César Silvestre Filho: Se eu for governador não vou instalar a praça de pedágio entre Cascavel e Toledo

Esta semana o Preto no Branco recebeu a visita do pré-candidato ao Governo do Paraná pelo PSDB, César Silvestre Filho, ex-deputado e ex-prefeito de Guarapuava. De família tradicional na política, foi candidato a prefeito pela primeira vez aos 27 anos e dois anos depois, com 29 anos, se elegeu deputado estadual. Aos 31 anos foi eleito como o prefeito mais jovem e com a maior votação da história de Guarapuava. César Filho recentemente deixou a presidência do Podemos do Paraná para ingressar no PSDB, com o compromisso do partido de poder disputar o Governo do Estado em 2022.

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Preto no Branco – Até pouco tempo você era filiado ao Podemos e de repente troca pelo PSDB. Por que essa mudança repentina?

César Filho – Eu entrei no Podemos muito determinado a construir uma candidatura ao Governo do Paraná.  Fizemos um bom trabalho, o partido cresceu, mas em determinado momento o partido entendeu que seria mais importante priorizar a candidatura à reeleição do Álvaro Dias, e que entendia ser melhor para a reeleição dele uma aproximação com o atual governo. Como essa era uma divergência de projeto do partido, eu, obviamente, aceitei o convite do PSDB, que se mostrou sensível a essa minha preocupação.

O PSDB lhe dá essa garantia de ser pré-candidato? Não tem o risco de chegar na convenção e ter uma surpresa?

Não. Eu tenho hoje o apoio das figuras mais importantes do partido, como o ex-governador Beto Richa, deputados estaduais e federais e das maiores lideranças do partido em torno da nossa candidatura.

A sua entrada no PSDB levou várias lideranças e deputados a deixarem o partido. Isso não enfraqueceu o PSDB em termos de lideranças?

Não, eu acho que você nunca pode lamentar a perda de algo que você não tinha. O presidente da Assembleia, Ademar Traiano, já tinha anunciado muito antes da minha filiação que iria para o PSD. O deputado Litro tinha uma situação de certa forma confortável, onde talvez ele tivesse prometido entregar o PSDB para o Ratinho. Na medida que não fez, acabou se constrangendo e preferiu ir lá de uma vez para o partido do governador. Por outro lado, na mesma medida que nós perdemos, nós ganhamos duas deputadas, a Mabel Canto e Cristina Silvestre, que inclusive é minha mãe. Então houve um reforço da nossa base.

Você saiu do Podemos chateado com o senador Alvaro Dias?

Não. Houve, naquele momento, uma certa divergência, rumos diferentes. Mas a gente tem que ter a humildade de compreender e aceitar que nem sempre a nossa vontade tem que prevalecer. Eu tinha um entendimento e o senador Álvaro Dias tinha outro. Hoje pra mim isso tá superado. Não tem mágoa. Não tenho divergências. Respeito a história, respeito a biografia dele, mas acho que ele se equivocou porque apostou muito na palavra do Ratinho.

O que aconteceu com o ex-juiz Sérgio Moro, ele foi boicotado dentro do Podemos ou não estava maduro o suficiente para a vida pública?

Acho que é um pouco das duas coisas. Eu acredito que o Moro entrou num processo sem ter talvez a caminhada do mundo da política suficiente para se precaver de alguns percalços que acabou sofrendo. Eu posso dizer que, de certa maneira, o mesmo processo que eu enfrentei, ele enfrentou. Aos poucos ele foi percebendo a falta de prioridade, a falta de prestígio e acabou tomando a decisão de sair na última hora e ingressar no União Brasil.

Na sua opinião, Sergio Moro vai concorrer a deputado federal, senador ou pode se aventurar e vir também para uma candidatura ao Governo do Estado?

Francamente, não sei. Não estou convicto que ele esteja se preparando para enfrentar o debate estadual. Não me parece alguém atento e preparado para se aprofundar em assuntos sobre o Paraná. Eu confesso que fico aliviado de dizer que isso não é mais um problema meu.

Tem alguma conversa com pré-candidatos ao senado para apoiamento à sua candidatura?

Acho que o Álvaro Dias é uma possibilidade. Mas a gente tem também outros nomes, como o Gustavo Fruet, o Valdir Rossoni que é uma figura importante do PSDB e também tem colocado o nome dele como uma possibilidade, o Pessutti que tenho um carinho especial. Sei que com o tempo e a prática, que essas alianças acabamos sendo construídas lá na frente. A gente sabe que agora se namora muito, mas se casa muito pouco. Os casamentos mesmo vão ser no final de julho para agosto.

Essa polarização que hoje existe em nível nacional, pode acontecer também aqui no estado do Paraná?

Eu não vejo polarização no Paraná, o que eu vejo é falta de opção. No âmbito federal sim eu vejo que tem polarização. No Paraná não tem esse clima, o que tem é falta de nomes. Hoje nossa candidatura no Paraná é mais do que uma terceira via, ela é um elemento novo na disputa.

Qual é o seu pensamento com relação a essa nova proposta de pedágio e a nova praça entre Cascavel e Toledo?

Está sendo construído um modelo que vai aprisionar o Paraná por 30 anos. Nós não podemos, em nome do investimento na manutenção das rodovias por mais alguns meses, deixar de debater e de propor melhorias que são necessárias ao projeto. Nem que a gente faça o sacrifício orçamentário maior que o período, para assegurar que o modelo que proposto seja o mais justo possível, o mais adequado para nossa realidade e que melhor atenda os interesses do Paraná. Agora sobre a questão específica das novas praças, se eu for governador não vou instalar a praça de pedágio entre Cascavel e Toledo e nem entre Francisco Beltrão e Pato Branco.

Com relação questão do ICMS dos combustíveis e da energia elétrica, qual é o seu entendimento sobre essa situação?

As pessoas querem pagar mais barato pelo gás, pelo etanol, pela luz e pela gasolina. Para pagar menos, não necessariamente a única solução é a desoneração tributária, que cria uma série de outras consequências para as contas públicas. Acho que esse debate é positivo e que o Presidente está fazendo um gesto importante para o país porque vem incentivando o debate e, por consequência dele, isso vai acabar reduzindo o preço dos combustíveis, realmente muito altos para todo mundo. Quando se tem à disposição de construir um bom debate, com os espíritos desarmados para sentar às mesas de negociação para ouvir os demais, não tenho dúvidas de que vai se achar uma solução mais adequada.

O que leva de sua visita à Cascavel para aplicar no seu programa de governo?

De Cascavel levo, com certeza, a inspiração que povo do Oeste do Paraná provoca em mim. A inspiração de que é possível imaginar o Paraná num ambiente de prosperidade em cada canto e cada metro quadrado de nosso estado. A inspiração de acreditar no associativismo, acreditar na força do trabalho e geração de riqueza. Esse papel que vocês desenvolvem para o Paraná vai muito além das nossas fronteiras. Cascavel é o modelo do Brasil que dá certo e a gente tem que se apropriar disso com orgulho e de alguma forma procurar replicar esse modelo nos outros cantos do estado.

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