Categoria: Opinião

  • O romance e a realidade

    O romance e a realidade

    As transformações políticas e sociais, pelais quais o Ocidente, ao longo dos últimos séculos, passou são tão indiferentes à mentalidade do nosso povo que cujo conteúdo formador da estrutura pensante nem sequer se passa pelas consciências iluminadas que buscam ajustar o mundo. Essas transformações, no entanto, estão bem documentadas num gênero específico da literatura: o romance.  Muitos foram os romancistas que nos deram testemunhos ou anteciparam as grandes revoluções. Essa noção está tão distante do público brasileiro que, aquilo que vou expor aqui, soará estranho aos ouvidos e, sobretudo, ridículo aos olhos – o que se compreende por romance, atualmente, é tão pueril que não adianta se alongar no assunto. 

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    A fonte na qual esses grandes romancistas beberam os temas dos seus escritos é a realidade. Enxergavam, com clareza, todas as modificações sofridas. A movimentação intelectual por trás das ideias que se espalhavam pelas classes, as forças políticas que se arraigavam nas entranhas sociais, a desordem de espírito, fruto dessas ideias deslocadas, capaz de levar uma nação ao fracasso; a tensão existencial entre o terreno e o eterno, os níveis de consciência dos personagens, dentre outros pontos.  Fiéis ao que os seus olhos viam, presentearam-nos com páginas que são verdadeiras profecias do abismo no qual vivemos. O germe das tribulações que estupidificaram os povos no passado e cujos desdobramentos estão bem visíveis, encontra-se numa plêiade de gênios: Balzac, Dostoiévski, Jakob Wassermann, Machado de Assis, Robert Musil, Thomas Mann, para citar alguns.   

    Em Os Demônios, esse russo fantástico, descreve, com pelo menos quarenta anos de antecedência, a agitação intelectual que desencadeou a Revolução Russa de 1917. Uma Rússia, cujo cenário cultural se via pintado de males morais, de um socialismo ateu ardendo nas consciências, de um tumulto religioso, desencadeava as mais profundas doenças espirituais que mais tarde elevaram ao poder assassinos como Lênin e Stálin. Nesse romance, temos o retrato do movimento comunista nas suas duas correntes, a fabiana e a radical, mais tarde concretizado por Lênin com a teoria do Teatro das Tesouras, e que no nosso país encontramos na dicotomia esquerdista entre os tucanos e os petistas. Em outras obras, Dostoiévski, dá-nos uma gama de temas e personagens que circulam pela existência humana desde sempre. Os seus personagens, são criados com pelo menos três níveis de consciência: eis o exemplo em Os Irmãos Karamazov. 

    Numa Alemanha destruída pela primeira guerra, onde o desemprego e a miséria, as dívidas e o ódio nacionalista, afundavam a sociedade num abismo de trevas, Wassermann, ensina-nos, que, a desordem e o definhamento espiritual dos indivíduos, são capazes de dar a um demagogo assassino plenos direitos para matar. Em Etzel Andergast, segundo volume da sua trilogia, composta por O Processo Maurizius e A terceira existência de Joseph Kerkhoven, encontramos o germe nazista. Os personagens retratados, em busca de um sentido de vida, circulam entre os mais variados grupos. Etzel, que no primeiro volume desgraça a vida do pai na luta pela justiça perfeita – ideia muito comum da mentalidade revolucionária -, agora surge como um legítimo filho das ideologias. Dono de uma imaginação aguçada, flutua entre comunistas e nacionalistas, na ânsia de encontrar as raízes da angústia que povoam o imaginário social alemão. Interessante é perceber como os membros desses grupos se colocam como portadores de uma moralidade salvadora e, por fim, acabam por transgredir essa própria moralidade proclamada.

    Percebemos o estado declinante de uma nação. Há muito mais a desvendar, mas aí deixo por conta do leitor interessado. 

    São dois exemplos apenas, mas existem muitos. Em Esaú e Jacó, nosso Machado, traça a transição da Monarquia para a República e os ideais da Revolução Francesa que minavam o congresso brasileiro. Na história da literatura, o romance, é o gênero que melhor descreve os anseios de um povo, as transformações espirituais, as articulações humanas, as forças políticas subjacentes, as ações de homens concretos que se movem de maneira imperceptível aos olhos desatentos. É, por meio de um grande romancista, que percebemos a realidade. É ele que investiga as profundezas da alma humana. 

    Fonte: Dionatan Rafael Toledo dos Santos

  • Condutor de ônibus de linha é preso pelo transporte de anabolizantes na BR 277

    Condutor de ônibus de linha é preso pelo transporte de anabolizantes na BR 277

    A apreensão ocorreu na manhã desta sexta-feira(01),  na BR 277 em Céu Azul, quando uma equipe PRF abordou um onibus que fazia a linha Foz do Iguaçu à Londrina.

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    Foram apreendidos na operação:

    -150 ampolas de Deca Durabolin-150 ampolas de Durateston-200 comprimidos de Methandrostenolone-200 comprimidos de Oxandrolona-80 comprimidos de Oxymetholone-5 bujões de Trembolona-5 bujões de Enantato-1 bujão de Sutan XT-10 ampolas de diluentes-200 comprimidos de Androlic Mesterolona.-50 comprimidos Oxandrolona ( Oxandroland)Os anabolizantes foram encontrados dentro da cabine junto ao motorista do ônibus.  Foi feito contato com a empresa que apresentou outro motorista e seguiu viagem com o ônibus. 

    O Condutor detido e os produtos apreendidos foram encaminhados para Polícia Federal de Foz do Iguaçu.

    Apreensão de  eletrônicos

    Já no início da tarde desta sexta-feira, durante ações de rotina, no KM 620 da BR 277 em Céu Azul, os policiais rodoviários federais abordaram o condutor do veículo Logan, cinza, emplacado em SP, que trafegava no sentido Maringa – PR.

    Em revista ao interior do veículo e porta malas foram encontrados aproximadamente 24 celulares, 16 tp link, 57 fone redmi, 50 balança eletrônica mi, 04 caixa de som mi, 01 mi cleaner, 10 power bank 10000, 11 power bank 20000 e 2 relógios mi. O motorista informou que receberia 500 reias pela carga.

    O veículo com a mercadoria e o motorista foram encaminhados à Receita Federal de Foz do Iguaçu.

    Fonte: Nucom/PR

  • Lula contra os sagrados empregos

    Lula contra os sagrados empregos

    Ao vetar a desoneração da folha de pagamentos, dá mostras claras de sua linha de pensamento e  atuacao. Negativa pelo desenvolvimento economico, anti livre iniciativa. Os setores atingidos são os de maior geração de empregos no país.

    Se validado o veto, muitos postos de trabalho lá se vão. A redução resultou de medida provisoria aprovada pelo Congresso, à com meu voto,  transformada na  lei 12546 de dez 2011. A renovacao  teve amplo apoio de Michel Temer e também de Bolsonaro, que tiveram visão clara dos benefícios gerados. Não diferente do Congresso, onde teve votação expressiva, sempre que lá pautada.

    Lula troca empregos por mais  arrecadação, para fazer frente à gastança desfreada do governo. O veto do presidente deverá ser derrubado pelo Congresso, para evitar mais este desastre, e o benefício às empresas e sua geração de empregos poderá dar continuidade.

    Servirá, contudo, para mostrar a linha ideológica anti liberal, anti mercado de Lula e de seu PT.

    Manifestem se todos! Cidadãos, empresários, sindicatos e entidades, contra a medida do presidente Lula, e sim a favor de empregos e do desenvolvimento econômico.

    * Alfredo Kaefer foi deputado federal de 2007 a 2018

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Produtor rural segue como parte mais frágil da cadeia

    Produtor rural segue como parte mais frágil da cadeia

    Após vários anos acompanhando o cotidiano de produtores rurais de várias regiões do Brasil percebemos que, em que pesem a precisão e a tecnificação que melhoraram a produtividade e trouxeram facilidades na hora de produzir, quem produz proteínas animal e vegetal está sempre na dependência de bons ciclos, que não ocorram extremos climáticos e que a cotação de seus produtos ou animais seja satisfatória no momento da comercialização, fatores os quais não consegue ter controle algum, exceto no manejo adequado das lavouras e dos animais, buscando constantemente a redução de seus custos. 

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    Considerando-se esse ambiente de produção e de negócios em que está inserido, o produtor rural, personagem principal do Agronegócio, responsável pelo início da cadeia produtiva, segue como a parte mais frágil da produção de alimentos. A questão é saber até quando continuará produzindo sem contar com uma maior proteção em vários sentidos. A maioria não possui recursos próprios e depende de financiamentos para seu fomento e sofre com constantes altas nos custos de produção e frequentes quedas na cotação de seus produtos na hora da venda. 

    Uma rápida comparação entre o que o produtor precisa para adquirir insumos e o que lhe é ofertado como financiamento, inclusive através do Plano Safra, e verificada com mais atenção a questão do endividamento do produtor rural no Brasil, pode-se ver claramente essa fragilidade de quem origina grãos, ou de quem fornece matéria prima de origem animal para a agroindústria.

    A fragilidade do produtor de grãos se observa também quando ele não possui estrutura própria e adequada para armazenar sua safra e se vê obrigado a negociar antecipadamente com a parte tomadora de grãos, nem sempre sob as melhores condições. O mesmo se dá com quem vende proteína animal para a industrialização de produtos processados. É nessa relação com o mercado que o produtor não consegue a devida atenção às suas necessidades, sem levar em conta os riscos pertinentes à atividade realizada à céu aberto, sujeita às condições climáticas. Nesses riscos assumidos apenas pelo produtor, estão sucessivas quebras de safras, seja por falta ou por excesso de chuvas.

    Somem-se a isso as oscilações na cotação dos produtos, com muita volatilidade das commodities e a dependência de fatores externos na questão de oferta e preços, obrigando-o a reduzir margens.

    O aumento das exportações brasileiras, com a abertura de novos mercados, não significa necessariamente avanços econômicos para quem está no início da cadeia, e as vantagens acabam ficando pelo meio do caminho. Daí, a importância de o produtor rever costumes e conceitos adotados ao longo dos anos, assim como implantar uma melhor gestão em seus negócios, que não esteja apenas relacionada ao manejo das suas lavouras, ou dos animais. Também, que adote medidas de prevenção, contenção, ou redução de custos de produção, como se dá com o uso de novas tecnologias, mais eficientes, de menor custo e até biodegradáveis, caso dos bioinsumos, que ajudam a conduzir o produtor a um ambiente economicamente mais favorável.

    Cláusula Washout

    No que diz respeito ao Direito aplicado ao Agronegócio, os contratos contêm cláusulas abusivas e que não se atentam aos direitos de quem produz e que em muitos casos precisa recorrer à Justiça para se defender. É o que ocorre, por exemplo, nas cobranças e execuções da famosa cláusula washout dos contratos de venda futura de soja. Aliás, cláusula que não é de aplicação automática, pois cabe a comprovação pelo titular do direito para fazer jus à sua fruição. É aí que entra a necessidade de um lastro contábil e financeiro, vinculando as operações anteriores às posteriores, comprovando o efetivo prejuízo e, ainda, apresentando referidos contratos dos negócios externos que foram cumpridos. Quem sabe uma assessoria jurídica especializada o auxilie a fazer uma análise preventiva do contrato, antes de assiná-lo, seja uma boa recomendação ao produtor.

    O fato da não entrega da soja, por si só, não legitima a parte executora do direito à execução do washout e à cobrança de indenização, automaticamente, para que ingresse com uma execução automática do contrato, visto que para fazer jus à lide o dano deve ser comprovado perante ação judicial de rito comum, não havendo embasamento para execução de pronto, ainda mais quando não se demonstram os prejuízos experimentados, quando não se trazem provas de que tenha adquirido, no mercado, negócios por preço superior a soja não entregue pelo produtor.

    Isso sem mencionar que nos contratos que regulam a venda futura de soja há jurisprudência entendendo pela impossibilidade de prévia estipulação de perdas e danos, como dispõe os dispositivos do Código Civil sobre o assunto. No Art. 393, CC, se lê: “O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.” E em seu parágrafo único, o artigo destaca: “O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não eram possíveis evitar ou impedir.”

    Como já tratamos em artigos publicados no ano 2020, quando aprofundamos a análise dos contratos de venda futura de soja, na prática, esse tipo de contrato é baseado apenas em uma promessa, sendo que na maioria absoluta dos casos não há qualquer recebimento antecipado do valor pelo vendedor, que em algumas situações tem sérias dificuldades para cumprir com sua parte e se vê em uma posição muito difícil, pois é obrigado a realizar a tradição, mesmo estando sujeito a arcar com prejuízos devido ao elevado valor dos insumos, investimentos em mão de obra e decorrentes da perda da safra. Tudo isso impossibilita que ele cumpra o contrato, por uma situação pela qual não concorreu, e que aconteceu por motivos completamente alheios à sua vontade, decorrentes de eventos meteorológicos adversos.

    Felizmente, algumas vitórias para o produtor alimentam esperanças, como os recentes Acórdãos do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), dos meses de junho e novembro deste ano. Após analisadas as apelações, o TJPR reduziu a cláusula de washout executada para 25% do valor total das obrigações inadimplidas pelo embargante, no Acórdão de junho, e de 20% do valor da penalidade no Acórdão de novembro de 2023.

    Essas decisões foram fundamentadas no artigo 413 do Código Civil, parte final, pelo qual “a penalidade deve ser reduzida equitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio”. Nesses casos específicos, de dois produtores do Norte do Paraná, se observou justamente o fato da penalidade ser manifestamente excessiva.

    Suinocultores e produtores de leite

    De outro lado, temos acompanhado também a situação de produtores de proteína animal, no caso, os suinocultores independentes e, mais recentemente, os produtores de leite, ambas categorias que seguem contabilizando grandes prejuízos financeiros em razão da alta dos custos de produção, concomitantemente com a baixa no valor de mercado dos animais e do litro de leite. Muitos produtores passam a condição de “heróis da resistência” quando decidem se manter nessa atividade, apesar das graves crises do setor.

    No caso dos suinocultores, há situações em que se verifica grande fragilidade do criador de suínos, que é muitas vezes obrigado a vender seus animais a preço vil, bem abaixo do custo de produção, assim como a realizar negócios em que acaba se colocando em total desequilíbrio contratual, sendo vítima de quem está à busca do lucro fácil, aproveitando-se justamente dessa fragilidade do produtor rural. Ao ser obrigado a celebrar contratos desproporcionais entre as partes, sendo o produtor a mais frágil, que se submete à condições econômicas desfavoráveis, isso fere diretamente a Função Social do Contrato, e ao alegar as devidas ponderações, a parte contrária se faz de poucos ouvidos e segue obtendo vantagens numa grande disparidade contratual.

    Não são raros os contratos celebrados que denotam essas discrepâncias, que não levam em conta os números envolvidos no negócio e cujas vantagens são obtidas apenas por uma das partes, em detrimento do produtor. Não resta outro caminho se não o da busca judicial pelo equilíbrio contratual, baseado na falta de proporção, assim como acontece com os produtores de grãos que celebram contratos de venda futura de soja, quando são prejudicados por intempéries climáticas, que prejudicam o plantio ou a colheita, ou quando são afetados por questões de mercado, cujos prejuízos sempre sobram para que pratica uma atividade que deveria recompensar quem está alimentando o planeta, ou no mínimo, contribuindo para a balança comercial do País.

    * Cesar da Luz é Diretor-Presidente do Agro10 Group, especialista em Agronegócio. E-mail: [email protected]

    Fonte: Cesar da Luz

  • O imaginário social brasileiro

    O imaginário social brasileiro

    O imaginário social de um povo é formado pela sua produção artística* São as grandes obras que determinam o percurso pelo qual uma nação se entende: essa consciência histórica possibilita que sua população não se sinta perdida no espaço e no tempo. Todo o drama social e humano é reproduzido na poesia, nas peças de teatro, nos romances, na pintura, no cinema, na música, etc. dando sentido à existência em sociedade – a arte arquitetônica, por seu lado, com suas variadas formas, presenteia-nos uma visão mais bela das cidades, ou ainda, um fragmento de luz em meio a atmosfera caótica do dia a dia. O esquecimento dessa lição, impede o homem de se orientar, tornando-o presa fácil de correntes culturais deslocadas da realidade.

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    O Brasil de hoje desaprendeu essa lição. O universo cultural no qual estamos inseridos é precário: toda a produção artística foi tomada por um grupo político envolvido em uma “causa”, reduzindo sua autenticidade em mera propaganda partidária. A imagem que essas pessoas têm da sociedade e dos indivíduos, onde as tensões das relações humanas, da própria existência, entre o eterno e o terreno, desdobram-se nos mais variados estereótipos políticos produzidos ao longo das décadas. 

    O estado mental é o de total alienação. A sensibilidade, elemento primordial de qualquer expressão artística, desapareceu. Não são capazes de aperceber os problemas reais, pois se movem em um campo cuja linguagem responde aos apelos emocionais: gritos, sussurros, gestos (muitos dos nossos artistas sequer se dão conta que trabalham inconscientes em prol de um projeto político). O que temos é uma transcrição do drama existencial dos próprios envolvidos na produção artística.

    O número de deformidades que se manifestam em nossa cultura torna o ambiente miserável.  Isso impossibilita uma compreensão acerca das correntes que povoam o imaginário social. Não se vê em nossas livrarias, por exemplo, um romance que transcreva o que é a vida nos bastidores políticos, quais as forças subjacentes, qual a troca de favor, quanto cada um leva em projetos abstratos; o que é a vida nas universidades, quais as correntes filosóficas que permeiam a mentalidade dos jovens; a vida nas grandes emissoras de televisão, nas redações de jornais; a vida na periferia, o que está em jogo no mundo crime, o que cada indivíduo esconde, o sofrimento humano e assim por diante. O abismo entre o povo e os artistas, nunca foi tão nítido. 

    Quando toda a arte se esgota em chavões políticos, é sinal que o entendimento do que ela significa, não tem importância. As narrativas que descrevem as manifestações artísticas, atualmente, é pura propaganda marxista. Delimitar um padrão para o conteúdo que um povo irá consumir, é assassinar o fundamento da experiência genuína. A arte não se limita – ao contrário, ela articula-se em uma vastidão de convenções, de símbolos e de arquétipos próprios de sua estrutura.**

    *Esse texto tem como fonte uma aula do COF (Curso online de filosofia) do professor Olavo de Carvalho, onde ele aborda a questão cultural brasileira e todo o seu desdobramento ao longo das últimas décadas. Ademais, o que sempre percebi é o total descaso com aquilo que tem um valor histórico na formação do país e uma supervalorização com o que é passageiro e sem valor nenhum, que nada agrega nem ao indivíduo em particular, muito menos a nação. 

    **Sobre essa característica própria da arte, ver o clássico Anatomia da Crítica de Northrop Frye. Frye nos oferece, no campo da literatura, uma teoria sobre os temas, os modos, os gêneros, os símbolos, etc. ao longo do tempo na literatura. Isso vale as demais obras como a pintura e a música. A criação artística, é como que se movesse em círculos, onde certos arquétipos e temas são retomados. 

    Fonte: Dionatan Rafael Toledo dos Santos.

  • A jornada do brasileiro rumo à cidadania financeira

    A jornada do brasileiro rumo à cidadania financeira

    Com a crescente digitalização dos serviços bancários e o surgimento de novas plataformas financeiras, nunca foi tão importante para os brasileiros entenderem e gerenciarem suas finanças. A cidadania financeira, conceito amplamente promovido pelo Banco Central do Brasil, visa abranger não apenas a inclusão financeira, mas também a educação e proteção ao consumidor de serviços financeiros.

    O Brasil, historicamente, enfrentou altas taxas de analfabetismo financeiro. Muitos adultos nunca aprenderam a administrar o dinheiro, a investir ou a compreender os riscos e benefícios associados às decisões financeiras. Entretanto, com o avanço tecnológico e a democratização da informação, houve um aumento significativo na busca por conhecimento na área de finanças pessoais.

    Iniciativas educacionais, tanto do setor público quanto do privado, têm desempenhado um papel crucial nesta transformação. Cursos online, workshops, palestras e até mesmo aplicativos dedicados a ensinar conceitos financeiros básicos têm ganhado destaque. Essas ferramentas buscam não apenas informar, mas também empoderar os cidadãos a tomarem decisões financeiras mais conscientes e seguras.

    No entanto, ainda há desafios a serem superados. Muitos brasileiros ainda se encontram endividados ou à margem do sistema financeiro tradicional. A desinformação, somada a ofertas de crédito fácil e com altas taxas de juros, frequentemente leva a decisões impulsivas e, consequentemente, ao endividamento.

    O caminho rumo à cidadania financeira é contínuo e exige um esforço conjunto de instituições financeiras, governo, educadores e da sociedade como um todo. Ao proporcionar a todos o acesso a informações claras e objetivas sobre o mercado financeiro, estaremos construindo um futuro mais próspero e equitativo.

    A educação financeira é uma ferramenta poderosa de transformação social. Ao garantir que cada brasileiro tenha as habilidades necessárias para navegar no complexo mundo das finanças, estamos não apenas promovendo a inclusão financeira, mas também garantindo que cada cidadão possa tomar decisões informadas que beneficiem sua vida e a economia do país como um todo.

    *Jadir Zimmermann é jornalista e analista político.

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Quais impactos os conflitos em Israel trazem para o agronegócio

    Quais impactos os conflitos em Israel trazem para o agronegócio

    Outubro chegou trazendo um panorama internacional preocupante, lamentável, de muita dor! Ao mesmo tempo que nos deparamos com notícias aterrorizantes, nos perguntamos: quais impactos esses conflitos em Israel trazem para o agro no Brasil? 

    Os impactos do conflito entre Hamas e Israel para o Brasil podem ser divididos, a princípio, em dois grupos: econômicos e políticos.  E, muito provável que esses conflitos possam vir a aumentar os custos agrícolas da safra 2023/2024 no Brasil. Entre os principais motivos, estão o risco de oferta de petróleo, com consequente alta de preço de energia e do gás natural, que acumulou ganhos de 30% já nos 3 primeiros dias de conflito. 

    Ao olharmos o cenário geopolítico partimos sempre da mesma premissa: o que acontece lá fora tem potencial de impactar a formação de preços de commodities agrícolas, a formação de custos de produção e isso afeta diretamente o agronegócio, porque o agro é um dos setores mais internacionalizados da nossa economia. 

    Uma das perguntas que mais surge é se há impactos para a formação de preços de insumos? Como que fica esse mercado? E, uma coisa é certa: Israel está entre os principais exportadores globais de fertilizante e isso importa diretamente a nós brasileiros, porque precisamos entender qual é o impacto de uma guerra no fornecimento desse fertilizante num horizonte de curto, médio e longo prazo. 

    Dos fertilizantes que compramos no Brasil, uma quantidade significativa tem origem em Israel. Existe uma importância clara de Israel no fornecimento desses insumos! E isso pode significar um risco ao Brasil!

    Dentre os principais impactos econômicos do conflito, podemos destacar que a alta do preço do petróleo, petróleo que é uma commodity global, em qualquer conflito no Oriente Médio tende a aumentar seu preço. No caso do conflito entre Hamas e Israel, o preço do barril de petróleo Brent chegou a subir para US$ 88,15, o maior valor desde março de 2022. E muitas pessoas ainda se perguntam, o que o nosso agro tema ver com isso?

    O aumento do preço do petróleo pode afetar a economia brasileira de várias maneiras, como por exemplo, aumentando os custos de produção. Temos o petróleo como matéria-prima importante para a produção de muitos bens e serviços, como combustíveis, fertilizantes e plásticos. O aumento do preço do petróleo pode levar a um aumento dos custos de produção dessas propriedades, afetando diretamente toda a cadeia produtiva, o que pode ser repassado aos consumidores na forma de preços mais altos.

    Isso sem falar que, o aumento dos custos de produção pode levar a um aumento da inflação, afetando o poder de compra dos consumidores, além de afetar negativamente as exportações de commodities agrícolas brasileiras, que são concorrentes dos produtos agrícolas produzidos no Oriente Médio e de diversas outras regiões do mundo.

    O conflito entre Hamas e Israel pode gerar instabilidade na região do Oriente Médio e essa instabilidade regional pode também levar a um aumento do preço do seguro de transporte, o que pode encarecer as importações e exportações brasileiras.

    Quando passamos a analisar os principais impactos políticos do conflito constatamos que o Brasil tem uma posição histórica de neutralidade no conflito israel-palestina. No entanto, o conflito entre Hamas e Israel pode levar o Brasil a adotar uma posição mais ativa na região, seja para apoiar uma solução pacífica ou para mediar o conflito. 

    É importante ressaltar que os impactos do conflito ainda estão sendo avaliados, e é possível que novos impactos sejam identificados no futuro.

    Isso tudo tem o condão de impactar ainda mais o produtor rural brasileiro que já vinha sofrendo com as oscilações do mercado, com os impactos negativos da guerra entre Ucrânia e Rússia, que já vem sendo afetado pelo encarecimento das commodities e já vinha realizando muitos esforços para lidar com todas essas situações adversas através de muito trabalho envolvendo ações das indústrias, do governo e de entidades setoriais do agronegócio. 

    * Irini Tsouroutsoglou é advogada, CEO da IR Consultoria.  Membro da Comissão Especial de Juristas na elaboração do Novo Código Comercial no Senado Federal. Especialista em reestruturação de empresas, consultora em projetos relacionados ao agronegócio e energia renovável.

     

    Fonte: Fonte não encontrada

  • A política da morte

    A política da morte

    O cenário é desolador. Mais de 4.000 mortos em apenas 12 dias de conflitos entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A maioria é civil: 3.000 palestinos e 1.400 israelenses perderam a vida. Gaza enfrenta uma crise sem precedentes. E é neste contexto de desespero e luto que me surge um questionamento perturbador.

    Vi hoje, em grupos e redes sociais, gente que se diz ‘de Deus’ celebrando o veto americano à proposta brasileira para um cessar-fogo no Oriente Médio. É o mesmo que apoiar a continuidade da guerra e da morte de civis inocentes… Continue lendo no Blog do Jadir…

     

     

    Fonte: Fonte não encontrada

  • Intelligentsia e realidade

    Intelligentsia e realidade

    Thomas Sowell, em Os Intelectuais e a Sociedade, descreve a tamanha ignorância com que a Intelligentsia analisa os acontecimentos diários de uma nação. Presos a um campo de linguagem que não transcrevem os fatos, mas o abstracionismo de suas ideias, falam apenas para seu grupo sem nunca assumir as consequências dessas ideias desastrosas. O abismo entre o mundo deles e o cotidiano das pessoas de carne e osso, jamais se viu parecido. 

    Em uma realidade cujos acontecimentos mundanos lhes são desconhecidos, veem-se no direito de opinar pautados em cima de uma chamada razão acadêmica. É evidente que essa maneira de perceber o mundo os impedem de analisar toda a trama que se desenrola nas relações humanas do cotidiano.  Nas telas das televisões e nas capas dos jornais, diariamente nos deparamos com certos ungidos: “nós, os iluminados, sabemos; vocês, simplistas, fiquem quietos”. Acontece que tal pensamento, em momento algum, traduz o mundo das relações cotidianas – onde homens de carne e ossos cuidam dos seus negócios, solidarizam-se com o próximo, reúnem-se em famílias – ao contrário, torna evidente a ignorância dos próprios iluminados.

    Uma característica notável da Intelligentsia, é a distorção dos termos e a insistência em empregar chavões ideológicos para corroborar a estupidez do grupo. Para o leitor atento, basta correr os olhos em qualquer artigo ou parar para ouvir os analistas e lá estão:  “democracia”, “espectro político eleitoral”, “instituições democráticas”, “união dos poderes”, “sociedade justa”, “direito das minorias”, e assim por diante. O que todo esse repertório quer dizer? Nada. Serve apenas para enfeitar um discurso, que, por si só, é deformado na base: a realidade das coisas não se dá por meio de simples jargões.

    Ao agir dessa maneira, colocam-se como guias para os males que afetam a vida de milhares de pessoas, sem nunca levar em conta a condição trágica do ser humano na existência. A solução pela abolição dos preconceitos, das injustiças com as minorias, pela luta dos direitos humanos, pelo fim da pobreza, está nessa psicologia disforme, onde a participação na “causa” os elevam a salvadores do mundo: não se veem como alguém que leva a vida baseada numa tradição milenar, mas transcendem esse conjunto de crenças. Se, por outro lado, falham nesse projeto sublime e são expostos ao ridículo, os fatos concretos pouco lhes importam. Donos de uma vaidade intocável e presos a uma compaixão de si mesmos, são como sonâmbulos em meio a escuridão da autoimagem proclamada. 

    Fonte: Fonte não encontrada

  • O que esperar quando você não é mais o chefe da cidade?

    O que esperar quando você não é mais o chefe da cidade?

    Moacir Froehlich é absolvido em mais uma ação decorrente da sua gestão como prefeito

    Por Jadir Zimmermann*

    Quase sete anos depois de deixar o comando da Prefeitura de Marechal Cândido Rondon, o ex-prefeito Moacir Froehlich ainda luta nos tribunais para se livrar dos enroscos jurídicos dos tempos em que era o “chefe” da cidade. Há poucos dias foi mais um. 

    O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná julgou improcedente a ação civil pública que tramitava contra o ex-prefeito e os ex-secretários municipais Marta Salete Bendo, Adriano José Cottica e Adelar Antonio Urnau. A ação, inicialmente movida pelo Ministério Público em março de 2017, acusava os envolvidos de infração à lei de licitações e cometimento de ilícito de improbidade administrativa.

    Apesar do triunfo no Tribunal, que assegurou, entre outras coisas, a manutenção dos direitos políticos de Moacir, o labirinto jurídico do ex-prefeito está longe de terminar. Ainda tramitam nas diversas instâncias judiciais outras quatro ações, de toda ordem, todas com raízes em sua gestão municipal.

    É digno de nota o desempenho do advogado João Bersch neste cenário. Das 39 ações judiciais que defendeu, Moacir saiu absolvido em 34, foi derrotado em apenas uma e aguarda o veredicto em quatro.

    Sair da prefeitura é prelúdio para entrar nos tribunais

    Parece que sair da prefeitura é o novo prelúdio para entrar nos tribunais. Se para o advogado essa performance pode ser motivo de orgulho profissional, para o cliente, sem dúvida, a vida seria muito mais tranquila se tais disputas legais pudessem ser evitadas.

    Aliás, antes de Moacir, o ex-prefeito Edson Wasem, que igualmente foi o gestor da cidade por oito anos, também respondeu a uma saraivada de ações de toda ordem.

    Por isso, o alerta ao atual prefeito Marcio Rauber, até porque ter algumas ações judiciais parece ser quase como um rito de passagem para os ex-prefeitos. Afinal, o que é um político sem uma pitada de drama judicial para apimentar o currículo?

    Rauber ainda tem pouco mais de um ano de tinta na caneta. Até lá terá condições de, observando os casos de seus antecessores, fazer uma transição talvez mais suave e tentar resolver os problemas enquanto ainda está no gabinete. Senão já sabe qual será sua próxima ‘residência pós-mandato’: o Fórum.

    Os casos precedentes ensinam que é extremamente perigoso deixar assuntos administrativos mal resolvidos ou polêmicos. Se uma coisa a saga de Moacir ensina, é que o Tribunal de Justiça não é um adversário que você quer enfrentar. Melhor resolver antes.

    Neste pouco mais de um ano de mandato que resta, Marcio Rauber ainda tem tempo para aprender com os ‘heróis’ do passado e garantir que sua única saga pós-prefeitura seja decidir qual será seu próximo projeto político, em vez de qual será seu próximo advogado.

    *Jadir Zimmermann é jornalista e analista político.

    O atual prefeito Marcio Rauber sabe que é melhor resolver antes de deixar a Prefeitura

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