O Ministério da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (19), que vai ampliar o programa Mais Médicos , abrindo 10 mil novas vagas na modalidade de coparticipação de estados e municípios.O edital com as orientações para a inscrição dos profissionais já foi publicado noDiário Oficial da União. Já a portaria com as definições e critérios para os gestores locais deve ser publicada ainda hoje.
Segundo o Ministério da Saúde, com a expansão, o programa deverá chegar a mais de 15 mil novas vagas até o fim deste ano.
Até o dia 27 deste mês, os 5.570 municípios brasileiros poderão solicitar vagas na modalidade de coparticipação, mas a prioridade será para aqueles de maior vulnerabilidade social e de vazios assistenciais [regiões onde é mais difícil encontrar profissionais].
No modelo de coparticipação, o Ministério da Saúde desconta do repasse do piso de atenção primária à saúde o valor de custeio mensal da bolsa-formação dos médicos. Já os gestores locais continuam com a responsabilidade do pagamento do auxílio-moradia e da alimentação. As demais despesas do programa ficam a cargo do ministério.
De acordo com a pasta, terão preferência médicos brasileiros formados no Brasil. E o médico que participar do programa poderá fazer especialização e mestrado em até quatro anos. Os profissionais também passarão a receber benefícios, proporcionais ao valor mensal da bolsa, para trabalhar nas periferias e regiões mais remotas.
Os beneficiados pelo Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) que participarem do programa também poderão receber incentivos que variam entre R$ 238 mil a R$ 475 mil, dependendo da vulnerabilidade do município e da permanência no programa por 48 meses. Assim, o profissional poderá ter auxílio para o pagamento de até 80% do financiamento.
A pasta diz ainda que pretende incentivar a permanência de médicas no programa, com uma compensação para atingir o mesmo valor da bolsa durante o período de seis meses de licença maternidade, complementando o auxílio do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Informações sobre o cronograma do edital podem ser consultadas nositedo Mais Médicos.
O mau desempenho no atendimento aos usuários levou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a suspender, por um trimestre, a comercialização de 31 planos de saúde, pertencentes a nove operadoras. Os beneficiários desses planos permanecem com suas coberturas, mas novos clientes não podem ser captados até que a avaliação melhore.
A lista de planos com a comercialização suspensa foi divulgada nesta segunda-feira (19) e pode ser consultada no site da agência. Na página, também é possível consultar os planos de saúde que já estavamsuspensos e ainda não foram liberados.
A agência reguladora tomou como base para a suspensão as mais de 46 mil reclamações registradas pelos clientes no primeiro trimestre de 2023, por meio do Monitoramento da Garantia de Atendimento. Os planos que tiveram a comercialização suspensa no monitoramento mais recente somam 407 mil usuários.
O bloqueio de novas vendas passa a valer em 23 de junho, próxima sexta-feira. Para que a suspensão seja revista, as empresas precisam melhorar o desempenho na próxima avaliação trimestral. Após o monitoramento do primeiro trimestre, 15 planos que estavam com a comercialização suspensa foram liberados para realizar novos contratos.
Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado um crescente desafio relacionado ao cuidado de pessoas vulneráveis. Seja na área da saúde, idosos, crianças com necessidades especiais ou pessoas que convivem com doenças crônicas, os cuidadores desempenham um papel essencial na sociedade, oferecendo assistência e suporte emocional. No entanto, a falta de reconhecimento e suporte adequado a esses profissionais informais tem gerado um cenário de sobrecarga e esgotamento. Nesse contexto, destaca-se a importância do autocuidado para garantir um cuidado efetivo e de qualidade.
Segundo o estudo Cuidadores do Brasil, realizado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida em parceria com a Veja Saúde, aproximadamente 78% dos cuidadores familiares não têm cursos na área de saúde. Desses, cerca de 59% têm 50 anos ou mais e 27%, ao menos 60 anos, ou seja, mais da metade são idosos que estão cuidando de idosos.
Compreendendo o papel fundamental dos cuidadores no bem-estar daqueles que convivem com condições crônicas de doença, idosos e outras situações desafiadoras, o curso visa fornecer suporte e ferramentas essenciais para promover o autocuidado e o bem-estar físico, mental e emocional desses indivíduos. As inscrições para o projeto já estão abertas e são gratuitas, as aulas online iniciam na próxima quinta-feira (22), e abrangem temas como Aromaterapia, Dança Circular, Comunicação Empática e Florais.
“Acreditamos que investir na capacitação dos cuidadores é fundamental para garantir um cuidado de qualidade às pessoas que dependem deles. Além disso, ressaltamos a importância do autocuidado, pois só podemos cuidar bem dos outros quando cuidamos de nós mesmas”, comenta Giulia Gamba, gerente de comunicação da CDD.
Sobre a CDD
A associação Crônicos do Dia a Dia (CDD) é uma organização sem fins lucrativos e acredita que o diálogo é a ponte para que ninguém precise conviver com uma doença crônica sozinho. O objetivo do trabalho da CDD é apoiar todo o potencial humano para ampliar as perspectivas de vida das pessoas com condição crônica de doença, através de projetos e conteúdos, para que as pessoas não sejam definidas nem reduzidas a seus diagnósticos. Desenvolve desde 2020 o projeto Acolher e Transformar para a conscientização sobre o autocuidado e apoio à pessoa cuidadora, em 2023, conta com o investimento social das farmacêuticas Sanofi e Merck.
No dia 29 de maio, o Fórum Intersetorial para Combate às Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil (FórumDCNTs) promoveu encontro sobre distúrbios do sono. O evento Distúrbios do Sono – Fatores de Risco para Condições Crônicas não Transmissíveis: Políticas e Programas para Prevenir e Tratar reuniu médicos e outros profissionais de saúde que atuam em pesquisa, ensino, assistência e gestão para a discussão de ações integradas de combate ao problema. O objetivo da iniciativa foi facilitar o diálogo entre stakeholders das diferentes especialidades médicas e áreas da saúde; atuantes em instituições públicas, privadas e no terceiro setor.
A fisioterapeuta cardiorrespiratória Claudia Albertini explica que “a diminuição do aporte de oxigênio devido à apneia leva ao risco de síndrome metabólica”. Por sua vez, a síndrome metabólica, caracterizada pela presença de doenças e condições relacionadas à resistência insulínica, como obesidade, hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia, aumenta o risco de doenças cardiovasculares. “São problemas de saúde em cadeia com custos não só para o indivíduo, mas também para toda sociedade, devido à queda na produtividade e absenteísmo no trabalho”, completa.
Doenças crônicas também podem desencadear distúrbios do sono
O cardiologista Luciano Drager, presidente da Associação Brasileira do Sono (ABS), não tem dúvidas de que sono e doenças crônicas são uma via de mão dupla. “A apneia piora as doenças cardiovasculares e estas e seus tratamentos pioram a apneia”, exemplifica. “Ter diabetes é fator de risco para apneia do sono. Doenças cardíacas, hipertensão e diabetes podem ocasionar insônia”, ressalta a pneumologista Sonia Togeiro, pesquisadora do Instituto do Sono da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Já o psiquiatra e médico do sono Almir Tavares lembra que os transtornos de ansiedade também acarretam insônia.
Professor da Universidade de Minas Gerais (UFMG), Tavares destaca que a sociedade hiperconectada desafia quem precisa dormir bem. “O sono é resultado não apenas de atividades biológicas involuntárias, mas também de decisões voluntárias. Os jovens privam-se de sono para manterem-se conectados, o que reduz o funcionamento dos lobos frontais do cérebro. Como consequência, sua capacidade de resolver problemas diminui, enquanto a impulsividade aumenta. Dessa forma, são intensificados os pensamentos negativos, a desesperança, o isolamento, elevando o risco de suicídio”. O médico salienta que a Terapia Cognitivo-comportamental para distúrbios do sono previne e alivia ideação suicida, e tem potencial para reduzir o risco de alterações metabólicas.
São necessárias políticas públicas para os distúrbios do sono no Brasil
O médico Luciano Drager lamenta a escassez de arsenal terapêutico para doenças do sono no SUS. “Falta acesso ao aparelho CPAP, à placa de avanço mandibular e à terapia miofuncional para o tratamento da apneia. Em relação à insônia, são limitados os medicamentos e os recursos não farmacológicos, como a Terapia Cognitivo-comportamental”.
O fisioterapeuta Miguel Medeiros afirma que esse grupo de doenças ainda não é amplamente discutido e priorizado pelo SUS. “Os poucos planos terapêuticos a respeito estão em políticas isoladas e sem conexão entre as esferas municipais, estaduais e federais. É essencial a exploração do tema dos pontos de vista técnico e de gestão”. Mark Barone, coordenador geral do FórumDCNTs, enfatiza que “o Brasil tem ampla tradição na pesquisa das relações entre condições crônicas não transmissíveis e distúrbios do sono”. Barone revela, inclusive, a presença de inovações que barateiam o diagnóstico e modelos municipais de cuidados reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde, no país.
Os especialistas que participaram do evento organizado pelo FórumDCNTS concordam que é importante a implementação de uma linha de cuidado para distúrbios do sono pelo Ministério da Saúde. Esta é uma das propostas do documento redigido em conjunto ao final do evento, com os consensos sobre as relações entre distúrbios de sono e doenças crônicas não transmissíveis; bem como as ações prioritárias identificadas para a prevenção, diagnóstico, tratamento e monitoramento desses distúrbios.Sobre o FórumDCNTs
O Fórum Intersetorial para Combate às Doenças Crônicas não Transmissíveis no Brasil tem como objetivo reunir as principais instituições dos setores público, privado e terceiro setor para o combate à principal causa de mortes precoces no país, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). As doenças cardiovasculares e o AVC, o diabetes, os diferentes tipos de câncer, e as doenças respiratórias crônicas são as que apresentam maior prevalência no país. Ao mesmo tempo, possuem fatores de risco modificáveis comuns entre elas.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, atualmente, 14 em cada grupo de mil brasileiros são doadores de sangue no Sistema Único de Saúde (SUS). Isso significa que 1,4% da população doa sangue regularmente, o que coloca o país dentro dos parâmetros definidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que o índice se mantenha entre 1% e 3%. Em 2022, 3,1 milhão de coletas de sangue foram contabilizadas no Brasil.
No Dia Mundial do Doador de Sangue, lembrado nesta quarta-feira (14), o ministério reforçou a importância de ampliar o número de doadores para manter os estoques do país regulares, sem risco de desabastecimento. A coordenadora-geral de Sangue e Hemoderivados, Joice Aragão, reforçou que cada doação pode ajudar a salvar até quatro vidas.
“É importante lembrar que a doação de sangue é um ato voluntário, altruísta e não remunerado.”
Com a mensagem “Quando você doa sangue ajuda a salvar muitas vidas, doe sangue regularmente”, a pasta lançou nesta quarta-feira (14) uma campanha para conscientização sobre a importância da doação. O ministério alerta que este período do ano costuma registrar baixa nos estoques de sangue, devido à proximidade das férias escolares e das festas juninas, além da mudança de estação, com a chegada do inverno. “Isso tem um impacto na assistência como um todo”, ressaltou Joice.
“O sangue é muito importante para os atendimentos de urgência, a realização de cirurgias de grande porte, o tratamento em pessoas com doença falciforme e talassemias, por exemplo, doenças oncológicas variadas que frequentemente necessitam de transfusão.”
Coleta segura
Na rede pública, todo sangue coletado é testado e só é liberado para uso após ter a segurança comprovada. Além da sorologia, 100% da coleta passa por um teste desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), que reduz a chamada janela imunológica para HIV, hepatites C e B – tempo em que o vírus já está presente no doador e ainda não foi possível detectá-los.
Recentemente, segundo o ministério, a malária também passou a ser incluída como novo alvo de detecção. O próximo passo, segundo a coordenadora-geral, deve ser a inclusão da testagem para hepatite E. O país possui, atualmente, 2.097 serviços de hemoterapia, que incluem serviços como coleta, hemocentros, hemonúcleos, unidades de coleta e transfusão e agências transfusionais.
Requisitos básicos
Para doar, é preciso ter entre 16 e 69 anos; pesar, no mínimo, 50 quilos; não ter ingerido álcool nas últimas 12 horas; e estar em boas condições de saúde.
Hemobrás
Atualmente, a importação de medicamentos para atender a pacientes com hemofilia e outras doenças relacionadas à coagulação sanguínea supera a cifra de R$ 1,5 bilhão ao ano. Em nota, o ministério destacou que o pleno funcionamento da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás) configura “um passo fundamental” para o Brasil reduzir a sua dependência externa no setor de derivados do sangue e biotecnologia.
“O recolhimento do plasma excedente nos serviços de hemoterapia em 2022 foi de aproximadamente 100 mil litros e a previsão, para 2023, é ultrapassar 150 mil litros. Para o próximo ano, a expectativa é coletar mais de 200 mil litros”, informou a pasta.
PEC
Também em nota, o ministério se posicionou contrário à Proposta de Emenda à Constituição nº 10 de 2022, que pretende alterar a Constituição para autorizar a coleta e o processamento de plasma humano pela iniciativa privada. “Se aprovado na forma como está, pode causar prejuízos para a Rede de Serviços Hemoterápicos no Brasil e para o Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados”.
“Caso a PEC 10/22 seja aprovada, o incentivo financeiro para doações de componentes sanguíneos e as campanhas mercadológicas pelo comércio de plasma poderão refletir na diminuição de doações voluntárias para a rede pública de saúde, afetando os atendimentos. Além disso, a desestruturação da cadeia de suprimentos na rede pública pode impactar na capacidade de oferta de sangue para regiões mais remotas e até em grandes centros – inclusive, o sangue coletado no Brasil poderá ser enviado para outros países, desabastecendo o mercado nacional.”
Railana Dias da Cruz tem 28 anos e é moradora de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Nessa terça-feira (13), ela fez sua terceira doação no Hemorio, instituto que coordena a rede pública de sangue do estado do Rio de Janeiro. Railana pretende se tornar uma doadora regular. A primeira vez foi em 2020 e a segunda, em 2021. “Eu acho uma ação muito bonita. Tem pessoas que precisam. É muito gratificante a gente saber que pode salvar a vida de alguém, ajudar a sociedade de alguma maneira”. A decisão foi tomada diante do Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado nesta quarta-feira (14).
De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o lema da campanha este ano é “Doe sangue, doe plasma, compartilhe a vida, compartilhe com frequência”. A iniciativa faz alusão ao Junho Vermelho, mês de conscientização sobre a doação.
Ronald Gomes doa sangue desde 1978, quando entrou para o serviço militar. E não parou mais. Quando não está doando no Hemorio, doa em outro hospital, para atender à necessidade de algum parente ou amigo. A maioria de seus irmãos também doa. Além de sangue, Ronald é doador de plaquetas e medula óssea. Ser um doador regular significa, para ele, salvarvidas. “Acho muito importante fazer esse ato cívico. Nós estamos salvando vidas. É o mesmo que estar salvando uma pessoa com medula óssea. O sangue serve para tudo isso. Então, acho interessante que as pessoas doem sangue”. Ronald Gomes já tem carteirinha de doador regular do Hemorio.
Segundo Elisa Gomes, hematologista e hemoterapeuta do Hospital Márcio Cunha (HMC), as campanhas são necessárias para a conscientização do doador voluntário. “Quem doa sangue está ajudando a salvar vidas”. Ela disse que por mais que haja avanços na medicina e na ciência, o sangue é matéria-prima insubstituível. “Não há nada que faça o papel do sangue”. É eleque leva oxigênio para os tecidos, defende o organismo humano contra infecções e é responsável pela coagulação, comentou. OHMCé um hospital geral de alta complexidade, localizado em Ipatinga (MG). Tem 548 leitos e três unidades, sendo uma unidade exclusiva para o tratamento oncológico. Atende a uma população de mais de 800 mil habitantes, no leste de Minas Gerais.
Segurança
O diretor-geral do Hemorio, Luiz Amorim, informou que os estoques, no momento, estão entre 10% e 15% abaixo do necessário. “Por isso, a campanha vem a calhar e vai ser providencial para a gente ter uma melhoria nos estoques, porque julho é mês de férias, as pessoas viajam e sempre caem as doações, em comparação com junho”.
Nessa segunda-feira (13), entraram em torno de 30 bolsas de doação. O ideal, para dar segurança, na hipótese de ocorrência de alguma tragédia, é ter estoque suficiente para cinco dias. No momento, o estoque é para quatro dias. “O ideal mesmo é que tenha para cinco. A gente precisa melhorar porque, com o fim da pandemia decovid-19, os hospitais estão cheios, as cirurgias foram retomadas, os tratamentos que ficaram parados foram reiniciados. Hoje, a demanda de sangue é até maior, porque procedimentos complexos que não foram feitos em 2021 e 2022 estão sendo realizadosagora e a demanda por sangue aumenta”.
Do total de doadores do hemocentro fluminense, 40% são regulares e 25% vãoa cada dois anos. “Somando os doadores habituais com aqueles que não vêm em todos os anos, a gente tem perto de 70%. Nosso trabalho é transformar os doadores de primeira vez em doadores habituais e oferecer uma experiência que seja agradável aeles. A gente precisa de doadores habituais para que não seja preciso fazer campanhas nem apelos”, afirmouAmorim.
No Brasil
No Brasil, apenas entre 1,6% e 1,9% da população é doadora de sangue. Em países da Europa, esse índicechega a5%. De acordo com o Ministério da Saúde, 14 em cada mil brasileiros doam sangue de forma regular nos hemocentros do Sistema Único de Saúde (SUS). Para Luiz Amorim, é muito pouco. “Nós precisaríamos, pelo menos, de 2,5% a 3%. Globalmente, o número atual é muito baixo para a complexidade da medicina do Brasil e, pelo fato de a população brasileira ser cada vez mais idosa, hámaior necessidade de sangue. A gente precisa melhorar e aumentar a doação”.
Para o diretor-geral do Hemorio, o grande problema atualmente é a doação centralizada no instituto, localizado no centro da cidade. “Isso não funciona também. As pessoas têm dificuldade de se deslocar, é muito longe, perdem tempo no transporte. Então, cada vez mais a gente está tentando descentralizar”. Todos os dias, o Hemocentro destaca duas equipes de coleta móvel para atender o público doadornas empresas e igrejas. “Porque, aías pessoas aderem com muito mais facilidade”. Amorim disse que mais da metade do sangue do Hemorio é provenientedas coletas móveis. A meta do diretor-geral é, até o fimdeste ano, inaugurar mais dois postos fixos de coleta na capital, sendo um na Barra da Tijuca e outro em Jacarepaguá, bairros da zona oeste, e um terceiro posto fixo em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele acredita que, com isso, a doação vai aumentar.
Amorim lembrouque, hoje, a doação de sangue não é mais um mito, nem dá medo à população. Aproveitando o Dia Mundial do Doador de Sangue, ele estimulou as pessoas a doar. “Porque, sem essa doação, a gente não consegue ter estoque adequado eos hospitais não conseguem fazer cirurgias, tratar adequadamente os pacientes. Nada substitui a doação de sangue, mesmo que ela seja feita a cada três ou dois anos. Qualquer doação é útil. A gente anima a população a continuar doando e a aumentar o número de doações”.
Como doar
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Para ser um doador, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar 50 quilos, no mínimo, estar bem de saúde e apresentar documento de identidade oficial com foto. Jovens com 16 e 17 anos só podem doar sangue com autorização dos pais ou responsáveis legais. A autorização pode ser acessada no sitedo Hemorio . Na faixa etária de 60 a 69 anos, as pessoas podem doar, desde que tenham feito alguma doação anterior. Não é necessário estar em jejum, mas deve-se evitar comer alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes.
Tatuagem e piercingimpedem a doação por seis meses. O Hemorio alerta que a perfuração na região oral ou genital ainda segue como impeditivo para doações enquanto houver uso da peça. Informações podem ser obtidas pelo número gratuito 0800 282 0708. O diretor lembrou que quem quiser pode agendar dia e hora para doar, nesse mesmo telefone, ou pelosite. “É muito mais rápido e o processo é bem mais simples”.
Algumas situações, porém, impedem provisoriamente a doação de sangue. Entre elas, estar com febre ou gripado. Grávidas também não podem doar. O mesmo se aplica para quem fez extração dentária há sete dias. Mulheres que estejam amamentando só podem doar depois de um ano após o parto. Quem fez vacinação pode doar, respeitado o intervalo, que pode ser de 48 horas para vacinas contra a gripe e para a vacina Coronavac contra covid. Para as demais vacinas contra a covid-19, o intervalo é de uma semana.
Rota solidária
Para ajudar no reforço aos estoques de sangue do Hemorio, as empresas do setor de mobilidade do estado do Riose uniram em parceria inédita, visando viabilizar a integração entre os doadores e o Instituto. Batizada de Rota Solidária, a ação faz parte do Junho Vermelho e será lançada nesta quarta-feira (14), Dia Mundial do Doador de Sangue. Integram a iniciativa as concessionárias MetrôRio, VLT Carioca, Semove e SuperVia, além da empresa de tecnologia 99. Juntas, essasempresas disponibilizaram 6.350 gratuidades para a campanha.
Para participar da Rota Solidária, os doadores devem se dirigir ao Hemorio e informar qual modal utilizaram para chegar ali. Eles receberão duas passagens para cobrir os gastos com o deslocamento. Caso decidam utilizar a 99, basta acessaro aplicativo e inseriro cupom SALVARVIDASRJ a fim de garantir 50% de desconto em até duas corridas para ir e voltar do Hemorio. O limite é de R$ 8 por viagem. Além disso, colocando a palavra “Salvar Vidas” na opção de destino do aplicativo, aparecerá o endereço direto do instituto. Ao todo, 5 milvouchersserão disponibilizados.
A iniciativa conta ainda com o apoio da Rodoviária do Rio e do Riogaleão, cujos espaços serão utilizados para chamar a atenção dos visitantes que chegam à cidade. A expectativa da campanha é reforçar os estoques do Hemorio, atendendo mais de 25 mil pessoas e considerando que cada bolsa pode salvar até quatro vidas. Outras ações também estão previstas durante o mês, entre as quais o sorteio de ingressos para festas e distribuição de brindes aos doadores.
O diretor-geral do Hemorio disseque esta é a primeira parceria entre os modais, em todo o país, por uma boa causa. Amorim acredita que a Rota Solidária tem tudo para se tornar uma ação tradicional, “já que tem a cara do morador do Rio, sempre disposto a ajudar o outro”. Para ele, a iniciativa poderáinspirar outras ações semelhantes pelo Brasil.
Após a doação
De acordo com informações do Hemorio, após a doação, a bolsa de sangue total é centrifugada e separada em três componentes: concentrado de hemácias, concentrado de plaquetas e plasma. São realizados exames laboratoriais para determinação do grupo sanguíneo e para detecção de doenças transmissíveis pelo sangue. Depoisdesses exames, a bolsa de sangue é liberada para transfusão. O sangue é utilizado principalmente nas grandes emergências, que incluem acidentes de trânsito, ferimentos por armas, hemorragias agudas, entre outros, além decirurgiase pacientes com doenças oncológicas e hematológicas. O Hemorio distribui sangue para mais de 200 hospitais públicos e conveniados com o Sistema Único de Saúde (SUS) do estado.
Cada pessoa tem,em média, cinco litros de sangue. É seguro doar, porque o material usado é estéril, descartável e de uso individual. Além disso, o doador passa por uma consulta, antes de doar, onde são avaliadas as condições clínicas. O organismo repõe o volume de sangue doado no mesmo dia. Para isso, o Hemorim recomendabeber bastante líquido.
O sangue tipo O Negativo é considerado “universal” porque pode ser transfundido em qualquer pessoa, salvo em raríssimos casos. É o sangue que salva nas situações de emergência. No Brasil, apenas 5% da população têm esse tipo sanguíneo. Por isso, os hemocentros encontram muita dificuldade em manter estoques regulares desse tipo de sangue.
O Instituto Adolfo Lutz, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, confirmou na noite desta terça-feira (13) três óbitos causados por febre maculosa em pessoas que contraíram a doença no município de Campinas, no interior paulista.
As mortes, de uma mulher de 28 anos, e de um casal de namorados – uma mulher de 36 anos e um homem de 42 – ocorreram na mesma data, no último dia 8. As três pessoas estiveram em um evento na Fazenda Santa Margarida, na região rural de Campinas, em 27 de maio, e apresentaram sintomas da doença. Até a tarde de hoje, a causa de apenas uma destas mortes havia sido confirmada.
Uma adolescente de 16 anos, que também esteve no mesmo local, está internada em Campinas e o serviço de saúde investiga se ela contraiu a bactéria.
Região endêmica
Em nota, a prefeitura de Campinas dizque o município é uma área endêmica para febre maculosa e que Secretaria de Saúde municipal tem cumprido sua responsabilidade de alerta da população sobre os riscos e a prevenção da doença, “inclusive realizando ações nas áreas dos distritos de Sousase Joaquim Egídio, que é a região onde está localizadoo espaço de lazer”.
A prefeitura informou ainda que, imediatamente após ser notificado dos casos, o Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) do município desencadeou uma série de ações de prevenção, informação e mobilização contra a febre maculosa na Fazenda Santa Margarida.
“Os responsáveis pela fazenda foram notificados sobre a importância da sinalização quanto ao risco da febre maculosa. Essa informação é imprescindível para que a pessoa adote comportamentos seguros ao frequentar estes espaços e também para que, após frequentar, se apresentar sinais e sintomas, informe o médico e facilite o diagnóstico”.
Segundo a prefeitura, nos próximos dias, técnicos do Devisa farão uma pesquisa para verificar como está a infestação de carrapatos no espaço. A administração municipal disse que, na semana passada, reforçou as ações contra a febre maculosa nos parques da cidade.
Em nota, a Fazenda Santa Margarita lamentou as mortes e disse que sempre agiu de acordo com as normas e exigências legais relacionadas à vigilância sanitária. Disse ainda que mantém um rigoroso processo de manutenção e cuidados em relação ao espaço e sua conservação.
“Toda a documentação da Fazenda está em conformidade e regularidade com os órgãos competentes e as exigências legais, incluindo a Prefeitura Municipal de Campinas. É importante destacar que, nos últimos anos, nunca houve qualquer caso semelhante a este [na fazenda]”.
O comunicado da fazenda ressaltaainda que a região rural de Campinas apresenta recorrentemente casos de febre maculosa e que a responsabilidade pelo controle e prevenção da doença é do município. “Essa enfermidade é considerada uma zoonose, ou seja, uma doença que pode ser transmitida entre animais e seres humanos. Cabe ressaltar que a responsabilidade pelo controle e prevenção da febre maculosa é atribuída ao município, conforme estabelecido pela legislação pertinente”.
Segundo o governo paulista, foram registrados, desde o início do ano, 12 casos de febre maculosa no estado e 6 óbitos, incluindo os três confirmados hoje. Em 2022, foram registrados 53 casos, com 37 óbitos confirmados. Já em 2021, foram 76 casos e 42 óbitos.
Sobre a doença
A febre maculosa é uma doença infecciosa causada por uma bactéria transmitida pela picada de carrapato. A contaminação não ocorre diretamente de pessoa para pessoa pelo contato. A doença tem tratamento caso seja identificada precocemente.
“A Secretaria de Estado da Saúde reforça que as pessoas que moram ou se deslocam para áreas de transmissão estejam atentas ao menor sinal de febre, dor no corpo, desânimo, náuseas, vômito, diarreia e dor abdominal e que procurem um serviço médico informando que estiveram nessas regiões para fazer um tratamento precoce e evitar o agravamento da doença”.
O Brasil registrou 49 casos de febre maculosa ao longo deste ano, segundo atualização do Ministério da Saúde feita nesta terça-feira (13). Desse total,seisevoluíram para a morte do paciente.
A Região Sudeste é a que concentra a maioria dos registros, com 25, sendo oito no Espírito Santo, sete em São Paulo, seis no Rio de Janeiro e quatro em Minas.
Em 2022, foram registrados 190 casos da doença no Brasil, com 70 mortes. AAgência Brasilpublicou matéria com mais informações sobre a doença.
Campinas
A pasta diz em nota que acompanha a morte de três pessoas com quadro suspeito de febre maculosa em Campinas, no estado de São Paulo Uma das vítimas teve a bactéria como causa confirmada e as outras duas estão com exames em análise.
“É importante ressaltar que o município de Campinas é uma área endêmica, e que o período sazonal para a doença no país se estende de maio a setembro”, diz a nota.
Ações
O Ministério da Saúde informa que distribui aos estados os antibióticos específicosindicados para o tratamento da febre maculosa, e promove ações de capacitação direcionadas às vigilâncias regionais. Além disso, a pasta diz que tem divulgado diretrizes técnicas e recomendações de conduta para os cuidadosclínicos dos pacientes com suspeita da doença e de vigilância ambiental, além de materiais educativos para prevenção.
A febre maculosa, de acordo com o Ministério da Saúde, é uma doença infecciosa que apresenta formas clínicas leves e outras graves, com elevada taxa de letalidade. A doença é causada por uma bactéria do gênero Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato infectado.
A recomendação da pasta para caso de manifestação de sintomas compatíveis, tais como febre, dor no corpo e manchas avermelhadas na pele, é procurar a Unidade Básica de Saúde.
As novas tecnologias na área da saúde são atualizadas em uma velocidade que o sistema público de saúde encontra dificuldades em acompanhar. A incorporação e dispensação de tecnologias médicas, principalmente para pessoas com condições crônicas não transmissíveis (CCNTs) não é simplificada, como mostram os números entre 2012 e 2019 da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde, a Conitec. Nos 671 processos de avaliação de tecnologia, 45,2% passam para incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) e 24,3% não obtêm a incorporação, enquanto outras aparecem com diferentes status temporários ou definitivos.
A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) no Brasil trabalha por meio de conhecimentos que objetivam a promoção da saúde como medicamentos, produtos, procedimentos, sistemas organizacionais, educacionais, de informação e de suporte e os programas e protocolos assistenciais por meio dos quais a atenção e os cuidados com a saúde são prestados à população. Ela é responsável por subsidiar a Conitec nas suas recomendações referentes às solicitações de incorporação de tecnologias no sistema público de saúde.
A partir dessas definições, o Profº Dr. Gonzalo Vecina, Professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, destaca que no multiverso em que vivemos e com interesses pessoais de cada um, a meta é unir esforços e estratégias em conjunto de modo a atuar lado a lado e de forma intersetorial. Para ele, a questão da incorporação e dispensação de tecnologias é crítica, principalmente pela desigualdade social. “O papel da incorporação de tecnologias é fundamental para que as pessoas possam viver mais e melhor. A tecnologia, portanto, será responsável diretamente por salvar vidas, mas seu custo é elevado, então precisaríamos discutir quanto vale uma vida?”, provoca o especialista com um questionamento que é de suma importância para entender o impacto da incorporação de novas tecnologias.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apresenta ações necessárias para que a incorporação de tecnologias seja agilizada, como ressalta Maurício Nunes, Diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS. “Temos uma série de atores, como o poder judiciário e legislativo, para incorporações de tecnologias que variam entre 120 e 180 dias. Os contratantes também são muito importantes, já que atualmente são 50 milhões de beneficiários nos planos de saúde, cerca de 35 milhões são vinculados coletivamente e 11 milhões apenas pelas indústrias”, declara Nunes. Há leis que alteraram substancialmente os prazos dessas incorporações, a partir de recomendações positivas da Conitec. Como a Lei nº 14.307, reduz os prazos de incorporação da ANS para 60 dias.
Tais tecnologias possibilitam que os avanços farmacológicos, imunobiológicos e de equipamentos propiciem um melhor gerenciamento de condições como diabetes, câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias, assim como complicações ocasionadas por elas. Por essa razão, Ricardo Batista, Coordenador de Políticas Públicas no Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE), ressalta que os investimentos precisam ser feitos no SUS, pois o financiamento privado deve potencializar os serviços de saúde e melhorar o acesso à população.
“É de suma importância que o ritmo de incorporação de novas tecnologias na saúde pública não fique defasado, de modo a melhorar a qualidade de vida das pessoas, prevenir doenças e complicações, e salvar vidas. Com isso, reduzimos desigualdades sociais e garantimos que todos tenham acesso às inovações em saúde que necessitem”, finaliza Dr. Mark Barone, Coordenador Geral do FórumDCNTs.
A Vigilância Epidemiológica Municipal confirma nesta segunda-feira (12) o décimo segundo e o décimo terceiro óbitos por dengue no município de Foz do Iguaçu em 2023, após investigação dos casos junto à SESA/PR e análise de resultados de exames que foram encaminhados ao Lacen-PR. Considerando o ano epidemiológico 2022/2023, são 14 óbitos pela doença.
As vítimas tratam-se de um idoso de 64 anos de idade que foi atendido no Hospital Municipal Padre Germano Lauck devido ao quadro grave da dengue e, infelizmente, evoluiu para óbito em 10/04/2023; e uma mulher de 49 anos que também evoluiu a óbito na UPA Morumbi devido ao quadro grave da dengue em 12/04/2023.
O primeiro óbito ocorreu em setembro de 2022, porém é contabilizado para o ano epidemiológico atual das arboviroses. O ano epidemiológico 2022/2023 teve início na semana epidemiológica 31 de 2022 e encerra na semana 30 de 2023.