Concurseiros ‘desaceleram’ na pandemia

Com todas as provas suspensas até segunda ordem, eles procuram focar nas dúvidas e resolução de exercícios

Quem não é, tem o sonho de ser um profissional concursado. A estabilidade, tanto financeira quando o fato de ‘não ganhar a conta’ tão facilmente são apenas dois dos motivos que fazem com que milhares de brasileiros se dedique, todos os dias, a estudar para passar na prova tão sonhada.

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Recém formada em direito, Enole Oliveira dos Santos viu boa parte dos seus anseios profissionais parar nas últimas semanas. Ela foi uma das milhares de pessoas que foram até Curitiba, em fevereiro, para a prova do concurso da Polícia Civil do Paraná, cancelado por volta das 5 horas da manhã do dia 22, pelo Núcleo de Concursos da UFPR (Universidade Federal do Paraná), responsável pela prova. “Eu e meu cunhado saímos de madrugada de casa para chegar lá fazer a prova, porém quando chegamos no local indicado encontramos tudo fechado e a notícia de que a prova estava suspensa por conta do aumento de casos do coronavírus”.

Além da prova da Polícia Civil, ela também se inscreveu para o concurso da Polícia Militar e para a prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), que seriam em março. “É bem complicado porque estou com a vida travada, por assim dizer. Sem a OAB não posso atuar como advogada; o concurso que é uma meta, não tem nem previsão de quando vai ser remarcado”. Enquanto isso, ela aproveita as noites em que a filha Nicole dorme, para revisar os conteúdos. “Fiquei uns 15 dias bem desmotivada, pensando que todo esforço que fiz. Mas por outro lado penso que terei mais tempo e retomei a rotina noturna”, brinca a jovem.

Enole Oliveira dos Santos foi uma das milhares de pessoas que foram até Curitiba para prestar o concurso da Polícia Civil que foi cancelado em cima da hora.

 

Professor de redação em um cursinho preparatório, Kleberton Rostand veio do nordeste em outubro de 2019 para Cascavel, para estudar. “Minha rotina de estudos não é tão regrada, mas foco em horas líquidas de estudo. O que seria isso. Faço ciclos de 1 hora e 15 minutos de estudo, paro por 10 a 20 minutos para relaxar, mexer no telefone, comer, dentre outras atividades. Por dia estudo no mínimo seis horas, tentando chegar perto das oito”.

A carreira almejada por Kleber, também é no setor policial. Ele dedica-se a passar no concurso para agente da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. “Dou aula de redação e ao longo do dia tento me organizar para suprir as minhas necessidades e estudar o tempo que preciso. Acredito que nesse período, após a suspensão dos concursos, não dá pra se levar um ritmo muito intenso, mesmo porque quando se está cansado não consegue absorver o conteúdo”.

Estudando em casa e priorizando as disciplinas que tem mais dificuldade para aulas presenciais, Kleber disse que o lockdown trouxe impacto direto na sua rotina de exercícios físicos, item indispensável para a aprovação. “Moro perto do complexo Ciro Nardi e ali eu treino corrida, barra, muitas das atividades que são cobradas no TAF (Teste de Aptidão Física). Para tentar driblar esse empecilho, tenho procurado treinar em casa mesmo”.

Questionado em relação a uma possível ‘desmotivação’ com a suspensão de todas as provas que ele iria fazer, o concurseiro diz que é um misto de sentimentos. “Por um lado isso me deixa ansioso, porque não sei quando a prova vai ser; porque acabo pensando que quem estava lá atrás nos estudos, comparando-os comigo, poderá me alcançar. Mas, vendo de outra forma, terei mais um tempo para aparar as arestas que ainda existem e me dedicar nas disciplinas que tenho dificuldades”.

Kleberton Rostand é professor de cursinho, mas quer prestar concurso para a PF e PRF

 

 

 

 

 

 

Prova do concurso da Polícia Civil do Paraná é remarcada

A prova do concurso da Polícia Civil do Paraná foi remarcada para 3 de outubro, segundo o Núcleo de Concursos (NC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Inicialmente, o processo seletivo com 400 vagas para delegados, investigadores e papiloscopistas estava marcado para 21 de fevereiro, mas a aplicação da prova foi suspensa horas antes da abertura dos portões.

Na oportunidade, o Núcleo de Concursos alegou que foi constatado que não havia condições de segurança em relação à covid-19 indispensáveis para a realização da prova durante uma “última checagem realizada na madrugada”.

Na época, a UFPR anunciou a troca do coordenador do Núcleo de Concursos da instituição após a suspensão do concurso.

No documento que comunica a remarcação da prova, o NC informa que “a nova data foi definida com base na perspectiva de melhora do quadro epidemiológico no Brasil para os próximos meses, notadamente pela vacinação de grande parcela da população”.

Segundo o núcleo, a aplicação vai acontecer de modo descentralizado, em várias cidades do Paraná. A logística da aplicação, de acordo com a banca organizadora, vai ser anunciada no futuro em um edital específico.

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