China abandona poli?tica de tolera?ncia zero contra a covid-19

Em dezembro, os mercados internacionais voltaram a registrar performance negativa para os ativos de risco, com queda nas bolsas e abertura das taxas de juros americanas. O do?lar, por sua vez, continuou seu movimento de desvalorizac?a?o perante as moedas das principais economias desenvolvidas. Além disso, o FED reduziu o ritmo de alta de juros no me?s passado para 50bp, elevando sua taxa de juros ba?sica para o intervalo entre 4.25% e 4.50%. A comunicac?a?o da autoridade moneta?ria americana, no entanto, continuou apontando para a necessidade de um aperto adicional das condic?o?es financeiras, para reduzir a demanda agregada e corrigir o desequili?brio existente no mercado de trabalho.

Na China, de acordo com a BBC News Brasil, o governo avanc?ou na sua nova diretriz de abandono da poli?tica de tolera?ncia zero contra a covid-19 e removeu mais medidas de restric?a?o a? mobilidade. Contudo, a nova estrate?gia adotada gerou um aumento de novos casos de covid-19 no pai?s, o que colocou pressa?o sobre o sistema de sau?de chine?s e elevou os o?bitos. Seja pelo repentino aumento de pessoas doentes, seja pelo receio da populac?a?o de se contaminar, as medidas adotadas causaram estragos e resultaram em impacto negativo relevante sobre a atividade econômica. O relaxamento das regras de distanciamento social, aliado à baixa cobertura vacinal e à inexiste?ncia de imunidade de rebanho, indicam que a reabertura da economia chinesa sera? desafiadora. Embora o momento exato da recuperac?a?o chinesa seja incerto, acredita-se que este tema sera? importante nos pro?ximos meses e que a normalizac?a?o da mobilidade chinesa, quando ocorrer, tera? potencial para gerar mais um choque inflaciona?rio na economia mundial.

Na Europa, a guerra da Ucrânia seguirá tendo impactos econômicos por décadas, influenciando principalmente o nível de investimentos em defesa e tecnologias   alternativas para geração de energia. Para o economista Felipe Bernardi Capistrano Diniz, “o problema imediato de escassez de gás parece ter sido contornado, com a economia do continente tendo mostrado capacidade surpreendente de adaptação ao novo cenário energético.” De acordo com a CNN Brasil, o banco central europeu avalia que os riscos à perspectiva de inflação são principalmente de alta. As taxas de juros ainda precisam subir de forma considerável e em ritmo constante para garantir o retorno da inflação à meta de médio prazo de 2%.

No cena?rio dome?stico, a piora dos ativos de risco foi regida pelas discusso?es sobre a PEC da Transic?a?o e pela definic?a?o do orc?amento de 2023. De acordo com a Agência Câmara de Notícias, o relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI) anunciou como serão destinados os R$ 145 bilhões que serão liberados na proposta e autorizou que parte dos investimentos pu?blicos possam ser feitos fora do teto, resultando em um espac?o fiscal adicional para ampliac?a?o de despesas de pelo menos R$ 168 bilho?es. O valor aprovado veio acima das expectativas do mercado e contribuiu para elevar o pre?mio de risco dos ativos brasileiros. Ale?m disso, o Congresso aprovou o orc?amento de 2023 com previsa?o de de?ficit prima?rio de R$ 231,5 bilho?es. Embora o novo governo tenha sinalizado que devera? propor medidas fiscais para reduzir o de?ficit prima?rio estimado para este ano, Felipe Bernardi Capistrano Diniz avalia que “ele dificilmente sera? inferior a R$ 150 bilho?es. A combinac?a?o de um de?ficit prima?rio elevado, economia estagnada e juros elevados devem gerar uma elevac?a?o expressiva da di?vida bruta em 2023.” Um cena?rio de endividamento em alta e a ause?ncia de uma nova regra fiscal que indique a solve?ncia das contas pu?blicas devem continuar elevando o pre?mio de risco dos ativos dome?sticos e podem intensificar o movimento recente de aumento das expectativas de inflac?a?o de me?dio prazo.

 

Fonte: Agência Dino

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