Categoria: Saúde

  • Governo incorpora programa de saúde bucal ao SUS

    Governo incorpora programa de saúde bucal ao SUS

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, nesta segunda-feira (8), em Brasília, a lei que inclui a Política Nacional de Saúde Bucal, também conhecida como Brasil Sorridente, na Lei Orgânica da Saúde. Com isso, o acesso a atendimento odontológico no Sistema Único de Saúde (SUS) se torna obrigatório e a saúde bucal passa a ser um direito de todos os brasileiros, garantido por lei. “O Brasil Sorridente é uma coisa extraordinária porque recupera não o sorriso, mas a dignidade do ser humano, o orgulho do ser humano”, disse o presidente.

    Durante cerimônia, no Palácio do Planalto, Lula destacou que a promoção à saúde bucal passa pelo acesso aos demais serviços e deve começar na escola, com educação e, inclusive, atuação de dentistas em sala de aula.

    “Não é só tratar no dentista, é a qualidade da água que a pessoa vai beber, a qualidade da comida que a pessoa vai comer, porque se não houver esse processo de educação e esse processo de investimento para melhorar essas coisas, não adianta. Os programas, muitas vezes, não valem a pena se as pessoas não estiverem educadas”, disse Lula.

    “Eu quero que a gente tenha dentista para ir na sala de aula, ver todas as crianças de uma escola. Tem que ver se a criança precisa de tratamento e educar essa criança a partir da escola, para que a gente possa daqui a 20 ou 30 anos poder sonhar em ter uma sociedade em que as pessoas possam comer carne, posso comer castanha, possam sorrir, possam arrumar até namorado ou namorada”, acrescentou o presidente.

    Garantia de serviços

    O programa Brasil Sorridente foi criado em 2004, durante o primeiro mandato de Lula na Presidência, para garantir serviços de saúde bucal de forma gratuita e combater a dificuldade de acesso de atendimento à população mais vulnerável e em regiões de vazios assistenciais. Até então, segundo a Presidência, o principal procedimento odontológico realizado nos serviços públicos era a extração dentária.

    Segundo dados do Ministério da Saúde, em 10 anos, mais de 80 milhões de pessoas foram atendidas pelo programa em todo o país, recebendo os mais diversos tipos de atendimentos odontológicos na promoção da saúde bucal, atendimento preventivo e recuperação dentária.

    Aprovada pelo Congresso Nacional em novembro de 2022, a lei prevê o acesso universal, equânime e contínuo aos serviços de saúde bucal, que passam a integrar o SUS definitivamente. Assim, a oferta de serviços odontológicos não pode ser interrompida ou colocada em segundo plano por gestores federais, estaduais e municipais.

    A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destacou que a agenda de saúde bucal também estará presente nas políticas de saúde para as populações negras e indígenas. “Os indicadores de saúde bucal revelam ainda as desigualdades existentes no país e na população negra e indígena, onde encontramos os piores quadros, refletindo o que acontece em toda a sociedade”, disse.

    Segundo ela, o governo vai trabalhar de forma conjunta para atender todos os determinantes sociais da saúde, como boa alimentação e acesso à água tratada e fluoretada, que também impactam a saúde bucal.

    A atenção em saúde bucal no SUS é ofertada em Unidades Básicas de Saúde (UBS), unidades de Saúde da Família, unidades odontológicas móveis, centros de especialidades odontológicas e hospitais. Além desses serviços, o Programa Brasil Sorridente conta com laboratórios regionais de prótese dentária.

    Ampliação de atendimento

    Desde o início do governo, o Ministério da Saúde vem trabalhando na ampliação do atendimento no Programa Brasil Sorridente, com o credenciamento de 3.685 novas equipes de saúde bucal e 630 novos serviços e unidades de atendimento. O investimento nessas novas habilitações é de R$ 136,87 milhões em 2023.

    Com isso, mais de 10 milhões de brasileiros que não tinham acesso a esse cuidado passam a ser alcançados pelo programa, totalizando 111,6 milhões de pessoas cobertas. O Brasil passará a contar, então, com 33,3 mil equipes atuando em todo o país e 5,6 mil serviços em funcionamento. A expectativa do governo é chegar a 59,7 mil equipes até o fim de 2026.

    Ao todo, 805 municípios brasileiros foram contemplados com os novos serviços e equipes de saúde bucal. Desses, 85 municípios receberão equipes de saúde bucal pela primeira vez.

    Entre os novos credenciamentos estão 68 diferentes serviços habilitados para os centros de Especialidades Odontológicas em todo Brasil, sendo 19 unidades novas, além de 10 novas unidades odontológicas móveis para assegurar que o atendimento chegue nas regiões vulneráveis e de difícil acesso.

    As novas habilitações também abrangem 552 novos laboratórios regionais de próteses dentárias, que ampliam a oferta de próteses dentárias pelo SUS e possibilitam a reabilitação fonética, mastigatória e a retomada da autoestima dos cidadãos.

    Fonte: Agência Brasil

  • Trabalhadores da Fundação Casa de São Paulo mantêm greve

    Trabalhadores da Fundação Casa de São Paulo mantêm greve

    Os trabalhadores da Fundação Casa decidiram manter a greve por falta de acordo na campanha salarial deste ano, além de reivindicarem segurança nos locais de trabalho para a categoria.

    O Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Privação de Liberdade do Estado de São Paulo (Sitsesp) divulgou carta aberta à população no último sábado (6), pedindo apoio da população e comunidade política para valorização dos trabalhadores.

    Segundo a carta, em duas reuniões de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), a Fundação Casa “de forma intransigente” não levou novas propostas para a categoria.  “O governo do estado e a gestão da Fundação Casa vem negligenciando os pedidos reais da categoria, e com isso, colocando em risco a segurança dos trabalhadores bem como, daqueles adolescentes que se encontram internados nos 116 Centros e Unidades da Fundação CASA espalhados por todo estado”, diz a carta.

    Entre as demandas, os trabalhadores pedem valorização nas carreiras, segurança no local de trabalho, reposição salarial que contemple os anos de perda e desvalorização do poder de compra dos salários, manutenção das cláusulas sociais e execução do Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS).

    A entidade aponta ainda morte, agressões e adoecimento do trabalhador do sistema socioeducativo como consequência de uma gestão “pautada na ausência de políticas públicas para o sistema socioeducativo.”

    Apesar da manutenção da paralisação, o sindicato afirma que o movimento está respeitando a decisão liminar da Justiça quanto à garantia de que 80% do efetivo continue trabalhando. Em caso de descumprimento, o sindicato deverá pagar multa de 200 mil reais por dia.

    A Fundação Casa disse, em nota divulgada ontem (7), que verifica cotidianamente que o efetivo mínimo não é mantido pelo sindicato, o que obriga a instituição a realizar revezamento entre a equipe de gestores.

    Início da greve

    Em 29 de abril, a categoria decidiu em assembleia, por unanimidade, entrar em greve a partir de 0h da última quarta-feira (3) por falta de acordo com o governo na campanha salarial deste ano. Até aquele momento, a proposta de reajuste salarial era 5,75%.

    No dia 2 de maio, houve reunião entre sindicato e governo, em que foi proposto um índice de 6% sobre a remuneração e todos os benefícios dos servidores – vale refeição, vale-alimentação e auxílios creche e funeral, com pagamento a partir do mês de junho. Nova assembleia naquele dia rejeitou a proposta e manteve a decisão de entrar em greve.

    Segundo a Fundação Casa, entre os anos de 2018 e 2022, foi concedido 18,91% de reajuste para os servidores, também incidente sobre os benefícios do vale refeição, auxílio creche e auxílio funeral, e 45,42% sobre o vale alimentação no mesmo período.

    A instituição disse também que vai realizar as avaliações de desempenho previstas no Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) relativas aos anos de 2017, 2018 e 2019, ao longo dos próximos três semestres, o que viabilizaria a possibilidade de progressão funcional nas carreiras.

    Fonte: Agência Brasil

  • “É hora de intensificar a vacinação contra covid-19”, diz ministra

    “É hora de intensificar a vacinação contra covid-19”, diz ministra

    A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou neste domingo (7) que infecções pelo vírus Sars-COV 2, responsável pela covid-19, vão continuar ocorrendo e que o momento é de fortalecimento dos sistemas de vigilância, diagnóstico, assistência e vacinação.

    Segundo ela, o vírus ainda sofrerá mutações e, por isso, os cuidados devem ser mantidos. “É hora de intensificar a vacinação. As hospitalizações e óbitos pela covid-19 ocorrem principalmente em indivíduos que não tomaram as doses de vacina recomendadas”, destacou a ministra em cadeia de rádio e televisão.

    “Por esta razão, o Ministério da Saúde, ao lado de estados e municípios, realiza desde fevereiro um movimento nacional pela vacinação de reforço para covid- 19. Esta é a forma mais eficaz e segura de proteger nossa população. Precisamos estar unidos pela saúde, em defesa da vida”, acrescentou.

    Na última sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou o fim da emergência de saúde pública de importância internacional. “Depois de termos passado por um período tão doloroso, nosso país recebe essa notícia com esperança”, afirmou Nísia.

    “O momento é de transição do modo de emergência para enfrentamento continuado como parte da prevenção e controle de doenças infecciosas.”

    Durante o pronunciamento, a ministra lembrou que o Brasil perdeu 700 mil vidas durante o surto sanitário.

    “Outro teria sido o resultado se o governo anterior, durante toda a pandemia, respeitasse as recomendações da ciência. Se fossem seguidas e cumpridas as obrigações de governante de proteger a população do país. Não podemos esquecer. Precisamos preservar esta memória para construir um futuro digno”, reforçou.

    Ela agradeceu os cientistas e os laboratórios que desenvolveram os imunizantes e fez uma referência especial aos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). 

    “Apesar do negacionismo, dos ataques à ciência e da política de descaso, muitas vidas foram salvas devido ao SUS e ao esforço sem limites dos trabalhadores e das trabalhadoras da saúde”, destacou a ministra. 

    “A eles, agradeço em meu nome e em nome do Presidente Lula, que tem se dedicado desde o primeiro dia de nosso governo à política do cuidado e ao fortalecimento do SUS”, reforçou Nísia.

    Fonte: Agência Brasil

  • Covid-19: 13,5 milhões de pessoas já foram imunizadas com a bivalente

    Covid-19: 13,5 milhões de pessoas já foram imunizadas com a bivalente

    O Ministério da Saúde contabilizou, até sexta-feira (5), 13,5 milhões de pessoas imunizadas com a vacina bivalente. O aumento da cobertura vacinal contra a covid-19 é, segundo o Ministério da Saúde, prioridade do governo federal.

    Em nota divulgada pela pasta, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, lembra que a vacinação é “fundamental para minimizar a carga e prevenir o surgimento de complicações decorrentes da doença”.

    O imunizante Comirnaty, da Pfizer, que protege conta a variante Ômicron, foi disponibilizada para maiores de 18 anos que tenham recebido, pelo menos, duas doses monovalentes, respeitando um intervalo de quatro meses da última dose.

    “Quem ainda não completou o ciclo vacinal e está com alguma dose em atraso, também pode procurar a Atenção Primária, porta de entrada do SUS [Sistema Único de Saúde]. O Ministério da Saúde reforça que, tanto as vacinas monovalentes quanto as bivalentes, têm segurança comprovada e são igualmente eficazes na proteção contra o coronavírus”, diz a nota.

    A fim de resgatar a confiança da população nas vacinas e reforçar a segurança e eficácia de imunizantes, em geral, o Ministério da Saúde lançou, em fevereiro, o Movimento Nacional pela Vacinação .

    Fonte: Agência Brasil

  • Vacinação contra a covid-19 precisa ser mantida em dia e ampliada

    Vacinação contra a covid-19 precisa ser mantida em dia e ampliada

    A vacinação teve papel determinante para que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretasse o fim da emergência de saúde pública de importância internacional da covid-19, afirmam especialistas ouvidos pelaAgência Brasil.

    Para eles, com o encerramento do período mais crítico provocado pela doença, a imunização precisa ser mantida e ampliada, chegando a grupos ainda pouco protegidos pelos imunizantes, como as crianças.

    Integrante do comitê estratégico de especialistas em vacinação da OMS, a professora da Universidade Federal de Goiás Cristiana Toscano acompanhou de perto o desenvolvimento e a utilização das vacinas contra a covid-19. Com o fim da emergência sanitária, a infectologista considera que, além de lembrar que a doença não vai desaparecer, é preciso reforçar que a vacinação continua tendo importância.

    “Estamos em uma situação que está mudando para o que chamamos de rotina, mas a gente vai continuar vendo a circulação e a ocorrência da doença. A gente vai continuar precisando manter a vacinação em dia, principalmente nos grupos de maior risco”, afirma ela.

    A infectologista, que também é membro da Sociedade Brasileira de Imunizações, destaca que, por conta das vacinas, não se espera mais tantas mudanças do cenário de transmissão do vírus e da doença, o que possibilitou o fim da emergência sanitária, na sexta-feira (5). Mesmo assim, a circulação da variante Ômicron e suas subvariantes torna as doses de reforço indispensáveis.

    “Com a variante Ômicron e suas subvariantes derivadas, a gente precisa de três doses, pelo menos, para ter a proteção contra a doença grave e morte. E, nos grupos de maior risco, a gente precisa de reforços periódicos, conforme as orientações específicas para cada grupo”, afirma ela.

    “Sim, é uma boa notícia. Sim, é importante a gente aprender o que a gente tem aprendido com essa experiência, e muito importante que a gente avance em relação ao aumento das coberturas vacinais, não só de covid, mas de outras doenças preveníveis por vacinas, e nos preparemos para outras emergências sanitárias de saúde pública no mundo todo”.

    Desde o início da vacinação contra a covid-19, 13,3 bilhões de doses de vacinas foram aplicadas em todo o mundo, segundo a OMS. No Brasil, mais de 514 milhões de doses foram aplicadas, segundo o Ministério da Saúde, e mais de 166 milhões de pessoas tomaram ao menos duas doses.

    Crianças desprotegidas

    A coordenadora do Observatório de Saúde da Infância, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis do Centro Arthur de Sá Earp Neto (Unifase), Patrícia Boccolini, lembra que, apesar de as vacinas terem possibilitado o fim da emergência sanitária, muitas pessoas foram privadas do acesso a elas em todo o mundo. Entre essa população, estão as crianças que não foram levadas por seus responsáveis para serem vacinadas.

    “Dados do próprio Observa Infância que a gente levantou mostram que a cobertura vacinal para crianças de 3 e 4 anos não chegou a 20%. A gente tem uma cobertura muito baixa para esse público. E, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2022, a gente teve 550 mortes de crianças por covid”.

    Patrícia Boccolini destaca que é preciso continuar e intensificar o esforço para que as vacinas cheguem a todos os países e a toda parcela da população dentro de cada país, corrigindo as discrepâncias que existem atualmente.

    “A gente tem que ter em mente que a mensagem do comitê é que os países continuem vacinando e continuem combatendo desinformação efake newssobre vacinas, principalmente focados na covid-19. A gente vai conviver muito com o vírus. Não podemos deixar que as coberturas vacinais caiam e precisamos ampliar as coberturas vacinais das crianças menores de 5 anos”.

    Vírus em evolução

    Virologista responsável pelo sequenciamento da variante Gamma antes do momento mais crítico da pandemia no país, o pesquisador da Fiocruz Amazônia Felipe Naveca comemora o fim da emergência sanitária, que causou mais de 700 mil mortes no Brasil. Apesar de a notícia ser “um alento”, ele defende que o trabalho de vigilância genômica deve continuar.

    “A gente precisa continuar monitorando pelo menos um percentual desses casos ao longo do tempo para que a gente veja se o vírus vai, em algum momento, evoluir de maneira que se torne uma ameaça. Mas, nesse momento, essa é uma informação muito boa, uma notícia muito boa”, afirma ele.

    “A gente continua vendo o vírus evoluir, com diversas linhagens surgindo, às vezes, até com aumento do número de casos. Mas não estamos vendo um avanço significativo no aumento de casos graves”.

    Fonte: Agência Brasil

  • Prefeitura de SP promove ações de prevenção a diabetes e hipertensão

    Prefeitura de SP promove ações de prevenção a diabetes e hipertensão

    A prefeitura de São Paulo promove neste sábado (6) ações em todas as unidades básicas de saúde (UBS) para enfatizar a prevenção e os cuidados com a hiprtensão e o diabetes. O programa Avança Saúde – Hipertensão e Diabetes inclui acolhimento pela equipe de enfermagem, com medição da pressão arterial e do índice de massa corporal.

    A projeto inclui ainda a busca ativa de pacientes com sintomas respiratórios e de diabetes, doença falciforme e saúde da mulher, avaliação de risco cardiovascular e do pé diabético e da pessoa idosa  orientação farmacêutica, alimentação saudável, entre outros.

    “As ações realizadas durante o Avança Saúde têm um alcance muito significativo, amplia o número de atendimentos e resulta em cuidado, prevenção e promoção aos mais diferentes públicos. Neste sábado, até as 17h, nossas unidades estarão prontas para receber mais essa edição do programa ampliando a oferta dos nossos serviços e o acesso dos pacientes ao cuidado continuado dentro das UBSs”, disse a secretária-executiva de Atenção Básica, Especialidades e Vigilância em Saúde, Sandra Sabino.

    Segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde, em 2022 foram realizados 708 mil atendimentos nas edições do Avança Saúde, como o Hipertensão e Diabetes, Auditiva, Espirometria, Criança e Adolescente, Saúde Bucal – Próteses, Exames e Cirurgia, Território Inclusivo, além do Avança Saúde Mulher, que já teve uma edição também no dia 11 de março deste ano com mais de 33 mil avaliações.

    Mais informações podem ser encontradas na UBS mais próxima ou na plataforma Busca Saúde .

    Fonte: Agência Brasil

  • Covid-19 longa ainda é problema a ser enfrentado

    Covid-19 longa ainda é problema a ser enfrentado

    As sequelas causadas pela covid-19 e os quadros crônicos da doença, chamados de covid-19 longa, continuarão a preocupar autoridades sanitárias e a pressionar serviços de saúde, avaliam pesquisadores ouvidos pelaAgência Brasil.

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) encerrou ontem (6) o alerta de emergência de saúde pública de importância internacional para a covid-19, o que significa que os surtos da doença já são considerados mais controlados e previsíveis, principalmente por causa da vacinação. Mesmo assim, a presença desses surtos em todos os continentes mantém o status de pandemia.

    O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, ressalta que, além de a doença ainda fazer vítimas, há doentes que convivem com seus sintomas por períodos prolongados.

    “Os cuidados continuam. É uma doença que ainda tem um um impacto importante na saúde de todos. Tanto nas suas formas agudas quanto nas suas formas crônicas. A covid longa e as sequelas da doença são realmente um grande problema de saúde pública a ser enfrentado”, diz.

    Diante disso, o cuidado mais importante é a vacinação em dia, com as doses de reforço e a vacina bivalente. Ir além do esquema básico de vacinação, com duas doses, é indispensável para a proteção contra a variante Ômicron e suas derivadas, que dominam o cenário epidemiológico desde o início do ano passado.

    A pneumologista Patrícia Canto, da Fundação Oswaldo Cruz, destaca que os sintomas da covid-19 longa observados em serviços de saúde atingiram principalmente as pessoas infectadas antes da vacinação.

    “A covid trouxe, para muitas pessoas que se contaminaram, especialmente antes das vacinas, uma série de sequelas com as quais convivem até hoje, seja perda de olfato ou paladar, cansaço crônico, e uma série de problemas cardiovasculares”, descreve.

    Pesquisadores da Fiocruz se debruçam sobre essas condições de saúde para entender melhor seus mecanismos, e Patrícia Canto afirma que ainda não há resultados definitivos.

    “É importante que muitos estudos permaneçam, porque sabemos pouco sobre a covid. São poucos anos de doença e temos muito o que aprender sobre esse vírus, sobre as sequelas definitivas e as consequências a longo prazo. Não podemos descuidar. Temos que ter a consciência de que, em caso de sintomas respiratórios, temos que fazer o teste de covid e usar máscara para evitar a contaminação para outras pessoas, além de evitar a circulação em lugares fechados quando estamos com sintomas, porque isso protege outras pessoas, principalmente as do grupo de risco”.

    A garantia do acesso às vacinas, seja em países pobres ou em grupos específicos de países de renda média e alta, é essencial para a proteção coletiva, destaca a pesquisadora.

    “É importante que todo mundo faça sua parte, tenha consciência do coletivo e, principalmente, tome as vacinas, porque elas mostraram que foram cruciais para isso que foi decretado pela OMS. Sem as vacinas, a situação no mundo seria muito mais grave”.

    Fonte: Agência Brasil

  • Capital paulista descarta dengue em 15 mortes investigadas neste ano

    Capital paulista descarta dengue em 15 mortes investigadas neste ano

    A cidade de São Paulo investigou neste ano 15 casos de morte por suspeita de dengue e descartou todos eles. Na semana passada, porém, foi confirmado o primeiro óbito pela doença em 2023. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em todo óbito suspeito de dengue, é feita uma investigação detalhada do caso, de acordo com as diretrizes do Ministério da Saúde.

    Até a semana passada, a cidade registrou 5.629 casos de dengue. Em todo o ano passado, foram 11.910 casos, com duas mortes.

    “A investigação epidemiológica avalia vários aspectos e situações envolvendo o caso clínico, como exames laboratoriais coletados e seus resultados, avaliações e relatórios clínicos, aspectos epidemiológicos e informação do atestado de óbito”, diz a secretaria. Segundo a SMS, entrevistas com parentes e pessoas próximas fazem parte do processo de investigação, que inclui visita domiciliar feita pela unidade de vigilância em saúde.

    Após a avaliação de todas as informações, o caso é discutido com epidemiologistas da SMS e também da Secretaria de Estado da Saúde para esclarecer se a causa principal do óbito foi de fato a dengue ou se foram outras patologias ou condições clínicas do paciente.

    Entretanto, infectologistas suspeitam que os números podem ser maiores por causa da forma como a diretriz é interpretada. Para o coordenador do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Kleber Luz, a causa do óbito é sempre o evento que leva à morte, o que desencadeia todo o processo que levará o indivíduo a morrer. “Por exemplo, um idoso de 98 anos é assaltado, empurrado e morre. Certamente, alguém de 98 anos tem várias comorbidades, mas, no caso, a causa da morte foi a violência. Mesmo que ele tenha diversas doenças, se não tivesse caído, o evento que desencadeou aquela norte não teria acontecido.”

    Segundo o médico, esta é a chamada causa básica, ou seja, mesmo que a pessoa tivesse comorbidades, estava bem até o evento. Então, no caso da dengue, no momento em que o indivíduo pega a doença, ela descompensa as outras comorbidades que também contribuem para a morte, mas a causa é a dengue. “Quem tem comorbidade sempre tem mais chance de morrer de uma infecção”, explicou.

    Para Kleber Luz, a interpretação dos casos pode gerar subnotificação das mortes por dengue. Ele enfatizou que o importante quando se comunica uma doença de notificação compulsória é que os dados servem para gerar ações de saúde pública e de controle. “Quando se notifica que 20 pessoas morreram de dengue, entende-se que é preciso matar o mosquito [Aedes aegypti], senão ninguém vai tomar atitude, porque sempre se encontrará uma justificativa para aquela morte.”

    De acordo com o pesquisador e diretor adjunto de Pós-Graduação da Faculdade de Medicina de Rio Preto, Maurício Lacerda Nogueira, o fato de os de casos de dengue aumentarem algumas regiões do estado e em outras, não, é um processo natural que segue o ritmo dos últimos 30 anos no país. Nogueira ressaltou que dengue é uma doença grave, que pode levar à morte. Por isso, regiões com experiência grande em dengue têm mortalidade menor do que outras, já que o preparo do sistema de saúde e o treinamento dos profissionais para atendimento da doença podem gerar significativa diminuição de mortalidade.

    “Agora, qual é a diferença entre morrer com dengue e morrer de dengue? Morrer com dengue é você atravessar a rua e um caminhão te pegar, é uma morte não relacionada. Agora, se a pessoa tem uma comorbidade e tem distúrbios importantes causados pela dengue, morre com essa comorbidade, para mim, é morrer de dengue, sim, porque estava estável e a dengue tirou a estabilidade. É assim que acontece com covid e com influenza”, ressaltou Lacerda.

    Enfatizando que não conhece os casos, o pesquisador destaca que o registro de 100 casos de dengue com apenas duas mortes atribuídas à patologia não parece real. Para ele, pode haver uma interpretação mais liberal da doença. “Atribuir à comorbidade, sem entender o papel da dengue no desfecho, é estranho. E é correto dizer que essa interpretação pode levar a um registro menor de mortes pela doença. Nós, em São José do Rio Preto, utilizamos o mesmo protocolo do Ministério da Saúde, e os resultados são bem diferentes.”

    Prevenção e combate

    Kleber Luz lembrou que as ações contra o mosquito da dengue já são estabelecidas com o controle dos criadouros e das larvas, passando pela conscientização e educação da população, e com o uso do fumacê, em caso de muitos mosquitos e transmissão elevada da doença. “Por tradição, as ações são sempre insuficientes, porque a população quase nunca colabora na sua totalidade com o controle dos criadouros, jogando lixo, garrafas pet, pneus nas ruas, o que acumula muita água e favorece o crescimento das larvas.”

    Lacerda destacou que as ações são mas mesmas há 30 anos e que o problema só tem piorado, o que é uma prova de que o modelo que tem sido trabalhado é pouquíssimo eficiente e deixa a doença seguir seu ciclo biológico naturalmente. “O combate ao vetor centralizado já mostrou que é pouco eficiente. Estamos avançando rapidamente para novas estratégias em um futuro próximo, como vacina e combate à liberação de mosquitos, sejam transgênicos, ou com a bactéria que impede a transmissão, mas até lá eu não vejo essas estratégias”, afirmou.

    Ações de combate

    A prefeitura de São Paulo informou que, em 2023, até o momento, houve 1.523.914 ações de prevenção ao mosquitoAedes aegyptina cidade. Ao todo, foram 339.460 visitas, casa a casa; 13.798 vistorias em imóveis especiais e pontos estratégicos; 1.138.286 ações de bloqueio de criadouros e nebulizações, entre outras atividades específicas. No ano passado, as 28 unidades de vigilância em saúde fizeram cerca de 5 milhões de ações rotineiras de prevenção.

    Em nota, a prefeitura diz que investe continuamente no Programa Municipal de Combate à Dengue e Demais Arboviroses. Em abril, começaram a ser instaladas na cidade 20 mil armadilhas de autodisseminação de larvicidas. “Os equipamentos são montados para que as fêmeas doAedes aegypti, responsável pela disseminação da doença, após contato com o larvicida das armadilhas, distribuam o produto nos criadouros a fim de eliminar o mosquito ainda em estão larval, não permitindo que se desenvolva para a fase adulta”, diz o texto.

    Para a sazonalidade de 2023, a Secretaria Municipal de Saúde investiu também na ampliação da frota de veículos para transporte dos agentes de controle de endemias e na aquisição de mais 30 equipamentos de nebulização veicular, além de chamamento de concurso público para 703 novos servidores para a Rede Municipal de Vigilância em Saúde.

    Em março, a prefeitura intensificou das ações de bloqueio ao mosquito nos distritos administrativos com maior número de casos da doença na última semana epidemiológica.

    O estado de São Paulo fechou o ano de 2022 com 332.139 casos de dengue confirmados, distribuídos em 617 municípios, e 287 mortes. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, São Paulo registra, neste ano, queda de 27% nos casos de dengue e de 37% nos óbitos, em comparação com o ano anterior. Foram notificados, até agora, no estado 25.157 casos e 94 óbitos pela doença. No mesmo período de 2022, 171.486 mil casos haviam sido registrados, com 150 óbitos.

    Fonte: Agência Brasil

  • Covid-19: fim da emergência não altera status de pandemia

    Covid-19: fim da emergência não altera status de pandemia

    Após três anos e mais de 7 milhões de mortes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta sexta-feira (5) o fim da covid-19 como emergência em saúde pública de importância internacional. O status de pandemia, entretanto, não se altera, já que o vírus se mantém disseminado globalmente.

    De acordo com a líder técnica para covid-19 da OMS, Maria Van Kerkhove, uma emergência em saúde pública de importância internacional é definida como um evento extraordinário que constitui risco de saúde pública para diversos países em razão da disseminação global de um doença e que potencialmente exige uma resposta internacional coordenada.

    “Essa definição indica que a situação é séria, repentina, pouco comum e inesperada, carrega implicações para a saúde pública que vão além das barreiras dos países afetados e pode exigir ações internacionais imediatas.”

    Já a pandemia acontece quando um novo vírus afeta a população global. “A ideia de declarar emergência em saúde pública de importância internacional, o mais alto nível de alerta da Organização Mundial da Saúde, é coordenar ações imediatas antes que a situação se torne ainda mais grave e potencialmente uma pandemia”, explicou a líder técnica.

    “No caso da covid-19, temos ambas as situações: uma emergência em saúde pública de importância internacional e também uma pandemia. Embora o diretor-geral tenha falado na capacidade do mundo de se unir para acabar com a emergência em nível global neste ano de 2023, podemos ainda seguir com a pandemia por um bom tempo porque esse vírus está aqui conosco para ficar. O que significa que temos que tomar ações, melhorar todo o nosso sistema para podermos reduzir o impacto da covid-19 daqui para frente.”

    Fonte: Agência Brasil

  • Campanha de vacinação contra gripe imunizou apenas 25% do público

    Campanha de vacinação contra gripe imunizou apenas 25% do público

    A campanha nacional contra a influenza (gripe) imunizou apenas 25% do público-alvo no país. Segundo o Ministério da Saúde, na primeira metade da ação, iniciada em 10 de abril e que se encerra em 31 de maio, foram aplicadas 17 milhões de doses da vacina. 

    O público-alvo é formado principalmente por idosos, crianças com menos de 6 anos, gestantes, puérperas, indígenas, trabalhadores da saúde e da educação.  

    O percentual nacional é semelhante ao obtido pela cidade do Rio de Janeiro (24%), que decidiu fazer uma mobilização, chamada de Dia D, para ampliar o alcance da campanha de vacinação neste sábado (6). O município também decidiu abrir a vacinação para todas as pessoas e não apenas para o público-alvo. 

    “É um percentual bastante baixo, por isso a gente precisa se mobilizar para a vacinação da gripe. A gente pode perceber que o clima está ficando mais frio, a gente está se encaminhando para o inverno, então é muito importante que as pessoas corram para se vacinar contra a gripe”, disse o secretário municipal de Saúde do Rio, Daniel Soranz. 

    Assim como Rio de Janeiro, vários municípios brasileiros se mobilizam em um Dia D contra a gripe neste sábado (6). Entre eles, estão outras cidades fluminenses e municípios de estados como Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, entre outros. 

    Em alguns locais, as secretarias de Saúde também aproveitarão para incentivar a vacinação contra a covid-19, como é o caso dos estados do Rio Grande do Sul e da Bahia.  

    Na cidade de São Paulo, está prevista uma multivacinação, para atualizar a carteira de vacinação de crianças e adolescentes, com a oferta de doses de vacina contra poliomielite (VIP e VOP), tríplice viral, DTP, febre amarela, hepatites, HPV, entre outras.  

    *Colaborou Cristiane Ribeiro – Repórter da Rádio Nacional 

    Fonte: Agência Brasil