É possível opinar sem ofender?

Foto: Freepik

Metralhadoras apontadas para todos os lados: vão começar as postagens no Facebook. Você também já deve ter percebido a presença de muitas ofensas nas redes sociais, não é mesmo? 

Tenho notado que muitas pessoas estão utilizando as redes sociais não apenas para compartilhar seus pontos de vista sobre determinados temas, mas fazendo isso de forma ofensiva em relação a internautas que eventualmente tenham posicionamento diferente daquele do emissor. Conforme constatou a estudiosa Pollyana Ferrari, “a emoção anda presidindo a razão”.

É o caso do tema relacionado ao coronavírus, isolamento social, crise econômica e medidas adotadas pelos governos diante da pandemia mundial. Compreendo que parece inevitável politizar o assunto, por estar intimamente ligado à tomada de decisão dos gestores públicos, sejam eles presidente, ministros, governadores ou prefeitos. No entanto, entendo que nem todos os conteúdos veiculados e postagens feitas nas redes precisam ter, necessariamente, um lado político, até mesmo porque não é possível afirmar que todos os cidadãos se identificam com partido A ou partido B, muito menos os defendem.

Há quem pense que só existem dois tipos de brasileiros: ou você é petista ou bolsonarista. Errado! Essa dicotomia expressada na internet se tornou doentia, como se houvesse necessidade de classificar todas as pessoas em uma dessas duas “categorias”. Sob esse prisma, quem não é um, é outro e deve ser hostilizado. 

É uma visão muito reducionista! Precisamos rever esse modo de pensar. Não podemos aceitar que as redes sociais se tornem máquinas rotuladoras. Queremos liberdade para emitir opinião e ser respeitados por ela. Faz parte da democracia. Mas precisamos exercer esse direito com respeito ao ponto de vista alheio.

Por isso eu faço a pergunta: é possível opinar sem ofender? E a resposta é sim. Até mesmo é possível criticar sem ofender, isso se chama criticismo construtivo. Mas nesse caso estamos falando de opinião. 

Afinal de contas, mais convence quem tem argumentos ponderados, equilibrados, contendo prós e contras e atribuindo peso maior para aqueles considerados mais relevantes. Não se convence ninguém xingando o seu interlocutor. Pense nisso. Ainda que sua intenção não seja argumentar para convencer os outros, se não concorda com eles, apenas respeite-os.

Acredito que haja consenso no objetivo final: todos querem que a saúde e que a economia vão bem, então não precisam se atacar nas redes sociais. Parece uma obsessão por ser o dono(a) da razão, ou pela maior soma de curtidas. Será que é isso que motiva as pessoas? Temos que colocar a mão na consciência, pois muitos embates não valem a pena. 

Que tal trocarmos provocações por proposições? 

Desafio você, que tem hábito de fazer postagens polêmicas, a compartilhar no Facebook conteúdo informativo de maneira empática, contendo comentário agradável para quem vai ler ou no mínimo curioso, para que sua publicação seja interessante e conquiste a atenção do outro. Dê o seu melhor para tornar as redes sociais mais amistosas e construtivas. Desse modo, todos temos a ganhar.

Sucesso a todos!

*A autora é jornalista e investidora

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