceiro distrito compreendia os atuais Oeste e Sudoeste do Paraná, abrangendo na época também o Oeste de Santa Catarina, que fazia parte do Paraná.

    O drama italiano

    A unificação da Itália, que se completa em 1871, não favoreceu a equalização do desenvolvimento do País, regionalmente desigual entre Norte e Sul. A pobreza crescente, a resistência do Vaticano à perda das terras que antes controlava e guerras fracassadas começam a expulsar as famílias italianas para o Novo Mundo. 

    É na expectativa de atrair parte desses colonos europeus que o governador Venâncio Lisboa irá desenvolver por dois anos uma administração até então rara, na medida em que os governos anteriores duravam em geral poucos meses.

    Os italianos começam a chegar, provenientes do Norte de seu país, acrescentando à população paranaense bons operários, artesãos e outros profissionais especializados.

    Depois do genocídio, o vazio

    O Brasil de então é litorâneo, costeiro, e tem o interior despovoado. O primeiro censo demográfico nacional, em 1872, revela que toda a população brasileira não chegava a dez milhões de pessoas.

    Mais de um milhão e meio eram escravos e o Paraná se apresenta como quase nada nesse contexto: meros 100 mil habitantes.

    Esvaziado de seus índios, perdendo escravos para as fazendas paulistas e jovens para as guerras no Sul, é fácil compreender porque ocupar o vazio demográfico criado pela matança de nativos foi a maior preocupação de Venâncio Lisboa.

    Terminada a Guerra do Paraguai, que estancou em parte a atração de imigrantes, o problema que resta no interior, afora a falta de estrutura, é a resistência indígena, esporádica mas tenaz.

    Ainda mais ameaçador, pela alta influência barriga-verde no Rio de Janeiro, há o assédio de Santa Catarina, que pretende tomar todo o Sudoeste do Paraná, então colado ao Noroeste do Rio Grande do Sul.

    Cacique Bandeira, o esperto

    No desafio de criar interesse pelo interior, quem ousasse ir em frente e ocupar os vazios do Paraná receberia o apoio das autoridades. Foi o que aconteceu com o guarapuavano Norberto Mendes Cordeiro, que se apresentava como “comendador amansador de índios” (Pedro Altoé, Campina da Lagoa – Estrela do Vale do Piquiri).

    Por essa época vivia no interior paranaense o cacique Índio Bandeira. Uma espécie de herói da região, esse nativo catequizado absorveu os estratagemas dos brancos e os usava para seus negócios.

    Além de iniciar a cobrança de pedágio no interior paranaense, ao aplicar nos ambiciosos exploradores de origem europeia o “conto do tesouro dos jesuítas” passou à história como o desbravador dos Campos do Mourão, região entre as duas margens do Rio Piquiri e o Rio Paraná.

    A partir das informações do Índio Bandeira, Mendes Cordeiro vai procurar o “Campo do Abarrancamento” ou “Campinas Vitorianas”, de que os nativos diziam maravilhas. É o início da exploração do Vale do Piquiri.

    Em breve, Mendes Cordeiro e seus sócios agropecuaristas vão registrar ali a posse de 60 mil hectares como “Campos de Criar”, começando a desenhar no mapa a futura cidade de Campo Mourão.

    Tratado de limites

    Data também dessa época, em 1872, o tratado de limites entre Brasil e Paraguai, que vai disciplinar a ocupação da área e atrair maior atenção ao território fronteiriço.

    Foz do Iguaçu ainda não viria tão cedo, mas os primeiros sinais de Guaíra já surgiam com a aquisição de terras na região por parte da Companhia Matte Laranjeira.

    Quando Venâncio Lisboa encerra seu governo, no início de 1873, deixa em pleno desenvolvimento o projeto de fazer avançar o povoamento do interior paranaense, a maior necessidade que se apresentara ao final do conflito com o Paraguai.

     

     

     

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Por que as empresas querem aderir à moda ESG?

    Por que as empresas querem aderir à moda ESG?

    A nova ordem mundial no âmbito empresarial é ditada pelo conceito ESG. Mas por que as organizações querem aderir a esse conceito?

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    Antes de tudo é preciso entender o que é essa tal de tendência ESG.

    A sigla vem do inglês: Environmental, Social and corporate Governance, que significa: Ambiental, Social e Governança Corporativa.

    Para simplificar, podemos dizer que esses 3 pilares estão relacionados com sustentabilidade, pois foi-se o tempo que somente importavam os resultados financeiros das empresas: é preciso que elas assumam cada vez mais a responsabilidade pelos impactos que geram no Planeta. E como fazer isso? Por meio dos 3 pilares:

    Ambiental: práticas de produção responsáveis e sustentáveis, baixo impacto ambiental, uso de recursos renováveis, logística reversa, descarte adequado de resíduos, reciclagem, programas de preservação, atitude ecologicamente correta, exigir o mesmo de stakeholders, principalmente fornecedores. (Exigência dos consumidores)

    Social: práticas justas com os colaboradores, cultura organizacional, condições de saúde e bem-estar, senso de coletividade, diversidade e inclusão, defesa e preservação de direitos, se estendendo à atuação junto à comunidade, posicionamento em debates e defesa de causas sociais, adesão a movimentos, realização de campanhas com impacto social positivo, transformar a realidade das pessoas. (Exigência da sociedade)

    Governança corporativa: práticas éticas, transparência na gestão e compliance (cumprimento de normas, políticas e diretrizes da empresa), responsabilidade fiscal, gestão financeira e administrativa eficientes, resultados reais e consistentes. (Exigência de acionistas, associados e investidores)

    Adotar práticas abrangidas pelo conceito ESG tornou-se uma exigência do mercado, a partir de uma postura mais consciente de investidores e de consumidores, os quais decidem em que investir e com que gastar o seu dinheiro.

    O posicionamento, as decisões e o engajamento das empresas impactam na sua reputação e nos seus negócios – por isso que elas querem aderir à tendência ESG.

    “Desenvolver a pauta ESG pode melhorar o acesso ao capital, mitigar riscos e atender uma demanda crescente dos investidores, consumidores e da sociedade”, pontua Ana Buchaim, diretora de sustentabilidade da B3, a bolsa de valores brasileira.

    O mercado de capital já classifica as empresas que adotam e que não adotam o conceito. Seja em Nova Iorque ou no Brasil, as bolsas de valores têm índices formados somente por empresas que se enquadram nas iniciativas ESG, tais como o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3. Atualmente, a carteira ISE soma 39 empresas (incluindo a Copel, que é do Paraná). Juntas, as companhias somam R$ 1,8 trilhão em valor de mercado.

    Portanto, além de maior prestígio social e diferenciação mercadológica, as empresas que aderem ao ESG atraem mais talentos, clientes e investimentos, alcançando melhores resultados e maior valorização de mercado.

    Sucesso a todos!

    Carina Walker

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Guerra começa e governadores do Paraná fracassam

    Guerra começa e governadores do Paraná fracassam

    Depois de criar a Província explorando o antagonismo entre conservadores e revolucionários liberais, é em clima de guerra que o primeiro paranaense recebe o chamado do imperador Pedro II para ocupar um cargo de ministro.

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    Jesuíno Marcondes (1827–1903) foi nomeado para administrar o Ministério dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, integrando o Gabinete de 31 agosto, chefiado pelo piauiense Francisco José Furtado (1818–1870).

    A partir dessa época, Marcondes se tornará o grande chefe das Araucárias e começará com ele uma “dinastia” de políticos que terão seus descendentes, por parentesco ou afinidade política, em todos os governos paranaenses no futuro.

    O clima de guerra foi instalado em setembro de 1864, quando finalmente as tropas brasileiras cumpriram a ameaça de invadir o Uruguai.

    Solano López em cena

     

    Joaquim Marques Lisboa (1807–1897), o Almirante Tamandaré, chefe da esquadra brasileira, assinara um acordo de cooperação militar com Venâncio Flores (1808–1868), o líder colorado uruguaio, para a deposição do governo blanco de Aguirre.

    Mas a liquidação de Aguirre, determinada a pretexto de defender os interesses dos brasileiros que viviam no Uruguai, não iria ficar por isso mesmo: será o estopim de um conflito bem maior.

    Ao líder paraguaio Solano López só restava cumprir a ameaça feita de que iria retaliar se o Brasil invadisse o Uruguai. A resposta veio com o aprisionamento do navio brasileiro Marquês de Olinda, que navegava pelo Rio Paraguai, próximo a Assunção, com destino à província de Mato Grosso.

    Ainda nesse início de hostilidades, a Província do Paraná mantinha o quadro favorecido pela expansão dos negócios na região.

    As exportações de erva-mate dobraram até esse final de 1864, passando de pouco mais de sete mil toneladas para quatorze mil. Entretanto, uma crise viria, fatalmente, em consequência da guerra.

     

    O grande Paraná

    O decreto Imperial 3.378 estabelecia como limites da Província do Paraná os rios Canoas e Uruguai. O Paraná, portanto, mantinha limites legais com o Rio Grande do Sul. Depois da Guerra do Paraguai, no curso de um longo processo em que o Paraná foi derrotado por Santa Catarina e sua poderosa força no Rio de Janeiro, esse território foi perdido.

    Naquele momento, ainda com capacidade de iniciativa, o Paraná estava decidido a tomar posse de todo o território que legalmente lhe pertencia.

    Foi aparelhada uma nova exploração exploradora, também aos cuidados dos engenheiros Keller, constituída por seis embarcações, cinco das quais com cinco toneladas de capacidade.

    O objetivo era explorar a fundo as possibilidades dos mais importantes afluentes do Rio Paraná, “no interesse da navegação e da ciência”.

     

    Oeste, região estratégica

    O presidente (governador) da Província do Paraná, André Augusto de Pádua Fleury, informava aos deputados provinciais no início de 1866 que o Paraná “recebeu como herança de São Paulo e este de Portugal o estabelecimento de uma via de comunicação entre o litoral e a margem esquerda do Rio Paraná, abaixo das Sete Quedas”.

    Esta via, argumentava Pádua Fleury, era necessária não só para defender a fronteira, como também para a fundação de um porto na confluência do Iguaçu com o Paraná.

    Atendendo à sua recomendação, ordem imperial determinou à canhoneira Mearim promover uma jornada exploratória na região para organizar a estrutura de defesa da fronteira e projetar a edificação de um porto na foz.

    Dava a largada ao projeto para viabilizar a soberania do Paraná sobre a região Oeste, então dominada pela Argentina e interesses ingleses.

     

    Fleury projeta Foz do Iguaçu

    A proposta de Fleury está na origem da atual BR-277 e do “empório comercial de vulto entre o Brasil e os Estados do Prata”, em seu dizer, que viria a ser a atual Foz do Iguaçu.

    Esse porto, pretendia Fleury, deveria ser um futuro centro comercial (“empório”, segundo ele), aproximando o Império do Brasil das nações do Prata. Fleury estava “profetizando” a atual Foz do Iguaçu e intuindo o Mercosul.

    Fleury deixa o governo paranaense em março de 1866, devolvendo-o a Agostinho Ermelino Leão, sem ter condições de avançar mais nesse projeto por conta da Guerra do Paraguai.

    Ao término de um governo provisório de Ermelino de Leão, assume em novembro de 1866 o jornalista, juiz e professor piauiense Polidoro César Burlamaqui (1836–1894).

    A gestão de Polidoro Burlamaqui acaba em agosto de 1867, quando assume por breve período o advogado e juiz fluminense Carlos Augusto Ferraz de Abreu (1834–1872).

    Ferraz de Abreu, que também governaria Santa Catarina durante a guerra, entregou o comando paranaense no final de outubro de 1867 ao mineiro José Feliciano Horta de Araújo (1835–1908).

     

    Colonização não prosperava

    Com o fim do governo de Horta de Araújo, em maio de 1868, reassume por alguns meses o vice-presidente provincial Carlos Augusto Ferraz de Abreu, para dar posse ao português Antônio Augusto da Fonseca (1830–1890).

    Abreu saiu lamentando as dificuldades enfrentadas no setor de colonização. “Este ramo de serviço”, observou ele, “merece ser estudado acuradamente. As grandes despesas feitas com ele tem sido até hoje improdutivas”.  

    De fato, embora algumas boas sementes já estivessem plantadas, só iriam frutificar depois da Guerra do Paraguai, considerando também que a região já sentia os efeitos danosos do prolongado conflito entre as nações vizinhas.

    A guerra pareceu encerrada quando, sob o comando do Duque de Caxias, as forças brasileiras entram em Assunção, a 5 de janeiro de 1869.

    Mais de um ano ainda transcorreria, entretanto, até que o Paraguai estivesse destroçado e seu comandante já caído fosse executado por um golpe final.

     

    Desenho da vocação agrícola

    Com o fim do governo de Antônio Augusto da Fonseca, em agosto de 1869, Ermelino de Leão prepara a posse do baiano Antônio Luís Afonso de Carvalho (1828–1892), que ocorre em novembro.

    Carvalho, que também governou a Bahia, em relatório aos parlamentares provinciais desenhou o retrato de um Paraná agrícola, projeto de difícil execução após o esgotamento da mão-de-obra escrava e antes das colônias de imigrantes:

    – O terreno é de uma fertilidade espantosa e presta-se perfeitamente a todos os gêneros da agricultura europeia, bem como de alguns peculiares aos climas temperados. Na colônia Thereza, o terreno às margens do Rio Ivaí produz trigo, café, centeio, cana de açúcar, algodão e arroz de que se abastece em grande quantidade Guarapuava e a Comarca de Castro.

    Uma descrição que trazia, com o relato, uma proposta de propaganda da qualidade das terras paranaenses, tendência crescente a partir dessa época. Mas no Oeste, e assim ainda seria por longo tempo, os idiomas mais falados eram o Guarani e o Espanhol. O controle real da região, porém, era inglês.

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  • André Bueno assume na Cohapar

    André Bueno assume na Cohapar

    Depois de dois anos afastado da função pública, o ex-deputado André Bueno, sem partido, assumiu nesta quarta-feira (16), a Diretoria de Obras, na Cohapar Paraná, integrando a equipe do presidente Jorge Luiz Lange (PSD), também cascavelense.

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    O convite partiu do governador Ratinho Massa (PSD), ex-colega de Assembleia, com endosso de Lange e cúpula governista onde o filho do ex-prefeito Edgar Bueno (PROS), mantém bom transito. O novo diretor concluirá o mandato do biênio 21/22, na vaga de Ademir Bier, suplente chamado para assumir mandato na AL.

    Ele terá atribuição de auxiliar na implementação de projetos e programas habitacionais desenvolvidos principalmente em parceria com prefeituras paranaenses. Boa sorte.

    Fonte: Fonte não encontrada