Categoria: Opinião

  • A ocupação do espaço feminino na política

    A ocupação do espaço feminino na política

    Não é de hoje que as mulheres lutam cada vez mais em busca da igualdade de direitos na sociedade. Dentre as pautas estão a equidade salarial e a busca por cargos de decisão nos diversos setores da sociedade. Um dos setores com maior falta de representatividade feminina é o da política, seja nos cargos parlamentares ou secretarias e ministérios. Em nosso município a situação não é diferente. No último pleito municipal, nenhuma mulher foi eleita para a vereança, mesmo com excelentes candidatas, muito qualificadas e com excelentes propostas.

    Movidas por esse fato, um grupo de 40 mulheres têm se organizado para debater o assunto “mulheres na política” e quem sabe reverter o quadro da falta de representatividade na política local.  A princípio, estão organizadas em plataformas de mídias sociais, como no Facebook e WhatsApp e, em respeito à vida e ao grave momento pandêmico, apenas encontros virtuais têm sido feitos. O objetivo do grupo é atrair mulheres que queiram debater sobre os diversos setores da política nacional, estadual e local; buscando a construção da consciência política da mulher rondonense. O grupo entende que política não é apenas a disputa eleitoral ou a filiação em um partido, a política vai muito além disso e está em nosso cotidiano. 

    O mês de março foi escolhido para tornar público esse grupo e referendar o Dia Internacional da Mulher, reconhecido pela ONU, em 1975, como a data a se lembrar a luta das mulheres por igualdade de direitos na sociedade. O 8 de março está pautado em diversas greves de mulheres operárias da Europa e dos Estados Unidos, que reivindicavam a diminuição da carga horária de trabalho e salários iguais aos dos homens. Tais manifestações culminaram, inclusive, num incêndio que matou 130 mulheres presas em uma indústria em 1857, nos Estados Unidos. 

    O Dia Internacional da Mulher, perdeu significado da origem de suas lutas por um tempo e foi recuperado pelo Movimento Feminista na década de 60.  Atualmente, tivemos muitos avanços nas lutas e conquistas, mas por outro lado, a data histórica por vezes, não contextualiza sua origem, ficando apenas em festividades, dar flores, presentes, sem uma reflexão sobre a greve das operárias no início do século passado.  Para nós, mulheres, este fator é uma contradição. 

    Com esse regaste histórico propomos a nós mesmas nos reorganizarmos neste município, com pautas próprias em diversos segmentos: social, cultural, de gênero, na divisão sexual de trabalho, unificando assim o debate. Também, para que nós mulheres, possamos ser reconhecidas como sujeitos históricos, políticos de participação, de construção neste espaço, rompendo com qualquer forma de opressão, machismo, preconceitos e violência, entre outras bandeiras de lutas.    

     Para avançar na pauta “mulheres na política”, o grupo pretende promover encontros de formação política e demais assuntos de interesse, com a intenção de atuar com mais precisão na política e eventualmente lançar candidatas e conseguir êxito em elegê-las. O grupo é suprapartidário, ou seja, não está vinculado a um partido específico e/ou posicionamento ou ideologia. Todas as mulheres do município estão convidadas a participar dos grupos, debater, dar suas opiniões, levantar questões e contribuir na atuação política feminina em nosso município. Para participar, basta solicitar a participação no Facebook – “mulheres na política – MCR” 

    No grupo do face também encontrarão o link de acesso ao grupo do whatsapp!!! Venha mulher, participe!!

    O grupo pretende promover encontros de formação política e demais assuntos de interesse | Foto: Divulgação

     

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  • Revolução Farroupilha valoriza o Oeste do Paraná

    Revolução Farroupilha valoriza o Oeste do Paraná

    Em janeiro de 1835, um exército de rebeldes toma Belém e assume o governo. É a vitória da Cabanagem, “o mais notável movimento popular no Brasil, o único em que as camadas populares conseguiram ocupar o poder em toda uma Província” (Caio Prado Jr, Evolução Política do Brasil).

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    Na Bahia, ainda em janeiro, ocorre uma grande insurreição de escravos que une cativos de diversas procedências: malês, haussás, jejes e tapas.

    Acontecimentos por todo o país e no mundo terão reflexos importantes para a colonização do Oeste paranaense. É um período de avanço revolucionário do liberalismo, que ao receber o apoio das massas oprimidas vai impondo o capitalismo rapidamente. 

    No Sul, a expansão do controle inglês sobre o Rio da Prata e os sinais de interesse na Argentina e Paraguai de aproveitar as áreas incultas do Oeste brasileiro soaram como um sinal de alerta para as autoridades brasileiras.

    Aguiar defende a região 

    Ao se pronunciar na Assembleia Provincial de São Paulo, o presidente (governador) paulista, coronel Rafael Tobias de Aguiar, pediu apoio para o precário povoamento dos Campos de Guarapuava para que pudesse ir além, ocupando também os Campos de Palmas.

    Isto, como disse, “para evitarem-se contestações com os vizinhos, que no volver dos anos podem suscitar as pretensões que tiveram sobre Vila Rica e Guaíra outrora destruídas pelos nossos antepassados” (José Jacinto Ribeiro, Cronologia Paulista).

    Era uma proposta importante de aproveitamento do interior do atual Paraná, cuja população ainda reduzida passava a ampliar seus negócios e a intensificar sua força reivindicativa no âmbito institucional, sem armas, enquanto a Cabanagem derramava sangue no Norte e no Rio Grande do Sul os farrapos tomavam Porto Alegre.

    Farroupilhas e esfarrapados

    Declarando independência do governo central do Império brasileiro, a Revolução Farroupilha propõe a República e a abolição da escravatura. Arrastando-se por uma década, sua fase armada será o mais longo e sangrento conflito fratricida antes da afirmação do Brasil como nação unificada. 

    O ano de 1836 é de grande importância para o fortalecimento da Província de São Paulo, da qual faziam parte o atual Paraná e o Oeste de Santa Catarina. Contribui para isso o relato de um ataque rebelde na manhã de 1º de maio de 1836.

    Uma tática de sucesso usada pelos coronéis era fazer pedidos de recursos financeiros e militares relatando ameaças indígenas. Os recursos que vinham serviam para expulsar os índios das terras que ocupavam e estruturar as grandes fazendas de criação.

    O relatório do ataque a Guarapuava em 1836 chega a ser até risível: menciona que os participantes da ofensiva “eram em numero de 54 indivíduos, algumas mulheres e um recém-nascido”. Seriam os “esfarrapados” paranaenses.

    Mais: o ataque foi delatado antecipadamente, todos estavam preparados para a ação e consta que nenhum militar se feriu, a não ser um voluntário que disse ter recebido flechada num braço.

    O poder paulista

    O ponto mais importante dos debates sobre o futuro Paraná travados no parlamento paulista se referia a opções ferroviárias. Já cogitado o trecho São Paulo–Santos, também havia estudos de mais trechos, também ao Norte, Sul e Oeste.

    João da Silva Machado, o futuro Barão de Antonina, recebendo as notícias sobre movimentos rebeldes, intensifica a ação parlamentar, aproveitando-se do temor do governo imperial de que as revoltas de escravos ao Norte e a rebelião dos liberais farroupilhas no Sul contaminassem a Nação.

    Machado defendeu a ocupação rápida do Oeste paranaense e o aperfeiçoamento da Estrada da Mata para a plantação de novos núcleos coloniais, ações que historicamente vão preparar a futura força econômica paulista.

    “(…) estamos diante de um processo de fortalecimento do poder do grupo em torno de Vergueiro, Feijó, Paula Souza, Tobias de Aguiar e Machado. O período Regencial marcou a ascensão de membros deste grupo a nível nacional, na figura de Regentes. Aqui está a chave para se compreender de que maneira a elite política de São Paulo começou a se destacar e ultrapassar as fronteiras de sua província” (Luiz Adriano Gonçalves Borges, Senhor de Homens, de Terras e de Animais).

    Colonização ou guerra

    Diante do descaso das autoridades do Império com as demandas locais, de Norte a Sul fermentavam focos da futura Revolução Liberal. A resposta do governo foi a ofensiva militar imperial contra a Cabanagem na Amazônia, depois de um domínio rebelde de vários meses sobre a região, iniciado em abril de 1836.

    Todos os movimentos populares serão esmagados pela força do Império, mas no Sul o conflito se prolongaria sem dobrar os rebeldes porque havia interesses elitistas aliados à força popular.

    Mesmo perdendo Porto Alegre em 15 de junho de 1836, os farroupilhas ainda resistiriam por vários anos. A longa duração do conflito traria consequências positivas para o Paraná, reafirmando sua posição estratégica.

    O governo provincial paulista decidiu no início de 1837 que a melhor forma de evitar invasões estrangeiras e o controle do interior pelos revolucionários liberais seria ocupar rapidamente o território. 

    A decisão referente à conquista da porção paulista do atual Paraná foi tomada na sessão da Assembleia paulista de 16 de março, determinando a “descoberta” dos Campos de Palmas, aproveitando informe elaborado por Joaquim José Pinto Bandeira, vereador curitibano requisitado pelo Império para fazer relatórios sobre a realidade do interior despovoado. 

    Era Vitoriana

    A coroação da rainha britânica Vitória Regina (1819–1901), em junho de 1837, será o marco da extensão de um largo período de domínio inglês sobre o mundo. Logo no início da Era Vitoriana, que vem coincidir com o apogeu do império britânico, os ingleses já preparavam a extensão de seu controle pelo atual Oeste do Paraná. 

    Seu cônsul no Prata, Woodbine Parish, dava conta à rainha do grau de controle que a Inglaterra já havia estabelecido sobre a América do Sul, ao descrever um gaúcho dos Pampas:

    “Tomem-se todas as peças de sua roupa, examine-se o que o rodeia e, excetuando-se o que seja de couro, que coisa haverá que não seja inglesa? Se sua mulher tem uma saia, há dez possibilidades contra uma que seja manufatura de Manchester. O caldeirão ou panela em que cozinha, a peça de louça ordinária em que come, sua faca, suas esporas, o freio, o poncho que o cobre, todos são levados da Inglaterra” (Buenos Aires y las provincias del Rio de la Plata). 

    A Argentina, que recebia da Inglaterra até as pedras das calçadas, já estava dominada. Mas os ingleses queriam mais. Iriam estender seu poder também ao Paraguai depois que se livrassem de Solano López e ao Oeste do Paraná.

     CLIQUE AQUI e veja episódios anteriores sobre A Grande História do Oeste, narrados pelo jornalista e escritor Alceu Sperança.

    Para o cônsul Woodbine Parish, o gaúcho era antes de tudo um consumidor de produtos ingleses

     

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  • Em tudo, a ação do gaúcho Machado

    Em tudo, a ação do gaúcho Machado

    A relativa autonomia concedida pelo Império nos tempos regenciais às províncias e às câmaras das vilas (equivalentes aos atuais municípios) após a vitória eleitoral dos liberais em 1833 teve como consequência uma acirrada luta pelo poder local, com regras fixadas pelos próprios contendores.

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    Os bens antes conquistados como recompensas concedidas pelo rei ou imperador em troca de serviços prestados à Coroa agora inspiravam as famílias a disputar entre si o poder e a obtenção de privilégios pela força das armas. 

    As ações se davam sobre as terras ainda em posse dos índios e também desalojando outras famílias de fazendeiros que por sua vez já haviam eliminado os nativos nas áreas conquistadas.

    As disputas entre as famílias dos coronéis passam a dominar o cenário urbano e rural do interior paranaense. De passagem pela cidade de Castro, um visitante se assustou com “furiosas intrigas de famílias importantes da localidade”: 

    “Apareceu a vendetta corsa; o punhal e o bacamarte do assassino tiveram livre exercício até nas praças públicas”, muitos abandonaram a região “por causa dos distúrbios” e “tão grande imoralidade e insegurança individual, por longo tempo” afetou o desenvolvimento do interior paranaense, de acordo com Salvador José Correa Coelho, no livro Passeio à minha terra.

    Siqueira Côrtes, o empreendedor

    As fazendas que se estendiam entre Curitiba e os Campos Gerais agora já se somam às propriedades consolidadas até a região de Guarapuava, de onde passarão também a se estender ao Campo de Palmas.

    A região é ainda temida pela presença de índios rebeldes que se afastaram para lá ao ser expulsos das áreas já ocupadas pelas fazendas de criação.

    Vai começar a partir de 1833 uma série de expedições para testar até que ponto ainda haveria resistência indígena. Um dos proponentes dessa operação foi Pedro Siqueira Côrtes. 

    Natural de Palmeira, Côrtes é considerado o iniciador do povoamento dos Campos de Palmas, que resultou de uma disputa empresarial com outras famílias de fazendeiros. 

    Um dos meios para levar vantagem na disputa foi sair para massacrar os índios remanescentes. Outro, comunicar ao governo paulista a suposta frequência de ataques indígenas com a intenção de obter mais recursos militares para combatê-los. Era uma forma de ganhar mais gente para participar das expedições de conquista.

    Siqueira Côrtes tentava demonstrar ao governo paulista que os índios não estavam dispostos a ser novamente expulsos e pedia apoio para conquistar a região.

    Massacres sem explicação

    A motivação principal para explorar os Campos de Palmas era a lenda corrente entre os índios de que haveria ouro e pedras preciosas em grande quantidade no morro do Bituruna, no atual Oeste de Santa Catarina. 

    John Henry Elliott, que esteve a serviço do futuro Barão de Antonina, João da Silva Machado, contou que no segundo dia de viagem a expedição de Siqueira Côrtes encontrou na saída de uma pequena campina um grupo de índios, que foram repentinamente atacados e “ferozmente assassinados, sem que até então tivessem dado indício algum de insubordinação”. 

    Uma segunda expedição, ainda segundo o registro de Elliot, “procedeu da mesma criminosa forma, com algumas famílias indígenas que andavam dispersas”.

    Em 28 de maio de 1834, o padre Vicente Pires da Motta assume pela primeira vez o governo paulista – ainda governaria SP mais seis vezes, além do Paraná, Minas Gerais, Pernambuco e Ceará. 

    Sob sua gestão, por influência do tropeiro João da Silva Machado, os coronéis paranaenses tiveram acolhimento ao projeto de ocupar os “vazios”, como todo o extremo-Oeste habitado apenas por índios.

    Acumulando poder

    O crescimento político dos liberais favorecia a descentralização do poder e com isso cresceu a força dos paranaenses junto ao governo paulista, antes com Lourenço de Andrade e desde meados do século XIX com a influência de Machado.

    A lei 16, de 12 de agosto de 1834, promoveu alterações na constituição política do Império que agradaram aos coronéis do interior paranaense, cuja luta principal consistia em expulsar os índios dos sertões inexplorados.

    O parágrafo 5º do artigo 11 da lei trazia um presente às elites locais: estabelecia entre outras competências das assembleias provinciais as de “promover, cumulativamente com a Assembleia e o Governo Geral, a organização da estatística da Província, a catequese, a civilização dos indígenas e o estabelecimento de colônias”.  

    Determinar o destino dos índios e promover a colonização, portanto, caberia agora à iniciativa regional/local.

    Pensando longe 

    Deputado no parlamento paulista e já com grande influência nos gabinetes conservadores dos governos imperial e provincial paulista, João da Silva Machado tratou de participar da Comissão do Comércio, Indústria e Trabalhos Públicos para favorecer seus projetos de desbravamento e colonização. 

    Uma das primeiras providências positivas nesse rumo se deu por um parecer apresentado na comissão em 10 de fevereiro de 1835 em favor da autorização de recursos da Caixa da Fazenda Provincial para um projeto de exploração dos “sertões entre os Rios Tietê, Paranapanema e Tibagi”.

    As ações de Machado sugeriam expandir as áreas de exploração pecuária para suprir a demanda por animais do Centro-Sul e abrir bons caminhos para o transporte de gado. Impossível não ver nisso o embrião da futura Marcha para Oeste, posta em prática por Vargas um século depois.

    Previdente e patriótico

    Machado buscava ampliar ao máximo o alcance das iniciativas, como fez ao propor a exploração dos campos próximos das regiões de Missões, Entre Rios (em Corrientes) e Paraguai, apresentada em março de 1835.

    O projeto rendeu elogios a Machado – era “previdente” e “patriótico”–, mas esbarrava em questões delicadas de ocupação da fronteira do Império, de competência do governo central. 

    Por ora, então, propunha a “exploração de uma grande camada de campo, que consta haver entre os rios Tietê, Paranapanema e Tibagi”. Um claro projeto de dominar toda a região do Iguaçu ao Tietê, de onde partiria para um projeto maior, com ligações viárias com Goiás e Cuiabá.

    No empenho de apresentar projetos de estradas e expedições para explorar “sertões” e ampliar a ocupação do território, Machado favorecia seus negócios pecuários e projetos de colonização. 

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    João da Silva Machado, o futuro Barão de Antonina, um liberal que fazia bons negócios com os conservadores

     

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  • Este barco também é seu

    Este barco também é seu

    Um dos livros mais completos que já li em termos de ensinamentos para o exercício da liderança chama-se: “Este barco também é seu”, de D. Michael Abrashoff. 

    A partir de vivências da tripulação no navio de guerra Benfold, o autor transmite instruções muito interessantes para lideranças corporativas que desejam que sua equipe alcance o sucesso.

    Neste artigo selecionei 5 tópicos da obra, que podem ser úteis para o seu dia a dia. Confira!

    1) Lidere pelo exemplo: este ponto é fundamental e se aplica em todas as situações. Não adianta falar “A” e fazer “B”, pois as atitudes se sobrepõem aos discursos. Uma dica infalível, segundo Abrashoff é: “nunca falhe no teste de mídia”. Na hora da tomada de decisão, sempre imagine como seria se você fosse conceder uma entrevista à imprensa abordando aquela decisão que tomou. Se você não for se envergonhar dela e, pelo contrário, sentirá orgulho, então você está no caminho certo.

    2) Comunique os objetivos e o sentido: antes de desatracar, todo capitão tem em mãos o seu itinerário, no qual planeja a rota da viagem. A tripulação da sua empresa precisa ter conhecimento do trajeto e de onde a companhia quer chegar, assim como conhecer o propósito. Nas palavras do autor: “O grande segredo para comandar um navio ou administrar uma empresa é articular uma meta comum que inspire um grupo variado de pessoas para que se empenhem em conjunto”. 

    3) Ouça com o máximo de atenção: neste ponto é que muitos líderes e gestores pecam. Demonstrar interesse genuíno pelos anseios pessoais de cada integrante da equipe pode fazer toda a diferença na contribuição deles para o grupo como um todo. Além disso, eles precisam ter voz para contribuir com o crescimento da empresa e para sentirem, de fato, pertencimento. O autor resume: “Inovação não conhece hierarquia”.

    4) Crie um clima de confiança e união: os laços de confiança em relação aos subordinados, bem como entre todos da equipe, fortalecem o grupo, ampliando a sensação de segurança, união e bem-estar. “A confiança nas pessoas, aliada à responsabilidade delegada e ao incremento da qualidade de vida e satisfação no trabalho são os ingredientes que geram uma felicidade coletiva”. Lembrando que a felicidade é contagiante e contribui para os resultados.

    5) Seja como a maré cheia que desencalha todos os barcos: faça com que melhorias e conquistas sejam levadas a todos quantos possível, eleve o nível das pessoas, dos produtos, dos serviços e dos locais onde você está. Seja o bola cheia! “Os líderes precisam entender que influenciam as pessoas profundamente, que o seu otimismo e pessimismo são igualmente contagiosos, que eles estabelecem diretamente o tom e o espírito de todos ao redor”.

    Quando todos estão realmente juntos no mesmo barco, a navegação é muito mais exitosa e as conquistas compartilhadas. 

    Espero que estas dicas sejam úteis e recomendo a leitura do texto original, com exemplos bem ilustrativos de como o autor aplicou os conceitos na prática.

    Sucesso a todos!

    *Carina Walker é jornalista e investidora.

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  • Miséria empurra o Paraná para a revolução

    Miséria empurra o Paraná para a revolução

    Os governos imperial e provincial paulista não correspondiam às demandas das lideranças paranaenses, que se viam forçadas a usar seus próprios meios para compensar as deficiências de infraestrutura, segurança e apoio à colonização. 

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    Em geral, o descaso do governo era tão amplo que no inverno de 1831 o capitão Antônio da Rocha Loures, comandante da frente colonizadora de Guarapuava, informava ao governo que não tinha mais recursos sequer para pagar os soldados em dia.

    Com as instalações precárias e em desgaste, dificuldades para arrecadar tributos, rebeliões de índios inconformados com os massacres sofridos, falta de animais para transporte e escassez de alimentos, Guarapuava não tinha mais como se manter. 

    A crise econômica, política e militar favorecia a pregação liberal contra a centralização de poder exercida pelos conservadores. Crescia o temor, risco já concreto, de que a força armada aderisse em massa à pregação “subversiva”, colocando em risco o centro do poder imperial, no Rio de Janeiro.

    Lei antiescravidão é ignorada

    No início da década de 1830, período de tantos antagonismos, até uma lei benéfica, que abolia em definitivo a escravidão indígena, datada de 27 de outubro de 1831, foi simplesmente ignorada pelas autoridades e seus apoiadores. 

    Só mais tarde vai prevalecer a norma de considerar os indígenas como órfãos e, assim, sujeitos à tutela. Aliás, a descentralização do governo foi pior para os índios, submetidos assim à vontade dos coronéis locais.

    Desde a expulsão do padre curitibano Francisco das Chagas Lima da vanguarda colonizadora de Guarapuava a tarefa de “civilizar” os índios na região ficou prejudicada. 

    Patrocinados pelos coronéis ávidos por mão de obra escrava para trabalhar nas fazendas, cujos territórios ganharam em pagamento por serviços prestados nas bandeiras de ocupação, os índios catequizados atacavam as tribos inimigas – as “selvagens” – com três resultados possíveis: massacres, sequestro de mulheres e crianças e expulsão dos remanescentes.

    Região abandonada pelo Império

    O fracasso do aldeamento de Atalaia foi comunicado ao governo paulista em março de 1832 pelo fiel do almoxarife e escrivão da Expedição de Guarapuava, Francisco Manuel de Assis França. Denunciava que a aldeia “não passava de um barracão onde os índios viviam amontoados e sujeitos a enfermidades”. 

    Ficou só na denúncia. As autoridades imperiais estavam mais preocupadas com as rebeldias de escravos africanos e “liberais exaltados” nas grandes cidades, relaxando os cuidados com as frentes de colonização, como Guarapuava e Rio Negro.

    Na desassistida frente de vanguarda de Guarapuava, o comandante Rocha Loures comunicava ao governo que a degradação do aldeamento de índios na região acontecia por motivos diversos.

    Listava “as perdas pelas moléstias e epidemias, pelo deslocamento para outras fazendas, as saídas e fugas para o mato, as péssimas condições em que eram alojados, a falta de mantimentos como roupa e comida”.

    Com isso, o número de indígenas diminuía, os salários dos militares e demais trabalhadores não eram pagos havia meses e “a falta de mantimentos para os índios era constante” (ofício ao presidente provincial Rafael Tobias de Aguiar, 1º de junho de 1832).

    5ª Comarca, ilusão de autonomia 

    Antes inimaginável, passível de prisão sob as ordens de Portugal, a queixa do chefe militar já sinalizava para a ousadia dos líderes locais em manifestar desagrado frente às condições de quase indigência em que se encontravam. 

    É o início de um crescendo de insatisfação que acompanhava o sentimento geral das manifestações mais aguerridas nas regiões em que as oligarquias locais já contavam com força militar suficiente para desafiar o regime monárquico centralizador. 

    Para acalmar o ímpeto reivindicativo dos paranaenses, no final de novembro o governo paulista cria a 5ª Comarca da Província de São Paulo, com sede em Curitiba.

    A Comarca era constituída do Paraná de hoje mais a atual porção Oeste de Santa Catarina. Deveria ser um elemento de descentralização, mas não passou de formalidade.

    Moléstias e epidemias

    Em 1833, a Freguesia de Nossa Senhora de Belém, vanguarda de colonização nos Campos de Guarapuava, era habitada por 465 pessoas, das quais 87 eram índios e 56 escravos. 

    Todos viviam em 98 casas: 24 no setor urbano, 29 nas áreas de lavoura ao redor da vila, 29 taperas dos pobres que viviam em pequenos quinhões de terra próximos à mata e mais 16 moradas de “fazendeiros que possuíam as melhores e maiores glebas de terra e eram os donos dos grandes rebanhos de animais”, informava o comandante Rocha Loures.

    “As agruras da terra não eram só o perigo dos índios, mas também o perigo das moléstias e epidemias que dizimavam as pessoas do povoado, e, principalmente, atingiam os indígenas. Eles eram os que mais morriam em contato com essas epidemias, por sua maior fragilidade em relação a essas doenças. As péssimas condições em que eram alojados estes índios também eram determinantes da proliferação de doenças, bem como a ausência de uma enfermaria e de um médico” (Almir Antonio de Souza, Armas, Pólvora e Chumbo: A Expansão Luso-Brasileira e os Indígenas do Planalto Meridional na Primeira Metade do Século XIX).

    Sem gado nem farinha

    Segundo o relato do escrivão Francisco Manuel de Assis França, os índios estavam mal alojados em uma casa pouco espaçosa, doentes e sem cuidados. “Viviam dentro de um único barracão, com suas esteiras amontoadas, e com toda a sorte de enfermidades, onde não havia médico, e nem enfermaria”.

    Também faltava comida, prejudicando inclusive o abastecimento do contingente militar, no qual as reclamações com relação aos atrasos do pagamento de soldo eram constantes. Até o comandante da expedição, Antônio da Rocha Loures, reclamava dos salários, cujo atraso em janeiro de 1833 já chegava a 18 meses.

    O comandante Rocha Loures já estava “matando o ultimo gado para sustento da tropa” e a insatisfação era geral, pois os soldos eram o único recurso dos militares.

    “(…) sem eles não podiam sobreviver, sequer para comprar farinha, que já tinha acabado” (Benjamin José Gonçalves, alferes do destacamento de Guarapuava, ofício ao presidente da Província de São Paulo).

    Eleições retardam a revolução

    Conspirando contra os grupos conservadores, os liberais tiveram ampla maioria nas eleições de 13 de março de 1833. Sempre à espreita para desfechar um golpe e assumir o poder, agora venciam pelo voto. “As urnas tornaram desnecessária a revolução”, dizia-se, na época.

    Mas o clima que antecedeu às eleições era de uma política radical, praticada com extrema violência entre liberais e conservadores.

    As notícias sobre a eclosão de um golpe militar em Ouro Preto, então a capital mineira, em 22 de março de 1833, chegaram oficialmente ao Paraná em 7 de abril, quando a Câmara da Vila Antonina acusou o recebimento de ofício do governo paulista relatando os “funestos acontecimentos”.

    A conspiração liberal não iria parar e os líderes do futuro Paraná teriam que escolher um lado.

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    Os liberais moderados aceitavam o imperador menino, mas os liberais exaltados já queriam a República

     

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  • Brasil desgovernado e revolução vitoriosa

    Brasil desgovernado e revolução vitoriosa

    Em 1830 já se consolidara a pecuária entre os Campos Gerais e os de Guarapuava. As criações se expandem por vastos latifúndios, as fazendas se multiplicam e os coronéis se queixam da falta de terras tomadas definitivamente aos índios, para estender mais estabelecimentos e ampliar o controle do vastíssimo interior do futuro Paraná.

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    “Fazendeiros, tropeiros, comerciantes se embrenham pelos campos e matas abrindo picadas que facilitassem as comunicações (…) Os Campos de Palmas são a nova opção para o estabelecimento de mais fazendas” (Roselys Vellozo Roderjan, A Formação de Comunidades Campeiras nos Planaltos Paranaenses e sua Expansão para o Sul).

    A estratégia de exploração dos Campos de Palmas seria aplicada por dois grupos distintos, envolvendo interesses de Curitiba e dos Campos Gerais.

    “Muitos de seus sócios participaram da Conquista ou são seus descendentes. Outros tornaram-se posteriormente proprietários de fazendas nos Campos de Guarapuava, a maioria deles fazendo parte de uma vasta parentela que se gerou nas comunidades originadas das vilas de Curitiba, Castro e Paranaguá e seus distritos” (Roselys Vellozo Roderjan).

    Revolução e imigração

    Um evento ocorrido na Europa em 1830 viria a ter influência marcante no Brasil e determinar o futuro do Paraná. Depois de um confronto dramático, a vitoriosa Revolução Liberal na França, em 29 de julho, após três dias de barricadas em Paris, culminava na deposição do rei Carlos X.

    O povo europeu sofria. Sua opção era resignar-se à miséria, aderir à revolução ou migrar para o Novo Mundo. 

    Entendimentos com o governo brasileiro para a transferência de grupos de famílias europeias para substituir a mão de obra escrava resultaram em uma legislação imperial para regular a prestação de serviços por estrangeiros.

    Em setembro de 1830, para incentivar o desenvolvimento da agricultura brasileira, o governo estabelece regras rígidas para o cumprimento por parte dos imigrantes. Facilitava aos proprietários de terras para explorar a nova mão de obra como lhes fosse mais conveniente.

    O espírito da revolução se alastra

    A experiência pioneira de assentamento de imigrantes em Rio Negro, no Paraná, insere-se no amplo programa de colonização promovido pelo Império, mas com o Brasil endividado, os gastos públicos sofriam restrições e cortes.

    As verbas públicas para formar núcleos coloniais com estrangeiros foram sacrificadas e “uma lei oficializou a proibição desses gastos, retraindo o processo imigratório” (Etelvina Maria de Castro Trindade e Maria Luiza Andreazza, Cultura e educação no Paraná). 

    Os embaraços à vinda de imigrantes ao Brasil agravaram o ímpeto das rebeliões dos povos europeus. A burguesia ascendente, apoiada pela revolta popular na França, punha o absolutismo em xeque ao desencadear a Revolução Liberal, cujas sementes também germinariam rapidamente em solo brasileiro. 

    As primeiras notícias da nova revolução europeia, que de Paris se alastrou para outros cantos da Europa, inclusive Portugal, logo também chegam ao Brasil. 

    Resistir ao imperador

    O Paraná, que seria chamado em breve a decidir o confronto entre conservadores e liberais, também vivia um momento conflituoso entre forças políticas e econômicas então em movimento para afirmar sua hegemonia na região.

    A situação do Brasil nos meses finais de 1830 é de resistência ao autoritarismo do imperador Pedro I. Em outubro, os professores paulistas se negaram a festejar o aniversário do monarca.

    A doutrina liberal, base da Revolução Francesa, já se espalhava pelo Brasil e cresciam as manifestações pela autonomia das regiões, reivindicação que disfarçava a aspiração republicana.

    Sintoma liberal, na sessão da Câmara paulista de 3 de novembro um parecer da Comissão de Colonização e Catequese, da qual também fazia parte o ex-presidente provincial Lucas Monteiro de Barros, repudiou a prática de escravidão imposta aos índios da região do futuro Paraná.

    “(…) chegando a barbaridade a ponto de [os índios] serem vendidos em leilão, pretextando que se vendiam os serviços não de quinze anos, mas talvez perpétuos, e, o que era pior ainda, dos filhos destes índios, e dos filhos destes filhos”.

    País descontente e revoltado

    No interior, mesmo distante dos tensos acontecimentos de São Paulo e Rio de Janeiro, a falta de respostas às reivindicações da desassistida colonização em Guarapuava se somava ao estado de insatisfação reinante no Brasil. Na região, a prioridade absoluta era a abertura e manutenção de caminhos para a movimentação de tropas e mercadorias.

    Muitas queixas surgiram com a paralisação do projeto de assentamento de imigrantes no interior do Paraná, que se esgotou na experiência pioneira de Rio Negro, onde os imigrantes alemães foram abandonados à própria sorte em. Só ao chegar no local souberam que precisariam disputar com os índios as terras do assentamento. 

    Imigrantes abandonados

    Depois de uma ampla campanha para atrair mão de obra destinada a substituir os escravos, encetada nos países europeus mais afetados pela crise produzida pela ascensão do capitalismo, a experiência pioneira de assentamento colonial com imigrantes europeus em Rio Negro se perdeu em abandono e o descarte de novos projetos.

    A lei orçamentária aprovada em 15 de dezembro de 1830 não só punha fim aos créditos anteriormente reservados à colonização com estrangeiros como reduzia a pó os valores ainda devidos na forma de ajuda ao assentamento de colonos já estabelecidos em seus locais de destino.

    Os colonos também lamentaram de imediato a precariedade da infraestrutura existente nesse Paraná ainda despovoado na primeira metade do século XIX.

    Povo e tropa expulsam imperador

    A “revolta do povo e da tropa” levou o imperador a negociar sua abdicação em favor do filho, então com 5 anos, depois do que redigiu rapidamente estas poucas palavras: 

    “Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei muito voluntariamente abdicado na pessoa de meu muito amado e prezado filho o Senhor D. Pedro de Alcântara. Boa Vista, 7 de abril de mil oitocentos e trinta e um, décimo da Independência e do Império”.

    Desde o início de 1831 já fermentavam em diversos pontos do Brasil rebeliões liberais que desafiavam o despotismo imperial e se alimentavam da crise econômico-social, caracterizada pelo endividamento nacional, dificuldades financeiras para a população, escassez de recursos para a infraestrutura e rigores climáticos.

    A essa altura, a nação havia sido entregue pelo imperador desacreditado a uma criança de seis anos de idade: Pedro II.

     CLIQUE AQUI e veja episódios anteriores sobre A Grande História do Oeste, narrados pelo jornalista e escritor Alceu Sperança.

    O menino Pedrinho recebeu o Brasil do pai Pedro I, que abandonou o país para reinar em Portugal

     

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Clubhouse: a nova rede social do momento

    Clubhouse: a nova rede social do momento

    Quando abri as redes sociais no fim de semana notei que a maioria dos influenciadores digitais que eu sigo divulgaram sua adesão à nova rede social chamada “Clubhouse”. 

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    Imediatamente veio aquela sensação gerada pelo FOMO – Fear Of Missing Out, traduzido livremente como “Medo de estar por fora ou de estar perdendo algo”.

    O que é Clubhouse?

    Por que os famosos da internet estão entrando nela?

    É uma rede social que tem como foco a comunicação oral ao vivo (talvez seja por isso que ela está “dando o que falar”). Nela, os participantes criam “salas” de bate-papo para debater temas de seu interesse. O que difere esse aplicativo de outros é que os conteúdos debatidos não ficam gravados, portanto, não é possível ouvir depois (como áudios do WhatsApp ou podcasts).

    Sendo assim, ou você está online para ficar por dentro do assunto discutido, ou não terá acesso às informações. Essa condição também gera nos usuários o FOMO (Quem está, está. Quem não estiver, perdeu).

    Quem cria a sala é que define quem pode falar ou somente ouvir. Você pode criar salas e convidar pessoas para interagir.

    Uma limitação inicial é que a Clubhouse, por enquanto, está disponível somente para sistemas IOS, ou seja, para quem tem Iphone – o que confere certo status aos usuários do aplicativo.

    Outra restrição é que somente é possível fazer parte desse novo universo se você receber um convite (e cada novo usuário somente pode enviar dois convites).

    O modo de funcionamento dessa rede social aciona o gatilho da escassez, aflora nossa necessidade de socialização e de comunicação.

    Considerando que não é todo mundo que tem acesso ao aplicativo, atualmente podemos considerar que a ClubHouse é uma rede elitizada, excludente e bem menos democrática que as já existentes.

    Além disso, acredito que este é mais um aplicativo que visa manter os usuários conectados o máximo de tempo possível, assim como revelado no documentário que mencionei neste artigo

    Toda novidade é seguida pelo jargão: “Será que a moda vai pegar?” 

    Os influenciadores já foram influenciados por milionários e grandes empresários que aderiram à tendência.

    O tempo vai dizer se o app realmente atenderá nossas necessidades comunicacionais.

    Sucesso a todos!

    * A autora é jornalista e investidora

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Índios finalmente vencidos, começa a imigração

    Índios finalmente vencidos, começa a imigração

    Para o historiador Ruy Christovam Wachowicz, o projeto de colonização de Rio Negro, proposto há dois séculos por João da Silva Machados, o futuro Barão de Antonina, tinha outros objetivos além de criar um estabelecimento para o provisionamento das tropas que percorriam a Estrada da Mata:

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    “Na realidade os 238 alemães foram ali localizados para que, com sua atividade agrícola e consequente expansão, afugentassem o indígena Xokleng mais para as matas, diminuindo os ataques que as tropas do futuro barão sofriam na região”. 

    Defendidas até então pelos índios, essas terras seriam progressivamente ocupadas para assegurar o sucesso do empreendimento. No entanto, a essa altura, os índios já não eram mais tão numerosos e já se sabia que só atacavam para revidar agressões. 

    Quando as turmas de Machado iniciaram sua participação nas obras da estrada, as estimativas para a população indígena na região eram de apenas 152 indivíduos Camés, ou seja, os índios que aceitaram ser catequizados.

    Índios dizimados

    Segundo Wilmar da Rocha D’Angelis, os Votorões, índios que não aceitaram ser catequizados, perfaziam 120 a 400 indivíduos pertencentes ao grupo de Dorins, que tinha “seu aldeamento à margem do Rio Dorins onde fica o Campo das Laranjeiras”. 

    Os Xokrens eram 60 indivíduos, localizados “[…] entre os rios Iguaçu e Uruguai…” (Francisco das Chagas Lima, Memória sobre o descobrimento e colônia de Guarapuava). Ainda para o padre Lima, também havia 240 índios Guaranis “nos bosques e faxinais inerentes ao Rio Uruguai” – reduzidos, portanto à metade desde 1821, quando o religioso os estimou em torno de 500 indivíduos.

    A ameaça indígena representada pelo cacique Guairacá nos tempos dos jesuítas estava definitivamente eliminada.

    O impulso da madeira

    Com o gado, a erva-mate e as colônias de abastecimento, a economia regional se diversificava, formando a base do futuro Paraná, completada, já no primeiro quarto do século XIX, pela exportação de madeiras, que aparece com força crescente nos registros do comércio exterior pelo porto de Paranaguá.

    “Em 1826 a madeira já significava 8,21% da exportação do Paraná, em raios e eixos, portadas, lenha, vigas e tirantes, tábuas e pranchões, ripas e varas, paus tortos e curvas. O pinho era utilizado apenas nos limites da Serra acima, devido a dificuldades de transporte para o litoral” (Nilson Monteiro,  Uma lasca da história da madeira).

    Em outubro de 1826 chegou ao conhecimento do governo paulista a tese da loucura do padre Chagas Lima como explicação para os atritos entre o catequista e os coronéis fazendeiros de Castro. 

    Estes se queixaram ao ouvidor José Vernecke Ribeiro de Aguilar que o religioso proibia o contato dos índios com os colonos, “mantendo-os presos no aldeamento”.

    A mão do gato

    Tentando usar a mão de obra indígena, alegavam que a melhor forma de civilizar os índios era que trabalhassem nas fazendas “para estarem seguros dos ataques dos outros selvagens”, segundo proposta formulada na Câmara de Castro. Para eles, escravidão era o que o padre fazia. 

    “Na verdade, a crítica sobre o vigário tinha o propósito de extinguir o aldeamento a fim de ocupar o território dos índios, como foi percebido por Chagas Lima, num ofício no qual o pároco se defende das acusações dos povoadores da Freguesia, denunciando o interesse destes sobre as terras indígenas” (Tatiana Takatuzi, Águas Batismais e Santos Óleos).

    O governador Monteiro de Barros, ao apurar os fatos, recebeu do padre uma resposta firme: mudar o sistema de aldeamento seria “tirar a sardinha das brasas com a mão do gato”. Assegurar a posse das terras de Guarapuava com uma política de extermínio dos nativos, sugeriu, custaria sérios prejuízos ao povoamento do interior.

    O fracasso de Pedro I

    Não por acaso, os ataques dos fazendeiros ao padre Chagas Lima coincidiram com o fim de sua catequese na frente pioneira de Guarapuava. A tese da loucura do padre – possuído por severa depressão ao presenciar a destruição de Atalaia/Guarapuava – predominou.

    Lima foi afastado dos serviços religiosos sob a alegação de que sua perturbação mental se agravou, mas por falta de outro pároco na região os registros de batismos, casamentos e óbitos continuariam a ser oficialmente lavrados em seu nome até agosto de 1828.

    O ano de 1827 começou com o Brasil vivendo mais uma de suas costumeiras crises políticas. Logo em 15 de janeiro, depois de sucessivas intrigas da Marquesa de Santos, amante do imperador Pedro I, todos os ministros se demitem. 

    O monarca vinha de uma frustrante visita ao teatro de lutas na Província Cisplatina, onde as derrotas eram disfarçadas em supostas vitórias pelo comando militar.

    A procissão dos derrotados

    Na frente de povoamento do interior paranaense, entre Castro e Guarapuava, em situação extrema, de vida ou morte, os índios perderam a possibilidade de aceitar a catequese no aldeamento controlado pelo padre Lima. Só lhes restava se render, aceitar que suas mulheres e crianças fossem capturadas para ser escravizadas nas fazendas ou ser massacrados nas matas. 

    Prevaleceu a opção de se render no aldeamento de Atalaia/Guarapuava, onde seu destino era traçado: os índios mais capazes e dóceis eram destacados do grupo étnico original para servir nas fazendas dos coronéis paulistas. 

    Já sem a proteção do padre Francisco das Chagas Lima, em maio de 1828 foram levados do aldeamento grupos com dezenas nativos como se fosse “uma procissão”, segundo descrição do soldado Francisco Manoel de Assis França, escrivão que assessorava o comandante Antônio da Rocha Loures.

    O sinal que faltava 

    Desde meados de 1828, a mando do governo paulista, parte significativa dos índios aldeados em Guarapuava é mandada para trabalhar nas lavouras em São Paulo. Havia interesse em tirar os índios da mata para facilitar a vida dos imigrantes alemães que chegavam.

    A notícia de que os nativos outrora rebeldes procuravam se aldear espontaneamente para servir aos brancos deu ao ministro do Império José Feliciano Fernandes Pinheiro (1774–1847), Visconde de São Leopoldo, base para determinar em 8 de novembro de 1827 que a Província de São Paulo tomasse providências para o recebimento de 955 colonos alemães.

    Parte desses colonos seriam entregues a João da Silva Machado para formar o núcleo pioneiro da imigração no Paraná: Rio Negro. Eles partiriam do Porto de Bremen em meados de 1828, embarcados no veleiro Charlotte Louise a caminho do Brasil. A saga da imigração estava para começar. 

    CLIQUE AQUI e veja episódios anteriores sobre A Grande História do Oeste, narrados pelo jornalista e escritor Alceu Sperança.

    O veleiro Charlotte Louise atravessou o Oceano Atlântico em três meses de viagem | Imagem: Carl Justus Harmen Fedeler

     

     

     

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  • Trabalhou, ganhou vacina

    Trabalhou, ganhou vacina

    Uma iniciativa inédita estampada na capa do Jornal The New York Times desta semana chamou atenção do mundo.

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    Apesar de não serem referência na adoção de medidas para conter a pandemia, os Estados Unidos agora se esforçam para correr atrás do prejuízo. No Estado do Kentucky, uma força-tarefa está sendo desenvolvida para vacinar contra o coronavírus o máximo de pessoas da forma mais veloz possível – dentro dos critérios prioritários predefinidos.

    Qual a novidade? Quem realiza a aplicação das vacinas são voluntários: após somarem 40 horas de trabalho, eles recebem a sua própria vacina como recompensa, independente de idade ou ocupação. Você seria voluntário? Cerca de 4.000 pessoas se inscreveram para participar, mas foram selecionados apenas 75 na primeira etapa, dando preferência para enfermeiros, farmacêuticos, estudantes de enfermagem e funcionários públicos.

    A vacinação está sendo realizada no modelo drive-thru, dentro de uma arena esportiva, onde o público a ser vacinado acessa de carro para receber a imunização. Graças ao trabalho dos voluntários, mais de 1.500 doses são aplicadas por dia somente naquele local.

    Alguns voluntários deram depoimentos sobre essa oportunidade. Segundo eles, muito mais do que receber a própria imunização, sua satisfação está relacionada a ajudar a acabar com a pandemia que assola o seu País.

    Nos Estados Unidos, os professores começaram a ser vacinados na semana passada. Uma das docentes enfatizou que a importância de ela ser imunizada está em poder voltar à sala de aula, apesar da sua preocupação pelo fato de que os alunos ainda não terão recebido a vacina na volta às aulas.

    Humanizada

    Além da iniciativa inédita, também chamou a minha atenção a forma como a reportagem foi desenvolvida e publicada no jornal estadunidense, tanto em razão do formato escolhido, como pela humanização das informações coletadas na cobertura jornalística.

    O conteúdo foi apresentado no estilo de fotojornalismo, inovando com o uso do recurso framelapse na imagem da capa do periódico online. Esse recurso, presente atualmente até mesmo em câmeras de celulares, registra uma imagem em vários quadros sequenciais a partir de um ponto estático, sendo que o resultado exibe os vários movimentos ocorridos naquele enquadramento durante o período da captura. Na página principal do NYTimes, a foto de capa chama a atenção pelo movimento em alta velocidade; e a parte textual apresentada nas descrições das fotos tornam o conteúdo informacional de fácil consumo.

    Sob o título “Quarenta horas depois, os voluntários tomam uma injeção da vacina”, a matéria é composta de 20 imagens e pode ser conferida clicandoaqui.

    Sucesso a todos!

     

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  • Por que fazer concursos militares?

    Por que fazer concursos militares?

    *Leonardo Chucrute

      

    No Ensino Médio, muitos alunos ainda não sabem se devem prestar concurso militar ou cursar uma faculdade. Vale observar que uma carreira militar não anula o desejo de se formar. Infelizmente, muitos ainda desconhecem as vantagens de seguir no militarismo. Em momentos com grande número de desempregados, essa pode ser uma opção para os jovens. 

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    Na carreira militar, já recebe um auxílio assim que você passa e está estudando. Além disso, a carreira possibilita logo de início estabilidade financeira, bons salários, plano de carreira e aposentadoria com salário integral. Outras vantagens são planos de saúde e odontológico, atividades físicas e intelectuais. 

    Em relação à preparação, reforço a importância de iniciá-la o quanto antes. Os exames militares são considerados conteudistas. Portanto, conhecer bem o edital é essencial para ter boas notas. Com isso, o candidato vai saber onde focar sua atenção. Dessa forma, pode conseguir um resultado satisfatório e consequente aprovação. 

    Na preparação, deve-se estudar o conteúdo da prova no geral e não apenas focar em uma matéria que se tenha dificuldade. Ter planejamento e organização na hora de estudar também é muito importante. Além disso, tenha resiliência. Não desanime ao ver a relação candidato/vaga ou quando os estudos tiverem conteúdos mais complexos. Insegurança é normal, mas com uma boa preparação se passa a acreditar. 

    É essencial que se tenha foco em qual concurso militar se quer, ou seja, o seu sonho de passar. Não adianta fazer vários concursos. Veja os que tem a mesma característica, você pode fazer mais de um, se quiser. Além disso, fique atento à idade e aos testes físicos que terá de fazer. Mantenha-se motivado, preparando-se e acreditando em si, pois assim irá conseguir conquistar uma vaga em um concurso militar. 

      

    *Leonardo Chucrute é diretor-geral do Colégio e Curso Progressão, Professor de matemática e ex-cadete da AFA. 

     

    Fonte: Assessoria