Categoria: Opinião

  • Um debruçar nos efeitos da crise e o quê nossa região pode fazer?

    Um debruçar nos efeitos da crise e o quê nossa região pode fazer?

    Dúvidas? Medos? Conflitos? Pânico? Irresponsabilidade?

    Para cada palavra citada, para cada pergunta acima teremos com certeza várias respostas. Para alguns conclusivas, para outros inconclusivas. Mas tenho certeza que uma questão será comum à todos…para onde estamos indo? Como será o depois da Pandemia do novo corona vírus? E respondo: ninguém sabe ao certo, pois o sistema econômico mundial que comanda desde após a segunda guerra mundial todas as ações e demandas do planeta, se deparou com um fenômeno desconhecido. Não há vacinas, não existem remédios e faltam investimentos em pesquisas e ciência e tecnologia.

    Mas, é unanimidade, por parte das pessoas sérias e dos setores de comando da saúde do mundo (OMS), que as pesquisas e a ciência poderão salvar ou minimizar os danos da Covid 19. Hoje, 30 de março de 2020, o que temos de informações apontam que nos países onde está mais grave a amplitude do vírus e o cresce ocorre em escala exponencial (infectados e mortes), não escolhe poder econômico, poder bélico ou poder político. Castiga cidades, estados e países que não adotaram medidas de prevenção na hora certa. A estrutura dos sistemas de saúde pública e mesmo privado (hospitais, leitos, Uti’s, capacidade de exames e profissionais) é insuficiente para uma Pandemia.

    É nas cidades, nos municípios onde as coisas acontecem. Sob orientações dos governos, federal e estadual, os prefeitos, câmaras de vereadores, organizações representativas da sociedade, devem agir de forma planejada, racional e inteligente para que tenhamos o menor número de mortos possíveis.

    Quais as medidas? Evitar aglomerações, fazer o isolamento, adotar procedimentos preventivos (lavar mãos, desinfetar ambientes, medir temperatura etc…etc…etc) e manter decretos com esse viés. Mas, por quanto tempo deveremos fazer isso? Empresas fechadas, escolas fechadas, população isolada em suas casas, quem vai pagar a conta? E a economia como ficará?

    Possivelmente dependerá do tempo, por quanto mais dias ou meses isso perdurará, mas teremos setores decretando falência, empresas demitindo e assim por diante.

    Qual a solução? Com certeza o isolamento e fechamento dos estabelecimentos estão dando o melhor resultado. Organizações, lideres, pessoas aprenderam o quê nestes poucos dias sobre a Pandemia? Vejam os exemplos mundo afora, a coisa é séria e deve ser enfrentada como num regime de guerra. A chanceler Angela Merckel da Alemanha deu um pronunciamento magnífico e foi taxativa: “…esse é o maior desafio que estamos enfrentando desde o fim da segunda guerra. Não podemos deixar de fazer nossas tarefas. Será necessário um grande sacrifício e está em nossas mãos…”. Líderes mundiais (Alemanha, Espanha, Itália, França, Reino Unido e até os EUA), todos adotam aquilo que está recomendado para o bem de sua gente.

    E, como localmente nos municípios da região, pode-se contribuir para reduzir prejuízos no campo humano como a perda de vidas de nossos irmãos? A primeira atitude é nossos líderes manterem a serenidade, adotando uma postura de autoridades comprometidas com as orientações superiores, afirmo, seguir rigorosamente os decretos, boletins e a legislação maior a ser respeitada. Aliás, os governantes e comandantes dos poderes públicos, poderão ser responsabilizados em descumprimento às orientação superiores, inclusive da OMS – Organização Mundial da Saúde, podendo ser responsabilizados e ter que responder no futuro, diante do Tribunal Internacional pelas mortes.

    Por segundo, estruturar os sistemas públicos de saúde em cada cidade, com uma estrutura para atender infectados pelo corona vírus, ampliação de leitos de UTI’s, leitos para internamento, ampliar as equipes e os profissionais e ter materiais de proteção da vida destes profissionais para não serem contaminados (na Itália 15% estão mortos), ter EPI’s, mais respiradores e disponibilizar materiais para testes diagnósticos do vírus. Já será um grande passo.

    No campo econômico os municípios podem, legalmente, contribuir e socorrer os mais necessitados. A hora é agora.

    Entendo que é o momento das Associações Comerciais e Câmaras de Vereadores oferecer estudos e alternativas aos poderes executivos. Marechal Cândido Rondon, por exemplo, tem conforme última prestação de contas, um superávit considerável. Seria possível reforçar o apoio ao Fundo Municipal de Saúde (materiais, equipamentos, mais pessoal) e criar um Fundo Social e de socorro comercial e econômico para os microempresários e para todos cidadãos, utilizando por exemplo, alguns dos milhões em caixa, 15, 20 milhões e minimizar as dificuldades de todos. O poder público deve se preocupar com a população carente, concedendo auxílios e recursos diretos (via lei municipal em consonância com decretos federal e estadual). Para o comércio (Meis/Micros), que estão em vias de “quebrar”, disponibilizar um “oxigênio” (isenção de IPTU/ISS, com 30, 40, 50% de descontos).

    Os recursos com certeza voltariam a circular em nossa economia local mais adiante. Sem medo de errar, poder-se-ia atingir grande parte dos cidadãos de Marechal Cândido Rondon em momento único sem comprometer o futuro financeiro de nosso município, bastando reordenar algumas prioridades. O que menos se precisa neste momento são atos de irresponsabilidade que podem custar caro, custar vidas. Solidariedade, visão humanitária e justiça social serão o combustível para sairmos dessa e construirmos uma sociedade melhor.

    *Lair José Bersch é professor da Unioeste

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Paz social e a retomada da economia

    Paz social e a retomada da economia

    A pandemia do novo coronavírus está causando uma crise de escala global sem precedentes e com reflexos profundos nos sistemas de saúde e na economia de diversos países.

    Em tempos de isolamento social e da redução natural da atividade econômica, um dos maiores desafios é assegurar o apoio aos empresários e aos trabalhadores para evitar demissões em massa e falências.

    Para isso, tenho defendido, desde o início da crise, a possibilidade da suspensão dos contratos de trabalho por até quatro meses atrelada ao pagamento do seguro desemprego aos trabalhadores. O Governo Federal está calculando o impacto financeiro dessa medida.

    O seguro desemprego garante a manutenção da renda e do poder de compra do trabalhador, mantendo o consumo e a economia do Brasil girando. E, só o Governo pode pagar essa conta, a exemplo do que está sendo feito no Reino Unido e nos Estados Unidos.

    A parte da economia que está parada necessita ser suportada porque senão o empresário vai demitir, e o Governo terá que pagar o seguro-desemprego de qualquer forma. É uma lógica de proteção do trabalhador e do empresário.

    A medida manterá a paz social no país e a economia pronta para a retomada pós-pandemia. Quando tudo voltar ao normal, o funcionário regressa ao trabalho e as suas atividades. É essencial manter a estrutura econômica do país em ordem e o setor produtivo articulado para a rápida retomada após a crise.

    Na outra ponta, o Governo Federal e o Congresso uniram forças para aprovar o benefício de R$ 600 para os trabalhadores informais, aqueles que não têm carteira assinada. Também haverá a antecipação de benefícios aos aposentados e pensionistas do INSS e a inclusão de 1,2 milhão de famílias no Bolsa Família.

    A equipe do ministério da Economia anunciou nas últimas horas um amplo pacote de apoio ao setor produtivo que deve somar R$ 700 bilhões em três meses. São avanços diários para enfrentar a crise mais séria da economia mundial pós-segunda guerra.

    Temos que avançar também na construção de uma solução para flexibilizar – com bom senso e cuidado – a abertura de alguns pontos comerciais como sugere o presidente Bolsonaro.

     Todos unidos para preservar vidas e a economia do Brasil.

    * O autor é Deputado federal (PP/PR)

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Hospital de Campanha e Atacado Liderança

    Hospital de Campanha e Atacado Liderança

    O radialista Valdomiro Cantini/Massa FM, fez meio de campo e o empresário Daniel Fátima da Rocha/Ilumisol, doou materiais e serviços de suas empresas viabilizando o hospital de campanha no Centro de Convenções e Eventos, em Cascavel. Amanhã será concluída a montagem da estrutura para 50 leitos de UTI. O prefeito Leonaldo Paranhos deve anunciar a liberação.

    Daniel também acaba de arrematar o Atacado Liderança, por R$ 19 milhões. A Justiça ainda não liberou o imóvel. 

    A comunidade agradece.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Extinção, o duro castigo de quem devorou os exploradores

    Extinção, o duro castigo de quem devorou os exploradores

    A cidade de San Pedro de Ycuamandyju, no centro do Paraguai, guarda os restos mortais de Aleixo Garcia, o primeiro desbravador do atual Paraná. Sua morte, em ataque noturno de índios da região, deixou dúvidas jamais sanadas: por que os outros três homens brancos da expedição e o filho de Garcia foram poupados? 

    “Tudo se perdeu. A vida do líder, a expedição e o tesouro. Esse final trágico de uma das mais fantásticas epopeias americanas não impediu, porém, que Aleixo Garcia viesse a ser reconhecido pela História do Paraguai, Bolívia, Argentina e Peru, como o primeiro e mais impetuoso explorador de todo continente sul-americano” (Rosana Bond, A Saga de Aleixo Garcia – O descobridor do Império Inca).

    A notícia do fim de Garcia ainda não chegara ao Porto dos Patos ou a São Vicente, em 1526, quando um grupo de portugueses de Cananeia, ao comando de Jorge Sedeño (1), partiu com o propósito de se juntar à expedição. Atravessando o Rio Paraná perto das Sete Quedas, encontrou restos de acampamento, mas também foram liquidados em massacre atribuído aos índios Paiaguás (2). 

    A história se repete: massacre

    “[Sedeño] Foi com toda sua gente sacrificado no Rio Paraná, a montante dos saltos das Sete Quedas, pelos índios do poderoso Cacique Guair[ac]á. (…) Aqueles silvícolas, de bom grado prontificaram-se a dar passagem à caravana, mas fizeram-na em canoas cheias de rombos que habilmente mascararam com emplastros de argila. A certo ponto acima dos saltos (…) retiraram os tapumes e, a nado, puseram-se a salvo ganhando a ilhota, donde apreciaram o desenrolar do drama (…) As canoas soçobraram e, com os passageiros, lá se foram águas abaixo, desaparecendo tudo, dentro de alguns instantes, nos sumidouros infernais dos saltos lendários” (Edmundo Mercer, História de Tibagi).

    Como Garcia empreendeu sua expedição por conta própria, o primeiro explorador da região do Prata enviado oficialmente pelo reino português foi Cristóvão Jacques, em 1526. Nomeado por d. João III como “governador das Partes do Brasil” em substituição a Pero Capico, Jacques tinha a missão de desbravar a região Sul. 

    Jacques chegou a promover explorações na bacia do Prata e combateu corsários franceses em busca de pilhagens, fazendo centenas de prisioneiros.

    Homenageou a esposa e foi preso

    Com uma trajetória também romanesca, em 1525 o navegador veneziano Sebastião Caboto foi inicialmente designado para missão oficial ao Oriente determinada pela Espanha, mas também se deixou seduzir pelas notícias de fabulosos tesouros e desviou os três navios da expedição para o Sul.

    Chegando à ilha do Porto dos Patos em fins de outubro de 1526, Caboto a batizou de Santa Catalina, em homenagem à esposa, e passou a organizar a expedição para a tarefa particular de explorar o Rio da Prata e seus tributários (rios Paraguai e Uruguai).

    Partindo para a ação em fevereiro de 1527, a rota planejada por Caboto seria subir o Rio da Prata com o intuito de explorar as margens do Rio Paraná e coletar amostras de suas riquezas. “Foi uma jornada terrível por um labirinto de ilhas, com correntes contrárias, sob o calor do verão, com pouca comida, índios hostis e febres tropicais” (Eduardo Bueno, Náufragos, Traficantes e Degredados).

    Europeus brigam, índios se unem

    Em 7 de maio de 1528, três dias depois de ter partido de Santa Ana, quando descia o Paraná e já se encontrava a cerca de 70 km da confluência com o Paraguai, Sebastião Caboto se deparou com uma cena surpreendente: do nada, viu dois bergantins subindo o rio.

    “Embora ambos os barcos tivessem bandeira espanhola, Caboto não tinha a menor ideia de quem poderia estar a bordo deles. Como Caboto logo descobriria, o chefe dos bergantins era o capitão Diego Garcia de Moguer” (Eduardo Bueno). Os dois começarão a travar uma disputa pelo direito de explorar a região. Estavam divididos, ao contrário dos índios, que se uniam:

    “Encontraram índios hostis e souberam que os índios do Paraguai haviam se confederado com os daqueles arredores para levar a cabo uma sublevação geral e matar todos os espanhóis. Regressaram então à sua base, abandonando a ideia do descobrimento, sobretudo depois que os índios destruíram o forte de Sancti Spiritus, em 1º de setembro de 1529, o que confirmou as notícias alarmantes” (Manuel Lucena Salmoral, García de Moguer, Diego).

    Ao retornar, Caboto foi preso e desterrado para a África, mas deixou sua contribuição histórica. Das derrotas sofridas pelos primeiros exploradores do Oeste do Paraná vai emergir uma figura mítica: é Guairacá, o líder das tribos Guaranis unificadas da região e cacique dos Dorins que não permitiu a progressão dos ibéricos por seus domínios, combatendo implacavelmente os invasores.

    Guairacá passou à história e os Guaranis ainda resistem, mas os índios que venceram Garcia, Sedenho, Caboto e Moguer, caso dos Paiaguás, acabaram extintos.

    1 – Sedeño ou Sedenho.

    2 – Subgrupo dos Guaicurus, os Paiaguás eram exímios canoeiros.

    Índio Paiaguá, tribo considerada extinta

     

    Na semana que vem: Os cem mil índios do cacique Guairacá, a população do Oeste

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Ações para enfrentamento do Coronavírus

    Ações para enfrentamento do Coronavírus

    Vivemos um momento de incertezas, e o Sicredi, pensando na saúde e segurança dos seus colaboradores, associados e comunidade, vem trabalhando de acordo com as orientações da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde, e respeitando os decretos municipais, estaduais e federais, para que juntos possamos evitar a disseminação do Coronavírus em nossa região.

    Nossas agências estão se adaptando as necessidades locais. Nos municípios em que há decretos que suspendem o atendimento ao público, as agências estão fechadas, mas continuamos juntos, através dos canais de relacionamento. Já onde há a possibilidade de funcionamento, as agências estão atendendo com número reduzido de colaboradores e com entrada restrita de pessoas.

    Por isso, pedimos que as pessoas evitem sair na rua sem necessidade. O Sicredi, pensando em melhor atender os associados disponibiliza os meios digitais, como o aplicativo, o Internet Banking, os caixas eletrônicos e também os nossos cartões para facilitar a sua vida neste momento.

    Para os associados que possuem empréstimos e financiamentos, e que terão dificuldade para a liquidação nesse momento, pedimos que entrem em contato com nossa equipe nas agências por telefone e/ou WhatsApp, pois estamos prorrogando os vencimentos por 60 dias.

    Temos a certeza que juntos, seguindo as recomendações e cada um fazendo a sua parte, passaremos por esse momento!

    * O autor é Presidente Sicredi Vanguarda PR/SP/RJ

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  • As fake news do coronavírus e o desserviço para a humanidade

    As fake news do coronavírus e o desserviço para a humanidade

    Você está apavorado(a), com medo, por causa do coronavírus? Muita gente está, mas também tem pessoas que não estão preocupadas. E isso é um problema, pois cerca de 2/3 das transmissões ocorrem a partir de pessoas sem diagnóstico ou sintomas.

    Sabendo que já foram mais de 15.000 mortos pelo mundo até agora, alguém acha que o coronavírus é só uma gripezinha? Com certeza não é. É uma doença respiratória séria, que pode levar a óbito, principalmente pacientes com co-morbidades. Por outro lado, mais de 100 mil pessoas já superaram a nova doença Covid-19. Um lado positivo.

    Observe como é importante termos informações corretas sobre os fatos, assim como é necessário conhecermos sempre mais de um aspecto sobre o mesmo tema, pois saber o contraponto nos permite uma visão mais equilibrada sobre o que realmente acontece.

    Porém, nas redes sociais e aplicativos de mensagens observamos muitas fake news, conhecidas como notícias falsas/enganosas, que prestam um desserviço para a sociedade, gerando ainda mais pânico. São diversos áudios alarmantes, vídeos e textos disfarçados de notícias, que visam apenas polemizar. 

    Veja que absurdo: “Governo russo solta leões nas ruas para amedrontar a população e fazê-la ficar em casa por conta do coronavírus”. 

    Cadê a nossa criticidade? Nosso senso do que é cabível? 

    Um dos maiores filósofos da atualidade, o historiador israelense Yuval Noah Harari, falou sobre o coronavírus e alertou que “a melhor defesa que os seres humanos têm contra patógenos é a informação”.

    Informação precisa, de fonte confiável, é uma vacina contra a desinformação, alienação, erro, recomendações equivocadas e até atitudes perigosas. 

    Um aprendizado significativo que precisamos ter nesse momento é justamente o cuidado com as fake news, porque elas também são contagiosas, passam de pessoa para pessoa, gerando sintomas que podem ser prejudiciais, como terror e pânico.

    Então previna-se. Pergunte-se, sempre, qual é a fonte daquela informação com que você se depara. Duvide, pesquise, confirme antes de compartilhar.

    Temos que confiar nas informações das autoridades de saúde, pois elas é que possuem competência sobre o tema e falam com propriedade. Temos que ler e assistir a notícias de veículo de imprensa que têm credibilidade.

    Outra questão que não cabe é ter uma visão bairrista e fazer ataques a outros povos, pois a Covid-19 é uma ameaça global, portanto, requer um discernimento superior.

    Na visão de Harari, a luta contra o coronavírus não se trata de uma concorrência entre nações, mas sim um desafio muito maior: o vírus versus a espécie humana. Segundo ele, “a história indica que a proteção real vem do compartilhamento de informações científicas confiáveis e da solidariedade global”.

    Portanto, não fiquemos desesperados. Vamos nos armar com informações contra o vírus, colocando em prática o que as autoridades nos recomendam. Precisamos confiar e agir, não só usar a hashtag #fiqueemcasa, mas realmente permanecer nela, enquanto a ciência, os profissionais de saúde e do segmento de alimentação trabalham por nós. Gratidão a eles.

    Saúde a todos!

    *A autora é jornalista e investidora.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • O bandido que iniciou a América espanhola

    O bandido que iniciou a América espanhola

    Os territórios permitidos aos reinos de Espanha e Portugal teriam que ser comprovados por pessoal especializado (“astrólogos e marinheiros e quaisquer outras pessoas que convenham”). Com a morte do rei português João II em outubro de 1495, as comprovações das “descobertas” portuguesas foram apresentadas à Santa Sé pelo novo rei, d. Manuel I.

    O papa Júlio II confirmou o Brasil como português em 1506, mas vinte anos ainda se passariam até que algum europeu pisasse em território oestino para fazer o registro escrito da passagem.

    As ações nesse sentido começaram quando o navegador lusitano João Dias de Sólis matou a esposa em seu país. Também acusado pelo roubo de uma caravela, fugiu para a Espanha e se refugiou em Castela, onde havia grande procura por marinheiros experientes.

    O uxoricídio cometido por Sólis e o roubo da embarcação lhe deram o prêmio de servir como piloto-maior na poderosa Armada espanhola. Foi assim que ele passou à história mundial em 1512 por descobrir o estuário do Rio da Prata, que supunha ser uma passagem para o Oceano Pacífico. Começava nesse momento a formação da América espanhola.

    Canibalismo e dúvidas históricas

    João Sólis não chegou a receber vantagens pelo feito. Após ancorar no Porto dos Patos (Ilha de Santa Catarina, atual Florianópolis) para reabastecer a frota de lenha e água, é morto em fevereiro de 1516 pelos índios Charruas e devorado em ritual canibalesco.

    Os marinheiros de Sólis ali ficaram. Dentre eles se destacou Aleixo Garcia. Casado ali com uma índia, Garcia teve um filho com ela e soube da existência de uma “serra da prata” localizada a Oeste. Planeja uma longa exploração, que o levaria até o Oeste do Paraná, ao Chaco e ao Potosi.

    Em novembro de 1519, Hernán Cortéz entra com 500 homens em Tenochtitlán, capital do México, dando início à destruição do Império Asteca. O avanço espanhol na América provocou novas conversações sobre limites com Portugal. A primeira foi em Badajoz (1521), sem sucesso.

    Dívida obriga a buscar riquezas

    O rei Manuel I morre em Lisboa, em dezembro de 1521. Célebre por seu reinado ter “descoberto” o Brasil, até o fim da vida o monarca priorizou as Índias. O Brasil, para ele, era apenas uma prisão onde despejava degredados, criminosos e prostitutas. Seu filho João III, também filho da princesa espanhola Maria de Aragão, assume o trono, aos 19 anos. Foi ele quem decidiu aproveitar o Brasil conquistado em benefício da economia portuguesa.

    João III encontrou a terra portuguesa esturricada por tremenda seca que mirrou as colheitas, trazendo a miséria e a peste. Obrigou-se a fazer empréstimos externos e logo perceberá que o Brasil seria a salvação. Ao criar as Capitanias Hereditárias, em 1532, passou à história com o cognome “O Colonizador”.

    Por ora, entretanto, a iniciativa era privada: Aleixo Garcia, informado de que a Oeste havia um “serra de pura prata” onde vivia um povo que usava objetos de ouro e prata como enfeites e utensílios, organizou com mais quatro companheiros um grupo que chegaria a 400 “índios flecheiros”, sobretudo Carijós. Incluindo mulheres e crianças, cerca de dois mil integrantes.

    Teriam a percorrer um longo caminho de Porto dos Patos aos Andes e no meio da viagem encontrariam o desconhecido Oeste do atual Paraná. Iniciada no verão de 1524, a expedição de Aleixo Garcia foi a primeira empreendida por europeus à região, sem conhecimento dos reis ibéricos ou da Santa Sé.

    Esta, porém, é uma história cercada de sombras. Aleixo Garcia, tido como o primeiro português a desbravar o Paraná, teve sua origem lusa contestada pelo historiador Efraím Cardozo, para quem o aventureiro na verdade seria espanhol.

    Assalto ao voltar para casa

    Garcia partiu do litoral de Santa Catarina para uma jornada que lhe tomaria cerca de três anos, passando pelos territórios dos Guaranis – Campos Gerais, Piquiri e Iguaçu no atual Paraná, Paraguai e Bolívia – devassando o sertão até alcançar a fronteira do império Inca. Uma “cidade” em movimento rumo ao paraíso prateado, portanto, faz a primeira viagem terrestre que se tem notícia de europeus pelo interior do Sul brasileiro.

    No itinerário de maravilhas e desafios, a expedição conheceu as Sete Quedas e as Cataratas do Iguaçu. Seis anos antes do conquistador Pizarro, Garcia e seus Carijós haviam conhecido o império inca e percorrido uma grande extensão do futuro domínio espanhol.

    Foi uma jornada de muitas lutas com os índios que viviam no trajeto, mas Garcia conseguiu ir e recolher muita prata. Ao retornar em 1525, porém, no centro do atual Paraguai, já a caminho da foz do Rio Iguaçu, sofre um ataque noturno, morre e é devorado pelos agressores.

    Aleixo Garcia, representado pelo ator Marlos Vasconcelos na série “A Saga”, de Manaoos Aristides

     

    Na próxima semana: 

    Extinção, o duro castigo de quem devorou os exploradores ibéricos

    Fonte: Fonte não encontrada

  • O estado de espírito do mundo em uma palavra: coronavírus

    O estado de espírito do mundo em uma palavra: coronavírus

    Você sabia que todo ano existe a escolha da “palavra do ano”? Ainda estamos no primeiro trimestre de 2020, mas você já pode imaginar qual deverá ser eleita este ano, não é? Só se fala nela nos últimos dias: coronavírus. 

    Fiz uma pesquisa no Google e constatei que o termo “coronavírus” já está em destaque entre as palavras mais pesquisadas mundialmente no referido site de busca, assim como outras puxadas por ela: pandemia, transmissão, sintomas.

    Em nível mundial, os países com maior volume de buscas sobre o tema relacionado ao vírus são: Espanha, Itália, Irlanda, França e Reino Unido. Nessa lista o Brasil aparece em 45° lugar. Porém, na lista que considera especificamente o termo de pesquisa “coronavírus” estamos em 2° lugar, atrás somente de Portugal. 

    O avanço das buscas na internet acontece gradativamente conforme as novidades e a ênfase atribuída nos noticiários. 

    Quando a Organização Mundial da Saúde classificou o caso como pandemia, as pesquisas penderam para perguntas voltadas à prevenção, com as pessoas querendo saber como se proteger e digitando no site: “como se prevenir”, “como se transmite”, “como se curar”, “como saber se estou com coronavírus”.

    Já nos últimos sete dias, no Brasil, notou-se o crescimento das buscas pelos termos “álcool gel”, “máscara” e “lavar as mãos”. Ainda se mostram em ascensão as expressões “Tom Hanks coronavírus”, “Bolsonaro com coronavírus” e “Preta Gil”, o que demonstra a curiosidade relacionada a personalidades.

    Quando cliquei em “tendências de pesquisas diárias” se sobressaiu a expressão “Coronavírus Brasil”, a qual teve mais de 500 mil pesquisas no Google somente nesta segunda-feira (16/03), no Brasil. A partir desse dado podemos interpretar que os brasileiros estão interessados em acompanhar os boletins sobre o avanço do número de casos da doença Covid-19 por aqui.

    Ao mesmo tempo que a internet é usada como fonte de informação, quanto mais as pessoas pesquisam determinado termo, mais evidente fica a sua preocupação com o assunto. E a escolha da palavra do ano leva em consideração esse volume de buscas, assim como a importância cultural do termo a ser eleito.

    Muito mais do que um simples termo, acredito que a palavra do ano deve servir para refletirmos sobre o estado de espírito da comunidade mundial, pois as pessoas “falam” mais sobre aquilo que dão importância, mesmo que seja por preocupação. Na medida em que cresce o destaque para “coronavírus” notamos como as pessoas estão se sentindo diante desta ameaça iminente: muitas dúvidas e apreensão, principalmente sobre até que ponto o vírus vai se espalhar e quais as consequências desse evento. Somente o tempo poderá nos contar esta história. Enquanto isso, vamos nos prevenir. Partiu lavar as mãos.

    Saúde a todos!

    *A autora é jornalista e investidora.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Estados Unidos do Brasil

    Estados Unidos do Brasil

    Durante a maior parte do tempo de nossos 131 anos de República, o nome do nosso país foi “Estados Unidos do Brasil” e nossa primeira bandeira republicana foi stars and stripes. Apenas nossas listras e estrelas tinham o verde e o amarelo, ainda das casas de Bragança e Habsburgo. Nossa primeira constituição também saiu meio cópia da americana. Esse mimetismo sempre pesou muito. Lutamos ombro-a-ombro na Itália e sediamos o TIAR, Tratado do Rio de Janeiro, em 1947, pelo qual qualquer agressão extracontinental a país signatário, gera a reação de todos. Essa união ficou abalada no governo Geisel, quando o Brasil reatou com a China Comunista, foi o primeiro a reconhecer o governo socialista de Angola, assinou acordo nuclear com a Alemanha e rompeu o Acordo Militar com os Estados Unidos em 1977, no governo do democrata Jimmy Carter. 

    Agora veio o reatamento, depois do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas, assinado há um ano, que envolve a base espacial maranhense de Alcântara. O Acordo Militar agora assinado, abre para o Brasil intercâmbio de tecnologia. Assim como a Fórmula 1 cria tecnologia de que se beneficiam os veículos comuns, a tecnologia bélica sempre representou avanços para as ciências e a medicina. E principalmente vai facilitar o comércio de produtos da indústria bélica brasileira, que emprega 250 mil pessoas: aviões, fragatas, submarinos, artilharia autopropulsada, armas individuais, blindados, munição. Não apenas para os Estados Unidos, interessados no Super Tucano, mas também abre portas para os 28 países da OTAN, como França, Reino Unido, Itália, Alemanha, Índia, Coreia do Sul. Consequência de encontro anterior entre os dois presidentes, quando se anunciou que o Brasil virou aliado preferencial da Organização do Atlântico Norte.

    O resultado da viagem de Bolsonaro à Flórida vai além. Fortalecendo a efetivação do Brasil como membro da OCDE – o clube da elite econômica mundial – avança-se num sistema de Operadores Econômicos Autorizados. Isso elimina barreiras burocráticas e fiscais para a reciprocidade entre empresas e trabalhadores, nos dois países. A oportunidade que perdemos ao recusar participação no NAFTA, o livre comercio no norte, agora vamos recuperando, ao serem levantados obstáculos para o intercâmbio e acesso ao maior mercado do planeta. E geograficamente próximo. Trump “desceu” para seu resort de inverno na Flórida para receber como hóspede seu cada vez mais amigo Bolsonaro. Elogiou o presidente brasileiro pelas mudanças que vêm sendo feitas no país – a mais importante delas é deixar a corrupção longe das estatais e do dinheiro público. Só esse entendimento entre dois chefes de estado – um deles do país mais poderoso da Terra – já é significativo como resultado da visita. Além disso, conversaram sobre a democracia no continente. Em dezembro de 2003, antes de assumir, Lula esteve na Casa Branca e ouviu do republicano Bush: Cuide da Venezuela que cuido do Iraque. Deu no que deu, na Venezuela e no Iraque.  No fim-de-semana, Trump e Bolsonaro conversaram sobre a velha ditadura de Cuba, a recuperação da democracia na Bolívia, e a tragédia Venezuela. Incrível, mas ditaduras apoiadas por partidos políticos que operam na democracia brasileira. O acordo militar foi assinado no Comando do Sul, a que está afeta a área de América do Sul e Caribe. Significativamente, antes de chegar a Palm Beach, o presidente do Brasil fez uma escala em Roraima, que está recebendo os refugiados da ditadura socialista bolivariana.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Um termômetro nas ruas

    Um termômetro nas ruas

    As manifestações programadas para o próximo domingo (15) em todo o Brasil muito provavelmente serão um termômetro importante para medir a capacidade do governo de interferir na agenda do Congresso Nacional. Numa gestão marcada por crises entre o Legislativo e o Executivo, os atos de domingo são atualmente a principal ferramenta de negociação política do governo Bolsonaro. 

    Mas, convém observar que o perfil dos apoiadores do manifesto é um pouco diferente do que foi visto nas manifestações anteriores. Já é possível perceber o afastamento de grupos como o Movimento Brasil Livre e Vem pra Rua, que se posicionaram contra a pauta. 

    A mobilização é articulada por movimentos nascidos nas ruas durante as manifestações pelo impeachment de Dilma Roussef. São mais conservadores e pessoas de extrema-direita e menos liberais direitistas. Nas redes sociais, o movimento do dia 15 é puxado por parlamentares e ativistas que apoiam fervorosamente o governo.

    Apesar de reforçarem que o foco é apoiar o governo, manifestantes ainda compartilham propagandas com frases contra o parlamento. Ainda que o governo tente dar outro rumo, o sinal dado implicitamente será de pressão e crítica ao parlamento.

    Por isso, o resultado das manifestações terá influência direta na saúde política do governo e, em especial, na relação do próprio Presidente com o Legislativo. 

    Se os atos forem bem sucedidos, vão reforçar a ideia de que, radicalizando, o presidente consegue pressionar o Congresso e avançar na agenda. Mas, para isso a manifestação precisa ser grande para que o Congresso se sinta acuado. 

    Por outro lado, se os protestos forem fracos, a conclusão pode ser que o poder de pressão do governo é limitado e o Parlamento pode ter margem para agir sem a preocupação de fortes reações da sociedade. Se isso acontecer, Bolsonaro entra numa sinuca de bico. Terá basicamente duas opções: subir ainda mais o tom e se isolar ou tentar reconstruir a relação com o Congresso. 

     

    Fonte: Fonte não encontrada