Categoria: Saúde

  • Fiocruz prepara médicos para o combate a efeitos de agrotóxicos

    Fiocruz prepara médicos para o combate a efeitos de agrotóxicos

    Um grupo de 47 médicos de várias regiões do país, que atendem em áreasrurais e assentamentos, participou durante cinco dias, na sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), na zona norte do Rio de Janeiro, do Curso de Saúde e Agrotóxicos para o Fortalecimento do SUS no Campo. O encontro foi organizado pela Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS) da Fiocruz, em parceria com a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMP), o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e a Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida.

    Para a Fiocruz, o curso, que terminou neste domingo (28), representou um “marco na busca por soluções efetivas diante dos impactos dos agrotóxicos na saúde humana”. A intenção foi abordar a problemática dos agrotóxicos, por meio de debates sobre as estratégias de controle social e vigilância popular em saúde e, com isso, fortalecer a atuação dos profissionais de saúde dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), com o combate à subnotificação de intoxicações por agrotóxicos e ampliação da conscientização sobre essa questão.

    “Foi uma formação bem consistente para sedimentar conhecimento nos campos de diagnóstico, de tratamento, de prevenção, promoção da saúde e de vigilância em saúde nos territórios, um tema muito abordado, com a possibilidade de eles se tornarem multiplicadores, isso, como um primeiro encaminhamento desses profissionais com as equipes de saúde locais”, analisou o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde, Hermano Castro, em entrevista àAgência Brasil.

    O vice-presidente destacou que o combate aos efeitos dos agrotóxicos não é fácil, uma vez que a quantidade de tipos desses produtosé muito grande e pode provocar diversos sintomas, inclusive com impactos na saúde mental. “Para cada tipo de cultura, tem um tipo de agrotóxico, então os sintomas são diferentes”, disse.

    Hermano Castro adiantou que a Fiocruz pretende dar uma continuidade ao curso por meio de uma plataforma, que poderia atenderos profissionais em diferentes regiões do país. Segundo ele, o modelo será discutido com as entidades parceiras, e a ideia é fazer a educação continuada com o grupo que participou deste curso. “Exatamente para a gente ver a constituição de uma plataforma de formação, inicialmente com esses que já começaram e depois a gente poder ampliar para outros médicos e também para outros profissionais de saúde que atuam nesses territórios rurais”, explicou.

    Samuel Átila foi um dos médicos que fizeram o curso. Ele atende em Fortalezae é integrante da Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMP). “A gente viu este curso como uma possibilidade de aprender mais e alertar os médicos sobre os perigos do agrotóxico”, disse àAgência Brasil.

    O médicodestacou que, ao mesmo tempo em que ocorria o curso, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por maioria manter a lei que proibiu a pulverização de agrotóxicos no estado do Ceará. “Coincidiu com o curso em que a gente estava justamente aprendendo sobre os riscos de câncer, depressão, suicídio. Agrotóxico mata e é um dos maiores perigos que a gente tem no Brasil”, pontuou.

    De acordo com o médico, o curso mostrou também ser possível ter uma produção agroecológica, que preserva o meio ambiente. “A nossa função é tanto denunciar o uso de agrotóxicos, como propor que a agricultura agroecológica de maneira sustentável, sem uso de agrotóxicos, é possível e é o futuro de vida e não de morte. Um futuro possível”, afirmou.

    Samuel considerou também relevantesas informações transmitidas sobre a identificação dos agrotóxicos, a possibilidade de apresentar denúncias de intoxicações agudas por este tipo de produto, o acompanhamento e a vigilância das águas e como os agrotóxicos são analisados e liberados para uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A gente aprendeu a levar este curso para os nossos territórios, replicar tanto para as pessoas do campo, como para as pessoas da cidade essa emergência do uso dos agrotóxicos no país”, completou.

    O médico disse que ficou surpreso ao saber que a legislação brasileira, que trata desses produtos, é até considerada avançada, mas, ainda assim, os produtos perigosos são usados causando doenças nos usuários. Samuel defendeu uma revisão periódica da lista de produtos autorizados, que possam ter, atualmente, uma avaliação ultrapassada.

    A união de várias entidades em parceria com a Fiocruz para a realização do curso, na visão do profissional, fortaleceu o combate ao uso indiscriminado do agrotóxico. “Esse é um momento de união. Junta a força que vem do campo com o MST, com a força mais institucional e acadêmica que dá o embasamento científico para a gente tocar o curso que é da Fiocruz, essa força das médicas e médicos que estão nos territórios e atendendo as populações intoxicadas, e a Campanha Permanente contra o Uso de Agrotóxicos, que é a junção dessas forças. A gente precisa juntar mais entidades que estejam sensíveis à causa”, apontou.

    Qualidade da água

    O médico Antônio Marcos de Almeida, mora há 12 anos no assentamento 16 de Março, no Pontão, no norte do Rio Grande do Sul. Segundo ele, uma das recomendações feitas no curso, de verificar a qualidade da água usada na produção dos alimentos, vai ser muito útil na região em que vive. “Nós temos a questão do agrotóxico na água que em Passo Fundo, próximo onde a gente mora e [onde] foram detectados 16 tipos de agrotóxico na água de consumo humano, sendo deles oitoreconhecidamente cancerígenos. E,no assentamento, a gente não tem esse levantamento da água de consumo humano. São desafios que a gente vai ter neste período para ver e testar se está tendo resíduos na água consumida pela população”, relatou à reportagem.

    Antônio Marcos revelou que, embora não tenha ainda uma correlação causal, o fato é que nos últimos anos aumentaram os casos de câncer de intestino, de mama e de pele, além da incidência de pessoas com o espectro autista. “É difícil estabelecer um nexo causal, mas que pode ter influência. A gente quer ver como consegue cientificizar isso que é a alta incidência de quadros do transtorno do espectro autista que a gente está tendo na comunidade”, comentou.

    Outra preocupação, conforme o médico, são os casos de doenças neurodegenerativas, também sem se conseguir estabelecer qualquer nexo causal. “Como esclerose lateral amiotrófica, como algumas neuropatias de origem inexplicável sem uma doença de base. São desafios que a gente acaba levando para o território com muito mais trabalho a ser feito e colocado em cada diversidade brasileira. A situação do Norte não é a mesma do Sul, a do Nordeste não é a mesma do Centro-Oeste. É conseguir levar isso para a realidade local e interagir com os atores e forças locais”, concluiu.

    Fonte: Agência Brasil

  • OMS aprova ação que eleva saúde indígena ao nível de prioridade global

    OMS aprova ação que eleva saúde indígena ao nível de prioridade global

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou por unanimidade, nesta segunda-feira (29), em Genebra, na Suíça, resolução apresentada pelo Brasil visando garantir acesso igualitário e integral à saúde para a população indígena em todo o mundo. A partir da aprovação – durante a 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS) – a OMS criará um plano global de saúde indígena, tornando a questão prioritária na pauta do organismo internacional, conforme proposto pelo Brasil. A estratégia mundial permitirá, ainda, a troca de experiências sobre o tema entre as nações signatárias.

    Weibe Tapeba, secretário de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, comemorou a aprovação unânime, via rede social . “Vitória indígena. Um momento histórico de avanço, de um novo tempo de inclusão dos povos indígenas e seus direitos a nível mundial”, disse ele. Weibe ainda pediu aos demais países para copatrocinem o documento.

    A resolução pioneira votada nesta segunda-feira foi apresentada pelo Brasil ainda no sábado (27), em Genebra. O texto contou com apoio de outros 13 países (Austrália, Bolívia, Canadá, Colômbia, Cuba, Equador, Guatemala, México, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai, Peru e Estados Unidos), além da União Europeia.

    Diplomacia

    As adesões à resolução ocorreram a partir de negociações da diplomacia brasileira com outras delegações, desde a semana passada, como destacado pela ministra da Saúde Nísia Trindade, na última quarta-feira (24). “Foi um trabalho realizado em conjunto para chegarmos até a possibilidade de uma votação” [ocorrida nesta segunda-feira].

    Em seu discurso de apresentação da resolução , no sábado (27), o secretário de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, marcou o posicionamento do Brasil, desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Liderar a proposição de um projeto de resolução que trate do tema saúde dos povos indígenas representa simbolicamente o esforço que o nosso país tem feito para assegurar a universalização da saúde em todo o país, evidentemente assegurando a cobertura assistencial também nos territórios em que vivem os povos indígenas”, afirmou Weibe.

    É a primeira vez que a OMS adota uma resolução específica sobre a saúde dos povos indígenas. O secretário de Saúde Indígena (Sesai) destacou a importância da decisão. “É simbólico para a OMS, em seus 75 anos de história, aprovar uma resolução que determina a elaboração de um Plano Global da OMS, encoraja os demais países a desenvolverem planos nacionais e a buscarem estratégias que possam assegurar o acesso à saúde dos povos indígenas, respeitando o direito à consulta e fortalecendo a participação social na construção de ações, programas e políticas voltadas a essas populações”, explicou.

    A 76ª Assembleia Mundial da Saúde (AMS) ocorrerá até terça-feira (30), em Genebra e, neste ano, tem o tema “OMS aos 75 [anos]: salvando vidas, levando saúde para todos”.

    Respeito

    Pelo acordo, os países são convocados a montar planos regionais para avançar em sistemas de saúde que promovam ações específicas para populações indígenas locais. A adesão é voluntária.

    A ministra Nísia Trindade explicou que, embora a resolução comece a valer logo que aprovada, é necessário um tempo de adaptação para o desenvolvimento das diretrizes do plano global, além dos planos regionais dos países signatários.

    “Entre os exemplos de mudança de abordagem necessária, está a assimilação de costumes das populações indígenas para a oferta de um tratamento mais adequado”, frisou o Ministério da Saúde.

    No sábado, o secretário Weibe Tapeba discursou ainda sobre a necessidade de respeitar e valorizar as práticas tradicionais e culturais dos povos indígenas. “O acesso à saúde dos povos indígenas significa também assegurar formas de valorização dos saberes ancestrais e da medicina nativa ou tradicional desses povos indígenas, o que passa desde as formas de cuidado e de cura, uso de plantas, raízes e ervas medicinais, até mesmo na realização de rituais e a valorização da espiritualidade indígena”.

    Saúde indígena

    De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), há mais de 476 milhões de indígenas espalhados em cerca de 90 países em todo o mundo, representando pouco mais de 6% da população global.

    Porém, a ONU destaca que 19% dessas pessoas são extremamente pobres. Além disso, as populações indígenas também têm uma expectativa de vida até 20 anos a menosr que os não indígenas em todo o mundo.

    O Ministério da Saúde aponta que o Brasil registra 305 povos indígenas espalhados em todo o território nacional. A população desses povos é estimada em cerca de 1,5 milhão de indígenas.

    No aspecto da saúde, o governo federal tem a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, com ações específicas para este público geridas pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), no Sistema Único de Saúde (SUS).

    O Ministério da Saúde enfatiza que a gestão Lula tem priorizado a contratação de profissionais indígenas, como Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento para atuar na prevenção de doenças, orientações sobre as ações de saúde e sobre o cuidado com o ambiente.

    Weibe comentou os desafios que o Brasil tem para garantir a universalização do acesso à saúde nos territórios indígenas. “Há ainda muitos vazios assistenciais. Sobretudo, porque os povos indígenas em diversas regiões ocupam locais de difícil acesso ou isolados. Levar saúde para esses povos nesses locais envolve estratégias de logística, infraestrutura e modelos de provimento de profissionais que busquem a fixação de profissionais para atuar nessas condições”, finalizou.

    Fonte: Agência Brasil

  • Itaci promove ações culturais para crianças e adolescentes em tratamento

    Itaci promove ações culturais para crianças e adolescentes em tratamento

    O Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci) realiza até novembro ações para seus pacientes, crianças e adolescentes, portadores de câncer e/ou outras doenças hematológicas raras. A agenda, que faz parte do cronograma anual de atividades socioculturais,  está recheada com atividades que vão de sessões de cinema e de teatro, oficinas de artes, produção de brinquedos e incentivo à leitura, tudo com o apoio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac).

    Os filmes e as peças de teatro serão exibidos no Cinema Itaci, um espaço construído em 2019 para possibilitar a realização das atividades. A sala conta com 37 poltronas, sendo duas delas acessíveis. Já a tela é retrátil e automática, com projetor de última geração, receiver, blue ray, subwoofer e som com distribuição 5.1 para tornar essa experiência ainda mais especial.

    “As atividades culturais inseridas no contexto hospitalar encorajam a criança a trabalhar sua imaginação, a expor sua criatividade e ter percepção sobre sua situação e sobre o ambiente em que está inserida. Contribuem para um ambiente estimulante e não ameaçador, além de auxiliar e restabelecer o enfrentamento da doença e hospitalização”, afirma Renata Sloboda, terapeuta ocupacional do Itaci. 

    Assim como conta a enfermeira Edna Pires. “Incorporar atividades socioculturais na arte do cuidar dentro do contexto hospitalar têm sido de grande importância. Cinema, teatro, oficinas de arte e de leitura ocupam horas ociosas impostas pelo tratamento, trazendo o paciente o mais próximo de sua vida cotidiana, tendo assim, como resultado, uma vivência positiva e construtiva”. 

    Sobre o Itaci – Instituto de Tratamento do Câncer Infantil

    Construído a partir de uma parceria entre a Fundação Criança e a Fundação Oncocentro de São Paulo, o Itaci é um hospital público que iniciou suas atividades em 2002 e oferece tratamento a crianças e adolescentes, portadores de câncer e outras doenças hematológicas ou raras, de 0 a 18 anos. Atuante na área de oncologia pediátrica no Brasil, realizou em seu ambulatório, em 2022, mais de 15 mil consultas médicas, mais de 12 mil consultas multiprofissionais, cerca de 5 mil sessões de quimioterapia e 50 transplantes, entre eles, autólogo, alogênico aparentado e alogênico não aparentado. Entre as especialidades atendidas, leucemias, linfomas, neuroblastomas, sarcomas das partes moles, retinoblastomas, doenças hematológicas não oncológicas e tumores (do sistema nervoso central, ósseos, das células germinativas, renais e hepáticos).

    Fonte: Agência Dino

  • Inscrições para o Mais Médicos terminam nesta quarta

    Inscrições para o Mais Médicos terminam nesta quarta

    Terminam nesta quarta-feira (31) as inscrições para o programa Mais Médicos, com prioridade para profissionais brasileiros formados no país. O edital com 5.970 vagas distribuídas em 1.994 municípios foi divulgado na última segunda-feira (22).

    Também podem participar da seleção brasileiros formados no exterior ou estrangeiros, que continuarão atuando com Registro do Ministério da Saúde (RMS) em vagas não ocupadas por médicos com registro no país.

    Para se inscrever, basta acessar o Sistema de Gerenciamento de Programas por meio do endereço eletrônico do Mais Médicos . Após a validação da inscrição, de 1º a 5 de junho, os candidatos poderão indicar até dois locais de atuação de sua preferência.

    Na alocação dos profissionais, serão considerados critérios relacionados à titulação, formação e experiência prévia no projeto. Para desempate, terão prioridade candidatos de residência mais próxima do local de atuação no Mais Médicos, com maior tempo de formado e de maior idade.

    A previsão, segundo a pasta, é de que os profissionais comecem a atuar nos municípios no fim de junho.

    O valor previsto no edital da bolsa-formação é de R$ 12,3 mil ao mês, pelo prazo de 48 meses, prorrogáveis por igual período. Todos os participantes poderão receber incentivos pela permanência no programa, sendo que os que forem alocados em regiões de extrema pobreza e vulnerabilidade, de acordo com a oferta do edital, recebem um percentual maior.

    Balanço

    Segundo o ministério, atualmente mais de 8 mil médicos atuam no programa e o edital aberto agora é para recompor vagas ociosas dos últimos quatro anos, além de mil vagas inéditas para a Amazônia Legal.

    Cerca de 45% das vagas estão em regiões de vulnerabilidade social e historicamente com dificuldade de provimento de profissionais. Em 2023, 117 médicos foram convocados para atuar em distritos sanitários indígenas, inclusive no território yanomami, em situação de emergência sanitária.

    “A expectativa do governo federal é chegar até o fim do ano com 28 mil profissionais do Mais Médicos atendendo em todo o país, principalmente nas áreas de extrema pobreza. Com isso, mais de 96 milhões de brasileiros terão a garantia de atendimento médico na atenção primária, porta de entrada do SUS”, informa o ministério.

    Fonte: Agência Brasil

  • Instituições se unem contra o tabaco no metrô de São Paulo

    Instituições se unem contra o tabaco no metrô de São Paulo

    Em 31 de maio, as Sociedades Brasileira e Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SBPT e SPPT), em conjunto com a Associação Crônicos do Dia a Dia (CDD) e a Coordenação Estadual de Tabagismo da Secretaria de Saúde de São Paulo (Cratod), promoverão a campanha do Dia Mundial Sem Tabaco nas estações de metrô de São Paulo (SP). A campanha acontecerá das 10h às 16h, nas estações Paraíso, São Joaquim e Ana Rosa do metrô paulistano. A concessão do espaço foi um convite do programa Metrô Social, desenvolvido pelas concessionárias ViaQuatro e Via Mobilidade. 

    O objetivo é disseminar informações e dados científicos recentes que apontam os malefícios dos cigarros e dos cigarros eletrônicos para a saúde. Especialistas e estudantes estarão disponíveis para orientar os passageiros e disponibilizar materiais de campanha com foco na educação do público jovem.

    Cigarro eletrônico: cenário no Brasil 

    A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) revelou que, em 2019, 16,8% dos escolares de 13 a 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico, sendo que 13,6% tinham entre 13 e 15 anos de idade e 22,7% tinham 16 e 17 anos de idade. Os maiores índices de experimentação do cigarro eletrônico foram nas regiões Centro-Oeste (23,7%), Sul (21,0%) e Sudeste (18,4%). ¹ 

    A importação, propaganda e venda de Dispositivos Eletrônicos Para Fumar (DEFs), que incluem cigarros eletrônicos e cigarros de tabaco aquecido, são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme disposto na Resolução n. 46, de 28/08/2009. Em 06/07/2022, a Diretoria Colegiada da Anvisa aprovou, por unanimidade, o Relatório de Análise de Impacto Regulatório (AIR) sobre os DEFs. O AIR indica a necessidade de se manter a proibição e adotar medidas adicionais para coibir o comércio irregular desses produtos, com aumento das ações de fiscalização pelas Vigilâncias Sanitárias Municipais e a realização de campanhas educativas. 

    No documento, a equipe técnica da Anvisa reúne os resultados e informações colhidas durante a Tomada Pública de Subsídios (TPS), realizada entre abril e junho de 2022, e registra o impacto de uma provável regulação, propondo os cenários de atuação e subsídios para a tomada de decisão. O AIR é o documento que antecede a proposição de uma norma específica pela Anvisa. Portanto, o processo regulatório ainda não chegou ao fim. É provável que a Diretoria da Anvisa ainda decida pela abertura de uma Consulta Pública sobre a liberação ou não dos DEFs. 

    No Dia Mundial Sem Tabaco 2023, os pneumologistas enfatizam que os níveis de toxicidade dos cigarros eletrônicos são tão prejudiciais como os do cigarro convencional. Apesar de não haver combustão, alcatrão ou monóxido de carbono, há liberação de formaldeído, acetaldeído, acroleína, material particulado (MP) fino e ultrafino, altas concentrações de nicotina, quase 2 mil substâncias tóxicas, muitas delas, cancerígenas, além de riscos específicos desses produtos, como a inalação de metais pesados provenientes do filamento aquecido desses dispositivos.² 

    Diversos estudos já comprovaram que os DEFs podem causar lesões pulmonares conhecidas como EVALI (E-cigarette or vaping use-associated lung injury), além de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), aumento do risco de ter câncer de pulmão e aumento de 42% de chance de ter infarto agudo do miocárdio, por exemplo. Além disso, o uso do cigarro eletrônico aumenta em 4 vezes o risco daquele usuário se tornar fumante de cigarro convencional.³ 

    Ainda assim, a indústria ludibria a população com o discurso de que seria possível reduzir ou cessar o uso de cigarro convencional substituindo-o pelo cigarro eletrônico. Pesquisas comprovam que pessoas que tentaram parar de fumar cigarro convencional utilizando cigarros eletrônicos tiveram 28% menos chance de sucesso do que os que não utilizaram esses dispositivos. 4,5 

    Além disso, no dia 30/05/2023, às 19h, a SBPT realizará o Encontro Virtual Especial sobre Tabagismo para profissionais da saúde, com pneumologistas das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do país. As aulas apresentadas serão: “Atualização dos aspectos genéticos do tabagismo”; “Tratamento do tabagismo na mulher”; “Tabagismo e insegurança alimentar” e “Malefícios respiratórios dos cigarros eletrônicos”. O debate será gratuito, via zoom. 

    Dia Mundial Sem Tabaco: 31 de maio 

    O Dia Mundial Sem Tabaco foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Um dos focos da campanha de 2023 é chamar a atenção para o impacto ambiental e social das lavouras de tabaco. Com o slogan “We need food, not tobacco”, a OMS ressalta que o cultivo de tabaco ocupa 3,5 milhões de hectares e desmata 200.000 hectares por ano, diminuindo a área agriculturável para alimentos. 

    Segundo a OMS, o uso do tabaco é fator de risco para as quatro principais Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) no mundo: doença cardiovascular, doença respiratória crônica, câncer e diabetes. Estima-se que a mortalidade atribuída especificamente ao tabaco é de 12% em todo o mundo e de 16% nas Américas. 

    Referências

     ¹Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar, 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101852.pdf. Acesso em 23 abr 2023. 

    ²Prasse, C. et al. Characterizing the Chemical Landscape in Commercial E-Cigarette Liquids and Aerosols by Liquid Chromatography-HighResolution Mass Spectrometry. Chem. Res. Toxicol. 2021. ³Temesgen N et al. GW Annual Research Days. 2017. 

    ?Kalkhoran S, Glantz SA. E-cigarettes and smoking cessation in real-world and clinical settings: a systematic review and metaanalysis. Lancet Respir Med. 2016. 

    ?Corrêa PCRP. No controversy: e-cigarettes are not a treatment for tobacco/nicotine cessation. J Bras Pneumol. 2022

    Texto originalmente publicado em: sbpt.org.br

    Fonte: Agência Dino

  • SP volta a registrar mortes por febre amarela após dois anos sem casos

    SP volta a registrar mortes por febre amarela após dois anos sem casos

    Duas mortes por febre amarelaneste ano foram confirmadas pelo governo de São Paulo. No total, quatro pessoas foram infectadas. Uma das mortes ocorreu no estado, mas a vítima era residente de Minas Gerais. São Paulo não tinha casos da doença desde 2020, quando um registro foi confirmado.

    De janeiro a março de 2023, a cobertura vacinal para febre amarela ficou em 82%. Em 2022, esse percentual era de 64,4%. A Secretaria Estadual de Saúde lembra que a vacinação contra a doença faz parte do calendário de imunização e está disponível em todos os postos de saúde.

    A primeira dose deve ser aplicada aos 9 meses de idade e a segunda aos 4 anos. A partir dos 5 anos, para aqueles que não estão com a vacina em dia, é recomendada apenas uma dose única.

    A secretaria aponta que, desde o primeiro caso, tem reforçado a vacinação, além de fazer a investigação epidemiológica e a sensibilização da rede de saúde para detectar precocemente situações suspeitas.

    Sintomas

    A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de rápida evolução e elevada letalidade nas suas formas mais graves. Apresenta sintomas como febre súbita, calafrios, dor de cabeça, dor no corpo, náuseas, vômitos e fraqueza. Tem padrão sazonal, com a maior parte dos casos entre os meses de dezembro e maio. A prevenção é a vacina.

    A infecção se dá por meio de mosquitos silvestres, que vivem em zona de mata e não habitam o ambiente urbano das cidades.

    Histórico

    Após aproximadamente meio século de silêncio epidemiológico, o vírus da febre amarela voltou a ser detectado no ano 2000, no estado de São Paulo. Desde a sua reintrodução, foram reportados quatro surtos, com mais de 600 casos confirmados. Eventos epidêmicos da doença também foram registrados, a partir de 2014, em Goiás e Tocantins, e seguiram no sentido dos estados do Sudeste e Sul.

    Fonte: Agência Brasil

  • Morte materna teve alta na pandemia e preocupa órgãos de saúde

    Morte materna teve alta na pandemia e preocupa órgãos de saúde

    Durante a gravidez, muitos medos assombram a gestante. Afelicidade de gerar uma vida vem acompanhada coma responsabilidade, que cresce junto com a barriga, e o medo de alguma intercorrência na gestação e até mesmo da morte. Para quem esteve grávida durante a pandemia, este medo aumentou por conta da ameaça do coronavírus, principalmente para quem tinhaou desenvolveu alguma comorbidade na gravidez.

    Este domingo (28) é o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. A Organização Mundial de Saúde (OMS)aponta que a mortalidade materna é inaceitavelmente alta no mundo. Cerca de 287 mil mulheres morreram durante a gravidez, o parto e no puerpério em 2020. Quase 95% de todas as mortes maternas ocorreram em países de baixa e média renda, e a maioria poderia ter sido evitada.

    Entre os países da América Latina e do Caribe, amortalidade materna aumentou em 15% entre 2016 e 2020, com 8.400 mortes de mulheres a cada ano. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), “um retrocesso de20 anos na saúde materna na região”, após uma redução de 16,4% entre 1990 e 2015. A meta émenos de 30 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos. Hoje são 68 mortes por 100 mil nascidos vivos.A OMS define óbito materno como a morte de uma mulher, ocorrida durante a gestação, parto ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, por qualquer causa relacionada com a gravidez, não incluídas causas acidentais ou incidentais.

    Dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna , do Ministério da Saúde, mostram que em 2020, 71.879 mulheres morreram durante a gravidez, o parto ou puerpério no Brasil. Em 2022, dados preliminares mostram que foram 66.862 mortes maternas.

    Estudo do Observatório Covid-19 Fiocruz revelaque, em 2020, houve altade óbitos maternos em40%, quando comparado com números dosanos anteriores. Mesmo considerando a expectativa de aumento das mortes em geral em decorrência da pandemia de covid-19, ainda assim houve um excesso de 14%. A pesquisa, que estimou o aumentode mortes maternas causadas direta e indiretamente pela covid-19 no Brasil no ano de 2020, foi publicada no começo deste ano na revista cientifica BMC Pregnancy and Childbirth .

    O estudo identificou as características clínicas e manejo clínico das mulheres grávidas e puérperas atendidas por covid-19. As chances de hospitalização de gestantes com diagnóstico da doençaforam 337% maiores. Para as internações em UTI, as chances foram73% maiores e o uso de suporte ventilatório invasivo 64% acima em relação aosdemais pacientes com covid-19, que morreram em 2020.

    AAgência Brasilconversou com mulheres que estiveram grávidas nos três anos da pandemia.

    “Não tive com quem dividir a alegria deestar grávida”

    A psicóloga Ana Caroline Saldanha Martins, de São Paulo, 37 anos, contouque o primeiro desafio foi o distanciamento. “Fiquei grávida bem em 2020.O primeiro desafio de estar grávida na pandemia foi estar longe da família, não tive com quem dividir essa alegria. Trabalhava em um residencial para idosos, então as pessoas tinham muito receio de chegar perto de uma mulher grávida na pandemia, de passar alguma coisa.Não tive isso das pessoas pegarem minha barriga e fazerem carinho”.

    Além de manter-se longe de parentes e amigos, ela teve que lidar com a diabetes gestacional. “Fiz a dieta corretamente, mas a glicose não baixava. Então tive que tomar medicação, mas não cheguei a precisar de insulina”. Haviaoutros medos também. “O medo era generalizado. A diabetes me dava mais medo de afetar o neném. Eu descobri também que existem vários medos normais na gestação.Agente tem muito mais medo de morrer e existe um risco muito grande. E meu pai morreu quando eu tinha oito anos, eu falava que não queria isso para minha filha. O medo era uma constante”.

    O ano virou e apesar da vacina contra a covid ter chegado, em 2021, ainda não estava acessível para as grávidas. “Como trabalhava em uma instituição para idosos, lá nós fomos os primeiros a serem vacinados no Brasil. Mas, a minha chefe, uma médica, não queria deixar eu vacinar porque ainda não sabia bem os efeitos da vacina em grávida. Tive que pedir uma autorização da minha médica, depois procurar o posto de saúde com o meu crachá [da instituição]. Fui uma das primeiras a ser vacinadas contra a covid estando grávida”. Em 14 de julho de 2021, nasceu Maria Fernanda, filha da Ana Caroline.

    Demora para conseguir vacinar

    Já a gerente de produto Julia Resende, 33 anos, do Rio de Janeiro, engravidou em janeiro de 2021. O Joseph nasceu em 8 de outubro daquele ano. Ela conta que a gravidez foi tranquila, mas ficou assustada quando o marido testou positivo para covid-19.

    “Quando engravidei, a covid ainda estava em um período bem ruim no Brasil. No começo foi bem tenso, a gente morava em São Paulo na época e fiquei bem presa em casa. Meu marido foi para uma reunião presencial, onde todo mundo se testou, mas ele pegou covid. Ficamos bem chateados”.

    Ela se isolou em uma acomodação para evitar a contaminação. “Foi uma situação bem chata, ele demorou bastante para testar negativo e na época também não tinha acesso a teste rápido”. Em seguida chegou a vacina para as grávidas. “Liberaram a vacina para as grávidas, mas foi muito confuso.Primeiro, São Paulo liberou, depois tirou ,mas como eu sou do Rio e lá tinha liberado, peguei um voo para lá, apesar de estar morrendo de medo, coloquei uma máscara N95 e fui vacinar lá”.

    Como a família do marido é dos Estados Unidos, Juliafoi ao país paratomar a segunda dose. “No Brasil ainda estava demorando uns 40dias entre as dose. Lá [Estados Unidos],já podia tomar em duas semanas, então eu e meu marido vacinamos lá”. O final da gestação foi menos tenso, conta. “Foi melhorando, mas eu diria que os primeiros seis meses da gestação a gente se isolou bastante e correu bastante atrás da vacina. Mas, tinha muito medo de morrer no parto”.

    “Tive medo de pegar covid e morrer”

    Já Débora Watanabe, 35 anos, analista de planejamento financeiro em São Paulo, ficougrávida entrefevereiro eoutubro de 2022. “Estava bem assistida, mas tive alguns sangramentos e diabetes gestacional, o que caracterizou como de alto risco. Quando soube da diabetes foi um choque, mas me mantive tranquila com as orientações da obstetra e da nutricionista, levei a risca as recomendações e consegui me manter saudável, esse tipo de acompanhamento é essencial.” Mas, ainda assim, ela ficou preocupada.

    “Tive bastante medo de pegar covid ou gripe durante a gestação, mas já tinha tomado as vacinas antes, e durante a gestação também tomei. Fiquei mais confiante, usei máscara durante todo período, álcool gel e distanciamento. Mas, tive medo de morrer e de acontecer algo com o Gabriel”. Com o pré-natal em dia, Gabriel nasceu saudável em 30 de outubro de 2022.

    Comorbidades

    A obstetra e ginecologista Larissa Flosi viveu os dois lados da moeda. “Fui gestante no pico da pandemia. Descobri que estava grávida em fevereiro [de 2020] e em março fechou tudo. A gravidez inteira passei em casa, só acompanhando as notícias e sem trabalhar, me afastei um pouco da prática para não pegar covid.Agente tinha muito medo do que de fato essa doença podia causar”, conta a médica que atua na Theia, clínica de saúde que combina atendimentos virtuais e presenciais.

    A especialista relembra porque a covid tem relevância no contexto da gestação. “Além da gestante já ter uma imunidade mais baixa, ela tem algumas alterações fisiológicas da respiração, das funções pulmonares e cardiológicas que fazem com que ela fique mais suscetível a pegar doenças que possam acometer os pulmões, como a covid”.

    Na prática clínica, ela recorda as comorbidades mais comuns nas gestantes no período crítico da pandemia. “A covid também tem uma gama de sintomas e de acometimentos vasculares.Essas repercussões vasculares também podem afetar a placenta e observamos isso na prática. Além dos casos de sedentarismo, hipertensão e diabetes gestacional. Uma mulher com gestação de alto risco e com covid era mais problemático ainda.”

    Vacina e queda de internações

    Na opinião da obstetra, o atraso da vacina contra a covid para as grávidas pode ter piorado a situação. “Não tenho nenhuma dúvida de que o atraso da vacina piorou a situação das gestantes, até porque teve uma segunda onda que foi muito intensa, em março de 2021, quando teoricamente já teríamos acesso à vacina”, disse.

    No entanto, quando observado a segurança e eficácia da vacina nas gestantes ,as internações diminuíram, observou a obstetra. “Inicialmente havia um certo receio em relação a como a vacina ia se comportar para gestantes, mas depois que começou a vacinar as gestantes foi brutal a queda de internações e de desfechos graves de casos de covid”.

    Para ela, o atraso piorou a situação das gestantes socialmente vulneráveis. “Pensando em um cenário de privilégios, em que uma gestante pode se isolar, é muito diferente em um cenário de privação: essa mulher não tem acesso a uma teleconsulta, então o pré-natal também foi muito prejudicado tanto pelo atraso das vacinas, quanto pela pandemia em si. Temos estudos de que a aderência ao pré-natal nesse momento caiu muito, então é relevante pensar que se tivesse gestantes vacinadas mais precocemente com certeza teria um impacto positivo nesses desfechos”, ressalta.

    Vulnerabilidade

    O estudo da Fiocruz mostra que as gestantes mais vulneráveis foram as mais afetadas. As chances de uma mulher negra, residenteda zona rural e internada fora do município de residência entre os óbitos maternos foram 44%, 61% e 28% maiores em comparaçãoao grupo controle. Ao longo de 2020, o país registrou 549 mortes maternas por covid-19, principalmente em gestantes no segundo e terceiro trimestre.

    “O excesso de óbitos teve a covid-19 não apenas como causa direta, mas inflacionou o número de mortes de mulheres que não conseguem acesso ao pré-natal e condições adequadas de realização do seu parto no país”, pondera o principal investigador do estudo, Raphael Mendonça Guimarães, pesquisador da Fiocruz.

    O estudo utilizou dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) para óbitos por covid-19 nos anos de 2020 e 2021, e comparou com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade no ano de 2020 (quando já havia pandemia) e nos cincoanos anteriores, para estimar o número esperado de mortes maternas no país.

    Este cenário compromete o desafio de alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU)até 2030. “O atraso do início da vacinação entre as grávidas e puérperas pode ter sido decisivona maior penalização destas mulheres”, disse Guimarães.

    Pré-natal

    O acompanhamento médico durante os nove meses de gravidez é fundamental para melhorar e evitar problemas para a mãe e a criança e pode diminuir a mortalidade materna. “O pré-natal tem uma importância absoluta, avaliamos o histórico da mulher, qual é o cenário em que ela está inserida, quais são as medicações que usa.Agente faz um exame físico completo, ouve os sintomas, as queixas e a partir traça um plano que pode incluir medicações para profilaxia de algumas doenças. É importante que o pré-natal seja transdisciplinar, que a gestante tenha contato com as enfermeiras obstetras ou obstetrizes, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, tudo isso melhora o desfecho da gestação”, explica a obstetra Larissa Flosi.

    Embora a covid não seja mais emergência em saúde pública de importância internacional, o coronavírus ainda circula e a vacinação continua sendo fundamental ,principalmente para as grávidas, ressalta a obstetra.

    “É importante que as gestantes se protejam contra a covid: usar máscara em lugares de muita aglomeração, evitar contato com pessoas doentes e se vacinar.Avacinação ajuda a reduzir a mortalidade materna. Isso também faz parte das políticas públicas, incentivar a vacinação. Para as mulheres, indico buscar um pré-natal de qualidade onde você seja ouvida e ajude-a realmente a assumir esse papel de protagonista.Opré-natal é essencial para que a gente tenha bons desfechos”, orienta a médica.

    Rede Cegonha

    O Ministério da Saúde implementa, em parceria com os estados e municípios, ações para o enfrentamento à mortalidade materna e infantil com o objetivo de reduzir as mortes evitáveis. Uma das principais estratégias, segundo a pasta, é a Rede Cegonha, criada em 2011 e desenvolvida para assegurar às mulheres o direito ao planejamento da gravidez e a atenção humanizada no período da gestação, parto e puerpério e às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis.

    A pasta também atua no fortalecimento das redes de serviços de atenção ao parto e, neste ano, em alusão ao mês de enfrentamento à mortalidade materna, o Ministério também aderiu aos 10 passos do Cuidado obstétrico para Redução da Morbimortalidade Materna , além de já seguir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),que tem, entre as metas, a redução da mortalidade materna no Brasilaté 2030 .

    Na capital paulista, o programa Mãe Paulistana, conduzido pela Secretaria Municipal da Saúde, atendeu mais de 500 mil mulheres nos últimos seis anos e realiza atualmente o acompanhamento de 51 mil gestantes na capital.

    Entre as diretrizes do Mãe Paulistana estão a captação precoce da gestante (até a 12ª semana de gravidez), garantia de sete ou mais consultas de pré-natal e realização de exames laboratoriais e ultrassonografia. As consultas (mensais, quinzenais e semanais, de acordo com o período da gestação) permitem não apenas a detecção precoce de eventuais problemas na saúde da mulher, como hipertensão, mas também a transmissão vertical (na gestão, parto ou amamentação)de doenças como HIV/Aids, sífilis e hepatite B.

    O programa ainda promove a qualificação da rede para redução da mortalidade materna e infantil; estímulo ao parto normal humanizado, com visita antecipada à maternidade de referência para o parto, grade de parto acessível; agendamento pela maternidade e garantia da consulta da puérpera e da primeira consulta do recém-nascido; bolsa e enxoval para o recém-nascido e estímulo ao aleitamento materno.

    Para ingressar no programa Mãe Paulistana, a mulher com suspeita de gravidez deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima à sua residência, trabalho ou escola e realizar o teste de gravidez. Se confirmada a gestação, são pedidos alguns exames e feito o cadastro no programa. Todo o atendimento é feito mediante a apresentação do cartão SUS, obtido na própria UBS mediante a apresentação do RG e comprovante de residência.

    Fonte: Agência Brasil

  • Anvisa coleta dados sobre alimentos para necessidades especiais

    Anvisa coleta dados sobre alimentos para necessidades especiais

    A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) prorrogou o prazo para coleta de informações sobre alimentos para atender necessidades de pessoas em condições metabólicas e fisiológicas específicas. As sugestões podem ser enviadas até o dia 19 de junho de 2023 por meio de formulário .

    A proposta é conhecer alimentos para fins especiais que não são comercializados no Brasil por não se enquadrarem nos regulamentos atuais. “As contribuições irão ajudar a agência a identificar oportunidades de melhoria nas normas, para facilitar o acesso da população brasileira a alimentos inovadores”, informou.

    As informações podem ser apresentadas pelos diversos interessados, incluindo empresas produtoras desses alimentos, profissionais de saúde, pesquisadores e consumidores. Também podem contribuirassociações que representam as pessoas com condições metabólicas e fisiológicas especiais.

    Entenda

    Alimentos para necessidades específicas ou especiais são alimentos para atender pessoas com alteração metabólica ou fisiológica que cause mudanças na utilização biológica de nutrientes ou na via de consumo alimentar (enteral ou parenteral).

    São exemplos de necessidades alimentares especiais: erros inatos do metabolismo (doenças genéticas, geralmente hereditárias, nas quais o corpo não consegue transformar adequadamente os alimentos em energia); doença celíaca (intolerância ao glúten); intolerâncias alimentares; alergias alimentares; transtornos alimentares; prematuridade; e nefropatias (doenças renais).

    Fonte: Agência Brasil

  • Dia D tem 100 mil doses de vacinas neste sábado no Distrito Federal

    Dia D tem 100 mil doses de vacinas neste sábado no Distrito Federal

    A Secretaria de Saúde do Distrito Federal disponibiliza neste sábado (27) 100 mil doses de vacinas em mais de 60 pontos de imunização – incluindo shoppings, feiras, estações do metrô, administrações regionais e unidades básicas de saúde (UBS). Cerca de 1,5 mil servidores participam do chamado Dia D de Vacinação e a proposta é atender todas as faixas etárias – desde bebês a idosos.

    Em todos os pontos será oferecida a vacina contra a gripe influenza , indicada para pessoas com pelo menos seis meses de idade. Também haverá aplicação de imunizantes contra a covid-19 para bebês a partir de seis meses, crianças, adolescentes, adultos e idosos, com disponibilidade da bivalente para todas as pessoas com mais de 18 anos que já tenham tomado pelo menos as duas primeiras doses.

    Doenças

    Haverá ainda toda a vacinação prevista no calendário de rotina, incluindo imunizantes contra doenças como HPV, meningite, poliomielite, febre amarela, tétano e hepatite. A lista completa, incluindo as doses disponíveis, os endereços e os horários de funcionamento dos locais participantes, pode ser conferida aqui .

    Em nota, a Secretaria de Saúde destaca que quem estiver com vacinas atrasadas poderá receber mais de uma aplicação no mesmo dia.

    Para o Dia D, foi montada uma operação logística que assegura o abastecimento tanto das UBS quanto das chamadas equipes volantes. Ao todo, dez veículos vão atender locais onde o estoque ficar mais baixo ao longo deste sábado.

    Fonte: Agência Brasil

  • HOlhos Prime e Hospital Dr Prime realizam campanha de prevenção ao Glaucoma em suas unidades no Oeste e Noroeste do Paraná

    HOlhos Prime e Hospital Dr Prime realizam campanha de prevenção ao Glaucoma em suas unidades no Oeste e Noroeste do Paraná

    Com o objetivo de diminuir a incidência da doença, o Holhos Prime e o Hospital Dr Prime promoveram dois grandes encontros de saúde.

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    Esses mutirões são parte da campanha de prevenção, combate e tratamento do glaucoma e reuniram dezenas de profissionais e assistentes para atender gratuitamente a centenas de pacientes vindos de inúmeros municípios do entorno de Cascavel, Oeste do Paraná e Mamborê, região Noroeste do Estado, cidades que sediaram esses eventos.

    Promovidas por iniciativa das duas instituições de saúde, essas ações foram realizadas nesta semana, em frente às suas unidades nos dois municípios, ocasiões nas quais os profissionais realizaram aferição da pressão ocular, sanaram dúvidas e também agendaram consultas.

    O glaucoma é progressivo e irreversível, podendo levar o paciente à cegueira total, se não for diagnosticado em tempo.

    Fonte: Assessoria