Líderes políticos e empresariais estão com um discurso afinado e em consonância para tratar das articulações e viabilização de um corredor ferroviário bioceânico ligando o Porto do Paranaguá, passando pelo oeste do Paraná, um dos principais polos produtores de proteína animal do Brasil, com o Porto de Antofagasta, no Chile.
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O projeto bilionário e que poderia levar mais de uma década parta ser viabilizado diante das complexidades sobretudo para elaboração dos projetos e às licenças ambientais, vem sendo defendido pelo deputado federal Nelsinho Padovani (União Brasil) que já esteve no Panamá no mês de abril onde foi tratar do tema.
Agora, Padovani e outros líderes regionais querem uma agenda com o novo governo paraguaio, Santiago Peñaque assume em agosto.
Um dos canais de interlocução para essa aproximação e abertura de diálogo é o senador pelo Paraguai, Victor Bogado que esteve em Cascavel no início do mês e se comprometeu em tratar do tema com o futuro presidente.
Bogado participa da equipe de transição de governo e vai assumir cargo no executivo do país vizinho a partir da posse do novo gestor.
O corredor ferroviário usaria como base a estrutura já existente da Ferroeste, até Cascavel, necessitaria de um ramal até Foz do Iguaçu, depois passaria pelo Paraguai, Argentina até chegar ao Chile.
“Isso representará uma redução em 40% no custo de produção dos produtos que exportamos. Os chineses querem investir e têm recursos para isso, para o oeste do Paraná será um projeto de desenvolvimento importantíssimo, que vai beneficiar e muito o Paraguai que não tem mar e precisa escoar sua produção que tanto cresce”, ressaltou o deputado.

Setor produtivo: diminuição de 9 mil quilômetros para o transporte
Para o ex-presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento e atual presidente da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu, Danilo Venmdrúscullo, o canal bioceânico é um sonho antigo e que representaria, mais do que economia financeira, um novo marco às exportações.
Esse canal encurtaria em nove mil quilômetros a viagem de um navio que leva carnes do Porto de Paranaguá, por exemplo, à China, principal parceiro comercial das cooperativas do oeste. “Isso representaria um encurtamento muito expressivo de tempo, reduziríamos de 35 dias desde a saída até a chegada de um navio ao seu destino, para um percurso de cerca de 10 dias. Isso ampliaria nossa possibilidade de exportação, agilizaria e traria uma economia no custo de produção que seria sentida por todos”, reconhece Danilo.
O setor produtivo também abraçou a proposta e quer tratar do tema com os governos de ambos os países – Brasil e Paraguai como um grande projeto de infraestrutura em conjunto. “Também fomos procurados por investidores japoneses que têm interesse em investir, só que no Brasil esbarramos na nossa legislação ambiental, na burocracia. Eles nos disseram que se entregássemos os projetos e as licenças, eles executariam o projeto, mas aí travamos. O Estado é muito burocrático e demorado. Não temos os projetos ainda, que estão, e as licenças ambientais levam anos, as vezes décadas”, completou o presidente da Acifi ao estacar a importância do envolvimento dos entes públicos nas tratativas.
Brasil e Paraguai precisam se unir em projeto, defendem autoridades
Para o deputado estadual Marcel Micheletto (PL), que assumiu a presidência da Frente Parlamentar na Alep que vai debater em audiências públicas propostas para aplicação de recursos que vão ficar no caixa de Itaipu a partir da Revisão no Anexo C, com o fim do pagamento das dívidas contratadas para construção da hidrelétrica há 50 anos, ao menos parte dos recursos, e um total estimado em US$ 2 bilhões por ano, poderia ser destinado à infraestrutura e logística. “Vamos falar com o governo brasileiro, ouvir a população, mas também queremos falar com o governo paraguaio, lá entendemos que eles já têm bastante definido que precisam de obras de infraestrutura que dão suporte a um agronegócio que tanto cresce. Esperamos que o lado brasileiro da hidrelétrica participe do debate”, completou.
Hoje, uma carga que sai da região oeste do Paraná com destino ao Porto de Paranaguá e segue parte do trajeto por trilhos, leva mais de uma semana para chegar ao porto.
A Ferroeste conta com um importante gargalo de transporte de Guarapuava a Paranaguá.
Para o deputado federal Nelsinho Padovani que é o 1º vice-presidente da Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional na Câmara dos Deputados o canal bioceânico seria um dos meios de agilização em logística em “um país de tamanho continental, com carência de logística, uma presença expressiva no agro que alimenta cerca de um bilhão e meio de pessoas pelo mundo”.
“Nós precisamos urgentemente realizar a integração do Brasil através do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. Vamos diminuir de 33 mil quilômetros a nossa logística de escoamento de soja e outros grãos e carne para próximo de três mil quilômetros”, completou.
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