Comunidade reage a ausências de deputados da região na votação de Brazão

Chiquinho Brazão, preso desde do dia 24 de março, pode se defender por videoconferência

Na sessão desta quinta-feira (10) na Câmara Federal, a decisão de manter a prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão, suspeito do assassinato da vereadora Marielle Franco, foi aprovada com 277 votos a favor e 129 contra, além de 28 abstenções. Em grupos de WhatsApp, a comunidade da região expressou forte descontentamento com a posição de alguns deputados, assim como também aconteceu com aqueles que votaram a favor do retorno da cobrança do DPVAT.

Outra crítica persistente é com relação a ausência de alguns deputados durante a votação, interpretada por muitos como um apoio indireto à soltura do acusado. Da região oeste, os deputados Nelsinho Padovani (União Brasil) e Dilceu Sperafico (PP) ausentaram-se à sessão, enquanto Elton Welter (PT) votou sim (a favor da manutenção da prisão), Vermelho (PL) e Giacobo (PL) votaram nâo (pela soltura de Brazão).

Paulo Kempfer, empresário de Marechal Cândido Rondon, declarou o seguinte ao Preto no Branco:

“Penso que todos que faltaram à votação ou se abstiveram de votar, apoiaram a soltura. Para manter a prisão é necessário o apoio de 257 parlamentares ou mais. Todos que não foram votar ou que votaram contra a manutenção da prisão ou que se abstiveram estão no mesmo bolo. Uns deram a cara a tapa e mostraram que queriam a soltura, outros optaram por apoiar a soltura faltando ou se abstendo”.

Rogério Grenzel, advogado, também em Marechal, compartilhou uma perspectiva diferente:

“Eu penso que alguns que votaram pela soltura, foi uma tentativa de resposta ao STF, para evitar a prisão dos demais deputados”.

O que dizem os deputados

O deputado Nelsinho Padovani, um dos ausentes, justificou sua falta devido a uma emergência familiar.

“Sim, faltei porque meu pai foi hospitalizado. Em Curitiba e chegou ontem a Cascavel. Ele está melhor. Mas, meu voto é declarado pela continuidade da prisão. E voto pela cassação do mandato dele”.

Também ontem o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou um processo que poderá levar à cassação do mandato de deputado de Chiquinho Brazão.

O deputado Dilceu Sperafico, também ausente, não respondeu às solicitações de comentário até o fechamento desta matéria.

Vitória da oposição

Apesar dos 277 votos favoráveis, por uma margem apertada — foram apenas vinte a mais do que o mínimo necessário — e a votação contrária em peso de parlamentares de oposição ao governo Lula têm sido vistas como um triunfo por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, bem como uma demonstração de força contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Partiu do magistrado a ordem para a prisão de Brazão, em 24 de março. Como prisões de deputados com mandato precisam ser aprovadas pela Câmara, o caso passou pelo escrutínio dos parlamentares. 

Ao todo, foram 129 votos contra a manutenção da prisão, sendo 71 dos 95 deputados da bancada do PL, partido do ex-presidente. O placar final foi ainda mais expressivo quando considerado o apelo que tem um assunto tão explosivo como esse. Em outras palavras: o risco de “dar a cara a tapa” foi calculado e ponderado pelos parlamentares de oposição diante da opinião pública.

O deputado federal e vice-presidente nacional da legenda, Capitão Augusto (PL-SP), defende que a votação expressiva contra a prisão de Brazão demonstrou que a Câmara está “disposta” a medir forças com o STF.

Fonte: Fonte não encontrada

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *