Como o coronavírus nos afeta sem nos infectar

A confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, prestes a ser notificada hoje (26), deve dominar os noticiários nesse dia. O paciente é de São Paulo e o primeiro teste deu resultado positivo, admitiu ontem o Ministério da Saúde. 

A nossa primeira reação diante da notícia (como brasileiros) é de surpresa, já que antes o vírus parecia estar satisfatoriamente distante, enquanto se ouvia falar apenas de casos em outros países. Porém, logo em seguida nossa reação é de espanto ao assimilarmos que o mundo é assim “tão pequeno” (uma aldeia global, define Marshall McLuhan) e, portanto, o que acontece em outro continente pode muito bem chegar até aqui. Lembrando que existem outros casos suspeitos em nosso país, inclusive em Guaíra (pertinho, hein!).

E mesmo não tendo sido infectados pelo coronavírus, essa ameaça que ele representa nos afeta de várias maneiras: psicológica, econômica, cultural… 

• Psicológica: nos afeta quando desperta em nós o medo, pois o vírus já infectou milhares de pessoas e matou centenas, tendo a Organização Mundial da Saúde declarado Emergência de Saúde Internacional. 

• Comportamental: quando mudamos nossa rotina, ao deixamos de realizar viagens programadas ou ao evitarmos situações de contato em que pudéssemos nos expor.

• Cultural: no Japão é relativamente comum as pessoas andarem pelas ruas usando máscaras cirúrgicas, seja para prevenir doenças de inverno, seja por alergia ao pólen das plantas, na primavera. No Brasil não é comum pessoas saudáveis usarem a proteção.

• Econômica: a redução do PIB da China deverá impactar o crescimento da economia global. O país asiático é um dos maiores parceiros comerciais do Brasil e ao diminuir sua demanda por produtos (como minério de ferro, petróleo e soja), nós deixamos de exportar para lá, o que atinge a nossa balança comercial. Além disso, as bolsas de valores em todo o mundo já registraram quedas substanciais principalmente nos pregões de fevereiro, refletindo o receio e a insegurança dos investidores.

Como não ser (tão) afetado:

Informe-se! Assista, ouça, leia informações de fontes confiáveis. Não acredite em tudo o que enviam pra você pelo whatsapp. Assim você não será afetado por informações falsas e, pior, não irá compartilhá-las e ajudar a espalhar o medo.

Analise com calma: se você ler as notícias com atenção notará que, no exemplo do brasileiro que teve o caso confirmado, ele está com sintomas “brandos”, foi medicado e “está bem”! Por que você não estaria? 

Veja as informações por completo. Em todo o Brasil já foram descartados 54 casos que eram suspeitos. Portanto, nem todos os casos em que há sintomas são o dito cujo coronavírus, além do mais alguns dos sintomas são iguais aos de uma gripe.

Praticamente todos os casos suspeitos têm histórico de viagem a países onde há circulação do vírus. Inclusive o paciente de São Paulo esteve na Itália. Então, se você ainda não viajou para o exterior neste ano, pode ser um alívio. E o contrário não é automaticamente um problema.

Apesar do vírus ser uma ameaça, não adianta alarmarmos para gerar pânico. O que necessitamos é de um correto manejo dos casos pelos profissionais de saúde, confiança nestes, além de consciência e atitude em relação às formas de prevenção, que preconizam corretos hábitos de higiene pessoal. 

Vamos todos nos cuidar, mas tenhamos serenidade. 

Saúde a todos!

* A autora é jornalista e investidora.

Visão microscópica do Coronavírus | Foto: NIAID-RMLAP

 

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