O agrônomo Mário de Sá enviou nota ao Preto no Branco opinando a respeito. Veja:
“Hoje nossos feirantes não têm um espaço fixo. Precisam renovar anualmente o uso da área cedida à Feira do Produtor Rural. Agora, temos também a Feira do Teatro. Ambas realizadas ao relento, afastando clientes em dias de chuva ou frio.
O Mercado Municipal seria o espaço ideal para receber os comerciantes. Um local com estrutura completa, atendendo independente das condições climáticas.
Junto com representantes da Feira do Produtor, inclusive o presidente Roque Garlet, levamos essa ideia ao deputado federal Evandro Roman. De pronto, ele comprou a ideia e correu atrás do recurso em Brasília, querendo viabilizar a construção. Bastava o prefeito Leonaldo Paranhos cadastrar o projeto, o que acabou não fazendo.
Além dos hortifrutigranjeiros, no local poderiam ser comercializados diversos produtos da agroindústria regional como, por exemplo, cucas, queijos coloniais, vinhos, mel e artesanatos, entre outros. Além disso, um setor exclusivo à instalação de restaurantes.
O Mercado Municipal em Cascavel é sim viável. Qualquer pensamento contrário mostra o quão atrasada é a pessoa ao não enxergar no empreendimento alternativa importante de fomento ao desenvolvimento da economia. Ser contra o Mercado Municipal é o mesmo que defender o uso de cascalho em estradas rurais”.
Desde crianças fomos ensinados de que o dinheiro é “sujo” – seja ele em espécie, seja ele em abundância. Desse modo, crescemos travando uma luta com esse vilão que tanto desejamos e/ou de que precisamos para viver. Você já pensou nisso?
Antigamente havia uma concepção de que pessoas ricas haviam enriquecido por meio de alguma atividade ilegal ou imoral, até desonrosa. Também entram aqui crenças religiosas que se tornaram “saberes” populares, como: “Dinheiro não traz felicidade”. Com isso, criamos uma mentalidade de aversão a ele. Tratamos mal o dinheiro, o desperdiçamos, nos livramos dele comprando objetos fúteis e algumas vezes até inúteis. Você já comprou algo que nunca usou, só usou uma vez, ou que se arrependeu depois? Eu também já.
Enquanto nosso comportamento e nossas crenças tendem a nos afastar do dinheiro, trabalhamos e estamos sempre correndo atrás dele. Que paradoxo!
O modo como nos relacionamos com o dinheiro revela nossa cultura financeira. Infelizmente, a população brasileira possui larga carência em termos de educação financeira, o que é demonstrado pelos altos níveis de comprometimento da renda e endividamento constatado em pesquisas.
Antes da pandemia (janeiro), 65,3% das famílias brasileiras se declaravam endividadas, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC). Cartão de crédito, carnês, financiamentos e cheque especial são os grandes problemas.
Na grande maioria dos lares, existe um gap (buraco) entre o orçamento familiar e o mundo dos investimentos.
Historicamente o brasileiro foi incentivado a poupar, por meio da cultura de depósito em caderneta de poupança. Porém, hoje o rendimento dela é pífio: com isso, o brasileiro não tem ganho.
Falta, no Brasil, um maior trabalho de educação financeira. Segundo a Revista Veja, é “um país com relação tumultuada (e cheia de culpa) com o capitalismo”, onde existe “preconceito com o dinheiro”. Temos que superar esse carma. Precisamos difundir uma cultura de investimento.
Tenho certeza de que a vida de muitas famílias seria melhor se houvesse uma educação financeira efetiva desde a infância. Porém, na prática constatamos poucas ações efetivas no âmbito escolar.
Desde 2007 o Brasil vem adotando medidas concretas para difundir o conteúdo em pauta. Inclusive foi elaborada oficialmente a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) – Decreto Federal 7.397/2010.
A ENEF é uma política de Estado de caráter permanente, que tem o propósito de contribuir para o fortalecimento da cidadania ao fornecer e apoiar ações que ajudem a população a tomar decisões financeiras mais autônomas e conscientes (www.vidaedinheiro.gov.br).
A intenção é bastante positiva, no entanto, ao observar o volume de iniciativas do Poder Público constatamos que o país ainda carece de esforços mais expansivos para alcançar esses objetivos.
É notório que o empenho maior está vindo da iniciativa privada. Instituições financeiras e profissionais autônomos têm gerado e disponibilizado online diversos conteúdos gratuitos a respeito de investimentos e finanças.
A novidade mais recente é o lançamento da escola de educação financeira da XP Investimentos, que aconteceu nesta semana, dia 22 de junho. Ela se chama XPEED School e vai oferecer também aulas sobre empreendedorismo, investimentos e trading.
De acordo com o CEO da XP Inc, Guilherme Benchimol, a missão da escola é democratizar a educação financeira no país. Porém, ninguém falou que todas as aulas serão gratuitas (algumas são, outras não). Sendo assim, o setor privado opera nos nichos desse universo e encontra neles mais uma forma de ganho.
Para o cidadão interessado, investir na própria educação pode ser considerado uma estratégia financeira – embora devemos reconhecer que nem todo mundo tem essa condição, daí a importância de materiais gratuitos e da abordagem de conteúdos sobre o tema no sistema público educacional.
O lado bom é que tem aumentado cada vez mais a demanda por informações sobre o mercado de investimentos – sinal de que estamos vivendo um momento de ruptura histórica.
A menor taxa básica de juros que o país já teve e que vigora atualmente também contribui para esse movimento.
Portanto, gradativamente está sendo construída uma mudança cultural. Cultura, aqui, é concebida como o conjunto de conhecimentos, crenças, capacidades e, principalmente, hábitos.
Não é uma questão de ficar rico(a), mas sim de ter melhor controle orçamentário, evitar o endividamento, constituir uma reserva financeira, investir e se preparar para a aposentadoria. É ter uma vida mais regrada nas finanças, disciplina, planejamento, metas e conquistas.
É buscar ter uma vida mais digna e confortável.
Vamos cuidar bem do dinheiro, para que ele cuide bem de nós?
Com a fuga dos jesuítas e seus índios reduzidos, ou seja, aldeados em redutos e doutrinados para a produção comunitária exportável, o futuro Paraná começou a se caracterizar como “território de passagem”, tese sustentada por muitos historiadores.
As expedições de Aleixo Garcia, Cabeza de Vaca e tantas outras só passaram. Os jesuítas vieram, tentaram construir mas foram obrigados a passar. Os bandeirantes só passaram, sem deixar nada construído. Em seu rastro ficaram apenas as ruínas das cidades de índios criadas pelos jesuítas nas três primeiras décadas do século XVII.
Com o despovoamento de índios, o interior só continuou na mira dos bandeirantes à procura de ouro, necessário para salvar o reino português. Eles, porém, não só levaram ouro e índios para escravizar: também deixaram rastros históricos.
Em 1637, em bandeira pela região sob o comando de Fernão Dias Paes Leme, chega o jovem Mateus Martins Leme (1619–1697), que será no futuro nomeado “capitão povoador de Curitiba”. Fernão Dias, por sua vez, ainda faria muita história pelos sertões do Paraná.
Revolução longa e cara
O ano de 1640 foi pródigo em tensões em Portugal que afetariam o futuro do Paraná. Uma delas foi A Botada dos Padres Fora, que culminou na expulsão dos jesuítas.
Foi uma vingança contra os religiosos que inspiraram um Breve (determinação pessoal) do papa Urbano VIII “ameaçando de castigos e cóleras divinas os ímpios que atentassem contra a liberdade dos indígenas, quer dos convertidos, quer dos infiéis” (Auguste de Saint-Hilaire, Viagem à Província de São Paulo).
A revolução de Portugal contra o domínio espanhol eclode em 1º de dezembro de 1640. É a Guerra da Restauração, que vai durar 28 anos. Sob o nome de d. João IV, o Duque de Bragança (1604–1656), é aclamado rei de Portugal.
O domínio espanhol arruinou os cofres lusos e levou Portugal a perder importantes áreas coloniais, mergulhando o reino em séria crise econômico-financeira.
Libertava-se da Espanha e se tornava escravo dos cofres vazios, já sem as perspectivas econômicas com que ingressara vitoriosamente na segunda metade do milênio. Com isso, o ouro do Paraná será necessário para pagar parte dos custos da revolução portuguesa.
Só o ouro interessava
Desdobramento da situação revolucionária na península ibérica, em 1641 os holandeses ocuparam o Maranhão, aproveitando-se da fragilidade de Portugal, com os cofres vazios depois de décadas de submissão à Espanha.
Eleodoro Ébano Pereira foi enviado em 1649 à Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, primeiro núcleo urbano do Paraná, para comandar uma expedição. Ela teria que subir os rios, passar a Serra do Mar e alcançar o Planalto com o objetivo de encontrar ouro e índios para capturar.
Concentrando-se no ouro, o grupo reunido por Ébano Pereira era formado por sertanistas do litoral. Eles conheciam bem a região e os bons resultados logo apareceram, com a identificação dos sítios auríferos.
Em fins de 1651, o rei João IV ordenou a Luís Salema de Carvalho, desembargador da Relação da Bahia, ir ao Sul “para fazer examinar as minas do descobrimento do capitão Eleodoro Ébano Pereira”. As notícias foram ótimas: diversos veios de ouro foram achados.
Atraso e abandono
O reino tinha pressa em levar o máximo de ouro para custear a força militar de combate ao domínio holandês. Oficializado como administrador das minas de ouro da Capitania de Paranaguá, Eleodoro Ébano recebeu um ofício encaminhado em maio de 1652 pelo governador do Rio de Janeiro, Salvador Correia de Sá. A ordem era limpar os cofres e entregar a quantia apurada ao emissário do governador, João Rodrigues Morales.
Uma das causas do atraso no desenvolvimento do interior paranaense, a perda desse primeiro ouro oficial fará com que por longo tempo o Oeste fique fora das atenções dos governos sediados no Rio de Janeiro e São Paulo.
Além de incursões esporádicas dos bandeirantes em busca de ouro, não encentrado no Oeste, a ação governamental se limitará ao eixo Curitiba-Litoral, depois nos Campos Gerais e só no fim do século XIX chegará a Guarapuava.
“Gostosos” com o conquistador
Em São Paulo, o mito do heroísmo bandeirante criava corpo com Afonso Taunay, filho do governante paranaense e grande escritor Alfredo Taunay. Ele foi um dos principais responsáveis pela glorificação dos bandeirantes, mesmo reconhecendo que foram extremamente cruéis.
A ação dos bandeirantes, para Taunay, teria “as mais notáveis consequências para o futuro do Brasil”. Sem a ação de Antônio Raposo Tavares, escreveu, “a fronteira do Brasil seria hoje o Paranapanema. E Mato Grosso também não nos pertencera, espanizado pelas reduções dos Itatins”.
“A lenda [do bandeirante] se incumbiu de ampliar-lhe o feito (,,,) fazendo-o entrar no Pacífico com a espada desembainhada e dele tomar posse em nome da coroa de Portugal” (Carlos Alberto Nunes, Os Brasileidas: Epopeia Nacional).
Na versão de Taunay, a submissão dos caciques indígenas ao bandeirante foi uma aventura pacífica: “Pôs-se em marcha o grande corpo daqueles reinos e todos seguiam gostosos esta transmigração debaixo do comando inteiramente do seu conquistador e amigo Fernão Dias”.
Índios, agora armados
Durante a resistência portuguesa ao domínio espanhol, os bandeirantes saíram em perseguição aos índios que fugiram pelo Rio Paraná. Mas após o desastre do Guayrá, em 1629, o rei Filipe IV os autorizou finalmente a usar armas “para que possam se defender dos irreparáveis danos que a experiência mostrou terem recebido aquelas reduções por parte dos portugueses da vila de São Paulo, ficando a maior parte delas destruídas, seus índios escravizados e como tais vendidos no Brasil ou mortos nos caminhos”.
A resistência aos ataques bandeirantes virou o jogo em 11 de março de 1641, quando três mil homens da vanguarda paulista foram derrotados na confluência dos rios Uruguai e Mbororé pelo exército de índios Guaranis, em maior número. Cerca de dois mil homens dos dois exércitos tombaram na batalha.
Em Portugal, já estavam em curso os protestos populares motivados pelos excessos tributários. Ao se agravar, essa agitação levaria à completa independência portuguesa, rompendo o controle espanhol.
O clima revolucionário crescente em Portugal, também verificado na Inglaterra, afetou os moradores do Brasil, sinalizando para uma série de revoltas inicialmente baseadas na contrariedade com os impostos e em seguida ampliadas para o sonho de independência. Mas por ora, e durante 200 anos, o Oeste ficaria ignorado.
CLIQUE AQUI e veja outros episódios da Grande História do Oeste, contados por Alceu Sperança.
Papa Urbano VIII: “castigos e cóleras divinas” para quem oprimir índios
Após importante reunião realizada nesta terça-feira, dia 16/06, entre os presidentes do TSE, Câmara dos Deputados e Senado Federal, devidamente acompanhados por todos os líderes partidários, bem como, de técnicos sanitários, enfim chegou-se ao entendimento acerca do adiamento das Eleições do ano de 2020.
O primeiro turno está definido para o dia 15/11/2020, uma data histórica para o país, pois é o dia da Proclamação da República, bem como, o dia que marcou a volta das eleições diretas no ano de 1989.
Já o segundo turno ainda está sendo debatido, com duas opções, entre os dias 29/11 ou 06/12.
Com este entendimento, por ora verbal, ficou acordado que o Congresso Nacional iniciará as discussões para colocar a matéria em apreciação em duas semanas.
Para que as eleições sejam adiadas, uma complexa alteração legislativa deve ser implementada pelo Congresso Nacional, em razão de que a data das eleições está prevista pelo artigo 77 da Constituição Federal. Desta forma, para se modificar esta data, será necessário fazê-la através de uma PEC (Proposta de Emenda a Constituição).
A votação de uma PEC é a tramitação mais complexa no Congresso Nacional, desde o seu início, pois a PEC só tramita se for apresentada pelo Presidente da República ou apresentada por 1/3 (um terço) dos membros da Câmara ou do Senado.
Posteriormente deve ser aprovada em duas votações em cada Casa, por 3/5 (três quintos) de cada Casa Legislativa (Câmara e Senado).
Ainda devem ser considerados neste interim, os prazos regimentais para análise da CCJ da Casa de origem, possibilidade de emendas, prazo para colocar em votação, etc.
Todavia, com vontade política, leia-se mais de 3/5 do Congresso Nacional, as peculiaridades podem ser superadas e os prazos cumpridos na íntegra para que a PEC seja aprovada, e a data das eleições legalmente seja alterada.
Porém, com a alteração do dia da eleição através da PEC, uma série de outras datas sofrem com seu reflexo. Tais datas estão previstas na Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições), e possuem estrita ligação com o dia específico da eleição.
Exemplo disto é a data de desincompatibilização de servidores públicos efetivos que queiram concorrer ao cargo de vereador, que é de 3 meses antes da eleição.
Para regular estas datas e outros temas adjacentes ao dia da eleição, a ABRADEP (Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Público), apresentou uma proposta de Lei Ordinária, através de um grupo de estudos, na qual se adaptaria a legislação eleitoral às novas datas de realização das eleições municipais de 2020, em face ao excepcional adiamento decorrente da pandemia do CoviD-19.
Assim sendo, a ideia defendida pela ABRADEP é de que os prazos que já transcorreram sejam assim mantidos, como exemplo dos prazos da janela partidária. E que se adeque apenas os prazos futuros que estão por advir, como o prazo das convenções partidárias, registro de candidaturas, propaganda eleitoral, etc.
Nesta toada, teríamos os seguintes prazos:
Convenções partidárias: entre os dias 05 e 20 de Setembro.
Registro das candidaturas: até o dia 30 de Setembro.
Início da propaganda eleitoral: à partir do dia 01 de Outubro.
De qualquer forma, enquanto não houver a sanção da PEC e da Lei Ordinária, todo cuidado é pouco para os pré-candidatos, partidos políticos e operadores do direito.
Por enquanto, a orientação é de que pré-candidatos, partidos políticos e operadores do direito devem continuar seguindo o Calendário Eleitoral atual, levando em consideração os prazos de acordo com o dia da eleição em 04 de Outubro.
Esta medida serve para evitar problemas futuros no caso da PEC ou da Lei Ordinária não corresponder com as expectativas dos Congressistas e da comunidade jurídica.
Entretanto, como amplamente abordado pelos Congressistas, pela comunidade jurídica e pela imprensa, a probabilidade é grande que de fato o 1º Turno das Eleições 2020 seja realizado no dia 15/11/20, e que assim como o dia da Proclamação da República, seja um dia histórico para a democracia brasileira, que soube vencer a pandemia.
*O autor é advogado atuante na área eleitoral, especialista em direito administrativo, colaborador regional do IPRADE – Instituto Paranaesnse de Direito Eleitoral, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da Subseção da OAB de Marechal Cândido Rondon/PR. (OAB/PR 43.455)
Uma grande novidade foi anunciada nesta segunda-feira (15) para os usuários do WhatsApp no Brasil: o lançamento do serviço de envio e recebimento de dinheiro pelo aplicativo.
O anúncio foi feito pelo CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, o qual fez questão de destacar que o Brasil é o primeiro país em que a empresa está lançando amplamente os pagamentos via WhatsApp. Até então, o WhatsApp Pay vinha sendo testado na Índia.
Segundo Zuckerberg, para viabilizar a disponibilização desse novo serviço foram realizadas parcerias com bancos locais, incluindo o Banco do Brasil, Nubank, Sicredi e Cielo, que é o principal processador de pagamentos para comerciantes no Brasil.
Além de possibilitar o envio de valores financeiros entre os usuários do aplicativo, pequenas empresas também poderão, em breve, realizar vendas diretas pelo aplicativo.
De acordo com o CEO, a função de realizar pagamentos e recebimentos pelo WhatsApp será bastante descomplicada, sendo possível enviar dinheiro com a mesma facilidade com que se envia uma foto para qualquer um dos contatos.
Para fazer uso do sistema de transações financeiras via aplicativo, os usuários precisarão efetuar um cadastro no Facebook Pay, que conforme o empresário, “fornece uma maneira segura e consistente de efetuar pagamentos”.
Desse modo, o Facebook, que é proprietário do WhatsApp, conseguirá desenvolver uma vinculação interplataformas, em que os usuários necessitam de um para fazer uso de recursos disponíveis em outro.
O lançamento veio bem a calhar especialmente no momento histórico em que a população é estimulada a evitar sair de casa, sendo assim, logo será possível liquidar diversas negociações financeiras no exato momento em que são realizadas, mantendo o isolamento social.
A novidade deverá representar um avanço significativo no campo dos sistemas de pagamentos digitais, já que o WhatsApp conta, atualmente, com cerca de 130 milhões de usuários no Brasil.
Até então, uma das mais populares opções de compartilhamento de dinheiro era o aplicativo PicPay. No entanto, seu alcance é significativamente menor, já que soma em torno de 20 milhões de usuários em seu total.
Se tiver funcionamento e segurança satisfatórios, o WhatsApp Pay poderá substituir o PicPay para muitos que viriam a se tornar usuários deste, além de ocorrer migração dos que já utilizam.
Com disponibilidade para os sistemas Android e iOS, o novo serviço deverá ter ampla adesão dos brasileiros, que estão cada vez mais utilizando as ferramentas tecnológicas para realizar transações financeiras.
A praticidade de ter disponíveis mais serviços reunidos em um mesmo aplicativo é genial e provavelmente fará com que a empresa Facebook mantenha-se majestosa em seu segmento no universo digital.
Enquanto puderam, os jesuítas fundaram diversas cidades de índios – as reduções. O padre Simão Maceta edificou Jesus-Maria e outras reduções por orientação de seu superior, Antonio Ruiz de Montoya, para criar o fato consumado de que o Oeste do futuro Paraná era espanhol e sob controle jesuíta: uma república de índios para servir de exemplo ao mundo.
Além de se dispor a catequizar os primeiros dois mil índios que passaram a viver no aldeamento Jesus-Maria e organizar o trabalho para a exploração de “matas abundantes em erva-mate”, Maceta estava obcecado por um objetivo, que determinou como sua grande missão no fim da década de 1620: converter o aguerrido cacique Guairacá ao cristianismo.
A defesa que os jesuítas faziam dos índios, tentando protegê-los de uma exploração impiedosa por parte dos militares espanhóis e de ser levados como escravos para domínios portugueses, acabaria por lhes custar muito caro.
“As bulas pontificais e os éditos reais contra a escravização dos índios produziram irritação e rebeldia entre os escravagistas de São Paulo e até do Rio” (Afrânio Peixoto, História do Brasil).
Crianças em canoas, os mais fortes a pé
Eles em breve seriam expulsos do Brasil. “Infelizes os jesuítas reais, primeiro desmoralizados, depois expulsos de suas obras, encarcerados, mortos de fome e frio em fortalezas europeias, onde, muitas vezes, nem mesmo receberam um sepultamento decente” (Pedro Ignácio Schmitz, A missão: peripécias das reduções jesuíticas).
Até o sítio completo imposto em 1631 pelos bandeirantes, na batalha final da região, a Ciudad del Guayrá chegou a abrigar cinco mil pessoas, em uma área de 120 hectares, com mais doze mil ao redor.
Todos fugiram quando os bandeirantes paulistas, armados de arcabuzes, espingardas de pederneiras, pistolas, adagas e espadas, cercaram seus redutos desarmados. “Está a vila muy apertada e atrincheirada por estar cercada pelos portugueses de São Paulo”, escreveu à Espanha o bispo Cristóvão de Aresti.
Com a aproximação dos bandeirantes a Guayrá, as canoas foram lançadas desesperadamente nas águas. Além do grupo embarcado, com idosos, mulheres e crianças, seguiu outro, a pé.
A marcha dos doze mil
O padre Montoya foge com cinco mil dos doze mil retirantes e a maior parte se desloca inicialmente para as reduções de Natividad e Santa Maria La Mayor, a misteriosa redução supostamente plantada nos arredores da futura Foz do Iguaçu.
Os demais foram reconstruir as reduções de Loreto e San Ignácio Mini, em território hoje argentino, junto ao Rio Jubaburu, ao cabo de quase dois mil quilômetros de marcha. Era o fim do sonho de civilização no interior do Paraná, que seria qualificado pelo padre Clóvis Lugon como “República Comunista Cristã dos Guaranis”.
As cidades indígenas, bem organizadas e produtivas, foram arrasadas pelos bandeirantes, mas no contexto de uma narrativa hegemônica paulista eles foram transformados em heróis brasileiros. A destruição causada pelos bandeirantes na primeira experiência civilizadora no Oeste do Paraná foi maquiada pela história oficial no mito do “bandeirante herói”.
Os historiadores Afonso Taunay e Alfredo Ellis Jr. preferiram forjar para os caçadores de homens uma imagem positiva, mas ambos sabiam que eles “estavam treinados para escravizar e matar” (Eduardo Bueno, História do Brasil).
A maldição dos bandeirantes
Em 1632, as últimas reduções foram saqueadas e destruídas. A Ciudad Real del Guayrá foi abaixo e em seguida abandonada pelos destruidores. Seus habitantes seguiram para as missões do Rio Grande do Sul, após penosas marchas pelas selvas do Sul brasileiro.
Mas se o sonho de progresso, cultura e fraternidade dos jesuítas se transformou em ruínas, o destino dos cruéis bandeirantes Raposo Tavares e Manuel Preto não foi melhor.
Manuel Preto foi morto a flechadas em algum ponto entre os futuros Paraná e Santa Catarina, em 22 de julho de 1630. Tavares durou mais. Sua expedição percorreu cerca de dez mil quilômetros em três anos, entre os rios Paraguai e Solimões-Amazonas, até o atual Pará.
Ali a selva o esmagou: sua tropa se viu reduzida a 59 brancos e alguns índios. Ao retornar a São Paulo, Tavares estava tão doente e desfigurado que sequer os parentes o reconheceram. Morreu em 1658.
Mais fácil que criar a cultivar
A “monocultura” da escravização de índios no interior do atual Paraná para o trabalho nas minas, fazendas de criação e usinas de açúcar de São Vicente e Nordeste sofreu um forte impacto com o despovoamento da região, afetando seriamente os negócios dos bandeirantes.
“Tinham desistido de cultivar suas terras, de cuidar de seu gado, renunciando às doçuras do lar – a caça aos indígenas constituía sua única ocupação; era isso, para eles, uma verdadeira paixão, sendo-lhes também copiosa fonte de riquezas” (Auguste de Saint-Hilaire, Segunda viagem a São Paulo).
A campanha de destruição das povoações dirigidas pelos padres jesuítas iria fazer de Antônio Raposo Tavares, o mais famoso bandeirante, o “responsável pela morte de quinze mil índios, e aprisionamento de outros sessenta e cinco mil, levados acorrentados para São Paulo, onde foram vendidos para servirem de mão-de-obra escrava aos senhores feudais” (João Carlos Vicente Ferreira, O Paraná e seus municípios).
Em cinco anos, além dos aprisionados, “aproximadamente 40 mil fugiram e entre 100 e 150 mil foram mortos e feridos ou simplesmente dizimados” (Omar Fedato Aleksiejuk e Zido Raddatz, IBGE Cidades@).
A perseguição continuou
Com a fácil vitória dos bandeirantes lusitanos sobre os jesuítas espanhóis no Oeste do Paraná e seus índios desarmados, a frente de luta dos luso-brasileiros se desloca para a resistência ao domínio holandês no Nordeste.
Após a ocupação do Recife, em 1635, da Bahia até o litoral Norte o Brasil agora seria holandês, sob o comando de Maurício de Nassau (1604–1679), por mais de duas décadas.
A preocupação com os holandeses não impediu que os lusitanos, sob o comando de Fernão Dias Paes Leme (c.1608–1681), o célebre Caçador de Esmeraldas, atravessassem os planaltos do Paraná para ultrapassar o Rio Iguaçu e ir atrás dos índios que se deslocaram ao Sul, rumo ao Rio Taquari (Alfredo Ellis Júnior, O Bandeirismo Paulista e o Recuo do Meridiano).
CLIQUE AQUI e veja mais episódios da Grande História do Oeste.
Antônio Raposo Tavares: estátua no Museu Paulista celebra sua visão de desbravador
Vai entrar para a história da comunicação brasileira a parceria firmada entre veículos midiáticos brasileiros com o objetivo de desenvolver um trabalho colaborativo visando garantir transparência na divulgação dos dados sobre a pandemia de Covid-19.
A iniciativa ocorreu nesta semana, depois que o governo federal adotou mecanismos para dificultar o trabalho da imprensa na obtenção das informações.
Primeiro, o Ministério da Saúde passou a atrasar o horário de disponibilização do boletim de dados, passando das 17 horas para as 22 horas, o que prejudicou a inclusão de informações atualizadas nos telejornais e jornais impressos.
Em uma segunda investida, os gestores federais alteraram a forma de divulgação dos dados, com o intuito de manipulá-los. Eles definiram que deixariam de fora da estatística os óbitos ocorridos em dias anteriores e cujos exames deram positivos no dia da contagem. Dessa maneira, a quantidade divulgada diariamente passaria a ser reduzida significativamente – uma estratégia para maquiar a realidade.
A Universidade Johns Hopkins chegou a excluir, temporariamente, o Brasil de seu levantamento global sobre coronavírus. A instituição detém o maior e mais atualizado levantamento sobre a pandemia no planeta.
Ao perceberem a tentativa de manipulação da quantidade de óbitos pelo governo, uniram-se G1, O Globo, Extra, Estadão, Folha e UOL. A parceria inédita entre estes veículos tem o intuito de mobilizar suas equipes de jornalismo para realizarem diariamente o levantamento de dados diretamente nas secretarias estaduais de saúde, sem depender do Ministério.
A partir de então, passou a haver uma contabilização de dados paralela à realizada pelo governo federal, que, no entanto, não deixa de ser oficial, já que possui como fontes os órgãos estaduais.
O consórcio formado pela imprensa tem o propósito de oferecer a suas audiências dados mais fidedignos referentes à pandemia e seus impactos.
Os diretores dos veículos consideram fundamental que haja transparência na comunicação dessas informações à população brasileira. Elas são imprescindíveis para que se tenha dimensão do problema, são essenciais para embasar a tomada de decisões, bem como podem influenciar no comportamento social.
Observamos, portanto, que o jornalismo brasileiro tem resistido fortemente aos obstáculos que lhe são impostos diariamente nas coberturas de pautas nacionais.
Ao tentar cercear a mídia dos verdadeiros números relacionados à doença no país, o governo federal ofereceu à imprensa a oportunidade de ratificar a sua natureza de guardiã da verdade factual, bem como o seu papel de socializadora da informação de interesse público.
Segundo o levantamento realizado pelo grupo midiático, o Brasil se aproxima dos 38 mil mortos pela Covid-19.
De forma bastante respeitosa e democrática, venho oficialmente falar um pouco sobre o que vem acontecendo, e nossa posição enquanto entidade empresarial, a respeito da pandemia em nossa cidade. A prioridade máxima é a defesa da vida e ao lado da administração pública e entidades, garantir as condições necessárias para que os doentes sejam assistidos da melhor forma, tanto no que se refere à qualidade das instalações, dos atendimentos e dos equipamentos disponíveis para a sua recuperação.
Respeitamos todas as posições e opiniões! Jamais desrespeitaremos qualquer pessoa ou ideologia. Tem quem ame trabalhar e gerar riquezas, que é o nosso caso e, por isso, lutamos tanto para que tenhamos possibilidade de gerar riquezas e desenvolvimento para a nossa cidade e região. Valorizamos aqueles que desfrutam de boa parte do dia conosco no trabalho, muitas vezes reconhecidos como a nossa família mesmo sem laços consanguíneos.
Acompanhamos estudos, como o do professor Daniel Vargas, da Fundação Getúlio Vargas, inclusive amplamente divulgado pela imprensa, demonstrando que onde ocorreu lockdown (isolamento horizontal) prolongado não se registrou o efeito desejado, como vimos na Itália e na Espanha. Chegamos à conclusão e respeitamos quem diverge, que o lockdown não resolve o nosso problema. O que resolve é respeitarmos a regra número 1 no combate ao coronavírus: o DISTANCIAMENTO.
Acompanhamos estudos em países onde não houve nem isolamento horizontal nem isolamento vertical, como no Japão, e os números não foram, nem de perto, próximos do que vimos no mundo todo. O motivo desse resultado será o respeito pelas regras na cultura nipônica? O que é certo ou errado, não sabemos… é tudo muito novo e indefinido. Estamos presenciando que não se tem uma fórmula de solução rápida a esse grande desafio. Estamos cegos em debates de interesses político e de polarização de ideias. Isso não salva vidas e só piora uma crise sanitária e de estrutura na saúde pública. Aliás, discursos sem fundamentação alguma.
Na segunda-feira da semana passada, fizemos na Acic, e todos acompanharam pela imprensa, testes em todos os nossos colaboradores. Fizemos isso por querer o bem de cada um que lá está e também por respeitá-los e considerá-los muito. Queríamos que todos pudessem desempenhar suas funções com tranquilidade e com saúde, mas infelizmente tivemos casos positivos. Passados todos esses dias, todos estão bem e em isolamento em seus lares, de forma assintomática. Isso só foi possível porque fizemos os testes antes de sentirem qualquer sintoma.
Importante frisar que a Acic segue atendendo, observando restrições e redobrando cuidados, e aguardando de portas abertas já na próxima semana todos aqueles que são a razão de estarmos lá, a nossa grande orquestra que se dedica diariamente nas soluções empresariais, as quais ajudam a dar condições competitivas, por meio do associativismo, a todas as empresas cascavelenses. A eles o nosso mais profundo sentimento de orgulho!
No início da pandemia, discutimos que precisaríamos testar o máximo de pessoas possível para saber o cenário e traçar estratégias para o bom combate à disseminação. Foi o que fizemos na Acic. A nossa cidade está testando muito mais do que qualquer outra no Estado e, por isso, estamos tendo muitos casos positivos. Era isso o que se defendia desde o início.
Testar em massa, termo esse utilizado pelas autoridades, facilita o descobrimento dos assintomáticos que são vetores e se consegue assim precocemente isolá-los, mantendo todos os cuidados com àqueles que têm que trabalhar e levar comida para as suas casas. Já passamos mais de 80 dias desde o lockdown em Cascavel e, pasmem, ainda há discursos de que precisaríamos estar fechados até hoje!
Graças a Deus, temos números controlados. É preciso reconhecer o trabalho da administração pública municipal e principalmente dos profissionais da saúde, os quais reconhecemos acima de qualquer liderança local pelo desempenho impecável de suas funções. Isso sim é amar o que se faz! Amar o seu trabalho! Amar a sua profissão! Amar levantar cedo e fazer o que escolheu para a sua vida! Querer fazer a diferença neste mundo.
Devemos parar de culpar A ou B e pensarmos realmente em fazer cumprir o que cientificamente é comprovado no combate ao coronavírus: mantermos e respeitarmos o distanciamento, higienizar várias vezes ao dia as nossas mãos, usar máscaras e respeitar nossos idosos. Vemos que é possível continuar trabalhando sem ser contaminado. Para isso, cada um precisa fazer a sua parte.
Continuaremos lutando pela manutenção de nossas empresas abertas e pela abertura daquelas que ainda não têm essa possibilidade. Vamos implantar uma cultura de respeito às pessoas que querem e precisam trabalhar e às empresas que querem produzir e gerar empregos, nosso foco maior nesse momento. Solicitamos que as empresas possam realmente fazer o “dever de casa” e coibir aglomerações, respeitando o limite estabelecido pelo decreto municipal, no que tange ao número de pessoas em cada estabelecimento. Além de ampliar atenções no que se refere às questões de limpeza e higienização.
Com responsabilidade, respeito, atos de civilidade e com a benção celestial, passaremos por isso juntos, todos juntos. Conclamamos que quem puder ficar em casa ou trabalhar por meio do home-office, que assim o faça, mas precisamos definitivamente entender que isso só vai passar se cada um de nós entender o seu papel individual na sociedade. Mais uma vez, reitero, façamos a nossa parte!
Em 1626, mesmo ano em que teria surgido próxima às Cataratas a escondida redução jesuítica de Santa Maria la Mayor, o já muito rico sertanista Manuel Preto foi impedido de exercer o cargo de vereador para o qual foi eleito em São Paulo.
Era uma punição pela crueldade cometida com os nativos nas entradas que empreendeu pelo sertão. Entradas foram ações governamentais portuguesas de desbravamento dos territórios sob controle espanhol. Bandeiras eram as iniciativas privadas de captura dos índios no sertão.
A resposta de Manuel Preto, criador do bairro paulista Freguesia do Ó, foi voltar às matas do Oeste e promover uma destruição ainda maior. A propaganda do heroísmo bandeirante tem nele e em Antônio Raposo Tavares, a partir de 1627, seus grandes ícones. Eles dariam a pá de cal na república teocrática dos jesuítas em terras do futuro Paraná.
Cidades de curta duração
Mesmo sofrendo agressões mais intensas, porém, os jesuítas ainda insistiam por essa época em plantar mais cidades de índios na região. A redução de Santo Antônio é formada junto ao Rio Ivaí, no atual Município de Grandes Rios, no centro do Paraná.
Sete Arcanjos de Taiaoba surge às margens do Rio Corumbataí, entre Jardim Alegre e Ivaiporã. São Miguel ficava no atual Município de Tibagi. Era a cidade indígena mais avançada na direção Leste.
Também em 1627 vieram as reduções de São Pedro, no Rio Piquiri, em área do Município de Guarapuava, e Conceição de Nossa Senhora do Guaianá, ainda junto ao Piquiri, em Pitanga.
A redução de São Paulo, entre os atuais municípios de São João do Ivaí e Jardim Alegre, ficava no Rio Ivaí, bem próximo do local em que 220 anos depois o médico Jean Maurice Faivre fundaria a Colônia Teresa Cristina. No ano seguinte, surge São Tomé, no Rio Corumbataí, em Jardim Alegre.
Jesuítas x Guairacá x portugueses
Por essa época também ocorrem as últimas escaramuças entre espanhóis e o já idoso cacique Guairacá, que os padres chamam de Guiraverá. Era vital para seu programa converter o grande cacique, que ameaçava devorar os espanhóis caso não se retirassem da região.
Carta do padre Nicolau Durán datada dessa época revela que seus principais problemas ainda não eram causados pelos portugueses, “mas com os próprios espanhóis, que escravizavam os índios para o seu serviço, o que aumentava a desconfiança e a ferocidade de índios de outras tribos da região”. Explica-se assim o rancor de Guairacá para com os espanhóis, fossem eles militares, encomenderos ou padres.
Mas o lendário cacique não era o verdadeiro problema. Em agosto de 1628, Manuel Preto “pôs-se à frente da grande bandeira que atacou e arrasou a maioria das reduções jesuíticas existentes na região do Guayrá e dos campos do Iguaçu, o que levou o donatário da Capitania, d. Álvaro Pires de Castro e Sousa, conde de Monsanto, a premiar-lhe com a patente de governador das Ilhas de Sant’Ana e Santa Catarina” (Pedro Wilson Carrano Albuquerque, Árvore de costado de Lucília de Castro Barroso).
O início da destruição
O padre jesuíta italiano Simão Maceta criou a povoação de Jesus-Maria junto ao Rio Ivaí, no atual Município de Prudentópolis, e também as reduções Conceição de Nossa Senhora do Guaianá (Rio Piquiri, interior de Pitanga), São Tomé (Rio Corumbataí, Município de Jardim Alegre) e a Ermida de Nossa Senhora de Copacabana (Rio Piquiri, no hoje Município de Ubiratã).
A formação rápida de novas reduções pretendia dar como fato consumado a ocupação espanhola, mas só fez incitar ataques mais fortes, até obrigar os padres a iniciar a transferência dos índios ainda não escravizados pelos paulistas para a região missioneira sulina.
Em 18 de setembro de 1628, na mais ousada ação contra os jesuítas, partia de São Paulo a bandeira que iria destruir a redução de Guayrá. Raposo Tavares desceu até Iguape, de onde subiu o Vale do Ribeira e chegou ao planalto paranaense.
Quartel de inverno
A bandeira de Raposo Tavares e Manuel Preto é uma cidade em movimento. Constitui-se de 900 mamelucos e dois mil índios auxiliares, dirigidos por 69 paulistas qualificados como lugares-tenentes de Raposo. Foi o estopim para a destruição do até então bem cuidado projeto de civilização no Oeste do Paraná.
A virtual cidade ambulante formada pelos bandeirantes para assediar as reduções indígenas criadas pelos espanhóis no Noroeste do Paraná se estabeleceu por quatro meses em posição estratégica, na forma de um campo entrincheirado à margem esquerda do Rio Tibagi, no atual distrito de Natingui, ao Norte de Ortigueira.
O bandeirante Raposo Tavares destruiu uma a uma todas as reduções a partir do Vale do Tibagi (Santo Antônio, Encarnación, Los Angeles etc). Parte da bandeira desceu ao Vale do Iguaçu, onde destruiu doze aldeamentos. Dentre as mais importantes, sucumbem as reduções de São Miguel, Jesus Maria, São Xavier e São José.
Maceta qualificou o amplo acampamento entrincheirado à margem esquerda do Rio Tibagi, estabelecido por Raposo Tavares e Manuel Preto, como “quartel de inverno dos bandeirantes” (Davi Carneiro, Afonso Botelho de São Payo e Souza) – “uma paliçada forte de paus, perto de nossas aldeias”.
Ataque ao sonho jesuíta
No princípio, o forte passou a manter intercâmbio comercial com os jesuítas, até ser forjado o pretexto para a ofensiva final. Um índio chamado Tataurana, instruído pelos paulistas, simulou escapar do acampamento bandeirante e pediu asilo na redução de Santo Antônio.
Alegou aos padres ter sido ali sua origem de catequese. Os paulistas exigiram a devolução do suposto fugitivo, mas o padre Pedro Mola, caindo na armadilha, recusou-se a restituí-lo, alegando ser “injusto cativar-se um homem livre e cristão”.
A recusa a entregar Tataurana deu pretexto ao assalto final dos bandeirantes à redução jesuítica de Guayrá, em 29 de janeiro de 1629, sob o comando de Antônio Raposo Tavares e Manuel Preto, encontrando grande facilidade no ataque porque os índios Guaranis foram proibidos de portar armas – o rei espanhol Filipe IV mais tarde se arrependeu de proibi-las.
Depois dessa enorme bandeira, Manoel Morato Coelho, que deixaria descendentes no Paraná, em 20 de março desse mesmo ano bate um recorde: com 3.100 homens, chega com a orientação de Tavares e Preto para atacar a redução de Jesus-Maria e levar da região cerca de 20 mil índios “de corda” (amarrados).
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A Província espanhola do Guayrá ocupava a maior parte do atual Estado do Paraná
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A imprensa convencional tem se esforçado para proteger seu público de materiais fraudulentos disfarçados de conteúdo jornalístico, dedicando tempo e espaço para desmascará-los.
Mais do que desenvolver o seu papel de informar, hoje a imprensa tem também o compromisso de combater a desinformação.
Outro desafio tem sido ataques feitos principalmente por políticos, com intuito de desacreditar a imprensa.
Segundo os pesquisadores Claire Wardle e Hossein Derakhshan, esse comportamento é adotado de forma estratégica, usado como um “mecanismo pelo qual eles podem reprimir, restringir e evitar a imprensa livre”. Dessa forma, o objetivo daqueles que agridem a mídia é induzir a população a não acreditar em eventuais denúncias que sejam feitas por ela, ou seja, a melhor defesa é o ataque.
A violência contra a imprensa é também contra o direito do cidadão à informação. Sendo assim, essa atitude precisa ser combatida com veemência, sob pena de crescer cada vez mais o cerceamento até chegar à censura, sob pena da democracia sucumbir.
Não podemos aceitar esse retrocesso histórico. Portanto, a sociedade precisa se posicionar. Hoje.